Almas, por acaso, já viu alguma? escrita por YoshidaYuzan


Capítulo 2
II - Sean


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo da história de minha autoria. Não tenha medo ou preguiça de comentar.
Espero que gostem.



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Novamente, Sean teve um sonho. Dessa vez ele estava em uma floresta coberta por névoa roxa. As árvores eram secas, totalmente sem vida, e o céu da noite estava coberto por nuvens. Como sempre, o garoto teve dores de cabeça. Ele ficou observando a péssima paisagem com cautela, entretanto, de repente, ele ficou pálido.

— Isso é estranho — murmurou o garoto. — Por que... Por que eu me lembro desse local?

A expressão de Sean era sombria. Ele não sabia o motivo de se lembrar deste local, mas sabia que algo aconteceu aqui.

Uivos soaram pela floresta escura.

Um garoto apareceu correndo. Sean, nem mesmo precisou olhar para saber que o garoto era ele, já que suas lembranças apareceram. De acordo com as suas lembranças o motivo dele correr era porque lobos o caçavam.

O pequeno Sean continuou correndo, porém, antes de sair do campo de visam do Sean do presente, ele foi cercado por lobos. Não havia para onde ir. Ele cerrou os punhos e rangeu os dentes.

Um dos lobos pulou para cima do Sean mais novo, porém, em poucos segundos, o lobo parou. Ao redor, os outros lobos, também pararam de rosnar agressivamente.

A cena se dissipou. Logo, Sean, estava ereto novamente. Ele sorria sarcasticamente.

— Esses sonhos são tão incômodos — disse ele. — Bem, hora de acordar.

Ele colocou a mão em seu peito e evaporou. Sean, acordou logo após.

Sean foi escovar os dentes e então foi para a cozinha tomar café da manhã. Ao sair do quarto ele percebeu que a televisão da sala estava ligada e achou tal fato muito estranho, mas deixou quieto.

— Bom dia — alguém disse.

— Bom dia — respondeu ele de imediato. — Espere — ele parou de andar. E então virou-se para o sofá. — O que você está fazendo aqui, Amy?

A garota estava sentada em seu sofá, usando somente uma camiseta do Sean e uma calcinha. Seu cabelo estava preso e ela estava comendo alguma coisa que Sean não conseguiu decifrar.

— Assistindo tevê — ela respondeu.

— Não foi o que perguntei — questionou. — Por que está em minha casa? Aliás, você deveria se vestir direito.

Amy largou sua comida e levantou do sofá — pelo menos ele esperava que fosse algo comestível.

— Eu já lhe disse. Nós vamos trabalhar juntos, você odiando-me ou não. E está calor para se vestir devidamente.

Sean continuou a caminhar e na geladeira pegou uma garrafa de suco.

— Mesmo que fossemos trabalhar juntos, e não estou dizendo que vamos, você não precisava vir para minha casa.

Ela abriu um sorriso.

— Isso é porque morarei com você. Assim, você aprenderá a gostar dos seres imortais.

Ele encheu seu copo com suco de laranja e olhou diretamente para a garota.

— Some daqui — aclamou ele.

— Cruel! — falou Amy.

— Não me importo. Somente suma daqui.

Os olhos da anja ficaram azuis. Em sua mão direita uma foice começou a se materializar, porém, antes que ela pudesse ter a chance de atacar, Sean puxou sua espada que se encontrava encostada perto dele e a pressionou sobre o pescoço da garota.

Seus olhos voltaram a cor natural.

— Isso...isso foi muito rápido — disse ela surpresa.

— Mesmo? Não foi você que foi lerda? — provocou Sean.

A garota o encarou. Por fim virou seu rosto, andou até o sofá e novamente sentou nele.

— Não vou embora.

Sean suspirou. Ele não estava afim de ter que sustentar uma anja que se faz de superior, mas não tinha outra escolha.

— Não me importo. Caso queira, fique.

Por um pequeno momento ele pode ver os olhos da garota brilhando, porém, em poucos segundos ela o reprimiu.

Somente por um pequeno momento Sean ficou tentado a perguntar em como ela virou anjo e em que época foi isso, porém, ele resolveu não perguntar nada.

— Já que insiste, eu ficarei – falou, Amy.

— Desde quando eu insisti? — perguntou ele. — Ah, não importa.

O silencio surgiu no ar. Sean tomou seu café da manhã e se dirigiu até o sofá, no qual Amy encontrava-se. A garota estava tomando chocolate quente, que por sinal, ele preparou.

A televisão havia sido desligada e não havia qualquer som na sala, além do ruído do vento.

— Isso é estranho — disse ela. — Te ver sem aquele sobretudo.

Sean suspirou.

— Você irá mesmo ficar aqui? — perguntou, Sean.

Amy girou a xícara com chocolate quente entre as mãos, enquanto soprava seu interior.

— Sim. Está tudo bem, não?

— Estar tudo bem, é? — Sean levantou-se do sofá. — Bem, não se preocupe com isso.

O garoto seguiu até o seu quarto. Ele pegou seu sobretudo e o vestiu, assim, voltou para a sala.

— Vai sair? — Amy perguntou.

— Sim.

Sean abriu a porta.

— Espere um momento — falou, a garota. — Aonde dormirei?

— Acho que isso não é do meu interesse — disse Sean.

Ele sorriu sarcasticamente e fechou a porta.

Parece que arrumei um cãozinho, pensou. O garoto não esperava que isso aconteceria; Ele não estava paciente para discutir ou colocá-la para fora. Então, para ele, foi a melhor decisão a se tomar.

— Bem, aonde irei agora? — murmurou ele.

Sean somente queria sair um pouco de casa, então, não pensou exatamente aonde ir. No fim, decidiu andar um pouco pela cidade e comprar algo para o almoço. Antes, como vivia sozinho, não tinha que se preocupar com tais coisas, porém agora ele tem uma anja.

Ele foi até o mercado e comprou alguns ingredientes. Assim, hesitando, começou a caminhar em direção a sua casa.

Ele já havia andado quase todo o caminho para seu apartamento, quando sentiu algo estranho. Logo a sua frente, poucos metros de distancia, havia uma energia sombria enorme, parecia que varias almas estavam reunidas em um só local.

Sean suspirou cansado.

— Ah, parece que terei de ir, pelo menos elas estão perto.

Ele, então, começou a caminhar até o local bem lentamente. Entretanto, quando Sean estava prestes a alcançar o local que emanava a presença de tantas almas, algo ocorreu. A energia sombria desaparecera por completo em um piscar de olhos.

Sean não sabia o motivo desse ocorrido e, apesar de ter deixado-o bem intrigado, ele decidiu dar meia volta e continuar a caminhar até seu apartamento.

Logo ele chegou e ao entrar em casa, Amy, não estava mais no sofá.

Antes mesmo do garoto decidir procurá-la, ele a viu. Estava na cozinha e pelo mais incrível que pareça, cozinhando algo.

— Amy? — falou, Sean.

— Já voltou? — disse ela.

Ele estava perplexo. Estava preparado para encontrar qualquer coisa, porém não imaginava que ela faria algo útil.

— O que está fazendo? — perguntou um tanto desconfortável.

Amy o encarou.

— O quê? Não posso gostar de cozinhar?

Sean, suspirou.

— O.k — falou ele. — Pegue.

Então ele jogou a sacola com os ingredientes que ele havia comprado mais cedo.

Ela os pegou, surpresa.

— Obrigada, eu acho — respondeu.

Sean retirou seu sobretudo e o jogou sobre o sofá. Então, dirigiu-se até a cozinha, aonde Amy encontrava-se.

— Mais uma coisa — disse ele. — Caso queira pode dormir na minha cama comigo, caso não, eu não ligo.

A anja, corou-se levemente.

— O que está querendo dizer?! — gritou.

— Na verdade, nada — falou ele a olhando. — Agora vou dormir. Não me acorde.

Então Sean dirigiu-se para seu quarto. Após deitar em sua cama, ele logo adormeceu.

Dessa vez Sean não teve sonho algum. Essa foi a primeira vez que conseguiu dormir tranquilamente ou era o que ele imaginava. Ele acordou sendo jogado para fora de sua cama.

— Acorde, Sean! — gritou alguém.

Sean, que ainda estava um pouco adormecido, conseguiu visualizar Amy em cima dele.

— Eu não disse para não me acordar, Amy? Aliás, que horas são? — perguntou sonolento.

Amy saiu de cima dele e voltou a sua compostura de sempre

— Temos um problema e são 17:45.

Ele levantou-se. Seu cabelo negro estava despenteado, talvez por ter dormido tão bem. Sean se endireitou e foi em direção ao banheiro.

— Problema? — disse ele e entrou no banheiro.

Amy logo abriu a porta do banheiro e se deparou com ele escovando os dentes.

— Sim. Estou sentindo almas por perto.

Sean terminou de escovar os dentes e enxaguou a boca.

Que vá se ferrar essas almas, pensou ele. Ela o tirou do único sono que ele pode dormir tranquilamente.

— Mesmo? — ele perguntou. — Por que me acordou, então?

— Para irmos atrás delas — disse ela. — Você vem, não?

— Não, obrigado.

Sean sabia que isso aconteceria. Apesar dele tê-la deixado ficar, isso não significava que ele tinha aceitado cooperar com ela.

— O quê? — ela falou indignada.

Aquela anja controlada tinha acabado de desaparecer. Agora só o que restava era uma garota enfurecida de calcinha e regata.

— Bem — ele respondeu. —, eu não estou sentindo nada, ou seja, este seria um trabalho que eu normalmente não faria, então, não tem sentido em ir.

Amy o encarou e então virou seu rosto para o lado.

— Eu irei sozinha então — falou ela, irritada.

— Vista algo primeiro, Amy — aconselhou Sean.

Ela voltou a se enfurecer.

— Eu irei, imbecil — falou.

Ela, então, bateu a porta do banheiro. Ele pode escutar os passos fortes dela por toda a casa e, por fim a porta da frente se batendo.

Sean saiu do banheiro e foi para sala, onde sentou no sofá e começou a ler um livro.

— Pelo menos terei paz — murmurou ele.


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Notas finais do capítulo

E então, como está? Alguma critica ou comentário?



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