¿Que nos está pasando? escrita por Duda


Capítulo 17
Você não me tem, German - Segunda parte.


Notas iniciais do capítulo

Holaaa. Finalmente, voltei.

Ahn, um aviso: tem uma parte bem hot, mas tipo, é beeem mesmo. Eu tentei escrever da forma mais suave possível, mas acho que não consegui.

E ah, eu ainda não respondi os comentários do último capítulo, mas eu li e só tenho a agradecer vocês. Vou responder um por um. Obrigada, gente *o*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/496806/chapter/17

Novembro/2014

Angeles caminhou até a ponta do píer e encontrou um German de cabeça baixa, aparentemente, inconsolável. Seu coração apertou-se ainda mais quando ele levantou a cabeça para olhá-la. Os olhos vermelhos e a barba por fazer, dando-lhe um aspecto de mal cuidado. E era exatamente do que ele precisava: de cuidado. Angeles sentou-se ao lado dele, apoiou o braço em seu ombro e passou a acarinhar o cabelo dele. Encostou a testa na lateral do rosto de German e suspirou

– Você não precisa passar por isto sozinho – Ela sussurrou e German fechou os olhos.

– Eu não mereço que você fique ao meu lado – Ele murmurou fracamente.

– Mas eu quero ficar – Ele engoliu em seco.

– Obrigado.

Os dois ficaram quietos por um bom tempo, até sentirem gotas finas caindo sobre suas peles. Angeles afastou-se e levantou-se. Estendeu a mão e sorriu ternamente.

– Vamos entrar. Eu vou fazer um café para você.

Ele pegou a mão dela e levantou-se. Os dois caminharam juntos, e de mãos dadas, até a cabana. German caminhou até a sala e deparou-se com a lareira acesa. Sentou-se em uma das poltronas em frente a lareira e passou a fitar o dançar das chamas em sua frente. Algum tempo depois, Angeles juntou-se a ele. Ela o entregou uma xícara e sentou-se na poltrona que havia ao lado dele. Ficou observando-o atentamente.

– Estou preocupada com você – German olhou-a seriamente e suspirou.

– Eu vou ficar bem.

– Eu sei. Mas Violetta não pode esperar até que você fique bem – Angeles murmurou cuidadosamente.

German soltou um risinho anasalado e encarou a lareira.

– Está aqui por Violetta! – Ele afirmou tristemente.

– Estou aqui por você – Angeles sussurrou. German assentiu, tentando se convencer de que aquilo era verdade.

– Você é uma mulher casada agora – Ele murmurou sem vida – Como pode ser que esteja aqui por mim?

Angeles respirou profundamente e olhou para o chão.

– Eu não posso estar aqui por querer ser sua amiga? – Os dois se encararam.

– Eu não consigo viver apenas com a sua amizade – Ele sussurrou – Você sabe disto.

É claro que ela sabia. E é claro que ele ainda mexia com ela de um jeito que nenhum homem fez antes. Mas seu casamento estava bem. Ela tinha um carinho enorme por Diego e não podia jogar isto no lixo por causa das palavras de German.

– Por que estamos falando sobre isto? – Ela perguntou baixo – Pensei que era um assunto superado.

– Você superou, Angeles – Angeles desviou o olhar e German ficou quieto. Por fim, ele bufou e olhou para a lareira – Não importa mais. Nossa história acabou no dia que você me rejeitou naquela igreja.

Angeles fechou os olhos e engoliu em seco. Alguns minutos passaram e ela o encarou.

– O que você encontrou na casa do seu pai que o deixou assim? – German olhou-a. Seus olhos denotavam um conflito interno e, sobretudo, uma dor intensa.

– Eu não posso dizer.

– Por quê? – German suspirou profundamente.

– Porque eu ainda não decidi o que fazer com relação a isto – Ele disse fracamente.

– Talvez eu possa ajudá-lo.

– Eu não quero mais você metida na minha vida.

Angeles abaixou a cabeça.

– Então, me excluir completamente da sua vida foi a melhor alternativa que encontrou? – Ela o encarou com os olhos cheios de água e German olhou-a.

– O que você queria? – Ele respirou fundo – Eu não sou igual a você, Angeles. Eu consigo entender quando sou rejeitado e parar de insistir no que não vai dar certo.

Angeles balançou a cabeça.

– Você não aprende, não é? – Levantou-se rapidamente – Continua sendo um idiota.

Angeles tentou caminhar até a porta, mas German levantou-se rapidamente, a tempo de segurar seu braço e fazê-la olhá-lo.

– Eu estou aqui porque eu me preocupo com você, mas se você não está bem com a minha presença aqui, então eu não posso fazer nada – Ela bufou – Eu mudei, German. Eu não sou mais aquela Angeles bobinha que você conheceu. Se você não quer a minha ajuda, eu não vou insistir – Ela terminou de falar e soltou o ar.

– Está desistindo de mim?

– Você está pedindo isto.

German respirou fundo.

– Você está desistindo porque quer – German soltou o braço de Angeles e suspirou – Eu não sei porque escolheram você para vir até aqui falar da Violetta, – Angeles franziu o cenho – mas pode avisá-los que eu vou cuidar bem dela daqui pra frente e que eu não preciso que ninguém, principalmente você, fique me dizendo o que eu preciso fazer com relação a ela – Ele disse rispidamente – Agora vai embora.

– Ninguém me escolheu para vir até aqui, imbecil – Ela disse alto - Eu vim porque eu quis. Sabe o que é pior de tudo, German? Você não consegue dar a merda do braço a torcer. Continua sendo um cabeça dura, que acha que sufocar a dor é a melhor alternativa sempre – German estreitou os olhos – Mas não é. E quer saber? Talvez você realmente mereça o que está passando – Angeles gritou e arregalou os olhos pelo que acabara de dizer.

Ela respirava descompassadamente e estava com raiva. Ela pegou a chave do carro que havia deixado em cima do balcão que dividia a cozinha da sala e saiu apressadamente da cabana. German seguiu-a enfurecidamente e assim que ela abriu a porta do carro, ele fechou-a, impedindo-a de abri-la. Angeles ficou presa entre German e o carro.

– Está chovendo, eu quero entrar no carro – Ela disse rispidamente.

– Agora você vai me ouvir, garota – Ele disse duramente – Você acha que tem o direito de opinar sobre a minha vida, mas não tem – Ele começou falando alto e continuou aumentando o tom – Eu posso sentir o que for por você, mas eu vou continuar te achando uma garota ingênua, que não sabe nada sobre a vida, e vou continuar ignorando qualquer coisa que você tem a me dizer – Ele respirou fundo – O que nós tivemos não te dá o direito de se intrometer na minha vida, entendeu? – Ele gritou e engoliu em seco.

Fazia um bom tempo que German não falava daquela forma com Angeles e, mesmo sentindo raiva, Angeles conseguiu pensar: “Eu havia me esquecido de como ele fica lindo quando está nervoso”. Mas logo voltou a se concentrar na sua raiva. Angeles tentou abrir a porta do carro novamente, mas German impediu-a.

– Você não vai embora – Ele gritou – A estrada está perigosa.

– Não me interessa, German. Eu não vou ficar aqui com você – Ela retrucou da mesma forma.

– Agora não é hora de você ser irresponsável, Angeles.

Angeles tentou abrir a porta do carro de novo e German impediu. Ela empurrou-o, mas German quase nem se moveu. Então, ela começou a esmurrá-lo enquanto iniciava um choro silencioso.

– Você continua um homem vazio, amargo e insensível – Ela dizia enquanto dava socos no peitoral dele – Eu te odeio, German Castillo – German segurou os braços dela e pressionou-a contra o carro. Angeles olhou profundamente para aqueles olhos castanhos hipnotizantes.

– Diga que me odeia olhando nos meus olhos e eu juro que te deixo em paz para sempre – Ele sussurrou.

Ela realmente queria que ele a deixasse em paz para sempre?

– Eu ode-i...o... – A voz dela foi sumindo.

German respirou fundo e colocou a mão direita no rosto de Angeles. Acariciou-a por um momento e cortou a distância com um selinho demorado. Angeles fechou os olhos e deixou-se sentir os lábios de German em contato com os seus. German desceu as mãos para a cintura de Angeles e sugou, suavemente, o lábio inferior dela, fazendo-a a abrir a boca para iniciar um beijo lento e cheio de paixão e saudade. German sentiu um calor tomar conta de si ao sentir a língua quente de Angeles deslizando sobre a sua. No momento em que Angeles colocou os braços em volta do seu pescoço, German abraçou a cintura dela com força e ergueu-a, ao que Angeles enlaçou as pernas em seu quadril. Ele não queria finalizar aquele beijo, pois tinha medo de que ela caísse em si e fosse embora. Mas em algum momento ele tinha que fazê-lo. E o fez. German finalizou o beijo com um selinho e olhou-a atentamente.

– German... – Ela sussurrou como se quisesse parar com aquilo.

– Por favor, não vá embora – Ele suplicou.

Angeles fechou os olhos e sentiu que ele começou a caminhar. German apertou-a mais contra si e ela sentiu a excitação dele. Ela respirou fundo e mordiscou, levemente, o lóbulo da orelha dele. German entrou na cabana e parou ali mesmo na sala. Angeles colocou os pés no chão e German encostou a testa na dela.

– Fica comigo? – Ele sussurrou – Só está noite?

Angeles engoliu em seco e decidiu não pensar em mais nada além da sua vontade de passar a noite com ele. Ela beijou-o em sinal de confirmação. German colocou a mão direita na nunca dela e, com a mão esquerda, desceu até o quadril de Angeles. Ele afastou-se um pouco e olhou-a.

– Eu vou pegar uma toalha pra você se secar. Não vai embora, por favor.

– Minha sanidade já foi para o espaço – Ela sussurrou – Fica tranquilo – Ele sorriu e depositou um beijo carinhoso na testa dela.

– Já volto.

A impressão que deu foi que German foi, literalmente, num passo e voltou no outro, porque voltou muito rápido. Angeles percebeu e sorriu ao pensar que aquilo era o medo de que ela fosse embora. German colocou uma coberta no sofá e colocou a toalha em volta de Angeles. Ele esfregou as mãos nos braços dela, para esquentá-la e encarou-a. Em seguida, ele segurou o rosto dela com as duas mãos e voltou a beijá-la. Angeles respousou as mãos no peitoral de German e começou a desabotoar, vagarosamente, a camisa dele. Ele colocou as mãos no quadril dela e apertou-o contra o seu quadril, tirando um gemido discreto de Angeles. German sorriu entre o beijo e caminhou, com a boca, até o pescoço de Angeles, ao mesmo tempo em que abria o zíper da calça dela. Ele mordiscou o pescoço dela e desencostou a mão da calça dela, para que pudesse tirar sua camisa. Ele jogou-a longe e segurou a barra da camiseta dela. Tirou-a sensualmente, sem tirar os olhos dos dela, e voltou a beijá-la intensamente. Passou as mãos, carinhosamente, pelas costas nuas de Angeles, até parar no feicho do sutiã dela. Enquanto isto, Angeles brincava com as unhas pelo tronco nu de German, deixando-o mais excitado ainda. Aos poucos, ela foi abaixando a mão direita, até chegar na barra da calça. German jurava que ela fosse abrir o zíper de sua calça, mas ela não o fez e a vontade dele só aumentou. Ela abaixou um pouco mais a mão e acariciou o membro dele por cima da calça. German jogou a cabeça para trás e fechou os olhos com força. Ela sorriu e assim que ele a olhou, ela mordiscou o próprio lábio.

– O que você faz comigo? – Ele sussurrou e sorriu.

Os dois voltaram a se beijar intensamente. German abriu o fecho do sutiã de Angeles e tirou-o devagar. Mais uma vez, ele abraçou a cintura dela e ergueu-a. Sentou-se no sofá com ela em seu colo. Ela apenas acomodou as pernas, uma de cada lado dele. German separou-se do beijo e abocanhou, suavemente, o seio direito de Angeles. Brincou um pouco com ele, antes de ir para o seio esquerdo. Ela apenas acariciava o cabelo dele, enquanto revirava os olhos. Depois, ela segurou o rosto dele e fê-lo olhá-la. Deu uma leve mordida no lábio inferior dele e foi abaixando lentamente, espalhando beijos carinhosos por todo o tronco dele e saindo, sutilmente, do colo dele. Por fim, ela ajoelhou-se no chão e lançou um olhar arteiro para ele. German respirou fundo e mordeu o beiço. Angeles tirou os sapatos dele com cuidado e sem cortar o contato visual. Colocou as mãos no zíper da calça dele e abriu-o. Puxou a calça dele lentamente. Passou a mão por cima da cueca box branca dele e sentiu o membro dele bem enrijecido. Subitamente, ela sentiu um arrepio nas entranhas. Ela voltou a depositar beijos pelo abdome dele enquanto retirava sua cueca. Angeles olhou para o membro dele e mordeu o beiço. Encarou German, sorriu e, por fim, abocanhou-o. German soltou um gemido sonoro, porém sutil, e jogou a cabeça para trás. Enquanto ela fazia o movimento, o abdome dele se contraía, a boca entreaberta emitia vários “ah... ah... ah...” e os olhos reviravam. Ele sabia onde aquilo daria, mas não queria chegar ao seu ápice antes dela. Queria chegar ao ápice junto com ela. Então, após um bom tempo, ele fincou os dedos no cabelo dela e puxou-o, suavemente, sem qualquer inteção de ser bruto. Ele curvou o tronco e beijou-a vorazmente. Em seguida, fê-la deitar-se ali mesmo no chão e com muita destreza, e cautela, retirou a calça jeans de Angeles.

– Agora é minha vez de brincar – Ele sussurrou e ambos sorriram.

German ajoelhou-se no chão e beijou toda a extensão de cada uma das pernas de Angeles. Ele puxou a calcinha dela com cuidado e posicionou a cabeça entre as pernas dela. Mas antes, passou os dedos indicador e médio pela superfície do órgão de Angeles e, com o simples toque dele, o corpo dela estremeceu inteirinho. German começou a sua brincadeira, a qual provocava nela as mesmas reações que ele tivera momentos antes.

Por fim, quando ambos sentiam que já não dava mais para aguentar, German traçou um caminho, com a boca, até a boca de Angeles e voltou a beijá-la, mais intensamente que antes. Ele deitou-se sobre ela e Angeles soltou um gemido entre o beijo ao sentir o membro dele em contato com seu órgão. Ela mordeu o lábio inferior dele e sussurrou:

– German... Por favor... – Ele sorriu e deu um leve chupão no pescoço de Angeles.

German preencheu Angeles com o máximo de cuidado e, enquanto a beijava com paixão e a acariciava, ele ia se movimentando lentamente. Angeles só conseguia revirar os olhos, arranhar as costas dele com força e sussurrar o nome dele cada vez que ele aumentava o ritmo. Em dado momento, Angeles teve a sensação de que eles eram um só, de que o corpo de ambos havia se juntado e que aquela conexão jamais poderia ser desfeita. A conexão ficou muito clara quando Angeles soltou um gemido alto no mesmo momento em que German também o fez, só que mais discretamente, porque ambos haviam chegado no momento mais intenso da noite. Os dois respiravam descompassadamente. German deitou-se, com a barriga para cima, ao lado dela e ambos fecharam os olhos. Após acalmarem-se, ele virou-se para ela e fitou-a. Respirou fundo e sentou-se. Colocou a cueca e encostou-se no sofá. Observou cada parte do corpo dela. Ela abriu os olhos e sorriu sem mostrar os dentes para ele.

– Vai ficar me olhando assim a noite inteira? – Angeles sussurrou.

– Se eu pudesse, ficaria te olhando assim uma vida inteira – Aquelas palavras saíram do fundo do coração de German.

Ele curvou um pouco o corpo, pegou as mãos dela e puxou-a calmamente, trazendo-a para perto de si e fazendo-a sentar-se entre suas pernas. Ele pegou o cobertor em cima do sofá e os cobriu. Abraçou a cintura dela e encostou o queixo em seu ombro.

– Angeles – German sussurrou.

– Quê?

German demorou um pouco e respirou profundamente.

– Fica comigo para sempre? – Angeles fechou os olhos.

– Você não pode me pedir isto.

– Eu sei. Mas eu tinha que tentar.

Ambos ficaram quietos por um bom tempo, apenas sentindo a respiração um do outro. Não sentiam a necessidade de conversar, porque o silêncio confortável que se instalara no ambiente já dizia tudo o que eles teimavam em dizer. Inegavelmente, os dois se amavam. Era um amor intenso, profundo e complicado.

Já havia passado mais de uma hora que estavam quietos, então German decidiu cortar o silêncio.

– Está bem?

– Sim.

– Está quieta!

– Eu estou bem!

German suspirou.

– Eu senti saudade do seu corpo – Angeles respirou fundo.

– Só do meu corpo? – Ela sussurrou e ele negou com a cabeça.

– Do seu beijo... Do seu carinho... – German falava baixo – De estar com você... E ter você para mim.

– Você não me tem, German – Ela disse fracamente e ele ficou sério.

– Você entendeu, Angeles – Ele sussurrou.

Angeles suspirou e afastou-se dele, virando-se para encará-lo. German franziu o cenho.

– O que foi? – Ele perguntou baixo.

– O que aconteceu agora não muda nada entre nós – Angeles murmurou e German engoliu em seco.

– Não vamos falar sobre isto agora.

– Você e sua mania de não querer falar sobre nada – Angeles levantou-se e começou a se vestir.

– Ei – German levantou-se também e segurou o braço dela – Não é que eu não queira falar sobre isto, é só que... – Ele suspirou – Eu quero passar esta noite com você sem pensar em mais nada – Ele sussurrou.

Angeles terminou de se vestir e sentou-se no sofá. Apoiou os cotovelos nos joelhos e a cabeça nas mãos. Começou a chorar silenciosamente. German franziu o cenho e abaixou-se na frente dela.

– Por que está chorando? – Ele sussurrou e ela o olhou – O sexo foi tão ruim assim? – Ela negou com a cabeça.

– Este é o problema, German – Ela murmurou – Você não entende? O melhor sexo da minha vida não foi com o homem com quem eu estou casada – German ficou sério e desviou o olhar.

Por um momento, ele havia esquecido deste detalhe. Angeles estava casada e ele a levou a fazer algo da qual ela se arrependeria depois. Uma culpa tomou conta de si. Depois de tanto tempo, ele continuava sendo um estorvo para ela.

– Está arrependida?

– Eu não sei dizer o que eu estou sentindo – Ela disse baixo e ele a olhou – Eu vou magoar o homem que, desde que me conheceu, só tem tentado me fazer feliz.

German respirou fundo e parece que a culpa só aumentou. Culpa por fazer Angeles se sentir culpada e culpa por atingir alguém que estava cuidando muito bem do seu amor.

– E-Ele não precisa ficar sabendo – Ele sussurrou. Angeles fechou os olhos e balançou a cabeça.

– Com ele sabendo ou não, isto foi um erro, German – Ela disse com uma voz falhada e encarou-o. Aquilo acabou com ele. German abaixou a cabeça e levantou-se. Cruzou os braços e ficou olhando para o chão.

– Tudo bem – Murmurou – E o que você quer fazer? – Disse friamente.

Angeles levantou-se.

– Eu vou embora – German olhou-a.

– Agora?

– Sim – Ela desviou o olhar – Eu preciso pensar sobre isto – Olhou-o – Eu preciso pensar porque eu me deixei cometer esse erro – German suspirou profundamente.

– Mas... Está chovendo. A estrada está perigosa. Eu não posso deixar você ir embora agora – Ele disse calmamente – Sem contar que você não está bem.

– Eu estou bem, German. Eu vou embora, você deixando ou não – Angeles respirou fundo – Vamos fingir que nada aconteceu, tudo bem? – German entreabriu a boca – Foi só mais um erro que nós cometemos – Ele fechou os olhos.

– Para de repetir que foi um erro – Ele murmurou e olhou-a – Não foi um erro para mim.

– É claro que não foi um erro para você, German. Você não tem alguém que te impeça de ficar com a mulher que quiser. Não tem ninguém que fique te provocando o tempo inteiro e te faça cometer loucuras.

– Agora a culpa é minha? – German perguntou ironicamente e fechou a cara – Que eu saiba, você é uma mulher adulta e pode muito bem controlar suas próprias vontades – Ele falou rispidamente – Se não conseguiu controlar a sua vontade, o problema é seu e não meu, garota – Ele aumentava o tom de voz – Nós transamos e foi bom, foi muito bom... Agora lide com isto como uma pessoa adulta e não como uma adolescente mimada que não consegue se responsabilizar pelos próprios atos e transfere a culpa para os outros.

Angeles sabia que havia sido injusta em culpá-lo, e nem sabia porquê tinha feito isto, e German sabia que não deveria falar com ela daquela forma, porque ele realmente se sentia culpado. Ela balançou a cabeça e fechou os olhos, deixando algumas lágrimas escorrerem.

– Eu vou embora antes que isto piore – E olhou-o.

– É melhor mesmo – German disse secamente.

Angeles caminhou até a porta da casa e olhou-o.

– Sabe de uma coisa, German? – Ele pressionou os dentes – Tudo o que aconteceu hoje só serviu para me mostrar que as coisas entre nós nunca teriam dado certo. A sua autossuficiência te impede de enxergar qualquer pessoa à sua volta.

Angeles saiu apressadamente e um tanto nervosa. Ela queria afastar-se dali o mais rápido possível. Quanto mais distante de German, melhor. Ela já deveria ter aprendido isto. Assim que ela saiu, German sentou-se no sofá e apoiou a cabeça nas mãos. “O que você fez comigo, Angeles?”, pensou. Balançou a cabeça negativamente e bufou. Por fim, ele se levantou e caminhou até seu quarto. Aproximou uma cadeira do guarda-roupa, subiu nela e esticou o braço por cima do móvel. Retirou um violão de lá e desceu da cadeira. Caminhou até a sala e acomodou-se no sofá. German não tocava no seu violão há anos, mas a ocasião pedia. Ele se lembrou do quanto tirar qualquer música no violão podia fazê-lo esquecer do sofrimento. Assim, ele começou a tocar e cantarolar baixinho.

Nada es para siempre amor

Hoy nos toca compartir la misma luna

Y mañana quién sabrá si hay una separación o habrá fortuna

[...]

Somos como arena y mar

Somos más que una ilusión porque no hay duda

Y esta historia de los dos

Es tan linda como nunca hubo ninguna

Depois, tocou outra e outra e acabou passando a madrugada em claro fazendo isto. Só parou quando decidiu atender ao seu celular que tocava desesperadamente. Ele se levantou e caminhou até a bancada da cozinha. Pegou o celular atendeu-o.

– Sim?

German Castillo?

– Sim.

Desculpe incomodá-lo. Seu número era o favorito da agenda telefônica dela, é o primeiro com quem eu tento contato – German franziu o cenho.

– Agenda de quem?

Eu não encontrei os documentos dela. Ela não tinha nenhuma bolsa, nem nada, apenas o celular no bolso da calça jeans – German olhou em direção à bancada da cozinha. Não havia nada. Caminhou até a cozinha e encontrou a bolsa de Angeles caída no chão. Ele respirou profundamente e um nervosismo tomou conta de si.

– De onde fala? – A voz dele saiu falhada.

Do Hospital Santa Rosário.

German passou a respirar descompassadamente e apoiou-se no balcão, pois sentiu que a qualquer momento suas pernas iam falhar.

Senhor Castillo? – German engoliu em seco.

– O que aconteceu? – Ele sussurrou.

Eu acho melhor o senhor vir até o hospital, para conversarmos melhor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí?