Confusions In The Enchanted World escrita por Catnip


Capítulo 8
Caminhadas, canções e inquietações


Notas iniciais do capítulo

HEY! Antes demais um bom ano a todos! Espero que tenham tido um bom Natal e uma boa passagem de ano ^^
Este capítulo era para ter saído mais cedo mas com a confusão das festas só ficou terminado hoje.
Espero que gostem e falamos mais nas notas lá em baixo ;)
Uma coisinha: o texto que aparece centrado e a itálico é suposto representar a letra da canção que está a ser cantada. Vou querer a vossa opinião sobre isso depois ;)
Boa Leitura ^^



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Hannah Safiris

– Hannah Banana no rio a nadar, quando sete pequenos homens a vão chatear – canta Jake. Finjo que não o ouço e contino o meu caminho – A pequena Banana quase que se afogou, mas no último segundo, Jake a salvou.

Uma palavra: irritante.

– O quê, não dizes nada? – pergunta fingindo espanto – Muito bem, parece que vou ter de continuar até que decidas que não consegues ignorar-me.

Fica uns segundos em silêncio e depois volta ao ataque:

– Hannah Banana, na ponte a passear, só que vê o Notre Dame e logo o vai bajular – ok, isso foi ofensivo. – Depois de muita treta, encantado o boy ficou, e fazendo uma careta animado a beijou.

– És tão idiota Hood – digo por fim, quase que suspirando.

– Fico lisonjeado senhorita – diz, levando a mão ao peito num gesto forçadamente dramático – o prazer de ouvir a sua voz proferir o meu nome não se compra a qualquer outro que já tenha sentido.

Reviro os olhos.

Eu não o aturaria se não fosse por causa do meu irmão. Eles são amigos, e por isso tento dar um desconto ás parvoíces de Jake, tal como Caleb faz com a Katherine.

Confesso, no entanto, que Jake anda mais grudento ultimamente. Quando não acompanho James até sua casa depois das aulas, lá está o moreno á minha espera para me acompanhar na caminhada de volta a casa. Ok, geralmente é porque ele vai com Caleb para a floresta fazer coisas de rapazes, mas mesmo assim, isso está a tornar-se cada vez mais frequente.

Começo até a ficar sem imaginação para o que poderão eles fazer no meio de uma floresta, onde só existem pedras, árvores e terra.

Enfim, são homens.

– No que estais a pensar bela donzela? – pergunta depois de se fartar de esperar uma resposta minha.

– Não acho que seja da tua conta – replico.

– E não é – diz - no entanto eu gosto de saber o que se passa na sua cabecinha de menina popular. - Ignoro-o.

Reconheço ao longe os contornos da bonita e macabra mansão Safiris.

Quase em casa! Mal vejo a hora de tirar estas lentes de contacto. Hoje estão particularmente incómodas, assim como Jake, que aliás deixou de tentar puxar conversa para passar a estalar a língua. Não vou comentar o quão irritante ele é quando faz isso. Preferia que cantasse outra musiquinha.

Quando alcançamos as porta de casa pego nas minhas chaves que estão dentro da minha bolsa.

Não tenho tempo de as colocar na fechadura pois alguém abre a porta do lado de dentro.

– Tens três segundos – diz Erika. O quê?

– Um…

– Estás-te a passar?

– Dois…- deve ser só mais uma das suas esquisitices.

– Três... Ups – diz fingindo uma cara de pena.

– Hannah! Finalmente chegaste! – Oh não. A minha mãe. No cimo das escadas

O que e que ela está a fazer aqui? Ela nunca chega cedo a casa. E não está com boa cara.

– Boa sorte maninha – diz Erika com um sorrisinho. Aposto que deve estar a adorar isto.

A minha mãe chega perto de mim e Jake.

– Entra se fazes favor – diz-me num tom frio – E Jake, peço-te que voltes noutra altura. Vamos estar ocupadas aqui em casa e temo que precisarei da ajuda de Caleb numa coisinha – diz para ele, toda sorrisinhos.

– Claro Senhora Safiris – ele responde educado – Até à próxima então Hannah – acena-me - Foi como sempre um prazer vê-la – diz, agora olhando para a minha mãe.

Hipócrita. É do conhecimento geral que ninguém gosta da minha mãe. Não sei porque é que ainda fingem. Até ela sabe.

Jake então afasta-se e vira-se para caminhar novamente, desta vez julgo eu em direção a sua casa.

– Agora tu minha menina – cospe a minha mãe. Quase que sinto o veneno nas suas palavras – temos de conversar.

Eric Hood

Vá lá não é assim tão difícil – digo – Tem calma, e tenta outra vez, vais ver que sai melhor.

Letícia fecha os olhos e respira fundo.

Volta a abri-los, faz uma pequena pausa e tenta tocar o acorde de novo. Desta vez fá-lo sem qualquer erro.

– Nada mal – digo, e ela sorri – mas acho que já chega por hoje. Ela acena em concordância, entregando-me a guitarra, e dirigindo-se para o banquinho ao lado da janela aberta.

Esta sala de música é a minha parte favorita da escola. Está quase sempre vazia, e os instrumentos estão à nossa total disposição sempre que quisermos.

Ajeito a guitarra nos meus braços e toco a introdução de uma das músicas que sei que Letícia adora.

A dream, is a wish your heart makes

When you’re fast asleep – canta, e eu acompanho de seguida.

In dreams, you will lose your heartache

Whatever you wish for you keep

– Já falaste com ela? – pergunta-me Letícia do nada, fazendo-me parar de tocar de repente.

– Quem? – finjo não saber do que é que ela está a falar. Mas não a convenço, pois vejo-a revirar os olhos em resposta.

– Não a vi hoje. – respondo finalmente, mas não é verdade. Keira teve as duas primeiras aulas junto comigo, mas preferiu fingir que eu não existia, então decidi fazer o mesmo.

– Estás a mentir – acusa – Eu vi-a sair da tua sala quando fui ter contigo. Porque é que não fizeste nada?

Irrito-me e pouso a guitarra ao meu lado bruscamente. Esfrego os olhos cansado e bufo, deixando o ar sair pesadamente.

Letícia continua a olhar para mim à espera de uma resposta.

– Não é assim tão fácil - respondo por fim.

– Porque não?

– Porque não é! – exclamo alto, e levantando-me, para começar a andar em círculos pela sala – Ela não me quer ver nem pintado de amarelo, e isso é totalmente compreensível de pois do que eu lhe fiz.

– Não fizeste nada de mal! – agora é ela quem grita – Deste-lhe uma tampa, grande coisa. Mas agora sabes que fizeste mal, estás arrependido e vais dizer-lhe isso.

– Não, não vou. – e sento-me novamente. – porque haveria de o fazer?

– Porque ela merece saber. Porque ela pode ainda estar apaixonada por ti. Porque tu estás apaixonado por ela! Caramba Eric, porque tu podes!

Suspiro derrotado, sentando-me novamente e não digo mais nada.

Letícia pega nas coisas dela, e dirige-se à porta.

– Pensa nisso – diz, antes de sair.

Mulheres! Porque é que têm sempre de complicar as coisas?

Patrícia Pan

– Quero duas filas, aquecimento continuo, dez minutos! – grita o treinador Phil – E nada de choradinho Snow! Com ou sem braço engessado vais correr o mesmo que os outros!

William revira os olhos assim que o sátiro vira costas, mas obedece-lhe.

Rapidamente me ponho na fila, atrás de Ino, e os outros seguem os nossos passos.

Corremos para lá, corremos para cá. Rotação de braços à frente, rotação de braços atrás, e por aí vai.

Não gosto particularmente desta parte do treino, é muito vulgar. O que tem piada neste desporto é podermos voar pelo campo.

É óbvio nem todos conseguem voar naturalmente, por isso existem as sapatilhas “asinhas de hermes”. São exatamente o que o nome diz, sapatilhas de basquete com asas que nos fazem voar.

No entanto não são muito funcionais. Eu própria apesar de saber voar sem ajudas, experimentei-as uma vez, mas é difícil manter o equilíbrio e jogar ao mesmo tempo.

Daí que eu sou uma das melhores jogadoras, porque não preciso de adereços para saber voar.

O meu pai, o constantemente julgado Peter Pan, deu-me um banho de pó de fada quando eu era pequenina e até hoje nunca precisei de outro para poder voar. Já estou tão habituada que quase que voo mais do que ando. Só não o faço por causa da energia mágica que é necessária.

Sim, voar também cansa.

– Mas o que se passa?! Estão todos a dormir hoje? – grita o sátiro irritado. Mas que novidade, ele está sempre irritado – A continuar assim no próximo jogo vamos perder vergonhosamente outra vez!

Continuo a correr, esforçando-me um pouco mais.

– Até tu Safiris? – pergunta espantado dirigindo-se a Caleb. Não é novidade nenhuma que ele é o seu menino preferido. Só não sei se é porque ele é o melhor jogador, ou porque Phil quer cair nas graças da diretora Má.

– Já que estão todos a precisar de arrebitar vamos fazer apenas condição física por hoje. Pode ser que para a próxima pensem em vir com outra disposição.

Hugh, homem chato. Eu sei, o uso de energia mágica para voar quer com as sapatinhas ou sem elas é muito, por isso temos de estar em forma. No entanto não é preciso massacrar-nos desta maneira.

Se soubesse não tinha vindo hoje. Tenho andado a arquitetar uma coisinha e já encontrei o alvo perfeito. Esta tarde era o momento ideal para o fazer mas não ia faltar ao basquete. Até usei pó de fada a mais no cabelo para dar sorte, só que só à última da hora é que me lembrei que era dia de treino.

Pelos vistos podia ter seguido a minha vontade, porque ao que parece daqui não perderia nada.

Mas nada está perdido. Deixo aquilo que planei para amanhã, e hoje concentro-me no que estou a fazer. Nada pode correr mal não é?

– AI! – ao que parece pode, porque acabei de levar uma bolada em cheio no olho direito.

– Desculpa aí Pan! – ouço Jason dizer – A bola fugiu-me – justifica, já perto de mim – Estás bem?

– Vou ficar com um belo olho roxo – digo pesarosa.

– Vá à enfermaria colocar gelo – diz Phil, quando chega perto de nós – E tu! – aponta para Jason – não sabes ter cuidado?! A rapariga estava do outro lado do ginásio e mesmo assim conseguiste acertar-lhe?

É a falta de jeito.

– Estava distraído, a bola fugiu.

– Vai la com ela antes que acertes em mais alguém – decide o treinador por fim – e escusam de voltar, já está quase na hora de saída.

Se não tivesse vindo não estava nesta situação. Parece que afinal é preciso mais do que pó de fada para as coisas correrem bem.

Mason Dye (Smith)

A spoonful of sugar helps the medicine go down…

– OK! Já chega! Nem penses que vou deixar alguém ouvir-me a cantar isto – digo irritado – É ridículo, não tenho cinco anos.

– Foste tu que sugeriste – replicou Killian, levantando as mãos em rendição – não te obriguei a nada.

– Era a primeira da lista, achei que fosse a mais fácil – expliquei.

– Queres tentar outra então? – perguntou como sempre paciente. Eu concordei.

Killian levanta-se, e remexe na enorme quantidade de papelada que tem em cima do piano, até encontrar as partituras do que julgo ser a nova canção. Passa-mas para as mãos, e volta a sentar-se. Arranja os óculos que haviam deslizado novamente pelo nariz, e toca as primeiras notas da música esperando que eu o acompanhe:

– “ I can show you the world, shining, shmering, spendid…” – Bem eu tentei, mas só consegui uns guinchos desafinados – Talvez seja melhor oferecer-me para ajudar. Está visto que isto de cantar não vai servir para mim – sento-me no banco do piano, ao lado do meu irmão.

– Eu discordaria, mas como as audições são amanhã acho que não há hipótese de corrigir isso tudo a tempo. Claro que a culpa disso é tua. Tinha-te ajudado antes se tivesses dito mais cedo. – repreende-me.

É verdade. Tive a excelente ideia de deixar os preparativos para a minha apresentação para a última da hora. Recorri ao meu irmão para me ajudar, mas nem ele pode fazer milagres por melhor pianista que seja.

– Há sempre muito mais coisas para fazer do que cantar e representar – diz todo profissional. – pode ser que te deixem ajudar com os cenários ou coisa do género.

– Talvez – Digo. No entanto não estou muito animado. Queria entrar no musical para que constasse mais tarde no meu currículo. Achei que ter sido protagonista numa peça deste tipo poderia impressionar mais do que só os meus prémios em combate de força individual.

– Se isto é o fim da tua carreira de cantor, espero que não te importes se eu te pedir para saíres – diz ele, expulsando-me delicadamente do seu quarto. Acato o seu pedido sem reclamar e saio do quarto do meu irmão para me dirigir ao meu.

Assim que entro no meu quarto deito-me despreocupadamente por cima da minha cama, decidido a fazer uma sesta rápida.

Estou quase a adormecer quando a campainha toca.

Os meus pais não estão em casa, e Killian está ocupado com as suas coisas musicais, não deve ter ouvido o som.

Quem quer que esteja do outro lado está muito impaciente pois continua a tocar insistentemente a campainha.

Quando alcanço a porta abro-a imediatamente para que quem estás co outro lado não tenha de insistir mais.

– Boa noite companheiro! – exclama um rapaz ligeiramente mais baixo que eu, usando uma camisa vermelha, e por cima uma capa de lantejoulas azul. A luz refletida na capa do rapaz fez-me ficar cego por um segundo, e quando os meus olhos voltam á normalidade o tal garoto já está dentro de casa mesmo sem a minha permissão.

– Quem és tu? – pergunto espantado. Podemos até viver no mundo encantado, mas este tipo de má educação não é normal.

– Sou Arthur, o Divo – diz fazendo uma reverência. De repente deixa de me olhar, para passar a prestar atenção na nossa sala. Fica particularmente interessado no conjunto de louça tribal da minha mãe que está exposto numa das prateleiras da sala.

– Posso perguntar o que está aqui a fazer? – questiono. Não sei muito bem porque é que o estou a tratar com tanto respeito sendo que ele deve ter a minha idade, e não aparenta ter qualquer tipo de modos.

– Venho por parte do Concelho Dos Divos – diz todo pomposo, fazendo um movimento teatral com a capa – os meus colegas e eu acreditamos que esta família poderá ter o último integrante necessário para o nosso círculo da Diveza.

– Acho que não percebo – digo francamente. E não percebo mesmo. Quer dizer tinham-me dito que este lugar tinha gente estranha, mas este tipo parece-me completamente insano! – Mas o que raio é o círculo da diveza?

– É muito simples meu caríssimo William – diz. Espera, ele chamou-me William? - O Círculo da…

– William? – pergunto – eu não sou William. O meu nome é Mason.

– Mason? – parece realmente horrorizado com a notícia – como assim Mason? Eu podia jurar que esta era a casa da família Snow, onde vive William Snow com a sua família.

– Por amor de Zeus! – exclamo – a família Snow tem a maior casa de toda a cidade. É impossível confundir um palacete daqueles com uma casa na árvore – digo irritado.

– Realmente, bem me pareceu que esta pocilga não poderia pertencer a um dos nossos – diz com desdém.

– Mason sabes a que…o que é que tu estás aqui a fazer? – pergunta Killian acabado de entrar na sala.

– Eu vim numa missão que infelizmente teve alguns percalços – diz de com um tom de “não me toquem que eu sou Divo” – de qualquer modo já estou de saída – dirige-se à porta da rua – Cabelos ao vento fui! – e desaparece pelas escadas abaixo.

– Parece que acabaste de conhecer o fero com transtorno de personalidade – diz o meu irmão divertido – devias estar aliviado. Pelo menos não te despejou purpurinas em cima para abrilhantar o teu dia.

– Nem vou perguntar o que isso significa.

Clary Torkin

Mesmo tentando a máximo, continuo a não conseguir ignorar o facto de que a Erika está sentada mesmo atrás de mim.

“Porque é que te sentaste aí minha loira estúpida?!” Pergunta indignada a minha consciência.

“A culpa não é minha!” tento defender-me, “cheguei atrasada e sentei-me no primeiro lugar que vi vago antes que me viessem dar na cabeça por interromper as provas”.

A minha consciência (que imagino como uma pequena versão de mim vestida de branco e com asinhas de anjo) revira-me os olhos, mostrando que me acha ridícula. Eu, por outro lado, dou comigo a pensar na quantidade de coisas horrorosas que Erika pode estar a pensar fazer comigo.

Oh meu Zeus! Ouvi dizer que os Safiris têm um tigre branco de estimação! E se ela decidir raptar-me e dar-me como comida ao bicho?

Ou pior, se achar que eu daria uma boa criada e me obrigar a limpar os esgotos do palácio da família?! A minha mãe nunca me encontraria, e aí eu estaria condenada a uma vida infernal de limpezas, sob o comando da família mais malvada de todas!

E ainda pior, e se ela quiser cortar o meu lindo cabelo loiro e fazer uma peruca com ele?

NÃO, NÃO, NÃO! Isso seria o meu fim! A minha vida foi arruinada no segundo em que resolvi que correr com um copo de sumo na mão não traria nenhuma desgraça.

Mas o que foste tu fazer Clary?!

Ai meu Zeus! Ai eu Zeus! AI MEU ZEUS!

Sinto alguém tocar ligeiramente no meu ombro direito. Dou um pulo da cadeira e olho lentamente para trás, mesmo sabendo quem me tocara.

– Já chamaram pelo teu nome umas três vezes – disse-me aquela criatura vinda dos confins do inferno. O tom maléfico da sua voz fez a minha pele arrepiar-se, deixando os meus pelos todos em pé – Se queres mesmo fazer a tua audição devias apressar-te.

Com tanta preocupação pela minha segurança física acabei por me esquecer do que estava a li a fazer.

– P-pois sim…obrigada – digo incerta, levantando-me rapidamente em direção ao palco.

Vai correr bem Clary, vais ver. Só tens de te concentrar.

Dou um tropeção ao subir as escadas do palco, e só não caio porque as mãos de alguém me seguram. Com a pressa nem sequer sou capaz de agradecer, porque me empurram para o centro do palco onde há um microfone.

– Clary Torkin, presumo? – Pergunta docemente a ruiva de olhos azuis no centro mesa de jurados. Aceno afirmativamente em resposta. - Muito bem então, podes dizer-nos por favor o que vais cantar?

– Let… - Quando tento responder solto apenas um guincho esganiçado.

Aclaro a garganta e tento de novo – Vou cantar “Let it Go”, a canção da Rainha do Gelo.

“Boa recuperação” diz a minha consciência vestida de líder de claque, pronta para me apoiar.

Parece que o amuo lhe passou.

– Ótimo. Começa quando quiseres – sorri, e eu tento corresponder.

Olho para o loiro sentado ao piano e aceno. Ele começa a tocar a canção e eu tento perceber o que é que me deu na cabeça para me inscrever numa coisa daquelas.

Snow glows white on the mountain tonight

Not a footprint to be seen

The kingdom of isolation and it looks like I´m the Queen

Muito bem, continua assim, só estás cinco tempos adiantada.

The wind is nhbu like this hvchhstorm inside

Couldn’t keep it in

Heaven Knows I’ve tried

Depois de mais uns versos a professora ruiva levanta o braço para que paremos.

– Obrigada Miss Torkin – diz – podemos passar para o excerto que escolheu para apresentar.

Aceno e começo:

– Oh sim! Isto sim são boas maçãs! – exclamo alto, tentando fazer um sotaque provinciano – Desde que usei aquele adubo mágico nunca mais as minhas macieiras pararam de dar fruto! Irei usá-lo até há minha eternidade! Tenho dito!

Novamente a professora levanta a mão para que eu pare.

– Muito obrigada Miss Torkin. Pergunto-me só onde encontraste esse excerto. Acho que nunca ouvi nada parecido.

– Fui eu própria que o escrevi – respondo orgulhosa - queria algo que evidenciasse a personagem que eu queria representar, mas não encontrei nenhum do meu agrado. Por isso decidi escrever o meu próprio.

– Terei isso em conta – devolve, mas não parece muito impressionada – Peço então que abandone o palco. Os resultados serão divulgados até ao final da próxima semana. Obrigada pela sua participação.

Apresso-me a sair dali, mas não sem antes voltar a tropeçar nos degraus (desta vez não estava lá ninguém para me segurar).

Até correu melhor do que eu esperava. A canção não foi grande coisa, mas acho que captei em cheio a essência de um aldeão. Só lamento que ela não me tenha deixado terminar. Ainda tinha mais uma página de texto para declamar.

“Bom trabalho miúda!” Aplaude a minha consciência. Eu faço-lhe um sorriso modesto.

Agora só não ser comida viva pela Safiris enquanto os resultados não saem.

Só precisas de Fé Clary. De Fé.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam? Pelo menos o tamanho ficou bom eu acho ^^ Fiz mais de 3000 palavras para que fosse como que um presente. Claro que isso de nada vale se o cap não for bom.
Digam-me como ficou com a letra das canções. Conseguiram identifica-las? São todas de filmes da Disney.
É provável que encontrem erros. Estou um pouco ensonada não sei se conseguirei revisar direito :s Se encontrarem algo errado comuniquem ;) assim como palavras que possam ser diferentes e que não entendam.

Agora, eu tenho umas coisinhas para pedir.
A primeira: Há alguém aqui interessado em fazer uma capa para a fic? Eu acho que a nossa já está um pouco que desatualizada. Eu pelo menos gostaria de algo mais personalizado, assim com a foto dos personagens principais ou coisa do género. No entanto eu não tenho jeito nenhum para esse tipo de coisa.
Por isso, se algum estiver interessado fale comigo ^^ se forem feitas mais do que uma capa consultarei GRIMES para que me ajude a decidir ;)

Outra coisa: Apelidos dos personagens.
Eu tenho vindo a inventar apelidos ao longo da história. No entanto existem nomes/personagens que simplesmente não precisam de apelidos, e outras que eu não sei o que colocar.
Assim se tiverem alguma sugestão sobre os vossos ou mesmo os personagens dos outros leitores por favor digam-me ;) Tenho tido dificuldade principalmente com o nome Letícia. Como não existem Letícias cá (pelo menos não conheço nenhuma) não estou familiarizada com apelidos para esse nome. Mas eu acho que essa nossa ruiva merece um apelido mais carinhoso :)

Acho que por hoje é isso. Desculpem-me pelo tamanho das notas :s
Falamos mais nos comentários
Beijinhos ^^