¿Que nos está pasando? escrita por Duda


Capítulo 5
Novo ano feliz? Parte I


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, girls.
Fim de semestre é uma merda, mas agora to de férias e prometo que vou me empenhar por mais capítulos.
Espero que alguém ainda esteja acompanhando.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/496806/chapter/5

– Feliz ano nooovooo – Jackeline praticamente gritou para Angeles e, em seguida, abraçou-a – Eu te amo, Angie – Angeles sorriu.

– Eu também te amo, Jackie. Mas acho que você deve parar de beber – Jackeline afastou-se e sorriu.

– Eu estou normal – Angeles segurou um sorriso e negou lentamente com a cabeça. Jackeline bufou e ambas riram.

– Annngie, feliz ano novo – Matias chegou abraçando-a.

– Feliz ano novo, Mati – Em seguida, cumprimentou a todos.

– E então, vamos para a cabana? – Pablo perguntou e Angeles franziu o cenho.

– Que cabana?

– É a cabana de um amigo nosso, ele nos emprestou para hoje, fica ao redor da Lagoa de Chascomús – Pablo respondeu.

– Ah gente, eu acho que não vou.

– Angie, por favor, você não vai querer passar a madrugada inteira aqui na casa dos seus pais, não é? – Matias falou e Angeles sorriu.

– Quando voltamos?

– Amanhã à noite – Matias respondeu e Angeles assentiu.

– Tudo bem.

– Beleza. Nós vamos em dois carros.

– Quem vai?

– Eu, você, Pablo, Jackie, Jade, o seu irmão e uma amiga minha.

– E nós já vamos? – Matias assentiu – Tá, eu vou... Pegar algumas coisas, dar tchau para a minha família e aí nós já vamos.

Uns vinte minutos depois, eles partiram. Chegaram por volta das duas horas da manhã. Angeles saiu do carro e reparou na cabana. Ficou encantada. Era uma daquelas casas pré-fabricadas e, por conta disto, detinha um toque bem rústico. Na varanda, havia um banco branco que parecia ter sido feito pelo próprio dono. Ao lado da casa haviam algumas árvores e, do outro lado, a uns quinze metros de distância, estava a Lagoa.

– O píer que eu falei fica atrás da casa – Pablo falou – O pôr-do-sol daqui é maravilhoso.

– Vamos entrar – Matias interveio.

Subiu uns três degraus até a varanda e deu três batidas na porta. Após alguns minutos, a porta foi aberta por German, que olhou-os e suspirou profundamente. Angeles fechou os olhos e balançou a cabeça.

– Eu não acredito – Angeles disse e afastou-se dos demais, direcionando-se ao carro. Jackeline seguiu-a. German acompanhou-a com os olhos e depois voltou a olhar para os outros.

– O que vocês querem?

– Nós queríamos estar com você hoje – Matias respondeu e German permaneceu sério – Não custa você tentar ficar bem apenas hoje, German – Matias murmurou. German respirou fundo, engoliu em seco, desviou o olhar e deu passagem para eles entrarem – Feliz ano novo – Matias disse e entrou.

– Feliz ano novo, German – Pablo murmurou e entrou, seguido pelos outros. Após todos entrarem, Jackeline voltou sozinha.

– Ela não quer entrar – Jackeline disse calmamente e entrou na casa. German respirou fundo, lançou um duro olhar ao carro e fechou a porta em seguida.

Angeles esperou que German fechasse a porta da cabana para que ela pudesse sair do carro. Ela encostou-se na lateral do carro, olhou para o céu e bufou. Depois balançou a cabeça e passou a mão no cabelo. Notou uma fraca iluminação atrás da cabana e caminhou até encontrar um píer iluminado por pequenas lâmpadas coloridas. Haviam várias delas. Angeles abriu um sorriso, andou tranquilamente até a ponta do pequeno píer e sentou-se em um banco de madeira que havia ali.

Não pôde deixar de pensar que aquele lugar possuía todo um toque acolhedor, encantador, familiar e, até mesmo, romântico. Então, lembrou-se quem era o dono daquele lugar e concluiu que, definitivamente, ele não tinha nada a ver com a cabana ou com o píer ou com aquelas “luzesinhas” coloridas, porque ele era um homem amargo, frio e insensível. Era tudo o que ela conseguia pensar a respeito dele, isto quando conseguia evitar reparar nas reações que ele era capaz de provocar nela.

Angeles deitou-se no banco e ficou por quase uma hora e meia observando o céu e contando as estrelas. Era uma das coisas que ela adorava fazer: contar estrelas. Por fim, acabou pegando no sono e adormeceu ali mesmo, deitada no banco desajeitadamente e sob o céu estrelado. Qualquer pessoa poderia tê-la encontrado ali, mas justo a pessoa que ela mais odiava no mundo o fez.

Às 4h30, German saiu da casa, cansado já de rolar na cama por não conseguir dormir, e caminhou até o píer. Encontrou Angeles encolhida no banco e desmaiada de sono.

– Saramego – German chamou-o.

Angeles resmungou, mas não acordou. German respirou fundo, desviou o olhar, pensou um pouco, olhou-a novamente e balançou a cabeça. Angeles se encolheu mais um pouco, por conta de vento frio da madrugada. German engoliu em seco, parou ao lado dela e, cautelosamente, pegou-a no colo. Angeles repousou a cabeça no ombro de German, que estremeceu ao sentir uma respiração quente em seu pescoço.

German entrou na cabana pela porta dos fundos e levou Angeles até o seu quarto, o qual era o último do corredor (se entrasse pela porta da frente). Evitando qualquer tipo de barulho, abriu a porta de seu quarto com cuidado e fechou-a da mesma forma. Deitou Angeles em sua cama, retirou as sandálias dela e cobriu-a. Respirou fundo e sentou-se ao lado dela. Ficou assistindo-a dormir enquanto resistia à vontade de deitar-se ao lado dela e abraçá-la.

Ele ergueu a mão e passou-a carinhosamente pelo rosto de Angeles. Em seguida, passou o polegar suavemente pela boca dela, inclinou o corpo e, ao aproximar-se da boca de Angeles, caiu em si. German fechou os olhos com força, abriu-os novamente, depositou um beijo na testa dela, levantou-se e saiu rapidamente do quarto. Caminhou até o píer, de novo, e ali passou o resto da noite.

Se antes ele estava com dificuldade para dormir, agora é que não o faria mesmo. Sua respiração estava descompassada e ele estava descontrolado. Caminhava de um lado ao outro no píer. Não conseguia tirar o maldito beijo de sua cabeça e nem conseguia parar de pensar naqueles olhos ou naquela boca. Não parava de repetir, mentalmente, o quão medíocre Angeles era ou o quão ingênua ou que a odiava mais do que tudo ou que ela não tinha idade para ser mulher o suficiente para ele.

A verdade é que nenhuma mulher era o suficiente para ele. German odiava todas e só as procurava quando queria sexo. Uns quatro dias por semana, German estava com uma mulher diferente, a qual pudesse satisfazer apenas suas necessidades sexuais. Uma forma de proteção. Tudo o que ele não queria era se apaixonar. E se Angeles significava, ainda que ele se empenhasse em negar, uma ameaça ao seu autocontrole quase sobrenatural e à sua vida regrada e fechada, então ele deveria evitá-la e afastá-la ao máximo.

**

Angeles acordou mas não abriu os olhos. Estava abraçada a um travesseiro e ainda remexia, em sua mente, no sonho que tivera durante a noite. Sonhara com o homem misterioso e podia jurar que ele estava de corpo presente ao lado dela. Podia sentir seu cheiro e, de certa forma, sua energia. Em seguida, ela lembrou-se que noite passada não dormira em uma cama, com travesseiros e um edredom. Lembrou-se que adormecera em um banco sob a luz das estrelas e rapidamente abriu os olhos. Sentou-se na cama e olhou ao redor do quarto, o qual possuía uma porta lateral, um armário embutido ao lado da porta, uma outra porta à sua frente e uma cadeira ao lado da janela à sua esquerda. Levantou-se, arrumou a cama e caminhou até a porta da frente, onde encontrou um banheiro. Escovou os dentes com a primeira escova que viu, presumindo que aquele fosse um quarto de hóspedes e aquela escova estivesse ali para esta finalidade. Depois, caminhou até a porta lateral, abriu-a e deparou-se com um corredor. Virou à esquerda e andou até o fim do corredor. Chegou à cozinha, à esquerda, e à sala, à direita. Encontrou Jackeline fazendo um café.

– Bom dia, Jackie – Angeles disse, ao que a amiga se sobressaltou e olhou-a.

– Bom dia – Jackeline sorriu – Você me assustou! – Angeles sorriu sem mostrar os dentes. Em seguida, Jackeline franziu o cenho – Onde você estava?

– Eu... Eu não sei. Eu lembro que dormi lá fora, no banco do píer – Angeles sentou-se em uma das cadeiras dispostas ao redor de uma pequena mesa que ficava na cozinha e apoiou as mãos na mesa – Só que hoje acordei aqui dentro, no último quarto.

– Hm... – Jackeline balançou a cabeça e virou-se novamente para a pia.

– O que foi?

– Nada – Angeles suspirou. Após um breve tempo, bufou e balançou a cabeça.

– Jackie.

– Quê?

– Eu sonhei com ele essa noite – Angeles disse seriamente. Jackeline franziu o cenho e virou-se.

– Com ele quem, Angie?

– O homem da festa – Jackeline ficou séria.

– Você... Não consegue esquecer esse beijo mesmo, não é? – Angeles negou com a cabeça.

– Jackie – Angeles aproximou-se da mesa – Me diz a verdade, foi o Castillo ou não foi?

– Angie... – Jackeline respirou fundo e sentou-se de frente para a amiga, do outro lado da mesa – Eu não sei. Eu acho que não – Angeles suspirou profundamente e recostou-se na cadeira.

– Por que eu tenho a sensação de que foi ele? – Angeles desviou o olhar.

– Por que você insiste em ficar pensando nisso, Angie? – Jackeline perguntou calmamente e Angeles encarou-a.

– Você diz como se fosse algo que eu quisesse fazer, como se eu quisesse ficar lembrando desse beijo. Jackie, eu só preciso saber quem foi. Só isso.

– Você não precisa saber quem foi.

– Preciso sim.

– Não, não precisa – Jackeline falou um pouco mais alto, ao que Angeles estranhou.

Jackeline sabia que o homem misterioso era German. Todos sabiam. Ela também sabia do ódio que Angeles sentia por ele. Sentia uma vontade enorme de dizer à amiga quem era o homem do baile e acabar com toda e qualquer tipo de fantasia que Angeles viesse a criar em sua mente. Jackeline sabia que, embora Angeles fosse racional demais às vezes, ela também se deixava levar demais pelas emoções. A questão é que Jackeline não queria ver a amiga sofrer e ela tinha certeza que isto aconteceria se Angeles tivesse a certeza de que o melhor momento da sua vida fora proporcionado pelo homem que ela mais odiava. O fato é que Angeles já estava sofrendo com a dúvida.

– Seja sincera comigo – Jackeline bufou e levantou-se.

– Droga, Angie, eu não sei quem é esse cara. Mas alguma coisa me diz que você não precisa saber quem é – Jackeline acalmou-se e suspirou – Angie – Falou calmamente – Eu sou sua amiga e a última coisa que eu quero é que você sofra por um homem que você nem ao menos conhece. Você prefere se decepcionar ao descobrir quem é ele ou ficar com a lembrança boa do beijo? – Angeles levantou-se.

– A forma como você, o Pablo ou o Matias agem quando falo sobre isso só me faz ter mais certeza ainda, sabia? – Jackeline balançou a cabeça.

– O Castillo mesmo já disse que não foi ele, não é? – Angeles respirou fundo – E ainda por cima te humilhou, para variar, não é? – Jackeline suspirou – Por que insistir que foi ele?

– Porque é o que eu sinto – Angeles falou alterada. Em seguida, murmurou: – Eu não suporto a ideia de que tenha sido ele, mas é o que eu sinto, Jackie.

– Foi só um beijo, Angie – Angeles fechou os olhos e balançou a cabeça. Abriu-os novamente e encarou a amiga.

– É isto o que você não entende – Abaixou, brevemente, a cabeça – Não foi só um beijo.

Angeles virou-se e caminhou até a porta dos fundos da casa. Saiu e caminhou até o píer. Sentou-se e ficou.

**

German entrou na cabana e caminhou até a pia da cozinha. Os outros, da sala, olharam-no e acompanharam-no com os olhos. Menos Angeles, que evitou encará-lo.

– Você foi visitar o haras? – Pablo perguntou enquanto German guardava uma caixa embaixo da pia da cozinha.

– O haras não existe mais – German respondeu sem encará-lo.

– O quê? – Pablo levantou-se e aproximou-se de German – Por quê? Você adorava aquele lugar! – German virou-se e começou a caminhar.

– Algumas coisas mudam – Disse sem olhar para os outros enquanto se direcionava ao corredor. Pablo seguiu-o.

– Você não vai almoçar?

– Não – Pablo suspirou.

– Eu preciso falar com você – German bufou e entrou no quarto. Pablo seguiu-o e fechou a porta. German virou-se e cruzou os braços.

– Seja rápido.

– Eu conversei com a Jackie e... É... Bom, nós... – Pablo respirou fundo – Nós decidimos contar à Angie sobre o baile.

– Não são vocês que decidem isto. Eu já deixei bem claro pra todo mundo que isto deve ser esquecido e que essa garota não precisa saber.

– German...

– Eu já disse que não – German alterou-se – Eu disse pra essa garota que não fui eu e ela continua enchendo o saco? – German passou a respirar fundo e colocou as mãos no quadril.

– Ela só quer saber quem foi. Eu queria ver se fosse com você.

– Eu também não sabia que era ela – Gritou.

– Fala baixo – Pablo falou calmamente. German pressionou os dentes – Vai ser melhor ela descobrir que foi você, porque aí, pelo menos, talvez ela esqueça isso de uma vez por todas.

– Ok – German cerrou os punhos e estreitou os olhos – Você quer que ela descubra? – Ele tentou caminhar até a porta mas Pablo impediu-o.

– Não faça isso, German.

– Se ela vai saber, tem que ser por mim – German empurrou Pablo para um canto e abriu a porta.

– German... – Pablo segurou o braço do amigo e German puxou-o com força. Caminhou até a sala e todos olharam-no. Parou e apontou para Angeles.

– Você – Falou, visivelmente, nervoso – Eu quero falar com você – Angeles engoliu em seco.

– E-Eu não quero falar com você – Angeles murmurou.

– O que está acontecendo? – Matias perguntou.

– Não interessa – German falou alterado – Quer saber de uma coisa, Saramego? – Angeles levantou-se e respirou fundo.

– German, não precisa dis... – Pablo tentou falar.

– Cala a boca – Berrou. Pablo franziu o cenho.

– Não precisa do quê, Pablo? – Angeles perguntou calmamente olhando para Pablo.

– Sabe o beijo que você não consegue esquecer? – Os olhos de Angeles encheram-se de água e ela encarou German. Ela respirou fundo e fechou os olhos.

– Foi você mesmo, não é? – Perguntou calmamente e olhou-o. German engoliu em seco e estreitou os olhos.

– Era só pra te mostrar que eu tenho você na palma da minha mão – German murmurou friamente.

Angeles fechou os olhos, deixando as lágrimas escorrerem. Depois olhou para Jackeline e balançou a cabeça. Passou por German, esbarrando em seu ombro e saiu pela porta da frente. Jackeline tentou avançar em German, mas Pablo segurou-a.

– Você é um cretino, Castillo – Falou furiosamente.

– Calma, amor – Pablo murmurava.

– Calma? Você ainda vai defender esse cara? – German respirou fundo e caminhou até seu quarto.

– Castillo – Agustín chamou-o e German virou-se para encará-lo. Agustín lançou um soco bem cheio na maça esquerda do rosto de German, ao que ele cambaleou para trás, mas não reagiu. Ele sabia que merecia aquilo – Fique longe da minha irmã.

**

Anoitecera e começara a chover. German passara o dia espiando o píer através da porta de vidro do fundo da cabana. Ele respirou fundo, saiu pela porta dos fundos da casa e caminhou até o píer. Encontrou Angeles com a cabeça encostada no braço do banco e com uma garrafa de vinho quase no fim nas mãos. Ele engoliu em seco.

– Saramego – Murmurou.

Angeles abriu os olhos. Sentou-se no banco com certa dificuldade, como se não aguentasse o peso do próprio corpo. Ela fechou os olhos e respirou fundo. Depois, levantou-se e cambaleou, ao que German a segurou. Angeles abriu os olhos e respirou profundamente.

– Me deixa em paz – Sua fala saiu enrolada.

Angeles tentou bebericar o que restava do vinho na garrafa, mas German a impediu e tirou a garrafa da mão dela.

– Me deixa beber – Balbuciou. Em seguida, soluçou e olhou para o chão.

– Está com vontade de vomitar? – German perguntou calmamente. Angeles olhou-o e negou com a cabeça.

– Eu estou... – Ela desviou o olhar – Estou... – Fechou os olhos – Não estou bem – E escondeu o rosto entre o pescoço e o ombro de German. Ele respirou fundo e colocou a garrafa de vinho em cima do banco.

– Vem – Tentou fazê-la caminhar, mas Angeles não saiu do lugar.

– Não quero ir com você – Resmungou. German fechou os olhos, suspirou e abriu-os novamente.

– Você precisa entrar, Saramego – Angeles afastou-se dele e respirou fundo.

– Eu vou sozinha – Balbuciou.

Angeles virou-se e tentou caminhar, mas cambaleou novamente. German segurou-a pela cintura e pegou-a no colo logo depois. Ela fechou os olhos, colocou os braços em volta do pescoço dele e apoiou a cabeça. German levou-a para seu quarto e deixou-a em pé ao lado de sua cama. Abriu o armário e pegou uma toalha e um roupão. Depositou o roupão em cima da cama e colocou a toalha em volta de Angeles, ao que ela o olhou. Ele ficou esfregando as mãos rapidamente nos braços de Angeles para esquentá-la.

– E você? – Angeles perguntou e soluçou novamente.

– Eu o quê?

– Também está molhado – Angeles roçou a ponta dos dedos médio e indicador por entre a abertura dos primeiros botões da camisa de German, ao que ele estremeceu.

– Eu vou chamar alguém para te ajudar a tirar a roupa e colocar o roupão – Angeles fechou os olhos.

– Não – Murmurou – Eu quero que você me ajude – German sentiu uma palpitação no peito. Angeles olhou-o – Por favor – German entreabriu a boca e apenas assentiu.

Angeles virou-se e German colocou as mãos no zíper do vestido, com o maior cuidado para não encostar nela. Ele desceu lentamente o zíper até a região lombar de Angeles e evitou olhar para as costas seminuas dela. Angeles virou-se para ele antes de abaixar o vestido.

– Obrigada – Sussurrou.

Aproximou-se de German, colocou a mão direita no rosto dele e deu um beijo na bochecha dele, fazendo-o estremecer mais uma vez. Ela afastou o rosto do dele e fechou os olhos.

– Fica comigo essa noite? – Balbuciou. Olhou-o novamente e colocou a mão sobre o peitoral de German.

– Eu não posso – German murmurou. Angeles olhou para o peito de German e começou a desabotoar a camisa. German segurou os pulsos dela – Não faça isso, Saramego – German respirava fundo.

– Eu não sou o suficiente para você, senhor? – Murmurou.

Ele soltou os pulsos dela e engoliu em seco. Angeles colocou as mãos nos ombros de German para não cair e colou seu corpo ao dele.

– Eu estou sentindo – Ela sussurrou – Você está excitado – German desviou o olhar. Angeles sorriu – Dorme comigo essa noite? – German fechou os olhos com força. Angeles segurou o rosto dele, ao que German a encarou – Aproveite que eu não lembrarei de nada amanhã.

A proposta era tentadora. Ele estava com tesão, ele desejava ter o corpo dela ali, naquela hora, ele queria muito possuí-la, ao menos uma vez, e sabia que somente daquela forma ele poderia tê-la, mas também sabia que ela se arrependeria no dia seguinte. German teria se aproveitado de qualquer outra mulher, mas, por alguma razão ainda desconhecida, não de Angeles.

– Quem me garante que você não vai lembrar?

– Confia em mim.

Angeles encostou seus lábios nos de German e iniciou um beijo calmo. German estava tentando, com todas as forças, resistir àquilo, mas que mal faria apenas um beijo? Angeles voltou a desabotoar a camisa de German e, quando terminou, ajudou-o a tirar. Acho que German já não estava mais pensando no que estava fazendo. Angeles acariciou toda a extensão do tronco de German com as pontas dos dedos e, por fim, colocou as mãos na borda da calça jeans. German segurou os pulsos dela e parou o beijo. Ele respirava descompassadamente.

– Não faça isso – German soltou os pulsos de Angeles.

– Por que está me evitando? – Angeles balbuciou.

Ela colocou as mãos na alça do vestido e puxou-as para o lado, de forma que o vestido escorregasse vagarosamente de seu corpo para o chão. German ficou atônito. Angeles colou novamente seu corpo ao dele e voltou a beijá-lo. German sentiu que a qualquer momento seu coração explodiria de tão forte que o sangue estava sendo bombeado ao sentir os seios desnudos de Angeles contra o seu tronco. Ele estava beijando-a com as mãos para trás, empenhando-se em manter o seu autocontrole. Mais uma vez, as mãos de Angeles foram parar na borda de sua calça e, mais uma vez, ele segurou os pulsos dela. Ele virou o rosto bruscamente e fechou os olhos.

– Eu não posso – Disse rapidamente. Abriu os olhos, pegou o roupão e fez Angeles colocá-lo. Ela franziu o cenho e fechou os olhos.

– Você é um cretino – Angeles empurrou-o e deixou-se cair de qualquer jeito na cama – Me deixa em paz.

German olhou-a e engoliu em seco. Caminhou até o armário, pegou uma camisa e saiu do quarto.

(cont.)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu não sei o que vocês acharam, só sei que escrever milhões de versões desse capítulo, rs.
Espero que tenham curtido. Logo menos posto a continuação.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "¿Que nos está pasando?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.