Fique Comigo escrita por Mariii


Capítulo 12
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Molly acordou de manhã com o braço de Sherlock a segurando protetoramente, então soube que não tinha sonhado e realmente estava em uma espécie de relacionamento com ele. Seu coração já voltava a disparar só de constatar isso. Estava irremediavelmente apaixonada pelo garoto mais estranho do campus. E adorava isso.

Sherlock demorou mais alguns minutos e quando acordou fez pequenos carinhos na barriga dela, quando percebeu que ela também estava acordada, e puxou-a ainda mais pra junto de seu corpo.

– Molly? – A voz dele ainda estava grossa pelo sono e hesitante por algum outro motivo.

– Hum?

– Você não se arrependeu, não é?

Ela sorri diante da insegurança dele. Como se fosse possível se arrepender de algo que ela queria tanto, quando ele iria se convencer disso?

– Você é um idiota, Sherlock. Aceite que não vou te soltar, que é mais fácil.

Molly escuta ele rir e segura a mão dele.

– Preciso ir, tenho que trocar de lugar com Mary. – Sherlock suspira e ela também. Vira-se para ele e os dois trocam um rápido beijo de despedida. – Nos vemos daqui a pouco?

– Elementar, caro Sherlock.

Ela quase se derrete com o sorriso dele. E quando Mary volta ao quarto ainda encontra vestígios do efeito desse sorriso da pequena médica.

– Ok. – Mary diz desconfiada. - Pelo visto você seguiu meu conselho. Trate de me contar tudo. E nem tente negar!

Molly finge estar indignada, mas a verdade é que quer contar mesmo para alguém. Só assim parecerá real. E então elas quase se atrasam quando a morena começa a narrar tudo que aconteceu desde que Sherlock entrara no quarto.

–-- --- ---

Quando se encontraram na calçada, Molly correu para Sherlock e se aninhou em seus braços, dando um leve beijo nele, que pareceu meio tímido. Ela sabia que seria assim, se entendeu bem o que Sherlock tinha dito ele não tinha muita experiência com relacionamentos (ela também não) e as meninas costumavam fugir dele. Levando em conta a expressão no rosto de John, Sherlock não tinha contado nada do que havia acontecido. Parecia até que John estava vendo um dinossauro invadir a rua.

Viu Mary puxá-lo e começar a caminhar, cochichando o que pareceu “pare de encará-los”. Molly viu Sherlock enrubescer e de novo seu coração dá um salto. Enquanto o casal de amigos ia à frente, Molly e Sherlock ficaram para trás caminhando de mãos dadas.

– Você não contou para John?

Sherlock a encara surpreso.

– Deveria ter dito? Acho que John não precisa saber da minha vida pessoal.

Molly tenta segurar, mas acaba rindo. Ele revira os olhos para ela, tentando disfarçar um pequeno sorriso.

– Do que você está rindo?

– De você.

Ele para no meio da rua a encarando, fingindo estar chateado, então a puxa e a beija calorosamente. Quando se afastam, é ela quem está surpresa.

– Você é louco.

– Eu avisei.

Molly ficaria parada a vida toda olhando para ele, caso ele não tivesse recomeçado a andar. Chegam ao campus e Molly torce mais do que nunca pelas aulas que eles irão dividir. Não quer se separar dele. Sherlock avisa que vai tentar aparecer no máximo de aulas que puder, e Molly se assusta da primeira vez que ele a puxa no meio do corredor na troca de aula e a leva para algum lugar vazio. Após isso ela fica ansiosa por momentos como esse, quase se esquecendo que deveria estar ali para estudar e não para se agarrar pelos cantos.

Os dias foram passando entre beijos e fugas das aulas. Quando as provas chegaram, Sherlock ajudava Molly decorar os elementos químicos, e todos os ossos e músculos do corpo humano. Mas essa última parte eles nunca conseguiam terminar, porque...

– Aqui, Molly. O músculo deltoide fica aqui. – Ele diz enquanto desliza um dedo pelo braço dela.

Ela levanta os olhos e o encara. Já começava a esquecer tudo que eles tinham estudado até agora.

– E onde fica o músculo transverso abdominal mesmo?

Sherlock a encara desconfiado.

– Nós estudamos isso ontem. E você sabe como acabou... – Os olhos dele já começam a brilhar. E Molly faz a sua melhor expressão inocente para responder.

– Eu esqueci.

Ele se aproxima dela e deixa que seus longos dedos deslizem por debaixo da barra que ela usa, tocando levemente a pele de sua barriga. Molly entreabre os lábios, sentindo todo seu corpo ficar quente, principalmente após ver as pupilas de Sherlock totalmente dilatadas.

– Você não me mostrou assim ontem...

– Não quero que você esqueça mais...

A voz dele é baixa, e se ele realmente quer que ela não esqueça fez do modo errado. Toda o cérebro dela parece agora um punhado de gelatina ou um grande vazio. Capaz até de gerar eco.

Os dedos dele continuam acariciando sua barriga, até que quando chega em sua cintura ele a aperta, e a puxa para junto de si.

– Aprendeu?

– S... Sim... Agora me fale sobre o septo lingual.

Sherlock ri quando ouve isso dela, mas já que ela insiste em aprender, ele não se importa em mostrar.

–-- --- ---

Molly corria para uma prova. A última do semestre. Andava pelos corredores quando alguém emparelhou com ela.

– Quer dizer que você é mesmo namorada do virgem Holmes.

Ela nem precisou olhar para o lado para saber de quem se tratava. James Moriarty.

Continuou andando, tentando ignorá-lo, mas ele insistiu em acompanhá-la... Ou persegui-la. Tanto faz. Desde que ela começou a namorar com Sherlock, ele vivia encarando-a, chegando a sorrir para ela às vezes.

– Por acaso ele arrancou sua língua?

Finalmente olhou para ele, revirando os olhos.

– Escuta, você não tem nada melhor para fazer?

– Estou indo para o Jornal encontrar minha namorada e o caminho é por aqui. Alguma restrição quanto a andar ao seu lado? Holmes não gosta que sua namoradinha tenha amizades?

Molly riu sarcasticamente para ele.

– Você fala muito sobre o meu namorado. Espero que não esteja querendo ter um caso com ele, James. Sinto muito, mas não vou dividir.

Agora foi a vez de ele parecer desconcertado. Molly riu ainda mais. Idiota.

– Não me chame de James.

– Eu te chamo como eu quiser. E você não negou que quer ter um caso com ele... Que pena, Jim.

O rosto dele ficou vermelho e Molly temeu, por alguns segundos, que ele partiria para cima dela. Então, chegou até a sala em que faria a prova.

– Infelizmente fico por aqui, querido.

Dando uma piscada para Moriarty, ela entrou na sala ainda rindo. Sherlock vai gostar de saber disso. Ou não.

–-- --- ---

Foi quando Molly estava na metade da prova que alguém da secretaria entrou na sala e cochichou com o professor. Podia ver pelas reações que a notícia não era boa. Conhecia aquela postura de quem acabou de saber de algo péssimo. O professor tirou os óculos e esfregou os olhos, virando para a sala de aula.

– Pessoal, parem o que estão fazendo. Aconteceu uma... Tragédia. Kate Willians, de Jornalismo, foi encontrada com ferimentos graves. Por favor, arrumem suas coisas. Vocês estão dispensados. Não se preocupem com a prova.

Molly não sabia o que pensar e quando saiu da sala quase trombou com Sherlock, que já passava um braço por seu ombro e a afastava dali.

– Kate está morta. Cortou os pulsos. E quem a encontrou foi James Moriarty.

A cabeça dela rodou. Outro suicídio? Não conhecia Kate, mas ela não parecia o tipo de pessoas que se suicidava, apesar de ser o tipo de pessoa que namorava James.

– Você... Foi suicídio mesmo?

Sherlock não a encarou ao responder.

– Kate Williams tinha um ego grande mais para cortar os pulsos com um canivete. Vamos, eu vou deixar você em casa com Mary e voltar para tentar entrar no Jornal onde o corpo dela foi encontrado.

Molly sentia toda a agonia de quando Anne havia morrido. Se provassem que o suicídio de Kate fora forjado, também acreditariam que Anne não se suicidou? Teriam que fazer justiça, não teriam?


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Notas finais do capítulo

Voltar um pouco para os crimes, se não esqueço deles com esse Sherlock... kkkkkkkkkkkkk



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