Segredos de um passado obscuro escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 1
Natasha


Notas iniciais do capítulo

Como eu já disse, fiz algumas alterações do filme e dos quadrinhos. O Clint não vai ser um personagem importante, já que é sobre a Natasha e o Steve. Espero que gostem!



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Enxugo o suor da testa com a manga da camisa, e encaro Clint enquanto ele anda de um lado para o outro na sala, claramente irritado comigo.
– Eu já disse, não aconteceu nada. - repeti. - Nos beijamos porque precisávamos disfarçar.
– Disfarçar?!
– Exatamente. Um homem estava atrás de nós, e eu sabia que se nos beijássemos ele não ficaria encarando. E adivinhe só? Eu estava certa.
– Por que não um abraço? Ou um aperto de mão?
– Não acredito que estamos tendo esta conversa. E onde você estava, Clint? Porque que eu saiba, eu fiquei sozinha por um ano todo, e agora que você aparece vem reclamar que eu ajudei o Steve numa missão?! Inacreditável.
Ele fica sem respostas, e nos encaramos por um breve momento, até ele desviar os olhos. Eu não quero chorar, só quero que ele pare de me culpar. Afinal, o que aconteceu entre mim e Steve ficou no passado, porque agora ele está numa missão solitária de procura a seu amigo, mais conhecido como Soldado Invernal.
– O que fez com seu cabelo? - Clint pergunta, e isso me aturde por um momento. Meu cabelo? Onde isso nos levaria?
– Eu não sei do que está falando.
– Deixou o cabelo mais longo, e liso. Por que? Era assim que o Capitão gostava?
O sangue ferve nas minhas veias, e tenho que morder o interior da boca para não respondê-lo com grosseria.
– Na verdade, foi escolha minha.
– Natasha... - ele começa, e me preparo para um pedido de desculpas, mas o que recebo é muito diferente. - Estou me mudando para Vermont.
Engulo em seco e cruzo os braços, mas não demonstrando tristeza, somente um tom cético.
– Por causa de mim? Porque se quer saber, eu não vou ficar aqui em Washington. As pessoas aqui sabem demais sobre mim.
O que me deixa muito desconfortável. Ninguém sabia quem eu era de verdade. Ninguém sequer imaginava que um dia eu fora somente uma criança russa. E quando eu revelei os arquivos da S.H.I.E.L.D, também mostrei ao mundo minha verdadeira identidade. Aquela que está tão escondida em meu âmago que eu nem me lembro como ela era.
– Isso não é sobre você, Natasha. Tenho algumas coisas para resolver lá.
– Suas coisas? Ou coisas da S.H.I.E.L.D?
– Isso é confidencial.
Reviro os olhos, e não me aguento mais, saio do cômodo, fazendo questão de esbarrar meu ombro no de Clint e bater a porta atrás de mim. Desço as escadas pesadamente, colocando a pilha de insultos de Clint em um lugar bem distante na minha mente.
Assim que saio do prédio sinto o vento vergastar meus cabelos, e me pergunto o que havia de errado com eles. Seria só implicância? Algumas pessoas na rua me encaram enquanto eu passo às pressas por elas, e não consigo deixar de me sentir exposta. Talvez eles saibam sobre mim, talvez queiram me colocar na cadeia, ou talvez só estejam olhando para o meu cabelo.
Pego a chave da bolsa e destranco a porta do apartamento minúsculo que moro. Vou direto para o banheiro, abro todas as gavetas com pressa, até encontrar uma tesoura. Abaixo a cabeça de modo que todo o cabelo vermelho caia no meu rosto, e corto do jeitinho que era antes, quando eu conhecera Steve, Bruce e Thor.
E depois tomo uma ducha quente, mas não me sinto confortável, já que o chuveiro é baixo e eu esbarro minha cabeça pelo menos seis vezes por banho. Já está tarde, e eu não estou com sono. Espero receber alguma ligação para uma missão da S.H.I.E.L.D, mas nada acontece.
Então adormeço, e não tenho sonhos. Acordo no meio da noite com um farfalhar vindo da cozinha. Pego a faca embaixo do meu travesseiro e a arma na segunda gaveta do criado mudo. Abro a porta com cuidado.
– Quem está aí?
Ouço um barulho muito mais próximo de mim, e puxo o gatilho, mas a luz se acende de repente, e quem está na minha frente, colocando a mão na minha arma para que eu não atire, é Steve Rogers.
– Steve?! - exclamo, baixando a arma.
– Oi, Natasha.
– Pensei que você estivesse bem longe de Nova York.
– Bem, eu decidi atrasar viagem.
– Por que?
– Eu estava pensando, formamos uma equipe incrível, não acha? E agora que não estamos exatamente por conta da S.H.I.E.L.D, o que acha de vir comigo?
Hesito antes de responder. Será que ele não podia ter ligado? Ou mandado uma mensagem? Honestamente, Steve precisava mesmo aprender mais sobre nossa época.
– Eu acho que posso ir.
– Excelente. Vejo você amanhã às sete?
– Hum... Espere. Como entrou aqui?
Steve olhou para a janela, que estava aberta.
– Certo, entendi. Da próxima vez você pode bater, ok?
– Claro, rainha da sutileza.
Com isso, Steve pula a janela e desaparece da minha vista.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem, e espero que tenham gostado. Beijos, Bianca!