Pde escrita por tredfox


Capítulo 1
Capítulo 1




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Capítulo 1



–Não, você não vai escapar – Olhei fixamente nos olhos dele enquanto enfiava minha faca na sua garganta. Ouvir os gritos dele, sentir o corpo dele amolecendo e desligando completamente me deixava tão relaxada, era um sentimento de prazer e alegria ver aquele sangue escorrer pelas minhas mãos.

Levantei da cama, vesti minhas roupas e apaguei qualquer vestígio de que eu estive naquele quarto. Olhei para o corpo jogado na cama, os lençóis cheios de sangue, não conseguia controlar o riso, eu realmente não sabia o que havia me tornado.

Peguei minhas coisas e liguei para a Nicole.

– Alô, Nic? Pode vir me encontrar aqui na NOMEDARUAQUEEUNÂOSEIAINDA? Preciso de uma carona.

– Você fez de novo? Vou ter que te ajudar a fugir da polícia de novo? - Nicole falou gritando e irritada, conseguia sentir a raiva e a preocupação dela no outro lado da linha.

– Olha, eu não sei o que deu em mim, mas eu preciso que você venha me buscar. Por favor, essa foi a última fez, eu juro. Não vou fazer mais isso, eu só tive uma recaída, você sabe que isso é como uma droga pra mim.

– Olha Camila, essa é a última vez que eu te tiro de encrenca, na próxima eu deixo os policias te pegarem e te levaram para a puta que pariu.

– Obrigada, te amo, tchau. – Desliguei o celular e fui encontrar a Nicole.

Era uma noite fria e parecia que a Nicole nunca chegava para me buscar. Foi então que eu ouvi a sirene da viatura de policia, foi tudo muito rápido. Eu me lembro de ver um dos policiais com a apontada para mim e apagar.

Acordei em um lugar completamente estranho, havia freiras e padres.

– O que eu estou fazendo aqui? Onde é isso? – disse baixinho enquanto me levantava daquela cama dura.

–Você está no Convento da Santa Haah, todos que estão aqui cometeram algum crime ou traficaram drogas, todos estão aqui para serem perdoados dos seus pecados. Eu não acredito nisso e você? -um menino que aparentava ter a minha idade estava do outro lado do quarto com alguma coisa verde na mão me respondeu.

– Quem é você? – perguntei

– Meu nome é Alexandre, mas todos me chamam de Alex- Ele estendeu a mão sorrindo.

– Eu me chamo Camila, prazer. Mas eu ainda não consigo entender o que eu estou fazendo aqui, não era para eu estar na prisão como os outros assassinos? – Falei passando a mão na cabeça enquanto olhava o quarto.

– Você matou alguém?! QUE LEGAL! – Ele fez uma cara realmente assustadora, eu achei que ele ficaria com medo, uma pessoa em seu perfeito juízo não acharia um assassinato legal.

– Sim, matei, na verdade perdi a conta de quantas pessoas matei. Matar para mim é um vicio, pior que se viciar em Alface, em drogas. A sensação do sangue escorrendo é a melhor de todas. –Falei com a cabeça baixa. Eu achava que ele iria correr, pedir para mudar de quarto ou coisa parecida, mas ele simplesmente disse “legal” e sorriu.

– Você conhece alguém que possa me explicar o real motivo de eu estar aqui?- Perguntei me levantando.

–Sim, a Diretora Haeska, posso te levar a ela se você quiser. - Ele se levantou e andou em direção à porta.

– Sim, eu quero.

Segui-o até a diretoria, a diretora estava sentada em uma cadeira com uma bíblia na mão. Ela me olhou de cima a baixo e disse para eu me sentar.

– Então, o que do que você precisa?- Ela soltou a bíblia na mesa e me olhou fixamente.

– Eu sou Camila e eu não sei como eu vim parar aqui.

– Bom, Camila Escobar, certo?-Ela pegou uma agenda.

– Sim senhora. –Respondi

– Você chegou aqui por assassinar mais de 10 pessoas, você normalmente seria condenada a pena de morte, mas os médicos afirmaram que você tem algum tipo de dupla personalidade e te mandaram para cá. Esse lugar é uma clinica de Deus, Deus que tudo cura e tudo salva.

– Ah, entendi senhora, obrigada. – Me retirei o mais rápido que pude, não ficaria naquele lugar, precisava de um plano de fuga. Resolvi perguntar ao Alex se existia alguma forma de sair de lá ou coisa do tipo, já que ele parecia estar a muito tempo ali.

Voltei para o quarto, pois o convento era muito grande e eu provavelmente iria me perder. Havia muitas pessoas nos corredores e todas me olhavam, provavelmente porque eu era ‘carne nova no pedaço’, provavelmente eles já deviam ter ouvido algo sobre as pessoas que eu matei e estão curiosos em saber o que um assassino tem em mente. Entrei no quarto e Alex estava lendo alguma coisa relacionada à bíblia. Sentei no espaço que tinha ao seu lado e dei uma espiada sobre o que se tratava.

– Você realmente acredita em um Deus superior? – Perguntei

–Não, eu acredito em gnomos. - Ele respondeu sem desgrudar os olhos do livro.

– hm, gnomos parecem ser uma boa ideia. – Respondi olhando para ele. – O que você fez para vir parar aqui?

– Eu apenas disse que não acreditava em Deus, que acreditava em gnomos. – Ele olhou pra mim.

– Só isso? O que deu nas pessoas de hoje em dia? –Falei.

–Você parece ser uma garota legal, mesmo matando pessoas você parece legal – Ele me olhou e sorriu.

– Você também parece ser legal, mesmo acreditando em gnomos. – Sorri

Deitei-me na cama do lado e fiquei olhando ele ler até pegar no sono. Na manhã seguinte acordei com o grito do Padre Filipe pelos corredores acordando as pessoas para a oração da parte da manhã.

– Sério? 06h horas da manhã? Que diabos hora as 06hda manhã? Preciso sair daqui rápido. – murmurei.

As pessoas iam saindo de seus dormitórios e entravam em uma fila, tudo ali parecia muito organizado, tudo feito na hora certa. A fila era enorme, não imaginei que vivessem tantas pessoas ali. Só conseguia pensar em como sair dali e por onde andava a Nicole. Aquele lugar me dava arrepios, o que eu achei meio irônico porque aquilo deveria ser um lugar acolhedor por ser a ‘casa de Deus’.

Eu estava totalmente distraída quando Alex e mais uma menina chegaram atrás de mim e começaram a falar.

– Camila, essa é a Eduarda, uma das melhores pessoas daqui.

– Prazer, senhorita Camila. – Ela disse levantando a mão.

– O prazer é todo meu- Sorri e apertei sua mão. – Preciso falar uma coisa com você mais tarde, Alex. Pode ser? –perguntei

–Ok, te espero atrás do convento, você sabe onde fica?

– Sou totalmente nova aqui, então não. – eu ri

– Para uma assassina você parece bem amigável. – Eduarda me olhou e disse.

– Duda, não fala assim com ela! – Alex olhou fixamente para ela.

–Tudo bem, não tem problema, eu realmente matei várias pessoas e não me orgulho disso, mas tenho que aceitar os fatos. – Respondi e me virei de costas. Eduarda furou a fila e foi para o inicio.

Alex chegou por trás e disse no meu ouvido:

–Desculpa, ela não consegue guardar as palavras pra si mesmas. – Não respondi, apenas segui andando conforme a fila se movia.

Todos entraram em uma espécie de igreja, havia vários bancos e velas e uma imagem de Jesus sendo crucificado. Sentei-me em um dos bancos que ficavam no fundo, porque provavelmente eu iria dormir e não queria arrumar confusão, não por agora.

– Tudo bem assassina? – Eduarda sentou ao meu lado.

– O que? – Perguntei não acreditando no que ela havia dito. Qual o motivo disso?- Ela chegou mais perto

– Você não ouviu? O sangue das pessoas que você matou entrou nos seus ouvidos?- Ela riu.

– Como você pode dizer uma coisa dessas? Eu matei, matei muitas pessoas SIM! Mas você não tem o direito de falar assim comigo, me deixa em paz. – Sai dali, sem nem me importar se estava no meio de uma oração ou coisa do tipo. Entrei no quarto e o Alex estava lá, sentado lendo o mesmo livro.

– O que aconteceu? –Ele perguntou me olhando de cima a baixo e soltando o livro em cima do travesseiro.

– Sua amiga, a Eduarda, ela me deixou nervosa, só isso. – Falei andando de um lado para o outro do quarto.

Eu estava ficando nervosa, isso não era um bom sinal, eu poderia atacar alguém naquele exato momento e eu não queria fazer isso com o Alex, eu não queria matar ele.

Ele se levantou e veio na minha direção.

– Ei, para, a Duda é assim mesmo, esquece isso e tenta se acalmar – Ele me pegou pelos braços e me olhou nos olhos.

– Me larga! – Gritei- Não me toca, eu não quero fazer isso com você! Eu não quero! Não quero!

– Fazer o que? Acalma-se Camila, se acalma! – Ele continuava me segurando, eu conseguia sentir minha pressão subir, eu conseguia sentir aquele desejo de sangue, eu estava tremendo e meus olhos arregalados, eu precisava fazer aquilo, mas eu não queria.

Eu estava tentando me controlar, mas ele continuava me segurando com força e continuava repetindo para eu ficar calma, como ele não percebia que aquilo só estava piorando a situação? Consegui fazer ele me soltar, mas eu continuava com aquele desejo, eu precisava.

Empurrei-o para a parede e o prendi com as minhas mãos em seu pescoço, ele me olhava com os olhos arregalados e eu conseguia sentir seu corpo estremecendo de medo. Eu apertava seu pescoço cada vez mais forte, seu corpo estava suando e o meu também, eu estava me controlando, tentando pelo menos, mas era muito difícil, eu sabia que não iria conseguir.

Naquele momento eu realmente achei que iria mata-lo, eu realmente não sei o que me fez parar, nunca lutei tanto contra meus extintos como naquela manhã.


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