“Porque tudo de mim

Ama tudo em você

Amo suas curvas e todas as suas arestas

Todas as suas imperfeições perfeitas”

All Of Me – John Legend

P.O.V ERIC

Eu talvez devesse parar de olhar pra Natalie, mais eu não quero e nem consigo, eu devia parar de ser tão obvio, assim ela não viria tirar satisfações comigo que nem agora. Ela fica linda toda irritadinha, eu fico observando ela enquanto ela fala e não to entendendo nem metade, tá eu posso até ter sido rude falando que só a bunda dela me interessa mas eu sei que isso não é verdade e pelo jeito ela também sabe, mas aqui entre nós ela tem uma bela bunda. Natalie estava cochichando alguma coisa com aquela amiga dela que o nerdzinho não tira o olho, percebi que elas falavam de mim já que ela disse em alto e bom som “Ele é um cretino”, eu realmente me divirto com isso, talvez eu seja aliás eu sou um cretino e com muito orgulho mas, a Natalie me desperta algo diferente sei lá, acho que a culpa é dessa bunda gostosa que ela tem.

...

Aula de filosofia, nossa eu odeio filosofia eu sinceramente não sei porque eu preciso da filosofia na minha vida, foda-se a filosofia eu não vou ser filósofo mesmo. A professora entrou e a classe ficou em silencio, ou ela era aquelas professoras chatinhas que mandam os alunos calar a boca toda hora, ou eles tinham respeito por ela. Ela já era uma senhora, e pelo o que eu soube seu nome era Srtª Dorothy, ela começou falando sobre sentimentos, e o que merdas sentimentos tinha haver com filosofia? Alguém no fundo da sala leu meus pensamentos e fez essa pergunta em voz alta, a professora falou e falou e nossa... eu to realmente impressionado, isso porque essas merdinhas de “sentimentos” sempre foram muito ignoradas por mim mas a velha impressionou, mais também não precisava ter pedido uma redação né? Não sou bom com essas coisas, tá eu sou musico e componho de uma certa forma sobre sentimentos, claro que a maioria é ódio, raiva, morte e dor, como eu já disse “sentimentos bons” sempre foram muito ignorados por mim depois da morte do meu pai.

...

Eu já tinha chegado em casa, minha mãe deixou um bilhete dizendo que tinha saído pra procurar um emprego, ela fazia uns bicos aqui desde que nós chegamos em Londres mais nada muito fixo, eu também tinha que procurar algum emprego não dava pra viver as custas da minha mãe com 18 anos. Tomei um banho e coloquei o almoço no micro-ondas, almocei e sai de casa em busca de alguma coisa que me desse dinheiro.

Fazia frio em Londres e eu já tinha passado a tarde toda em uns 3 lugares pra conseguir emprego e nada, decidi parar em uma lanchonete pra descansar e comer alguma coisa, aproveitei pra mandar uma mensagem pra minha mãe avisando que eu to vivo. A garçonete veio me perguntar o pedido e decidi pegar um hambúrguer e uma coca, não estava com muita fome, enquanto ela foi fazer o pedido notei que o lugar era bem sofisticado para uma lanchonete, tinha mesas grandes e minis sofás vermelhos, um mini bar, e um palco pequeno notei que na parede do palco havia um papel grudado escrito “Procura-se cantores, tratar com gerente”, tá eu não era um cantor profissional, mais aquilo era uma lanchonete e alguma coisa eu sabia.

– Aqui está seu pedido. – disse a garçonete.

– Obrigado, é... você sabe se a vaga de cantor ainda esta de pé? – perguntei, eu precisava de um trabalho e sabia cantar eu não ia ganhar muito mais qualquer coisa pra mim já basta.

– Sim, ainda está de pé, você tem algum interesse?

– Na verdade eu tenho muito interesse, você pode chamar o gerente pra mim?

– Claro, eu já venho. – ok eu tinha que tentar, enquanto o gerente não vinha eu comia meu lanche.

...

– É você o interessado na vaga de cantor? - perguntou um homem com a aparência de quem tinha bebido todas, eu já tava puto ele demorou quase uma hora pra vim falar comigo.

– Sim sou eu, porque demorou tanto? – perguntei já aborrecido.

– Não te devo satisfações, e se quiser o emprego acho bom me tratar melhor, porque eu vou ser seu chefe entendeu? – ele disse.

– Então que se foda o emprego, ninguém me diz como eu devo tratar as pessoas, eu to procurando emprego o dia todo e você me faz esperar quase uma hora e isso porque provavelmente você não devia ta fazendo porra nenhuma a não ser enchendo a cara. – que caralho, esse cara não é nem um pouco profissional, se continuar assim essa merda aqui vai falir.

– Ok ok, começamos errado, eu não tive um dia bom e me desculpe por ter feito você esperar, mais pra ter que trabalhar aqui vai ter que tirar toda essa marrinha entendeu? Você ainda está interessado?- ele perguntou se desculpando.

Tá deixar minha marra de lado? O que eu não faço por dinheiro.. não deve ser tão difícil ser educado pelo menos com o chefe.

– Ok, e sim eu ainda estou interessado.

– Ótimo... hãã pera você sabe cantar? – ele perguntou.

– Não não, eu to interessado no cargo de cantor justamente porque eu canto muito mal. - eu disse ironizando, cara não da pra não ser ignorante me fazendo uma pergunta óbvia dessa, eu não consigo.

O tal do gerente fico me analisando risonho, qual é a dele?

– Eu gostei de você, mais cara na boa você é muito jovem pra ser tão irritado assim, você precisa de sexo ou faça como eu e fique bêbado todos os dias, sério ajuda. – tive que rir com aquilo, esse cara é louco.

– Olha ele sabe mostras os dentes... que seja então sobe lá no palco pra eu ver o que você sabe fazer e se eu gostar você vira o mais novo cantor da lanchonete. – de repente eu fiquei nervoso, eu sabia cantar mais não era nenhum cantor fodão e só minha mãe já ouviu minha voz, digamos que eu não era muito de fazer esse tipo de coisa em público e que musica eu canto?

Enquanto me virava em direção ao palco e dava passos demorados, parecia que toda a lanchonete olhava pra mim, mais que porra que tão olhando? Tão com comida no prato, prestem atenção na porra da comida.. cheguei ao palco me concentrei no microfone e fechei os olhos, que musica eu canto? Pensa Eric pensa... Natalie, pera Natalie? O que ela ta fazendo na minha cabeça? Abri os olhos e de repente eu já sabia o que cantar, pedi um violão pra um carinha que parecia ser o barman, dedilhei algumas notas, fechei os olhos novamente, ela tava na minha mente e eu gostava disso, ela me ajudou involuntariamente, sorri de canto, essa mina ainda vai me deixar louco de vez... se é que já não to, voltei a dedilhar as notas no violão abri os olhos e comecei.

Something

Something in the way she moves

Attracts me like no other lover

Something in the way she woos me

Há algo no jeito em que ela se move

Que me atrai como nenhuma outra

Alguma coisa em seu jeito me agrada

I don't want to leave her now

You know I believe and how

Eu não quero deixa-lá agora

Você sabe que acredito e muito

Somewhere in her smile she knows

That I don't need no other lover

Something in her style that shows me

Algum lugar em seu sorriso, ela sabe

Que não preciso de outra

Algo em seu jeito que ela me mostra

I don't want to leave her now

You know I believe and how

Eu não quero deixa-lá agora

Você sabe que acredito e muito

You're asking me will my love grow

I don't know, I don't know

You stick around now it may show

I don't know, I don't know

Você me pergunta se meu amor vai crescer

Eu não sei, eu não sei

Fique por perto e você vai ver

Eu não sei, eu não sei

Something in the way she knows

And all I have to do is think of her

Something in the things she shows me

Alguma coisa em seu jeito, ela sabe

E tudo que tenho de fazer é pensar nela

Algo nas coisas ela me mostra

Don't want to leave her now

You know I believe and how

Eu não quero deixa-lá agora

Você sabe que acredito e muito

Dedilhei as ultimas notas sorrindo, todos aplaudiram e fiquei feliz com isso, gostaram do resultado e isso me da um emprego. Agradeci e desci do palco me direcionando ao gerente.

– To impressionado, você manda bem.

– Eu sei, e ai eu tenho um emprego? – perguntei ansioso.

– Parabéns a vaga é sua. – disse ele me dando um aperto de mãos.

É Natalie... parece que você será algo além de sexo, porque eu sei que essa sua bunda ainda vai ser minha, mais to em duvida se é apenas a sua bunda que eu quero agora... balanço a cabeça em negação, nem pense nisso Eric, isso não acontece com você.

– Obrigado. – respondo pro gerente depois de notar que já tava pensando besteira, bom talvez não seja uma besteira, mais que merda Eric.