Two Souls - Two Names escrita por Roberta Pereira


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora. Até eu acho que eu mereço umas palmadas.



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Com os braços cruzados, me calei. Ele estava certo em querer me proteger, mas havia alguma coisa em seu tom que não me agradava. O que era eu não sabia. Que droga Kyle, sempre me calando quando eu não quero.

Obrigado. Vindo de você é muita coisa. –Uma risadinha meio assustadora ecoou na minha mente.

Vá se ferrar.

Passado alguns minutos, chegamos em casa. Não demorou muito para Elisa aparecer meio afobada.

–Meu Deus querida, onde você esteve?! Estava preocupada! –Me abraçou forte. Fiquei muito surpresa pelo fato dela mal me conhecer e já me tratar assim. Tentei ser o mais gentil que pude.

–Tudo bem Elisa...! –Me desvencilhei dos seus braços devagar. –Estou aqui, né?!

–É claro. –Sorri. –Está tudo bem mesmo? –Sorrio e confirmo com um gesto. –Bom, então é melhor você se preparar pra janta. Tome um banho rapidinho e desça!

–Okay. –Subo correndo as escadas e me encaminho para o banheiro.

[...]

–Terminei. –Coloco minha colher ao lado do prato. –Vou subir. Boa noite.

Subo e rapidamente coloco meu pijama. Quando estou prestes á desligar a luz, respiro profundamente e me deito de luz ligada mesmo. Aquilo que Castiel me disse não sai da minha cabeça. Ele foi tão legal comigo esses últimos dias, não sei... Por que ele deixaria de falar comigo amanhã? Percebo que Kyle se enraiva quando ouço uma batida leve na madeira da minha escrivaninha.

Calma aí cara. Foi só um pensamento. Pare de ser chato.” - Penso e reviro os olhos.

Sinto uma vibração debaixo da minha perna. Olho e vejo meu celular chamando. O agarro e vejo o rosto de Dave estampado e logo em cima, seu nome. Meu coração deu um pulo e minha respiração para. Engulo á seco e aperto o botão de atender. Minha voz falha na minha primeira palavra.

A-Alô?

Alô? Jully? –Estremeci. Não sabia o que falar, então fiquei em um total silêncio. –Jully? Tem alguém aí?

Ahn... Tem... eu. Serve? –Ele riu. Senti meu rosto esquentar.

Claro que serve. Era você que eu procurava. Está tudo bem com você Jully? Como foi esta semana aí?

–Bem... Está tudo bem sim. A semana foi até que bem agitada. Mais do que eu esperava. –Falei mais séria do que eu esperava.

–... Okay. –Dave parecia desconfiado. – O que aconteceu? E seu pai? Está tudo bem entre vocês dois?

Está tudo normal. Achei que iria estar mais tenso, mas estamos levando isso mais ou menos na boa. –Mordi a língua. Por que eu estava mentindo? As coisas estavam até bem tensas, principalmente depois do que aconteceu antes do jantar.

Jully, pode, por favor, me dizer o que está acontecendo? Você parece não estar á vontade. Se quiser, eu ligo outra hora. –Corei. Meu Deus, o que está acontecendo comigo não é normal.

Não, Dave. Me desculpa. É que eu não esperava que você fosse ligar agora. Me desculpe mesmo.

Tudo bem então. Okay, vamos começar de novo. Está tudo bem com você? –Dei uma risadinha.

–Está tudo bem. Bem normal. E com você?

–Estou bem. Melhor, agora que escutei sua voz novamente. –Corei novamente. Era a primeira vez que Dave falava comigo assim. Ele riu, depois do meu silêncio. –Essa você não esperava né? Pois é, nem eu. Só saiu simplesmente.

Nesse momento, o som que saiu do celular foi terrivelmente agudo. Soltei um gritinho e afastei o celular da orelha.

–Kyle, seu idiota! –Gritei, depois de o som parar. Recoloquei o celular na orelha. –Desculpa Dave, o Kyle não mudou nada.

–Percebi... –Ele disse com voz séria. –Tudo bem, sei bem como ele é. Mande ele me desculpar por dizer isso!

–Tá. Ahn... Você tinha perguntado sobre meu pai e nossa relação. Não está tão bem quanto eu disse que estava.

–O que houve?

–Bem... eu não consigo trata-lo bem. E... Kyle também não gosta muito dele. Pela primeira vez na minha vida, ele tomou posse do meu corpo, só pra reclamar com meu pai. Minha nova madrasta, a Elisa, é sempre muito gentil, mas ela parece não se sentir a vontade quando estamos eu e meu pai muito próximos. Mas ele não é mais rude comigo, muito longe disso. Ele é gentil e fala de uma maneira como qualquer pai fala com uma filha. Ele mudou. Mas é como se eu não aceitasse isso... E... Guardasse remorso do passado. –Senti-me estranha. Eu nunca tinha visto por esse lado.

–Entendo. Espero que fique tudo bem entre vocês dois.

Tá. Obrigada, eu acho. –Silêncio. Minha respiração está apressada e diferente do normal.

Ahn... Desculpa Jully, mas eu preciso ir. O diretor está me chamando.

–Ah, sim, claro. Já tinha me esquecido de como a rotina daí é apressada. Tchau.

–Tchau. –Ele se despede, mas não desliga no mesmo momento. –Talvez eu ainda ligue. Ahn... Jully?

Sim?

Se eu não ligar, quero que saiba que... eu estou com muita saudade. Sério.

Eu... também Dave. Sério.

Então desliga.

Sinto que após o bipe, uma parte de mim vai embora. Me sinto só. Dave é, ou era, uma pessoa muito importante pra mim, e mesmo eu tendo o esquecido nesta semana que se passou, nessa hora, ele é a única coisa em minha mente. Todos os meus momentos juntos á ele passaram como um filme inacabável e maravilhoso na minha cabeça. Meus olhos e meu nariz ardem, e em pouco tempo, começo a chorar. Não consigo parar de lembrar-se dele; os olhos castanhos, o cabelo escuro e bagunçado. A sua voz macia; o olhar envolvente. Quando me fazia rir, parecia feliz. Nós éramos felizes.

Agora, talvez não. Afastados por uma distância absurda, e o único meio de comunicação, o celular. Talvez eu nunca mais o veja. Por causa do meu pai, talvez eu nunca veja a pessoa mais importante da minha vida. Não pode ser!

–Eu... Odeio muito... Esse homem. –Bato minha mão com força na cama.

Me levanto. Seco minhas lágrimas e meu nariz com as costas da minha mão. Lavo meu rosto no meu banheiro e respiro fundo. Abro minha porta, e com o sangue fluindo rapidamente pelas minhas veias, me dirijo até o escritório do meu pai, que é onde ele provavelmente estará agora.

A porta tá fechada. Tento abrir, mas ela está trancada. Bato com força; minhas mãos estão cerradas, e a raiva é eminente em meu olhar. Nenhum movimento é aparente do outro lado.

–Abre logo, seu covarde! –Grito e aumento minha força. –Abra!

Escuto passos apressados do outro lado.


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Notas finais do capítulo

Sobre esse final... MUITO ÉPICO NÉ? Por isso, já estou escrevendo o outro capítulo, nem eu quero que o seguinte demore.

O seguinte vai ser um flashback!

(se houver algum erro, desculpe, esse final não parava de me perturbar)
Beijinhos! º3º



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