Goodbye, Paradise escrita por Blue


Capítulo 1
Goodbye, Paradise!


Notas iniciais do capítulo

NHAAAAA ESSE NOME TÁ TÃO LINDOO QUE EU PIRO.
Goodbye, paradises.
Brincadeira.
Manisfestem-se, me deixem feliz, sejam visíveis. :3 Até mais õ/



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Ela estava chorando.

-O que foi, Thalia?

-Ele se foi.

-Foi pra onde?

-Pra longe de mim.

-

Thalia engolia os soluços desesperados à força. Seus olhos azuis estavam afogados em lágrimas salgadas de tristeza.

Lá estava ele de novo, entrando em um avião para nunca mais vê-la.

Os meses que ele passou na Grécia foram, para ela, os mais maravilhosos. Tudo exatamente como antes, ou seja, perfeito.

Mas agora ela podia beija-lo, como sempre desejou. Ele tinha um gosto bom na boca. Um gosto doce de paraíso. Thalia não podia explicar como foguetes explodiam dentro de si quando sentia aquele gosto, até então só encontrado em Nico.

O gosto dele era tão bom quanto o resto.

Ela ainda se lembrava do dia em que ele a defendeu bravamente. Nico resolvera ir a escola, com aquela mesma jaqueta surrada e o sorriso de canto. Seguiu Thalia como um verdadeiro aluno novo interessado em aprender, até encontrar Luke. Então, ele encenou “Homens em Fúria”, com a promessa de que voltaria com um caixão se ele mexesse com sua garota de novo.

Thalia nunca se sentira tão protegida.

Também guardava na memória o dia em que Nico saiu com os amigos novos que havia feito na Grécia. Ela ficou com ciúmes, com medo de perder ele para a amizade de um garoto. Estava quase chorando quando Nico chegou na residência Grace com certo esforço, carregando um enorme cachorro de pelúcia. Verde. “Esse –disse ele – é o Pika-raio. Pra você saber que, mesmo quando eu estiver longe, vou estar perto”. Pika-raio não combinava com absolutamente nada de lugar nenhum, e parecia grifado em cima da cama de Thalia.

Mas ela amou o cachorro tanto quanto amava Nico, porque o apelidado Pika-raio a fazia se lembrar do garoto.

Tinha más lembranças da longa semana em que o rosto pálido de Nico ficara ainda mais pálido, e sua imunidade ainda mais baixa, com a pneumonia que tinha pegado. Que tinha pegado ao dar seu casaco para Thalia no parque. A culpa era toda dela, e tudo que ela, propriamente dita, podia fazer, era enxugar as lágrimas na manga da jaqueta vermelha e prometer que nunca, nunca mais iria aceitar quando Nico lhe oferecesse agasalho.

Seria ela a próxima naquela cama.

Aceitara tanto a ajuda de Nico nos últimos dias. Quando caíra da escada e não sabia direito colocar um band-aid, quando batera o nariz na porta de vidro e não conseguia parar de gritar, quando ficou rouca depois disso, quando esquecera a raiz quadrada de dezessete, quando se perdera no shopping e, enfim, quando quase desmaiou ao ouvir “Vou embora semana que vem”.

Sem contar na diversas vezes em que ele dividira o lenço de enxugar lágrimas com ela.

“DON’T FORGET TO BE AMAZING!”, Nico gritou, a plenos (e fortes) pulmões, quando Thalia, enfim, foi sozinha na montanha-russa.

E a abraçou forte quando ela encheu a lata de lixo com vômito. “Você foi incrível. Eu te amo.”

Thalia sentiu o mundo rodar quando subiu em um skate pela primeira vez. Era o skate de Nico, um preto simples, com rodinhas pretas simples. Mas não era tão simples assim ficar em cima dele. Ela caiu, subiu, caiu, subiu. Não importava quantas vezes Nico repetisse “Pule! Se foi cair, pule! THALIA, PULA!”, ela sempre se arrebentava. Com frequência, em muros.

E Nico nem mesmo ficou bravo quando ela, sem querer, quebrou o skate em uma das quedas. “Você gostava do skate, não gostava?” “O importante é que você está bem.” “Desculpe.” “Desculpe a mim por te colocar naquela máquina de destruição.” “Você é o melhor namorado do mundo.” “Eu sei. Aquele era o meu skate preferido.” “Eu te amo, Nico.” “Eu sei. Aquele era o meu skate preferido.” “Cala a boca.”

Thalia se sentia imensamente feliz quando, uma hora ou outra, podia fazer alguma coisa por Nico. Era sua melhor maneira de demonstrar gratidão. Sempre fazia o seu melhor, mas o seu melhor nem sempre era suficiente.

Como naquela vez em que ele lhe pediu para passar sua camiseta do Led Zeppelin. Resultou em um buraco negro misterioso no centro vermelho da camiseta. “Olhe pelo lado bom, Nico. Você não gosta de preto?” “Engraçadinha.” “Você me ama?” “Amo.” “Então está tudo bem.” “Mas eu também amo o Led Zeppelin.” “Então fodeu.”

Era sua salvação quando ele lhe abraçava. Ainda tinha um abraço quente, caloroso e que se encaixava perfeitamente ao corpo de Thalia, como duas peças de LEGO feitas uma para a outra. Ela pensava que o mundo podia acabar, e todas as pessoas poderiam morrer, e tudo desmoronar. Enquanto ela estivesse naquele abraço, não daria a mínima.

De fato, era verdade.

Thalia ainda sentia rubor na bochechas quando se lembrava do dia em que tomava banho tranquilamente, cantarolando rock e ensaboando o corpo, quando a porta se abre com um estrondo.

Nico ficou muito envergonhando depois disso, mas ela o convenceu de que, algum dia, aquilo seria normal. Algum dia.

Thalia riu muito no dia em que Nico perdeu uma aposta. Um de seus amigos havia apostado que Nico não conseguiria cantar uma música para Thalia. E Nico jurou que sim. O perdedor teria que pintar as unhas de laranja e ficar com elas assim por uma semana.

E Nico tentou. Tentou com toda a sua alma cantar “Paradise” (Coldplay) para ela. Mas saía apenas resmungos, e o rosto dele ficava cada vez mais vermelho enquanto sussurrava as palavras. Ele não conseguia cantar em público. Embora Nico afirmasse que aquela canção fora uma porcaria, Thalia achara que aquela fora a melhor música que tinha ouvido.

Porque era de Nico para ela. “Você foi ótimo.” “Não, não fui.” “Foi sim.” “Não fui.” “Não importa. Eu te amo.” “Será que você pode pintar minhas unhas de laranja?”

Thalia se sentiu vazia quando Nico fora participar de um campeonato de luta livre na cidade vizinha e Zeus a proibiu de ir. Ela gostava de ir. Quando moravam em NY, no meio da luta, ela tirava a camiseta e, junto com as outras amigas, dançava a coreografia da vitória. Era tiro certo para Nico lutar enfurecidamente por ela. E consequentemente ganhar.

“Como foi a luta, Nico?” “Péssima. Não tive nenhum vitória.” “O que aconteceu?” “Você não estava lá.” Thalia teve uma ideia, e posicionou aquele saco preto em que Nico treinava em frente a ele. “Veja, Nico. Esse é o seu novo adversário, o Bombadaum. Acabe com esse pateta!”. Nico entrou na brincadeira quando Thalia arrancou a camiseta, e, juntos, reproduziram um campeonato de luta livre onde compareceram aproximadamente duas mil pessoas. Porque, mesmo que Thalia tivesse ido, eles só veriam um ao outro.

Tinha também aquela detestável vaca mimada, Sophia Goldman III qualquer-porcaria, que fazia questão de vestir os trapos mais curtos que encontrava pela frente para se esfregar em Nico. Isso até Thalia a chutar pra fora de uma festa, com sua mão impressa em vermelho no rost... na cara de Sophia. “O que foi isso, Grace?” “Sistema de Proteção Contra Prostitutas, também conhecido como Você É Meu E Não Dela.” “Eu sou intocável.” “Não. Eu posso tocar em você.” “Que bom -Nico deu seu melhor sorriso malicioso- Me toque então, Grace.”

O dia em que eles passaram na praia também fora incrível. Fugiram com a lancha de Zeus para alto mar, com Fuck The System tocando às alturas. “I NEED FUCK THE SYSTEM!”. Zeus fingiu não notar quando eles voltaram de fininho e saíram correndo pelo calçadão.

Mas isso eram as lembranças. As lembranças que ela nunca esqueceria.

Havia dado o provavelmente último beijo com sabor de paraíso em Nico fazia poucos minutos. Estava mais uma vez na cadeira fria do aeroporto, vendo o embarque de quem tanto amava. Desesperada, ela se levantou e correu até a enormes placas de vidro. Chorando, bateu as mãos em punho contra elas.

Nico estava subindo as escadas do avião. Antes de entrar, ele virou a tempo de ver Thalia daquela maneira. Seu coração pesou tanto que era possível romper suas artérias.

Eu te amo, ele disse mudo.

Eu também te amo, ela respondeu muda.

Então, ele entrou no avião para nunca mais vê-la.


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Notas finais do capítulo

>.< AI QUE FINAL FOFO OMG TÔ ME ENFORCANDO QNSSKAAMJWIMDMCJDOQMAKLJIE MORRI.