82ª edição dos Jogos Vorazes escrita por Just a Writer, Kaleidoscope Eyes


Capítulo 15
Terceiro e quarto dia


Notas iniciais do capítulo

Oieee, aqui está o especial, (AVISO: é um cap MONSTRO! ENORME!) com POVs da Kat e da Rose. (Alice, vc é vidente?) Vocês vão chorar muito nesse cap, preparem os lenços! _|||_

PS: Leiam as notas finais!



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POV Katherine

Está sendo uma manhã particularmente entediante para os padrões dos Jogos. Claro, não que eu queira mais animação, (os lobos já foram horríveis), mas está tudo quieto demais, nenhuma morte, nenhuma surpresa...

Ando atenta com a zarabatana (hoje está sem névoa) em uma mão e a faca na outra. Estou indo na para baixo, essa montanha está muito próxima da cornucópia para meu gosto. De repente ouço um grito feminino, estridente, seguido de um uivo.

Empalideço. Parece o grito da... Rose! Saio correndo, tentando encontrar a direção do grito. Escuto outro grito, que não reconheço, mas também é de uma garota. Bato na parede, desesperada. De onde o grito vem?! O vento pode ter carregado o grito muitos quilômetros, e as montanhas são enormes!

Mas tento raciocinar, fecho os olhos e penso. Rose, e outras pessoas (possivelmente Brianna e Melany, ficamos amigas também), deviam estar nas florestas, vieram para cá do oeste, como eu... Abro os olhos e corro para baixo, agora agradecendo por estar perto do centro.

A cada segundo fico mais preocupada. Os uivos dos bestantes ficam cada vez mais altos... será que... não. Não pode ser. Espantando esses pensamentos, chego mais perto da borda, e arregalo os olhos.

Logo um nível abaixo de mim, em uma área mais larga da montanha, Rosalyn, Brianna, Melany e... aquele é o garoto do 9? Jason, acho que é, são atacados pelos lobos. São 6 deles, e olha que já tinha uns 3 mortos! Brianna tenta afastá-los atacando com sua espada, e Melany está mais atrás, sem arma. Rosalyn também não está com arma nenhuma, e treme muito. Jason empunha uma lança, e se posta protetoramente na frente da Rose. Nota mental: se sairmos daqui vivos, perguntar pra Rose que história é essa.

Sem hesitar, levo a zarabatana já carregada a boca, e jogo um dardo no lobo mais próximo das garotas, que cai no chão, morto. Sorrio, (aprendi a acertar pontos vitais em que é fácil o veneno se instalar), e, tirando a outra faca da mochila, pulo, caindo um pouco ao lado de Brianna (tentando ficar longe do alcance de sua lança), que me olha, de queixo caído.

Nessa surpresa, outro lobo pula para atacar Melany, e instintivamente atiro uma das facas, que se crava no peito do lobo. Como fiz isso não sei, mas como todos ainda me olham surpresos, grito:

– Hey gente, sei que sou demais, mas se não pararem de me olhar vamos todos morrer!

Então eles lembram que estamos nos Jogos Vorazes, e investem contra os lobos. Conseguimos matar mais 3 deles, os dois restantes são grandes, e mais inteligentes, se desviam facilmente de nossos golpes, então digo a Brianna:

– Me dê cobertura. - ela assente com a cabeça, e corro para a borda do penhasco, pensando num plano. Vejo que existe mais um nível largo como este abaixo de nós, e chamo os outros, dizendo:

– Pulem!

– Ficou maluca? - dizem todos em uníssono.

– Hey, não confiam em mim?

Quando digo isso, todos, exitantes, pulam, e em seguida eu também

– Se encostem na parede, preparem as armas e esperem meu sinal. - ordeno.

Todos o fazem, e quando os lobos pulam, grito:

– Agora! - e antes que os bestantes se deem conta que é uma armadilha, nossas espadas, lanças e facas estão cravadas neles.

Brianna e Melany se sentam, exaustas. Rosalyn treme muito de medo e Jason a abraça, e por alguns minutos ninguém fala nada. Então Jason se levanta e se aproxima dos lobos mortos. Prevendo que ele vai chuta-los para o abismo, falo:

– Não, espere. - ele me olha confuso. Ando até os lobos, e pego minha faca.

– Vocês tem casacos extras ou sacos de dormir? Aqui faz muito frio à noite. - todos afirmam, menos Jason.

–Bom, a menos que queira dividir com a Rose... - falo e eles coram – Se importa? É bem quentinho -digo apontando para a pele do lobo.

– Não. - ele diz, ainda corado.

Corto a pele do lobo formando um cobertor e com a do outro um casaco, e entrego a Jason. Um silêncio constrangedor se ergue, que Rose quebra:

– Kat, a quanto tempo você está nas montanhas? Parecia, bom... quase acostumada com os lobos.

– Desde que os jogos começaram. Vocês estavam nas floresta, acertei? - eles afirmam – Quanto aos lobos, bem... sim, já encontrei com eles, e não foi muito agradável. - digo levantando a barra da calça e mostrando o ferimento. O remédio alivia e cura, mas lentamente, então a luta o piorou. Todos arregalam os olhos. Rose se abaixa, olhando.

– Você precisa de remédios!

– Eu já tenho... - digo meio envergonhada, pegando o paraquedas da mochila e os outros arregalam os olhos.

– Uau... você tem bons patrocinadores. - Melany diz.

– Passe logo o remédio! - Rose diz, preocupada.

– Não, já está bem melhor, é sério. Vocês tem ferimentos? - pergunto.

Rosalyn e Brianna balançam a cabeça, mas Melany mostra um arranhão no braço feito pela pata do lobo, que está com sangue e muito feio, e Jason mostra uma mordida em sua perna, que parece ainda pior que a minha, já tem até pus. Cuido de seus ferimentos e digo:

– Querem descansar mais? Sugiro procurarmos uma caverna.

– Pode ser. - eles começam a ir montanha acima, mas digo:

– É melhor irmos pra outra montanha, essa está muito próxima do centro.

Eles assentem e começamos a caminhada. Chego perto da Rose e digo, com meu melhor sorriso malicioso:

– Então... o que você tem com o Jason?

Ela fica mais vermelha que meu cabelo e se engasga com o nada, antes de dizer:

– N...Nada – num tom que não convence nem a Capital. Apenas ergo uma sombrancelha, e ela suspira:

– Podemos falar disso mais tarde?

– O.k.

Algum tempo depois, achamos uma caverna média, com uma pequena fonte de água. Quando fazemos o estoque dos suprimentos, vejo que eles não tem muita comida, e a minha também está acabando.

– Tem comida por aqui? - Brianna diz, também parecendo preocupada. Balanço a cabeça, dizendo:

– Acho que não. Estou comendo vitaminas e frutas da minha mochila desde o início dos jogos.

– Bom... não custa tentar procurar. - Jason diz, mas todos sabemos que será inútil.

A noite, quando todos já estão dormindo, saio da caverna como no primeiro dia, e fico admirando as estrelas, tentando esquecer, pelo menos por um momento os jogos, Panem, tudo. Perdida em meus pensamentos, não percebo que tem alguém do meu lado até cutucarem meu ombro. Me viro imediatamente, com a faca empunhada, mas vejo, a luz fraca da lua, uma juba de cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo. Sorrio.

– Rose, você me assustou.

– Na verdade você quase me matou. - ela diz, se sentando ao meu lado. Depois de um tempo em silêncio, ela diz:

– Por que está aqui fora?

– Gosto de olhar as estrelas, lá no D3 não se pode vê-las.

– Sério? - ela diz, parecendo indignada. - Lá no D7 pode se ver todas elas.

A partir dai contamos nossas histórias uma para a outra, arregalei os olhos quando ela me contou o que aconteceu antes da colheita... (N.A: HAHAHA, sem spoilers! Vão ter que esperar o conhecendo os personagens do D7 pra saberem!) e ela ficou de boca aberta quando contei (em voz baixa, é claro) sobre meu pai. Por fim, suspiro, dizendo:

– Eu só queria... que eles não tivessem morrido em vão... - ela me abraça, e pela primeira vez desde que fui selecionada, choro. Choro por tudo. A tristeza sobre meu passado volta com força total, e ainda somado aos jogos. Rose afaga meus cabelos, e aos poucos me acalmo.

– Então... - digo, ainda fungando- e o Jason?

Foi a vez dela suspirar.

– É complicado. Além de que só sai um vivo daqui, você sabe porque mais... - ela enterra as mãos no rosto. Foi minha vez de abraça-la.

– Sabe que os meus problemas não são nada comparados aos seus? - ela diz.

– Não é verdade, todos estamos no mesmo barco, graças aos jogos.

Ela suspira novamente, dizendo:

– Sabe, é estranho estarmos fazendo amigos nos jogos, quando devíamos estar nos matando.

Dou de ombros. - É verdade, mas pelo menos não ficamos tão solitários antes de morrer.

– É...

Ficamos olhando o céu por mais algum tempo, até que, sem dizer nenhuma palavra, voltamos a caverna.

– Boa noite, Kat... - Rose diz baixinho.

–Boa noite, Rose. - digo, antes de adormecer.

POV Rosalyn

Acordo bem cedo pela manhã, o cheiro de flores está me enjoando, nunca fui assim, de odiar coisas docinhas, mas, por algum motivo, esse cheiro não me agrada. Olho para os lados, estão todos dormindo profundamente, sinto um calor absurdo, mas acho que só eu sinto isso, pois os outros estão entrelaçados em seus cobertores como gatinhos com frio, eu por outro lado não sinto frio, ou pelo menos não muito.

Eu estava dormindo ao lado de Jason e a alguns metros de Brianna e Melany, Katherine estava entre as “duplas”. Levanto-me e vou pegar um pouco de fruta ou qualquer coisa comestível encontrada na mochila, abro-a e vejo que acabou tudo, não temos mais as frutas que Brianna e Jason coletaram, deve ter acabado tudo ontem a noite e nem percebemos. O que vamos fazer agora? Precisávamos desesperadamente de comida, como vamos ficar? 5 pessoas famintas não é boa coisa, e onde encontraremos comida nas montanhas? Que eu saiba aqui só tem bestantes e névoas! Voltei até o local onde os outros estavam, não queria fazer barulho para não acorda-los, mas acho que não foi possível, quando cheguei, Melany estava em pé, olhando pra uma espécie de pulseira que levar consigo pra arena.

– bom dia – diz ela sonolenta

– bom dia, por que levantou? – pergunto

– ninguém consegue dormir bem estando nesse lugar. – concordo com a cabeça e caminhamos para fora. Ficamos em um silencio constrangedor por um tempo, até que ela o quebra.

– Me promete uma coisa? – diz ela com uma voz chateada

– claro – digo - promete pra mim que – lágrimas fluem nos seus olhos – se eu não conseguir ganhar, você faz isso por mim? – fico abismada com a pergunta

– Melany eu... – eu estava confusa, não tinha idéia do que dizer.

– só promete! – diz ela derramando uma lágrima, suspiro.

– prometo – digo tirando um sorrisinho do rosto dela, ela olha diretamente nos meus olhos e estende a mão.

– toma, quero que fique com isso – ela me entrega a pulseira que carregava antes de vir falar comigo.

– Melany, não posso.

– Pode sim, se você sair viva daqui, quero que se lembre de mim – ela pega minha mão e prende a pulseira em meu pulso, a abraço com toda força.

– você é uma das melhores amigas que eu já tive – diz ela ainda me abraçando, não consigo dizer nada, fico perplexa, por que ela está me dizendo isso? Só a abraço com mais força. Ouvimos barulhos dentro da caverna seguidos de um grito, obviamente o grito era de Brianna, a voz não era fina como a de Katherine, era um pouco mais grossa.

Corremos para ver o que tinha acontecido, estava meio escuro, não conseguíamos ver direito. Cheguei perto de Jason, que estava em pé a quase um metro de Brianna, Katherine estava quase em cima dela, eu não sabia o que estava acontecendo, eu estava ofegante, não estávamos na beira na caverna, nem muito no fundo, mas o desespero com que corri me fez cansar. Abraço-me fortemente em Jason sem ter coragem de dizer alguma coisa, mas eu estava preocupada, graças a deus Melany perguntou por mim.

– o que aconteceu? – pergunta Melany

– ela foi picada – diz Kat, Brianna se contorcia no chão de dor – ela foi picada por uma aranha.

– foi uma aranha normal ou... – pergunto preocupada

– foram as aranhas modificadas da capital.

– isso é terrível, o que vamos fazer? – diz Jason se aproximando delas.

Nessa hora um barulho alto começa a ecoar em nossos ouvidos, é o idealizador dos jogos, mas não me lembro bem de seu nome, levei um susto quando ele começou a falar, mais ainda com o que ele disse. - Caros tributos restantes, parabéns, vocês estai entre os 12 finalistas! – todos que estão perto de mim sorriem, menos Brianna, que estava se contorcendo de dor no chão – vejo que todos os tributos estão passando por certas dificuldades, então organizamos um pequeno “banquete” na cornucópia, os itens que estão sobrepostos em uma bancada de metal, estão organizados por suas alianças. Que a sorte esteja sempre ao seu favor.

– temos que ir lá! – diz Katherine

– e arriscar nossas vidas? Nem pensar! – fala Jason

–nós precisamos – continua Katherine, Melany continua sem falar nada, o que é estranho, pois ela é sempre tão animada.

– não podemos! – digo, minha voz saiu mais amarga que eu pensava. Todos viram pra mim

– temos que ir, e Brianna, - Kat suspira -ela está machucada, precisamos de remédios! – todos nos olhamos, Jason assente com a cabeça, parece que a decisão cabe a mim...

– pela Brianna – digo séria

– Você vai ficar bem aqui? – pergunto a Brianna, que não está com uma cara muito boa, ela assente com a cabeça

– vamos? – pergunto decidida mas ao mesmo tempo preocupada.

Pegamos as armas que tínhamos que não eram muitas, tínhamos uma faca, zarabatanas envenenadas e uma espada, mas a faca ficou com Brianna. Já enxergávamos boa parte da cornucópia, começamos a ir mais devagar, afinal, era um banquete, poderiam estar a nossa espera. Eu ainda não achava uma boa ideia irmos até lá, e se um de nós morresse? E se fosse uma emboscada? Algo de ruim ia acontecer por lá, eu sentia isso... Melany estava quieta, não falou nada a caminhada inteira, eu a olhava, era como se ela tivesse algo em mente, como se soubesse o que estivesse acontecendo, como se já esperasse por algo. Então Jason quebra nosso querido silencio.

– vocês acham que foi uma boa idéia deixar Brianna sozinha lá naquele estado? – pergunta Jason baixinho

– acho que sim, ela sabe se cuidar – diz Kat.

Ouvimos um barulho, já estávamos a beira da cornucópia, tinham lá as 3 mochilas, bem equipadas para ser exata. Tinha uma, com um machado bem visível, meus olhos com certeza brilharam quando o vi, eu preciso dele. Não tinha ninguém por perto da cornucópia, ou pelo menos era o que achávamos, não tinha ninguém se pronunciando ou pegando mochilas, presumo que não tenham pegado nenhuma mochila ainda, devem estar esperando, como cobras, para dar o bote. Continuo achando uma péssima idéia estar aqui.

– ok, fiquem aqui, e eu vou lá buscar a mochila – diz Jason

– por que você? – pergunta Katherine

– sou o único homem daqui – diz Jason, Katherine ri.

– não significa nada! – me entrometo

– deixa que eu vou, sou mais experiente que você! – diz Kat para Jason

– ahaam – falo sarcasticamente – eu não tenho chances nesse jogo, EU vou! – digo

– nem pensar! – diz Jason, quando vi estávamos discutindo sobre quem ia morrer. Olho para trás, mas parece que falta alguém, onde está Melany? Ela está na cornucópia, seus pés escorregam sobre o gelo, ela está correndo, franzo a testa, por que ela está fazendo isso? Ela não avisou ninguém! Ela vai se matar, rezo pra que isso não aconteça, ela pega a mochila e corre em nossa direção novamente, ela atira a mochila que tinha o machado em nossa direção, ela cai a alguns metros de nós, então nos levantamos e a pegamos. Observamos Melany se aproximar rapidamente, quando vejo algo a uns metros dela, não me aguento e grito.

– Melany cuidado! – grito o mais alto que posso. Camile, a carreirista do dois estava lá, com uma lança na mão, não da tempo de piscar, rapidamente a lança atravessa o corpo de Melany, ela desaba, entro em estado de choque, meu corpo desaba começo a chorar desesperada, não acredito que isso está acontecendo. Ela fica de joelhos, a lança acertou exatamente seu peito e atravessou todo seu corpo, o sangue jorra pra todo lado, ela olha pra mim pela última vez, uma lágrima sai de seu olho esquerdo, então ela sorri, sua mão levanta lentamente, ela retira a lança de si, e enterra-a na cornucópia, partindo o gelo ao meio, não sei o que ela está fazendo.

O chão começa a rachar, continuo a chorar desesperada, Jason me chama, mas me recuso a deixar aquele lugar sem Melany, não acredito que ela se sacrificou pela gente, ela era minha melhor amiga, ela não me deixou desistir quando eu eu não tinha forças, ela era minha razão de viver, não sei se estaria aqui se não fosse ela. O chão embaixo de mim começa a desabar, Jason me pega no colo, corremos dali o mais rápido que pode, a última coisa que vejo é a carreirista nadando pra fora da cornucópia, mas não vi nem um dos outros, a não ser Arcadia, junto com ela. Aperto meu pulso com força, mais precisamente a pulseira de Melany, agora eu entendi o que ela havia feito, ela se sacrificou por nós, ela sabia que isso iria acontecer alguma hora, ela era tão corajosa, leal, a melhor amiga que alguém poderia ter, e agora, ela se foi. Agora, só sei de uma coisa, quero que aquela carreirista morra! E se for preciso, vou mata-la!


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Notas finais do capítulo

Em primeiro lugar, NÃO NOS MATEM, FOI NECESSÁRIO! Segundo, comentem, please! Adoramos seus coments!



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