O Despertar do Comensal escrita por Bia Salvatore, Ingrid Callado


Capítulo 4
Seleção das casas


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem desse capítulo. Vai aparecer alguns personagens que vão marcar presença até o fim!!



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Descemos do Expresso Hogwarts e nos deparamos com um homem enorme.

–Uau – Todos falam em uníssono.

–Você também está vendo aquele homem gigante, não é, Cleo? – Pergunta Carly

–Sim – Sussurro.

–Alunos do primeiro ano! Me acompanhem! Por aqui, alunos do primeiro ano! – Fala o Gigante.

Seguimos gigante por um caminho de aparência íngreme e estreita. O caminho acaba na margem de um lago escuro.

Olho para o horizonte e vejo. No alto de um penhasco, um castelo imenso com muitas torres e torrinhas.

–Apenas quatro alunos por barco! – Avisa o gigante, que já está se acomodando em um barco só dele.

Vou em direção a um dos barquinhos. Assim que eu e Carly nos acomodamos uma menina ruiva com aparência simpática se junta a nós.

–Oi – Diz a menina ruiva

–Olá – Digo, enquanto Carly sorri.

–Não são quatro por barco? – Pergunta Carly

Antes que eu possa responder alguém diz:

–Infelizmente.

Uma garota loira de cabelos ondulados se senta na ponta do barco. O mais longe possível de nós.

Alguns segundos depois o barquinho começa e se mover lentamente em direção a Hogwarts.

–Meu nome é Cleo. – Me apresento para a garota ruiva. – E essa é a Carly.

–Lílian – Ela sorri.

A loira nos ignora pelo resto do caminho.

***

As portas duplas se abrem para o Grande Salão.

Ouço suspiros e comentários animados. A Professora McGonagall (reconheci ela das muitas figurinhas do sapo de chocolate) coloca um banquinho de quatro pernas na frente dos alunos novos, e em cima do banco, um chapéu.

–O Chapéu Seletor – Sussurro para Carly – É ele que escolhe para qual casa você vai. Meu pai me contou.

Ela assente, mas posso notar o quanto ela está nervosa.

O chapéu começa a cantar:

Sou o chapéu mais inteligente do mundo

Sou eu quem decide o seu destino na escola dos bruxos

Que define quem você será em Hogwarts

Não há como esconder seus pensamentos de mim

Pois uma vez em sua cabeça

Saberei exatamente quem você é

Em minutos julgarei sua personalidade

E direi a que casa você realmente pertence

Chapéu mais esperto que eu não há

Pois sou o seletor de Hogwarts

O chapéu seletor das casas de Hogwarts

Será que você pertence a Grifinória?

Casa dos corajosos e destemidos

Casa dos que não tem nada a temer

E gostam de se provar

Ou será da Lufa-Lufa?

Casa em que a lealdade é respeitada

Casa em que a justiça prevalece

Quem sabe sua moradia será a Corvinal?

Casa dos bruxos que sempre buscam o saber

Que são leais e inteligentes

Ou será a Sonserina?

Casa dos astuciosos

Que enfrentam qualquer obstáculo

Para conseguir o que desejam

Vamos lá, Novos bruxos

Me ponham na cabeça

Deixe-me ver o que se passa em sua mente

Deixe que o Chapéu Seletor escolha a sua casa

Não temam! Se aproximem!

Sou o Chapéu Seletor!

Ao fim da música todos aplaudem.

–Quando eu chamar seus nomes, vocês deverão colocar o chapéu e se sentar no banco para a seleção. Katherine Anderson!

Uma garota gordinha sai da fila e poucos segundos após se sentar, o chapéu grita:

–Corvinal!

A seleção segue rapidamente.

–Lindsay Bell!

–Lufa-Lufa!

–Julian Connor!

–Sonserina!

Alguns segundos depois, a Professora Minerva chamou Meredith Linden, e a garota loira e irritante que veio no barco se sentou no banco e colocou o Chapéu Seletor na cabeça.

Não sabia que chapéus estremeciam, mas acho que “estremecer” é a única palavra que define a reação do chapéu ao entrar em contato com a cabeça de Meredith. Quase cinco minutos depois, ele grita:

–Sonserina!

–Cleo Martins!

Com um enorme sorriso, vou saltitando até o banco, coloco o chapéu a cabeça, mas ele cobre meu rosto até perto do queixo.

–Hum... – Que mente interessante... Sei qual é a casa perfeita para você... Grifinória!

Pulo do banco tão empolgada que deixo o chapéu cair no chão. Ele me olha com uma expressão que provavelmente é raiva.

–Desculpa, desculpa, desculpa – Apanho ele do chão e coloco no banco, enquanto todos no salão riem.

Caminho em direção a mesa da Grifinória e me sento entre dois garotos. Os dois aparentam ser mais velhos que eu. Um tem olhos verdes e cabelo preto e encaracolado, e o outro tem cabelo loiro e olhos castanhos.

–Lílian Potter!

A garota ruiva sorri e se encaminha para o banco.

–Grifinória!

–Carly Price!

Mesmo de longe consigo ver que ela fica pálida e com aparência de quem vai vomitar. Mas logo se recupera e caminha em direção ao banco.

–Corvinal!

Enquanto estou processando a informação (que não serei da mesma casa da Carly – o que é uma pena, eu realmente gostei dela) ouço alguém falar ao meu lado:

–Bem vinda a Grifinória, Cleo – Diz o garoto de cabelo encaracolado. – Meu nome é James.

–Oi. – Sorrio para James e me viro para o garoto loiro – E você é...?

–Scorpius... – Ele sussurra - ...Malfoy – Acrescenta, tão baixo que tenho que me curvar para ouvir.

–Espere aí – Me viro completamente para ele – Malfoy? Eu já ouvi falar da sua família. Mas... eu pensei que os Malfoy só fossem para a Sonserina.

Scorpius abaixa a cabeça e percebo que ele está levemente corado.

–Desculpa. Eu não... Eu não queria...

–Tudo bem – Ele dá de ombros.

Por que eu não consigo ficar de boca fechada? Penso.

–Não se preocupe – Diz James – Esse é um assunto delicado...

–Cleo! – Fala Lílian, se debruçando sobre James – É tão bom ver um rosto conhecido nessa mesa!

–Rosto conhecido? Esqueceu de mim, maninha? Eu sou o quê? Uma coruja? – James finge estar chocado e ofendido. E isso resulta em uma cara muito engraçada.

–Não me obrigue a concordar com você!

Ele bagunça o cabelo dela e eles começam a rir. Nesse momento, como um estalo em minha cabeça, me dou conta de uma coisa. E como era de se esperar, não consigo ficar de boca fechada.

–Vocês são filhos de Harry Potter!

–Sim – Diz James – E como o meu pai, sou o bruxo mais poderoso do mundo.

–Cale a boca, James. – Lílian da um tapa no braço dele – Não acredite em nada que ele disser. Ele se julga o mais talentoso, mas ainda está no terceiro ano. Sequer tem qualificação para ser monitor.

–E quem quer ser monitor?

–Eu quero – Diz Lílian – E daqui a alguns anos, vou ser.

Eles continuam se provocando por mais algum tempo. Mas ali sentada na mesa da Grifinória, observando aqueles dois, tive certeza de que queria me tornar amiga deles. Eles possuem uma espécie de alegria contagiante, eles dão a impressão de que você vai se sentir feliz apenas na companhia deles. Nesse momento me lembro de Carly, olho em direção a mesa da Corvinal e a vejo entretida em uma conversa com um garoto de cabelos escuros.

Olho para cima e vejo velas flutuando por todo o salão. E um lindo céu no lugar de um teto.

–É um feitiço – Diz Lílian – O céu, quero dizer. O teto foi enfeitiçado para parecer o céu...

–Cale a boca, Lily – James joga um pãozinho nela – Você está parecendo a Tia Mione.

Quando volto meu olhar para a mesa me deparo com um banquete. Carnes de todos os tipos, pãezinhos e muitas outras coisas.

O resto do jantar segue da mesma forma que começou. Com conversas e trocas de provocações entre Lílian e James.

Scorpius sequer olha em minha direção.

***

Quando chego ao dormitório fico feliz em ver que Cookie está me esperando. Minha coruja dorme tranquilamente em sua gaiola.

–Seremos colegas de quarto! – Diz Lílian com um sorriso.

–Tenho que admitir que fico feliz com isso.

–Uma pena sua amiga não ser da Grifinória também.

–Verdade. Espero que ela não tenha problemas de adaptação na Corvinal.

–Por que ela teria?

–Ela não sabe nada sobre o nosso mundo. Cresceu com a mãe trouxa e o pai morreu antes de ter a chance de ensiná-la qualquer coisa a respeito.

–Ah...

–Ela é bem legal. Um pouco tímida, mas acho que ela será uma bruxa muito boa. E talentosa.

–E você, Cleo? Como são seus pais? – Lílian se senta em minha cama.

–Bom, seu sou muito parecida com eles – Falo enquanto me sento ao lado dela – Eles são os melhores pais do mundo. Minha mãe tem uma loja no Beco Diagonal e meu pai é Auror. Por incrível que pareça, sou mais apegada ao meu pai... Ele sempre me provoca – Digo com um sorriso – Ele até enfeitiçou um quadro para marcar quantas vezes eu caio da escada em casa – Digo rindo.

–E eu achando que meu irmão era desastrado.

–O James é desastrado?

Não consigo entender o motivo, mas pensar em James me desperta um novo tipo de curiosidade. Como se de uma hora para a outra eu quisesse saber tudo a respeito dele.

–Não. Quero dizer, ele também. Os meus dois irmãos são desastrados, chatos e irritantes.

–E você, Lílian? Como é sua família?

–Meus pais são incríveis. Mas, assim como você, sou mais apegada ao meu pai. Meus irmãos você já conhece. Ou melhor, o James. O Alvo é um pouco na dele. Mas quando quer é bem irritante também.

Ficamos conversando até tarde. Quando finalmente vou dormir, sonho com Meredith usando uma capa preta e rindo.

Na manhã seguinte acordo apenas com uma sensação estranha. Mas não lembro do sonho.


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Notas finais do capítulo

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