A melhor parte de mim. escrita por Mia Castle


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Hey, a história me veio do nada e eu resolvi escrever, espero que vocês gostem e que tenha ficado realmente boa (((:



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Como as coisas eram não é mesmo, dois anos trabalhando nessa casa e agora eu sou só mais uma empregada, que idiota Angeles, você sempre foi só uma empregada, o que esperava que o Germán se apaixonasse perdidamente por você e vocês fossem felizes para sempre no reino encantado? Pois já deu meia noite e o conto de fadas terminou, conforme-se com o que aconteceu tudo bem? Você se tornou só mais uma tonta dentro dessa casa, e nem faz mais volume por aqui. Eu observei Germán e Violetta sentados à mesa com Katerine, ele lhe sorria de uma forma encantadora e Violetta também parecia muito feliz com tudo aquilo.

–Angie? –Olga apareceu atrás de mim me assustando um pouco.

–Oi Olguinha. É desculpa por isso, precisa de alguma coisa? –Eu perguntei.

–Não, só quero que me diga se está bem. –Ela disse me encarando.

–Sim, estou muito bem. Olga, se não se importa eu vou para a minha casa. –Eu disse.

–Você não vendeu a sua casa Angie? –Ela perguntou.

–Ah é, eu estou tão confusa. Tudo bem, eu vou para a casa da minha mãe. –Eu disse.

–Querida, não acha melhor ir descansar e amanhã ir até a casa da sua mãe? –Olga perguntou.

–Tudo bem Olga, eu só preciso dar uma volta para esfriar a cabeça tudo bem. –Eu disse.

–Então tudo bem. –Ela disse e se retirou. Peguei meu casaco e minha bolsa que estavam em cima da mesa da cozinha e sai, sem rumo, eu só precisava sair dali.

Andei um tempo sem rumo, depois acabei decidida a ir a um lugar, era longe, bem longe e estava anoitecendo, mas eu só precisava chegar a esse lugar. Comecei a andar, eu não sei o que me deu de ir andando, vários taxis passavam por ali, mas eu estava sem dinheiro e eles nunca aceitariam me levar de graça. Andei durante quase duas horas até chegar naquele lugar, uma pequena pousada em um lugar pouco conhecido de Buenos Aires, eu tinha passado muitas noites lá com o Germán quando decidimos tentar ficar juntos, tínhamos vivido momentos maravilhosos ali, ali naquele lugar ele tinha me feito completamente dele, e agora estávamos nessa situação, ele nem me olhava, me evitava o tempo todo e ainda me tratava muito mal, e me humilhava sempre que podia na frente da nova namorada dele. Belo exemplo de conto de fadas em Angie, que bela porcaria você se tornou, nem sequer confiar em mais ninguém você consegue, isso é para você aprender a deixar de ser burra.

–Com licença. –Eu disse assim que entrei na pousada.

–Angie? –A senhora que estava na recepção me olhou surpresa e veio me receber.

–Oi senhora Riera. –Eu disse.

–Querida, está sozinha? –Ela perguntou.

–Sim, eu vim sozinha. Será que eu posso ficar por aqui está noite? –Eu disse.

–Mas claro que você pode menina. –Ela disse como se fosse óbvio.

–Mas eu estou sem dinheiro, se quiser eu posso dormir em uma daquelas redes que a senhora tem lá atrás para não ocupar um quarto. –Eu disse.

–De forma alguma. Você sabe que é muito querida aqui, e não precisa pagar nada, e se dormir nas redes vai congelar. –Ela disse.

–Tudo bem, eu prometo ir embora amanhã bem cedo. –Eu disse e ela assentiu. Me levou até o quarto onde eu costumava ficar quando ia com Germán.

–Pode ficar a vontade querida. –Ela disse e se retirou. Me deitei na cama e comecei a me lembrar do que tinha acontecido dentro daquele quarto. Acabei pegando no sono sem nem mesmo dar notícias a Olga.

Acordei no outro dia muito bem, por incrível que pudesse parecer, eu dormi maravilhosamente bem, como não dormia há meses, sempre era atormentada por pesadelos e insônias que me deixavam com olheiras enormes no dia seguinte. Eu ainda estava de olhos fechados e imóvel naquela cama, meu corpo estava tão relaxado que minha vontade de levantar era praticamente nula, comecei mexendo minhas mãos, elas pareciam estar sendo puxadas para baixo, depois comecei a mexer minhas pernas, mas não consegui alguma coisa as prendia me impedindo de realizar qualquer movimento, assustada eu mexi todo o meu corpo e senti um peso sobre a minha cintura, e um corpo encaixado atrás do meu. Eu ia gritar, mas eu sabia quem era eu conhecia aquele abraço, conhecia o jeito como nossas pernas se misturavam debaixo dos cobertores e conhecia aquele corpo que se encaixava tão bem no meu, mas aquilo só podia ser um sonho, que ridículo pensar que eu acordaria e Germán Castillo estaria deitado atrás de mim, e que estaria me abraçando. Então eu comecei a dizer para mim mesma, acorde Angie, isso é só um sonho e você vai se levantar sozinha na cama, acorde agora. Foi então que eu notei que eu dizia isso em voz alta, e não era um sonho, ele estava mesmo ali comigo. Me levantei assustada e o encarei, ele dormia tranquilamente e não parecia preocupado com o que acontecia ali.

–Germán. –Eu disse dando leves tapinhas no rosto dele. Mas ele nem se mexia, continuei com tapinhas até que ele se mexeu e abriu os olhos, me encarou e sorriu.

–O que quer? –Ele disse com a voz rouca.

–O que faz aqui? –Eu perguntei.

–Você deixou todo mundo preocupado ontem, Olga só faltou ter um filho por não saber notícias suas, Violetta botou na cabeça que tinha que ir para a rua te procurar e até para o León tivemos que ligar para que ele acalmasse ela. –Ele disse ainda com a voz arrastada.

–E como você me encontrou aqui? –Eu perguntei confusa.

–A Senhora Riera me ligou, e disse que você tinha chegado aqui e parecia perturbada com alguma coisa, disse que parecia ter vindo andando e que estava pálida e gelada. –Ele respondeu.

–E por que veio até aqui? –Eu perguntei.

–Você fala demais sabia? –Ele disse tornando a fechar os olhos.

–Responde Germán. –Eu disse e voltei a dar tapinhas em seu rosto. Até que senti sua mão agarrar o meu pulso e me puxar fazendo eu cair por cima do corpo dele.

–Eu não iria deixar você aqui sozinha depois se saber as condições que você chegou. –Ele disse.

–Mas você não se importa. –Eu disse.

–Claro que não. Eu não teria vindo para cá, ontem de noite desesperado se eu não me importasse. –Ele disse.

–Você me deixa confusa Germán. Em casa me humilha me ignora e me maltrata e agora está aqui dizendo que ficou desesperado. –Eu disse.

–Dorme que passa. –Ele respondeu.

–Eu não quero dormir, quero que você vá embora, sua mulher está em casa te esperando. –Eu disse frisando bem a parte do “sua mulher.”.

–Eu não vou embora, mas se você quiser a porta está bem ali. –Ele disse e abriu um olho só e me encarou.

–Tudo bem, se é assim que quer. –Eu disse e me levantei. Estava sem o meu casaco, e sem os meus sapatos, eu juro que dormi com eles ontem. Maldito Germán. Olhei rápido pelo quarto e não vi nenhum dos dois, eu não iria ficar para procurar, caminhei em direção à porta descalça e sem casaco mesmo. Fora do quarto estava um gelo, o tempo tinha mudado mesmo, e estava congelante. Caminhava em direção à recepção da pousada para avisar a senhora Riera que estava indo embora quando sinto duas mãos em minha cintura que me impedem de andar.

–Eu não estava falando sério. –Aquela voz disse perto do meu ouvido, me causando arrepios fortes, corpo traidor.

–Mas eu estou. Me solta. –Eu disse e fiz força para frente para tentar me soltar.

–Vai se cansar a toa, está fazendo toda essa força e eu nem me mexi. –Ele disse ainda mantendo as mãos na minha cintura.

–Me solta. –Eu disse.

–Ninguém me diz o que fazer Angie, você já devia ter percebido isso. –Ele disse e intensificou o aperto me puxando mais para trás.

–Me solta seu idiota. –Eu disse tentando de todas as formas me soltar.

–Algum problema? –Uma moça que devia ter uns 50 e poucos anos apareceu e viu a situação. Eu iria dizer que ele era louco e que queria me sequestrar, mas Germán me puxou para trás me fazendo colar a seu corpo sem camisa por sinal e eu esqueci tudo o que eu devia falar.

–Nenhum problema senhora. Briga de casal, sabe como é. –Ele disse.

–Isso é verdade menina? –A moça me perguntou e eu voltei à realidade. Senti Germán me pressionar mais contra o corpo dele me arrancando um suspiro e eu apenas assenti com a cabeça, sem condições de proferir qualquer palavra.

–Nós vamos voltar ao nosso quarto e não vamos mais atrapalhar vocês. –Ele disse e apenas me soltou e passou seu braço pela minha cintura me levando de volta para o quarto. E lá estávamos nós de novo, os mesmos olhares desejosos, e famintos um do outro, o mesmo olhar que pedia para que fossemos um só, o mesmo olhar de alguns meses atrás quando nós resolvemos tentar.

–Para de me olhar assim. –Eu disse.

–Assim como? –Ele perguntou.

–Como se você estivesse livre para fazer o que se passa na sua cabeça. –Eu disse.

–E como você sabe o que passa pela minha cabeça? –Ele perguntou se aproximando.

–É o que passa na cabeça de todos vocês homens. –Eu disse.

–Todos nós? Então quer dizer que todos os homens te acham maravilhosa, e se xingam todos os dias por te tratar como um nada? Todos os homens querem se torturar por ter vivido com indiferença todos esses meses? Por favor, Angie, não me diga que todos os homens sentem uma vontade louca de te ter para o resto da vida, porque se isso for verdade eu vou ficar muito enciumado. –Ele disse e suspirou.

–Me diga por que me tratou assim todo esse tempo? –Eu perguntei.

–Eu queria te esquecer, eu juro que fiz de tudo. Angie eu sou outra pessoa quando estou contigo, eu fico comovido com tudo e eu pareço um homem melhor, mas ai todas as noites me vem a cabeça “ela é irmã da minha falecida esposa, ela é mais nova que eu, ela é linda e tem uma vida inteira pela frente”. E isso me mata por dentro. –Ele disse.

–E o que tudo isso tem haver? Eu sou irmã da Maria sim, e sou mais nova, mas isso te assusta? –Eu perguntei.

–Isso me tenta. Você me tenta, é maravilhosa e independente, não sabe a vontade que eu tenho de te prender comigo para o resto da vida. Não sabe quantas vezes já sonhei em colocar um anel no seu dedo e finalmente ser feliz. –Ele disse.

–E por que diabos você nunca fez nada? –Eu perguntei.

–Porque eu morro de medo de não ser o que você precisa. –Ele respondeu e abaixou a cabeça.

–Como você pode não ser o que eu preciso? Germán eu me entreguei para você da forma mais intima que existe, eu me declarei e deixei você conhecer o meu lado mais frágil, que eu escondi de todo mundo, e você acha realmente que não é o que eu preciso? –Eu disse e ele me encarou.

–E se depois você se arrepender? –Ele disse.

–Eu seria louca. –Eu disse.

–Eu preciso pensar. –Ele respondeu pegando a blusa que estava em cima da cadeira e sentando na cama para calçar os sapatos.

–Eu não vou te esperar para sempre. –Eu disse e fui até a porta.

–Seus sapatos e seu casaco estão dentro do armário. –Ele disse.

–Dane-se. –Respondi e sai.

–Você não vai sair assim, vai ficar doente. –Ele disse.

–Quer parar com isso. –Eu gritei.

–Parar com o que? –Ele respondeu confuso.

–Para com isso, uma hora você se importa, outra não. Primeiro diz que tem que pensar e depois se preocupa comigo, isso me confunde, eu preciso que você se resolva, eu estou ficando maluca. –Disse levando as duas mãos a cabeça.

–Hey, eu me importo com você, e me preocupo muito. –Ele disse se aproximando de mim.

–Me deixa. –Eu disse.

–Angie... –Ele tentou rebater.

–Eu sofri demais esses meses Germán, depois que tomar a sua decisão, se quiser mesmo ficar comigo, vai ter que mostrar que é verdade. –Eu disse.

–Isso é loucura. –Ele disse.

–Loucura foi eu ter ficado dentro daquela casa todos aqueles meses, sendo humilhada por você, enquanto te via fazendo juras de amor para aquela mulher, eu tenho sentimentos Germán, e você destruiu todos eles. –Eu disse.

–Pega o seu casaco e os seus sapatos, por favor. –Ele disse e foi até o armário, tirando de lá minhas sapatilhas e meu casaco, me entregou os dois, depois de calçar os sapatos e colocar o casaco fui embora, sem olhar para trás, se ele quisesse, ele teria que me provar que valia a pena.

3 meses depois.

Eu estava morando na pousada, a senhora Riera disse que eu poderia ficar o tempo que quisesse, acabei descobrindo que Germán tinha comprado aquele quarto, e ele não fazia parte das locações, que ele era especialmente de Germán, e descobri também que só eu tinha ido lá, mas ninguém.

–Menina, come mais está tão magrinha. –Senhora Riera disse enquanto tomávamos café.

–Juro que se eu conseguisse comer todas essas comidas eu comia, estão divinas. –Eu disse e ri.

–Pois então coma. –Ela disse me servindo mais um pedaço de bolo.

–Você vai me deixar uma bola sabia, e eu nunca vou casar assim. –Eu disse rindo.

–Tenho certeza que existe um homem que vai te querer do jeitinho que você é. –Ela disse

–Tomara que tenha razão. –Eu disse voltando a comer, até que uma figura muito sexy entra na sala onde tomávamos café, eu podia viver minha vida inteira vendo aquela cena se repetir, Germán entrando por aquela porta, com aquela roupa informal e agarrada ao seu corpo.

–Bom dia meus amores. –Ele disse indo abraçar senhora Riera.

–Bom dia querido, como você está? Estou vendo que está fortinho. –Ela disse espalmando as duas mãos nos braços de Germán, ai que inveja que me dava nessas horas.

–Eu vim aqui, convidar a Angie para dar um passeio comigo. –Ele disse.

–Eu tenho que trabalhar. –Eu disse.

–Só hoje, não vão te matar. –Ele disse fazendo bico.

–Tudo bem, mas eu tenho que avisar ao Pablo. –Eu disse.

–Eu já fiz isso, fica tranquila. –Ele disse me estendendo a mão, eu fiquei meio apreensiva no inicio, mas eu não tinha nada a perder, então estendi minha mão até ele, e me deixei ser puxada até que ficasse de pé.

–Aonde vamos? –Eu perguntei.

–Surpresa. –Ele disse e tirou uma venda preta de dentro do bolso.

–Eu não vou vendada Germán. –Eu disse cruzando os braços.

–Vai sim, e não adianta fazer birra. –Ele disse e colocou a venda sobre os meus olhos me deixando na escuridão total.

–Eu vou cair. –Eu disse.

–Eu não vou deixar. –Ele disse e eu senti ele apoiar as duas mãos na minha cintura e começar a me guiar, nos despedimos da senhora Riera e partimos.

Até que o caminho foi animado, por mais que eu tivesse com os olhos cobertos e não pudesse ver nada Germán fez eu me sentir muito bem, ele estava diferente, nesses três meses nós nos aproximamos um pouco mais, ele parou de me tratar mal e de me humilhar na frente da namorada e fazia questão de me ligar todos os dias para saber se eu estava bem, mesmo dizendo que ainda não tinha pensado ele se preocupava demais, vai entender né.

–Chegamos. –Ele disse.

–Posso tirar? –Perguntei.

–Não. Ainda não. –Ele disse e eu ouvi a porta bater, estiquei meu braço até o banco do motorista e vi que ele não estava mais ali. A minha porta se abriu e senti duas mãos pousarem nas minhas coxas.

–Onde estamos? –Eu perguntei.

–Você logo vai saber, só quero deixar bem claro que tudo o que eu disser aqui hoje é do fundo do meu coração. E eu espero que você realmente entenda. –Ele disse e me deu um beijo na testa.

–Podemos ir? –Perguntei.

–Sim, nós podemos. –Ele disse e me ajudou a sair do carro, e quando eu estava de pé ele passou os braços por trás do meu joelho e por trás de minhas costas e me ergueu.

–O que você está fazendo? –Eu disse segurando em seu pescoço.

–Vou te carregar até lá, vai ser mais rápido. –Ele disse e começou a andar, andamos durante uns 2 minutos e então ele me colocou no chão, pude sentir algo macio debaixo dos meus saltos e me desequilibrei um pouco e fui amparada pelos braços de Germán.

–Posso tirar isso? –Eu disse me segurando no braço dele.

–Eu tiro para você. –Ele disse e desamarrou a venda e eu pude ver onde estávamos, em uma praia linda, e no chão tinha uma toalha com muitas comidas em cima e uma caixa de presente.

–O que é isso? –Eu perguntei encantada.

–A senhorita me daria à honra de me acompanhar neste piquenique? –Ele disse e sorriu.

–Claro. –Eu disse e nos sentamos.

Passamos horas conversando e rindo, ele jogava pipoca em mim a todo momento, eu nunca tinha me divertido tanto com Germán como hoje, ele a todo momento me dava beijos na testa e dizia que tinha sentido a minha falta durante a semana, e que tinha uma coisa muito importante para me falar.

–Vamos, agora chega de tacar coisas em mim e me diz logo o que é tão importante. –Eu disse.

–Tudo bem, eu nem sei como começar. Enfim, eu disse para você que eu tinha que pensar, tinha que pensar no que ia fazer da minha vida, como eu ia prosseguir. Eu tenho 34 anos agora Angie, e graças a Deus tenho meu trabalho, minha casa e uma filha maravilhosa. Eu estava pensando o que mais eu podia querer, o que mais podia faltar, e eu cheguei conclusão de que seria uma companheira, eu tenho minhas necessidades e uma mulher seria tudo o que eu precisaria para ser completo. Então eu comecei a procurar, e então eu achei a Katerine, ela é um amor, super carinhosa e preocupada, mas ainda sim faltava alguma coisa, e eu percebi ontem quando eu fui me deitar, que meu último pensamento foi você. Eu passei muito tempo buscando algo que eu já tinha bem pertinho de mim, sem você é impossível Angie, você é como aquela pecinha do quebra cabeça que desaparece e a gente fica que nem louco procurando, a gente quer completar o quebra cabeça e falta aquela bendita pecinha, a gente procura uma parecida, manda fazer uma quase igual, mas só ela completa do jeito que a gente quer. E você Angeles, é a pecinha perdida do meu quebra cabeça, e eu juro que se não for você, não vai ser mais ninguém. –Ele disse sério, as vezes sorria, mas muito pouco. Assim que ele começou a falar eu gelei, o medo de que ele preferisse ficar com a Katerine me desesperou e eu tremia mais que bambu no vento.

–E todas as suas dúvidas sobre a Maria, eu ser mais nova e tudo isso. –Eu disse.

–Todas elas são besteiras, eu não consigo sem você Angie, tem noção do que foi cuidar daquela casa durante esses três meses que você estava fora? Violetta vivia com León e eu estava ficando louco, Olga e Ramalho se beijavam em todos os cantos e eu tinha que ver aquilo credite sem você naquela casa nós não somos nada, e eu Angie, sem você estou morrendo aos pouquinhos, então, por favor, eu preciso de você. –Ele disse e eu ri.

–Você é péssimo para colocar ordem nas coisas. Eu sempre soube. –Eu disse e continuei rindo.

–Na verdade, eu sou péssimo em colocar ordem eu qualquer coisa, sem você então, é quase impossível. –Ele disse e me encarou, com aquele olhar que eu amava, que me fazia sentir tudo ao mesmo tempo.

–Sim, eu quero voltar. Quero voltar a ficar na casa. –Eu disse.

–Você não entendeu a pergunta, você quer ser minha mulher? –Ele disse.

–Sua... sua... mulher? –Eu disse assustada.

–Minha, por toda a eternidade. –Ele disse.

–Por toda a eternidade. –Eu repeti e senti os lábios dele se colarem aos meus, borboletas, choques, arrepios, nada nunca seria capaz de descrever o que aquele homem me fazia sentir, mas era como dizia minha mãe, se não pode contra ele, junte-se a ele. Ele era o meu fim, ele seria o motivo pelo qual eu chegaria ao fim do poço, e logo depois seria a minha salvação.

3 anos depois.

Vejam que engraçado, como o mundo da voltas né, hoje eu estou aqui como a senhora Castillo, a três anos atrás eu estava quase desistindo de tudo aquilo. Hoje agradeço a mim mesma por ter insistido eu jamais seria tão feliz.

–Eu conheço você, e sei que muitas coisas estão passando por essa sua cabecinha. –Germán disse me abraçando por trás.

–Eu estava aqui pensando, e se eu tivesse desistido e ido embora há três anos atrás. –Eu disse.

–Eu provavelmente teria que ir atrás de você em um lugar muito longe. –Ele disse.

–Não Germán, provavelmente você teria se casado com a Katerine e teria tido filhos com ela, e me esqueceria depois dos primeiros dois meses. –Eu disse.

–Entenda uma coisa querida, há pessoas que estão destinadas para outras, e nós somos um belo exemplo disso, poderia ter ido embora, mas eu acabaria indo atrás de você, porque como eu te disse uma vez, se não for eu e você, não existe mais ninguém, não existe eu sem você. –Ele disse e riu.

–E nem eu sem você. –Eu disse e sorri.

–Você não daria certo com mais ninguém, porque no fundo nós sabemos, que você sempre foi minha. –Ele disse.

–Coincidência? –Eu perguntei.

–Destino meu amor, eu devo ter feito algo muito bom em outra vida, porque eu ganhei você de presente. Meu anjo. –Ele disse e riu.

–Quem diria que o senhor você- é- mais- nova- que- eu estaria me dizendo isso algum dia. –Eu disse e ri.

–Era bem assustador se quer saber, você tinha 24 anos naquela época. –Ele disse.

–E agora eu tenho 27, o que mudou? –Eu perguntei.

–Nada mudou, só o que eu sinto por você que cresce cada dia mais. –Ele disse.

–Amor? –Eu disse.

–O maior amor do mundo, é tão forte que eu juro que seria capaz de qualquer coisa. –Ele disse.

–Pois eu acho bom você aprender a dividir esse amor. –Eu disse.

–Eu sei, amo você com tudo o que há em mim, e amo minha filha igualmente. –Ele disse e nós observamos Violetta sentada mais a frente com León.

–Cabe mais um nesse coração? –Eu perguntei.

–Depende. De quem estamos falando? –Ele perguntou.

–De quem acha que estamos falando papai? –Eu perguntei colocando a mão na minha barriga.

–No brinque comigo. –Ele disse.

–Não estou, espero que ainda saiba trocar fraldas. –Eu disse.

–Eu vou ter um filho com você? Jura? –Ele disse sem saber se sorria ou falava.

–Vamos ter um bebê meu amor. –Eu disse e senti os braços dele me envolverem e me tirarem do chão, naquele abraço que eu amava.

–Mas isso é estranho. –Ele disse.

–O que é estranho? –Eu perguntei.

–Eu não sabia que era permitido filhos entre humanos e anjos. –Ele disse e riu.

–Você e essa sua estranha teoria de que eu sou um anjo. –Eu disse.

–Sim, um anjo que caiu do céu direto na minha casa, você é minha salvação Angie. A melhor parte de mim.

–Eu amo você. –Eu disse.

–E eu sou completamente viciado em você. –Ele disse.

É, parece que eu estava enganada, o conto de fadas não acabou a meia noite, e o meu final feliz estava bem próximo.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam. Espero que gostem. Beijos.