POV Jasmine

Eu corria pelos campos de pastagem com meu irmão, tentando não sujar o vestido. Estávamos cortando caminho até o centro da cidade (na verdade não tem bem uma cidade lá, só uma praça com umas lojas e o edifício da justiça) para a colheita.

Nossa primeira colheita. Se eu estava nervosa? Muito. Mas as chances não eram muito grandes, nosso nome só estava lá algumas vezes (tésseras). Chegamos até a praça lotada, e depois de tirar nosso sangue e de passar um vídeo sobre Panem, uma mulher da Capital (ridícula), foi até o globo e retirou um dos papeizinhos lá do fundo.

– Jasmine Becker*– congelei, enquanto todas as cabeças se viraram em minha direção, umas com alívio, mas a maioria com pena. Caminhei até o palco, e ao subir focalizei o rosto de meu irmão, branco como cera. Temi que ele se voluntariasse em meu lugar, e fiz, quase imperceptivelmente, um não com a cabeça.

A mulher da Capital caminhou até o globo dos garotos e retirou outro papel do fundo. Minha intuição me alertou, e meus temores são confirmados ao ouvir:

– Leonard Becker– nessa hora, o D10 explodiu. Muitas pessoas começaram a murmurar e reclamar de indignação. “Isso é um absurdo!” e “Eles são só crianças” eram o que eu mais ouvia. Meu irmão subiu no palco. A mulher da Capital, meio constrangida, disse:

– Apertem as mãos. - apertei com força a mão de meu irmão, e não a soltei até chegarmos no trem.