Fique Comigo escrita por Mariii


Capítulo 10
Agir




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Sherlock trocou novamente de lugar com Mary antes que o dia clareasse. Ele se desvinculou lentamente de Molly, que acordou mesmo assim e não gostou de ver Sherlock indo embora. Queria que ele ficasse, para sempre. Ela riu com esse pensamento. Mary voltou e deitou-se em sua cama, percebendo que os lençóis estavam gelados e sorriu.

– Sua noite foi boa, Molly? - A loira logo indagou quando elas se levantaram em definitivo e estava com um sorriso malicioso no rosto. Provavelmente pensando que havia acontecido algo entre eles. E, infelizmente, não tinha.

– Não tanto quanto a sua, aposto. - Molly riu de volta, vendo o sorriso de Mary se alargar.

– Ai Molly. Estou apaixonada... - Mary diz sonhadoramente, enquanto abraça uma almofada.

– Ah jura? Eu não tinha reparado.

– Imagino que não. - Mary ri, irônica. - Mas... E você e Sherlock? O que está rolando entre vocês?

Molly senta-se na cama, lembrando-se da noite passada. Era uma pergunta para qual ela não tinha uma resposta exata.

– Para falar a verdade, eu não sei... Talvez algo além de uma amizade e um pouco antes de um relacionamento.

– Você gosta dele?

– Muito.

– Não sei nem porque eu perguntei, é só olhar para como você fica sonhadora ao falar dele. E até ficou vermelha agora. - Molly ri e nem percebe. Por um momento esquece todos os problemas.

– Por sinal, como vocês fizeram a troca sem que Sra. Hudson soubesse?

– Ih... A história é meio longa... Vamos que eu vou te contando enquanto nos arrumamos, caso contrário a gente vai se atrasar!

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Pouco tempo depois os quatro se encontraram para ir até a faculdade. Sorrisos tímidos foram trocados, típico de pessoas que compartilham um segredo.

As primeiras aulas foram melhores pra Molly, agora que ela finalmente havia descansado. Conseguiu se concentrar e começar a recuperar o tempo perdido. A dor ainda estava lá, mas talvez isso sempre fizesse parte dela a partir de agora.

– Aquele é James Moriarty. Jim. - Ela ouviu a voz desgostosa de Sherlock enquanto ele indicava com a cabeça um rapaz que ria em uma das mesas longe deles. Estavam no horário do almoço, enquanto John e Mary estavam entretidos em uma conversa particular, Sherlock começou a contar sobre alguns estudantes os quais ele achava suspeitos. Molly começou a ouvir com atenção o que ele dizia. - Ele namora Kate Williams e também faz teatro. - Molly olha interrogativamente para Sherlock. - Não confio nele. É o tipo de pessoa que faz qualquer coisa por algum tipo de diversão. Chega a ser sádico.

– Você acha...

– Ainda não acho nada, mas é uma possibilidade. Provavelmente ele e Anne se conheciam. – Ele olha para o outro lado. - Vê aquele que está sentado sozinho, de roupas pretas?

– O que está com cara de quem se pergunta o que está fazendo aqui?

– Sim. Aquele é David Wallace, mas gosta de ser chamado de Khan. Não tem amigos e ninguém sabe nada sobre ele, exceto que, assim como James, faz qualquer coisa... Só que por dinheiro. Há boatos de que isso envolveria até matar.

– E quem pagaria para matar Anne? - Molly diz, irritada.

Sherlock dá de ombros. - Ainda não sei de tudo. Mas iremos descobrir as razões.

– Como? - Ela diz baixinho. - Nós sabemos tão pouco...

Ele a encara e parece resignado em assumir que não há muitos caminhos para seguir ainda.

– Nós vamos descobrir. Eu prometo.

Molly se perde por alguns segundos na intensidade que ele transmite no olhar. Por fim, ela assente. Ele é a melhor chance que ela tinha, e não podia deixar de pensar em como queria ficar perto dele nesse momento.

Depois que se despediram do almoço, ela não o viu mais. Como não teve a última aula, foi direto para seu quarto adiantar algumas tarefas. Mary chegou algum tempo depois e Molly se surpreendeu quando a viu arrumando algumas coisas em uma bolsa.

– Onde voc... Não me diga que vocês vão fazer aquilo de novo?

Molly já estava se acostumando com os sorrisos carregados de ternura e uma pitada de malícia que Mary dava a ela quando falavam de Sherlock.

– Passa na sua cabeça que ele vai te deixar sozinha agora? Você pode não perceber, mas ele gosta de você tanto quanto você gosta dele. Ele só é... Diferente. Provavelmente não sabe como lidar, e faz isso de uma forma que as outras pessoas não entendem e não fazem. Mas sei que ele está apaixonado por você. E não me faça essa cara de dúvida.

– Mas Mary...

– Mas Mary nada... Você acha que ele foi até a casa da sua avó e passa as noites com você porque ele é bonzinho? Talvez essa seja a única coisa que ele não é. E Molly, - ela segura a mão da futura médica - você mais do que ninguém sabe como as coisas mudam de uma hora para outra. Não desperdice as oportunidades de estar com ele, ok?

E antes que Molly possa dizer qualquer coisa, a loira se levanta e dizendo um "tchauzinho", sai pela porta do quarto afora. Será que Mary queria dizer que ela teria que dar o primeiro passo para ter algo a mais com Sherlock?

Ela ficou refletindo sobre isso, com uma ansiedade crescendo progressivamente conforme os segundos se passavam e o momento de Sherlock entrar no quarto se aproximava. O que Mary tinha dito era verdadeiro, tudo mudava de um dia para o outro. De um segundo para outro. Em um momento estava se despedindo de uma Anne feliz, no outro ela estava morta e não voltaria nunca mais.

Era impossível prever quanto tempo ela ainda tinha para fazer tudo que gostaria. Esse pensamento encheu Molly de coragem. Ela queria estar com Sherlock, ainda havia inseguranças, mas precisava fazer uma tentativa. De repente Mary estava certa e ele também gostava dela. Afinal, será que havia outros motivos para ele estar fazendo tudo isso por ela? Como Mary disse, ele não fazia o tipo bonzinho.

Interrompendo sua linha de raciocínio, Sherlock adentrou ao quarto.


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Notas finais do capítulo

Estão gostando?? Sejam sinceras! :)



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