Ao Avesso escrita por Tan Hudgens


Capítulo 8
Capítulo 4 - Parte 2




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Vanessa dormia, novamente.

– O que foi isso, Othon? – Gina perguntava para o médico, ainda preocupada com a filha.

– Gina, ainda é muito cedo para se ter certeza, sua filha acabou de acordar. Mas ao que tudo indica... Ela desenvolveu uma amnésia.

–Amnésia? Tem certeza?

– Quase absoluta. Veja bem, Vanessa estava em um carro conversível e a batida a jogou para fora do veículo. A pancada que levou na cabeça só pode ter sido muito forte. Ela ficou em coma por 3 meses, não podemos esperar que ela acorde totalmente recuperada. - Dr. Danford explicava com eloquência.

– Mas ela vai se recuperar, certo? – Gina questionava.

– Sua perna voltará a funcionar regularmente em pouco tempo e as cicatrizes que marcam sua testa logo vão desaparecer. Ela passou muito tempo desacordada, seu organismo pode recuperar-se dos pequenos danos aos poucos.

– Sim, isso é bom. Mas e quanto aos grandes danos? Ela vai se lembrar?

– Ainda é cedo para dizer, principalmente porque não sabemos se ela perdeu a memória realmente ou se foi apenas uma crise pós-coma.

– E enquanto não se sabe muito sobre a situação, o que eu faço? - Sugiro que espere que sua filha acorde novamente. A dose que ela recebeu foi fraca, em torno de duas horas deve estar despertando. Agora se me dá licença, tenho que voltar ao trabalho.

Então, como estou extremamente insatisfeita com a folga de Vanessa nessa história, entrei em minha própria web, fui até o hospital, subi até o quarto da Hudgens e atirei meu sapato nela e BAM! Ela acordou. Mentira, eu não entrei na história, mas o fato é que duas horas se passaram e ela acordou mais amena e menos agressiva.

– Vanessa? – Gina dizia. Vanessa abriu os olhos e se deparou com o rosto da mesma desconhecida de antes a fitando.

– Desculpe, mas eu conheço a senhora? – a morena se ajeitou na cama, de modo que pudesse ficar com as costas fora do colchão.

– Não sei se devo te explicar tudo ou se o Dr. Danford deve fazê-lo.

– Tudo o que, dona? – o médico entrou na quarto com uma ficha em suas mãos.

– Como vai, Vanessa? – Vanessa olhava para o teto. – Vanessa? VANESSA?

– Ah, oi, desculpe, está falando comigo? – a menina espantou-se.

– Lembra-se de qual é o seu nome? – Othon prosseguiu.

– Haha, boa piada, doutor! Claro que me lembro! O meu nome é... Eu sou... Espera um segundo, tá na ponta da língua. – Gina olhou horrorizada para o médico que acenou com a cabeça em um gesto de afirmação.

– Gina, pode me deixar conversar com ela por alguns minutos? – Gina nada disse, apenas saiu do quarto.

– Não se lembra do seu nome, não é? – voltou-se para Vanessa, que fitava o médico, tentando entender o que se passava. – Você estava em um carro com alguns amigos e sofreu um acidente, bateu com a cabeça muito forte. O acidente foi no primeiro dia de verão, dia 21 de Junho e desde então está dormindo. Entrou em coma, sabe que dia é hoje? – Vanessa não falava, apenas sinalizava. Balançou a cabeça negativamente.-Hoje é dia 14 de Setembro.

– Woooww, cara, isso é o que eu chamo de boa noite de sono! – exclamou a menina.

– A pancada em sua cabeça fez com que seu cérebro desenvolvesse uma amnésia. Você perdeu a memória. Seu nome é Vanessa Hudgens, e a moça que estava aqui dentro conosco é sua mãe, Gina Hudgens.

– Aquela tia toda elegante é a minha mãe? Minha? Tipo... ela me pariu?

– Creio que sim. – o médico riu da paciente.

– Isso é totalmente estranho, o senhor tem ideia? Quer dizer? Eu não me lembro de nada, nada mesmo. Ok, ok. Calma...ahm, Vanessa?. – dizia para si mesma. – você tá só sonhando. Ok, me belisca doutor.

– O que? Não vou te belis...

– ME BELISCA! – ordenou a morena. E o médico logo o fez.

– Ai ! Tipo, isso é vida real? Eu perdi a memória pra valer? E as pessoas que estavam comigo no carro? O que aconteceu com elas?

– Elas estão bem, na verdade apenas tiveram algumas fraturas. Você foi o nosso caso grave.

– Uau... só uau. – dizia atordoada.

Então Vanessa simplesmente disse:

– Legal. Quando saio daqui? Pode me dar um avental frente e verso? Tem alguma venda de chocolates aqui por perto?

Vanessa ficaria dois dias em observação para se dar o diagnóstico real. Não haveria muito o que fazer a respeito das fraturas e cicatrizes, já que estavam sendo observadas por meses. Durante essas quarenta e oito horas Gina a fazia companhia, mas não sabia como iniciar uma conversa com a filha e decidiu esperar os resultados dos exames. Se não tivesse amnésia não haveria porquê de contar-lhe tudo sobre suas vidas. O Hospital Faulkner na rua Centre em Boston conseguia ser bem assustador no período da noite, o que só contribuía para os pesadelos de uma certa paciente.

– George? É você? Pensei que tivesse te perdido. Que bom que voltou! – um homem envolto em uma luz dizia. – Está vendo aquela luz? O sol já vai nascer. – o desconhecido sorriu e virou-se para o lado oposto.

De repente ele estava andando por uma estrada e dois carros colidiram. Vanessa se assustou.

– Está tudo bem, minha menina. – ele disse.

– Aí vem o sol. Aí vem o sol. Aí vem o sol. Aí vem o sol. Aí vem o sol. Ecoava.

– NÃO! – A garota acordou assustada e ofegante. Seu grito despertou Gina que em menos de um segundo estava ao lado da cama da filha, segurando sua mão.

– O que houve, meu amor? Teve um sonho ruim?

Um sonho ruim? Era aquilo que tinha tido? Não sabia quem era o homem de seus sonhos, e não entendeu absolutamente nada do que ele quis dizer, mas se sentia assustada e sozinha. E de repente aquela mulher que se dizia sua mãe estava segurando sua mão. Vanessa a abraçou, procurando conforto.

–Por favor, não me deixe. – a morena dizia, com medo.

– Ei, meu amor, se acalme. Não vou te deixar, eu estou aqui, tudo vai ficar bem, eu estou aqui. – Gina dizia a abraçando de volta e reconfortando-a. Ficaram ali por um tempo, apenas abraçando uma a outra e depois se separaram.

– Me desculpe, dona Gina, acho que me assustei com o sonho que tive. – a menina dizia sem graça.

– Tudo bem. – a mãe disse, triste pela volta do afastamento da filha. – Sabe, me lembrou quando você era pequena e tinha pesadelos. Você corria para a minha cama e seu pai sempre cantava até você dormir. – Vanessa riu. Imaginou uma cena de uma família unida e feliz, sorrindo.

– E onde está o meu pai? – a morena perguntou curiosa.

– Ahm... – teria que passar por isso novamente, contar para sua filha que seu pai não estava mais lá com elas, e dessa vez, Phill não estaria ali.

– Seu pai partiu... Quando você tinha 5 anos.

– Ah, você quer dizer que ele nos abandonou? – Vanessa perguntava, confusa.

– Não, não... Ele sofreu um acidente de carro e não conseguiu sobreviver.

– Ah... – Vanessa balançou a cabeça tentando afastar a lembrança do sonho que acabara de ter.

– Imagino como deve ter se sentido quando descobriu que eu tinha sofrido um acidente também!

– Você não tem ideia. Mal me aguentei em minhas próprias pernas. Janine teve que me suportar enquanto perdia o chão pelo pensamento de que você tinha se envolvido em um acidente de carro, como seu pai.

– Janine?

– Sim... Janine era sua babá quando era pequena e continua com a gente até hoje! – Vanessa riu.

– Eu tenho uma babá? Quer dizer, qual é a minha idade? – a menina espantou-se, fazendo Gina rir.

– Você tem 17 anos e Janine não é mais babá. Ela é o que as pessoas chamam de secretária do lar. – Vanessa escutava Gina falar e apenas conseguia pensar em como sua voz era calma e seu jeito refinado.

– Ah, bom... Posso te perguntar algo, dona Gina? – Apenas não se sentia confortável chamando aquela desconhecida de mãe, por mais que ela parecesse uma ótima pessoa.

– Claro. Pergunte o que quiser, Vanessa.

– Nesse tempo em que eu estava desacordada, alguém veio me visitar além da senhora?

– Além de mim vieram Janine e seu tio Phil, irmão de seu pai. Phillipe mora em Rhode Island e veio no início do verão mais teve que partir para se despedir de Dustin, seu primo. Ele se formou e está indo para a Universidade de Phoenix, em Connecticut.

– Ahh, que legal! Mas... – hesitou. – nenhum amigo meu veio me visitar? Quer dizer... nem mesmo os que estavam junto no tal acidente?

– Sinto dizer que não. Eles só ficaram no hospital até se recuperarem, mas nenhum te visitou ou me perguntou sobre você.

– Oh... – concluiu que não era uma pessoa sociável, já que não tinha nenhum amigo capaz de ir visitá-la quando estivesse em maus bocados.

– Entendo...

– Bem, está tarde... Volte a dormir. Amanhã, quando receber alta, voltaremos a conversar, sim?

– Tudo bem. – a morena respondeu e se aconchegou na cama, fechando os olhos.

– Foi bom conversar com você, Gina. - A mãe sorriu. As duas não tinham uma conversa amigável daquela desde quando Greg partiu.

– Foi bom conversar com você também, minha filha. Muito bom.


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