Raio de Sol escrita por Han Eun Seom


Capítulo 2
Provavelmente


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada a Malu Potter pelo review no primeiro capítulo! Fiquei muito feliz :3 :3 :3
A fic vai ter linguagem imprópria como está nos Avisos, mas queria reforçar mais uma vez ^.^

~Uma boa leitura! Nos encontramos nas notas finais!!



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Capítulo 2 – Provavelmente.

Foi algo extremamente complicado continuar com toda aquela ladainha. O hospital exigiu muitos documentos e tempo de Raiane já que o choque que seus pais levaram foi demais. Ismael havia ido embora, mas não antes de pegar o número do celular e o email dela.

Um estranho que havia a ajudado muito, nada mais do que isso poderia descrevê-lo. Ainda lhe era um mistério o porquê dele a ter ajudado, mas isso não importava.

– Você está morta – Raiane disse em voz baixa olhando uma foto dela e sua irmã no celular. – Isso é maldade Tália.

A foto era um selfie das duas em um shopping. Sua irmã sorria abertamente para a câmera enquanto Raiane dava um sorriso tímido e simples. Tiraram aquela foto já fazia oito meses e parecia tão mais. Nunca mais poderia falar com ela, nem tirar foto ou muito menos abraçá-la.

Foi inevitável as lágrimas descerem. Raiane chorava com sofreguidão e ninguém no hospital parou para perguntar o porquê, na verdade estava feliz por não terem feito isso.

Ela bloqueou a tela do celular e o guardou na bolsa, checou se não precisavam de mais nada no hospital e se tudo estava pronto para levarem o corpo da irmã para a funerária, como não havia mais nada a se fazer ela voltou para casa.

O ar parecia estar mais gelado do que o de costume e também parecia estar mais escuro.Talvez chova. E mais uma vez ela chorou.

– “Quando anoitece o seu olhar parece morrer...” – ele hesitou. – “Parece morrer e...”

– Parece morrer e se aprofundar! – gritou uma garota no fundo da sala e todos riram. Ismael sentiu suas bochechas corarem e voltou em silêncio para sua carteira.

– Francamente – a professora suspirou. – Como pretende ser alguma coisa com essa memória, Ismael? Não consegue nem decorar duas frases – mais risadas. – E vocês ai! Parem de rir de seu colega! – eles pararam, mas Ismael sabia que eles ainda o olhavam.

– Eu nem quero ser ator – Ismael sussurrou para si mesmo e sua professora, já uma senhora, pediu para que repetisse. – Nada não professora – ele sorriu.

Não queria nem estar participando daquilo, teria que dar um jeito de fazer seus pais entenderem que não queria seguir a carreira deles e que não dava para essas coisas. Realmente gostava dos poemas e sua memória não era tão ruim assim. Lembrava-se perfeitamente do verso do poema de um blog que havia achado uma vez.

Seu sorriso melancólico e triste

Nunca será meu por que ele não é de ninguém

Quando anoitece seu olhar

Parece morrer e se aprofundar,

Mas nem mesmo esse olhar eu poderia ter.

Ele havia ficado tão impressionado com a força das palavras que o decorou e o recitava toda noite em seus pensamentos antes de dormir, mas não conseguiu dizê-lo aquela noite, na sala, por causa do rosto dela que não saía de seus pensamentos.

Era uma vergonha, pensou, eu recomendei o poema e nem mesmo consegui recitá-lo! Suspirou aliviado ao olhar para seu relógio e ver que havia acabado. Recolheu suas coisas, mas antes de sair foi chamado pela professora. Ela esperou todos saírem antes de chamá-lo para sua mesa.

– Ismael – ela parecia ter uma voz cansada. – O que está acontecendo? Sei que você nunca foi de gostar deste curso – ela disse confusa – mas nem mesmo decorar você está conseguindo... Não acha que deveria ir a um médico?

Ela achava que estava com um problema médico, coitadinha. Ismael fez um esforço muito grande para não suspirar e acabou por dizer com a voz um pouco rouca:

– Eu apenas não me dediquei o suficiente, professora – dizer sempre os fazia acreditar. – Da próxima vez irei me esforçar mais.

– Não... – ela mordeu o lábio inferior. Ela tinha um hábito parecido não era? – Não haverá próxima vez Ismael.

– Como assim? – ele era o confuso agora.

– Estou mandando uma carta de... Recomendação para seus pais para que pare de fazer o curso.

– Mas professora...!

– Isso – a professora olhou para a sala e havia um brilho de amor nos olhos dela. – Isso não me parece Ismael – ela sorriu tristemente – um lugar no qual se sinta confortável.

Sua expressão deve ter transparecido a surpresa que sentia. Ela havia percebido?

– Isso aqui é tão não para você – ela riu – que nem mesmo disfarçar isso você conseguiu Ismael – ela entregou o envelope para ele. – Vá fazer algo que realmente queira Ismael, não se prenda aqui por simples capricho de seus pais.

Ismael não falou nada durante dois minutos. Por dois minutos inteiros ele desviou seu olhar do envelope para ela apenas e por fim abriu lentamente um sorriso e sentiu seus olhos arderem um pouco antes de falar.

– “Algum dia tudo fará sentido. Enquanto isso, ria da confusão, chore um pouco, e entenda que tudo acontece por uma razão” – ele riu baixo sem acreditar que talvez pudesse mesmo sair dali.

– Paulo Coelho você decora né garoto – ela disse num tom brincalhão. – Vá logo... – Ismael a abraçou e ela mesma foi pega de surpresa. – Vá logo.

Ismael se afastou apertando a carta na mão dizendo a si mesmo que aquilo poderia o libertar um pouco. Saiu do prédio decidido a tomar um rumo para sua vida. Vou mostrar para ela que não sou pirralho nenhum.

Raiane olhava para a tela do computador sem animo algum, havia chorado tanto que seu peito ainda doía. Talvez eu falte na faculdade por uns dias para resolver tudo. Seus pais estavam muito abalados para conseguir fazer alguma coisa, eles até a chamaram para ficar com eles por uns dias, mas ela sabia que era apenas por educação.

A última coisa que eles iriam querer era a filha problema junto deles naquele momento.

Raiane não era exatamente uma filha problema, mas sempre ficou na média em tudo e costumava ficar muito doente quando pequena o que trazia muitas despesas.

Sabia que não era certo dizer que seus pais não a amavam, mas o amor que tinham por Tália era obviamente maior do que o que tinham por ela. As pessoas chegavam a achar que ela era uma amiga de Tália e não irmã porque seus pais nunca a tratavam do mesmo jeito... Carinhosa, atenciosamente.

Estaria mentindo se dissesse que estava bem com aquilo. Era frustrante na verdade, mas Raiane nunca foi uma garota que ficava muito tempo com um assunto na cabeça.

Mesmo Tália recebendo muito mais carinho do que Raiane, ela sempre a amou. Tália repreendia seus pais por não se lembrarem de datas especiais como o teatrinho de Raiane e ela sempre dava um jeito de ir ver a irmã caçula, quaisquer fosse a circunstancias.

Raiane levantou-se e foi para a minúscula cozinha onde pegou uma latinha de refrigerante e um pedaço de bolo da semana anterior. Em vez de voltar para o computador ela sentou-se no sofá, recostando suas costas e permitindo-se relaxar.

Começou à comer um pouco e tomar o refrigerante pensando o que faria a partir de agora, como organizaria sua vida, mas seus pensamentos foram interrompidos por seu celular tocando.

Franziu o cenho e olhou para o relógio de parede vendo que já eram quase meia noite. Atendeu ao telefone sem nem mesmo verificar o nome do contato.

Raiane? – uma voz masculina chamou seu nome e parecia estar prestes a chorar.

– Quem é?

Sou eu, Ismael... O pirralho – ele completou quando viu que ela não deu resposta.

– Mas o que vocês está me fazendo ligando a essa hora? – ela apertou os lábios um pouco brava e um pouco confusa.

Você não estava dormindo estava? – Raiane negou com um resmungo e nisso ela escuta um soluço. – Que bom...

– Você está bem? – ele não respondeu. – Ismael você está chorando? – ele fungou pelo telefone começou a chorar de verdade. – Meu Deus, o que aconteceu?

Desculpe Raiane! Desculpe mesmo, é que eu não tenho... Eu não tenho ninguém mais para ligar.

– Ismael... – e seu coração amoleceu, ele parecia perdido e chorava tão alto... – Onde você está?

O... O que?

– Me fala onde você está – ela fechou os olhos, deveria estar louca para estar fazendo aquilo. – Eu vou buscar você.

Por que você – ele fungou tentando falar claramente. – Está com pena de um pirralho?

Raiane não respondeu, estava ocupada pegando um casaco e já saindo do apartamento, mas antes disse para ele:

– Hum... Provavelmente – sua voz saiu um pouco mais baixa do que pretendia e disse com mais firmeza. – Anda logo que eu não tenho todo o tempo do mundo, garoto. Onde você está?


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Notas finais do capítulo

Um surpresa, huh? Se acharem algum erro por favor me digam que eu vou corrigir, ok? Afinal, ninguém é perfeito ;3

Lembrem-se! Capítulo novo apenas com review!

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