Give Me Love escrita por Mrs Know All


Capítulo 6
Todos querem amor


Notas iniciais do capítulo

Demorei? Um pouquinho. Mas cheguei com um capítulo bonitinho. Espero que gostem. Ele não estava previsto. Eu tinha escrito o começo desse capítulo no notbook, mas meu pai levou ele pro escritório e não salvei no meu computador, então tive que reescrever, tava reescrevendo e aí acabei escrevendo uma coisa que não tava prevista acontecer tão cedo, espero que gostem.
Beijos.



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Capítulo 05 – Todos querem amor

Não demorou muito para que chegássemos em casa, Calista voltara para a sua bolha particular depois do que nós conversamos sobre a sua tentativa de si matar. Mas eu não liguei muito para aquilo, embora me irritasse um pouquinho, pois parecia que ela queria me manter afastado dela.

– Sairemos ás 20h. – Avisei enquanto ela subia as escadas indo para o seu quarto.

Olhei o relógio pendurado na parede, ainda eram 17 horas, daria tempo para lavar os pratos que eu tinha deixado para lavar depois e lavar algumas roupas sujas. Segui para a cozinha, tirando a camisa para que esta não molhasse e vestindo o meu avental anti sujeira. Nunca me imaginei alguém que cuidasse de casa, sempre achei que teria dinheiro suficiente para bancar uma diarista para fazer isso para mim, outra ilusão de adolescente.

Comecei a lavar a frigideira queimada despreocupadamente, não demorou muito para eu ouvir o som de uma guitarra sendo tocada através das paredes. Era sempre assim, toda vez que Anne e sua avó brigavam, a adolescente se trancava no quarto e tocava até cansar. Eu sabia disso, pois numa das piores brigas entre as duas, Anne passou três dias trancada no quarto sem sair para comer e nem beber, o que preocupou a Sra. Hudson que veio me procurar, explicando a história toda, para que eu arrombasse a porta. Quando finalmente eu abri a porta do quarto de Anne, descobrimos que ela realmente ficara lá os três dias, mas o seu namorado naquela época, trazia comida e água para ela, entregando pela janela que dava para a escada de emergência. Depois daquele dia a Sra. Hudson nunca mais se preocupou com os exílios da neta.

Aquela música que a menina tocava parecia com Summertime Sadness de Lana Del Ray, ela tocava muito bem por sinal.

Já havia lavado os pratos e colocado a roupa na máquina de lavar quando a música foi interrompida, talvez ela houvesse enjoado de tocar somente aquela, não estava preocupado em entender as razões ou a forma de pensar de Anne, mas a batida urgente e repetitiva na minha porta me fez mudar de opinião.

Corri em direção a porta, a abrindo dando de cara com uma Senhora Hudson com o rosto avermelhado e as rugas mais marcadas por preocupação.

– Ela. Eu não sei o que fazer. Ela está lá tentando. Você precisa vim. – Ela tentou explicar, mas apenas confundiu ainda mais a minha mente. Antes que eu pudesse pedir para explicar melhor aquilo, ela me puxou pelo braço em direção da casa dela aflita.

Eu ainda estava sem camisa apenas com o avental cobrindo o meu abdômen, mas a minha vizinha nem pareceu notar isso ao me arrancar de casa.

Eu já entrara no apartamento dela, sempre organizado cheio de vasos de flores, a casa toda em tons de rosa, com exceção de uma porta: do quarto de Anne. A porta dela, era toda preta, assim como o quarto, espalhado pelas paredes, portas e teto estavam pôsteres de várias bandas de rock pesado, como Metallica, Nirvana, entre outros que eu não consegui registrar o nome. Como sempre o quarto dela estava uma zona, roupas espalhadas no chão, pedaços de pizza jogados por baixo da cama, assim como livros rabiscados e cadernos.

– Ela se trancou de novo e colocou uma música gravada dela tocando nessa caixinha de som para me enganar, mas eu chamei ela várias vezes e ela não respondeu. – Ainda aflita ela me explicou, ela podia ser avó, mas não tinha mais que sessenta anos. – Eu finalmente fiz uma cópia da chave dela e entrei, foi quando vi ela pulando pela janela. Ela usou a escada para ir para o terraço do prédio, eu sempre deixo o terraço trancado, mas ela... Você precisa fazer ela mudar de ideia sobre pular.

Só então eu realmente entendi o que estava acontecendo que estava deixando a Sra. Hudson tão alarmada: Anne estava tentando se jogar do terraço do prédio.

Não precisei ouvir a história de novo, apenas atravessei a pequena janela do quarto da garota, só dava espaço para uma pessoa por vez. Não olhei para trás para ver se a Senhora Hudson me seguia ou não. A pequena escada de emergência tinha apenas degraus, para o terraço tive que me pendurar numa escada colada à parede do prédio. O que deu um pouco de trabalho, pois o frio da noite investia fortemente contra o fino avental.

Me forcei ignorar o vento tinha outras coisas mais importantes. Dei um impulso para subir no terraço. Não foi difícil visualizar Anne, ela estava na borda do prédio do lado oposto ao meu, os cabelos negros ondulados estavam soltos nas costas dela. Acredito que ela não notou a minha presença, pois não se virou, só continuou com os braços abertos de costas para mim.

– Anne... – Eu sussurrei para não assustá-la, evitando dela cair por engano.

– O quê? – A garota teve um sobressalto virando-se imediatamente para mim, teve um momento que ela desequilibrou, quase achei que ela iria cair, suspirei aliviado quando ela voltou ao equilíbrio. – O que você está fazendo aqui? Aliás não importa, daqui a pouco eu não vou existir mesmo.

As feições dela estavam cansadas, parecia que tinha chorado muito.

– Anne não precisa fazer isso. Todos se importam com você, sua vó... – Comecei dizendo, mas ela me interrompeu.

– Você vai mesmo falar que minha avó me ama? Ela me adotou por pena. Ela acha que eu não ouço ela chorando toda noite sentindo falta da minha mãe. Ela acha que cuidando de mim vai pagar ela ter expulsado minha mãe de casa por estar grávida de mim. Aquela velha egoísta. – Ela gargalhou ao terminar de dizer isso fazendo um arrepio passar pela minha nuca, como se alguém estivesse me observando. Anne fechou os olhos como se estivesse ignorando minha presença. Ainda de olhos fechados ela comentou. – Tudo ficará bem.

– Anne. – Uma voz a chamou e não era a minha, virei-me tão surpreso como Anne que abriu os olhos. Calista estava atrás de mim, andando em passos curtos na direção da menina, a loira que morava na mesma casa que eu, estava vestindo a roupa que comprara para o jantar de Amélia, pelo visto ela já estava começando a se arrumar.

– Calista, não! – Eu a reclamei, ela não tinha habilidade para aquele tipo de situação, se Anne se jogasse a culpa seria dela.

– Bass, confie em mim. – Ela virou-se rapidamente para mim, encarando os meus olhos, não tive como não confiar nela.

Na mesma rapidez que se virou para mim Calista voltou sua atenção para Anne que ainda estava surpresa pela loira se envolver.

– Eu nem te conheço, o que você está fazendo aqui? – Anne disse dando um passo para trás, ficando mais próxima da beirada.

– Não vá mais para trás, a queda daí seria muito feia e sabemos que você não quer isso. – A loira sorriu, como se estivesse brincando normalmente com alguém próximo.

– Claro que quero. Você não sabe nada de mim. – Anne rebateu, o rosto pálido avermelhando, porém não deu outro passo em direção a beirada.

– Você quer ser amada Anne, todos nós queremos. – Calista falou, nunca havia visto a loira daquele jeito, ela parecia falar com o coração. – Isso não é errado Anne. Nós nascemos, crescemos e trabalhamos tudo em busca de um amor.

– Mas todos têm alguém que os ama, menos eu. – A voz entrecortada da garota me pegou desprevenido, a Anne durona estava chorando ali na minha frente, nunca a via chorando. – Não sou amada Calista.

– Se isso fosse verdade Anne, eu poderia dizer que sei o que você está sentindo. Mas não o é. – Calista deu mais dois passos para onde a adolescente estava, a loira já estava na metade do caminho, eu apenas me mantive atrás dela assistindo aquela cena. – A sua vó te ama. Sim, ela te ama. – Ela respondeu ao olhar de descrença que Anne emitia. – Quando ela chora a noite, não é por ter que criar você e sim porque você lembra a filha dela que ela perdeu muito cedo. E ela cobra tanto de você, porque não quer errar com você do mesmo jeito que ela acha que errou com a sua mãe.

Pude ver no olhar de Anne uma pitada de desconfiança.

– Você está inventando tudo isso para me fazer desistir. – Mais lágrimas desciam no rosto da garota, acredito que nem a mesma estava percebendo que chorava.

– Você sabe que não. – Calista andou mais um pouco. – Patrick também te ama. – Percebi o receio na voz de Calista quando citou o nome do garoto que vimos sair correndo da casa da Senhora Hudson mais cedo.

– Me ama tanto que terminou comigo por causa daquela velha gagá. – Prendi a respiração por perceber a cama de gato que Calista entrara.

– Não é aquilo que eu pude ver lá embaixo. O garoto está na sua Anne, ele está com um buquê de rosas negras. Dizem que elas são raras. – Calista sorri calmamente enquanto se aproxima mais ainda, estando apenas a dois passos de Anne. – Confie em mim, já estive no seu lugar e alguém me salvou. Pode acreditar que não irá encontrar o amor, mas é o amor que encontra você, e acho que ele já encontrou.

– Anne! – O grito pegou a mim e Anne de surpresa, reconheci a voz de Patrick. Virei me e encontrei ele com um buquê de rosas negras e uma caixa de presente. Só então parei para analisar Patrick, o cabelo liso cortado curtinho jogado para o lado, no seu rosto vários piercings, um no septo, outro na boca e dois na orelha. No pescoço exposto a tatuagem de algo que eu não consegui definir muito bem o que é podia ser vista.

Tudo aconteceu muito rápido, numa hora eu estava olhando para Patrick e na outra estava tentando entender o que aconteceu. O grito de Patrick pegou Anne desprevenida, a garota estava muito focada na sua conversa com Calista, acabou tropeçando nos próprios pés e se desequilibrando para trás.

– Não! – Gritei com todos os meus pulmões, ao processar o que acontecia. Mas graças a Calista que agarrou o braço de Anne a morena não caiu. – Meu Deus. – Corri em direção de Anne, assim como Patrick que deixara as rosas jogadas no chão. Calista abraçara Anne que chorava mais por causa do susto.

Assim que Anne percebeu a presença de Patrick ali trocou o abraço de Calista pelo do menino.

– Desculpa Anne, eu te amo, não importa se sua vó não permitir, nós fugimos. Vou pra qualquer lugar com você. – Ele a abraçou com força enquanto Anne ainda chorava borrando toda a maquiagem escura.

– Não vai ser necessário. – Sra. Hudson apareceu forçando-se para subir as escadas do terraço, corri para ajudá-la. – Obrigada. Por tudo. Os dois.

Depois que tudo se acalmou, eu e Calista voltamos para casa, estava orgulhoso da loira, ela conseguira acalmar a garota e, provavelmente, melhorar a situação dela com a avó. Voltei para me arrumar o mais rápido possível, mas já se passavam de 20h quando saímos de casa em direção a casa de Amélia.

– Como fez aquilo? – Perguntei a Calista, quando parei o carro na sinaleira.

– Aprendi com o melhor. – Ela me respondeu sorrindo e desviando o olhar azul de mim.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Ou não? Porque? Bass dono de casa gostaram? Querem um marido assim kk? A preocupação da Sra. Hudson surpreendeu? E a história de Anne? Gostaram de aprofundar um pouquinho da história da vizinha do Bass? Ou preferem manter o foco na história da Calista e do Bass? Calista surpreendeu vocês?

Espero que essas perguntas sejam respondidas nos comentários que vocês irão me mandar, não esqueçam viu?
Queria uma recomendação pra história, pedir não ofende né? Quem sabe eu ganhe uma? [indireta mode on]
Entrei no grupo lá do face ok?
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