A noite estava fria e escura, era dia de lua cheia. Aconchegados dentro da caminhonete, Jhonny e Carrie, namorados, apenas observavam atentamente a estrada. Estavam passando por um trecho sem asfalto da Rota 13, que dividia a floresta “Wenkoc” em duas partes.

Jhonny, como sempre, estava fumando enquanto cuidava da direção do carro. Carrie estava enrolada numa toalha, aparentemente com frio, observando as árvores escuras e medonhas.

– Por que diabos estamos indo hoje? Não é melhor esperar até amanhã cedo?

– Já estamos na metade do caminho. – O rapaz respondeu bufando fumaça. – Quer que eu dê meia-volta e a gente demore mais 3 horas pra chegar de novo em Oustville?

– Não, né. – Carrie olhou para a escuridão da mata. - Só estou com um pouco de medo... Esse lugar é de arrepiar!

Distraídos, o casal não viu o que os aguardava no meio da pista: Um grande entojado de arame farpado que cercava completamente o caminho. Os pneus da caminhonete estouraram quando colidiram com o arame, fazendo o veículo derrapar na pista. Jhonny freou brutalmente e parou.

– O que é que houve? – Carrie estava amedrontada.

– Os pneus estouraram. Vou descer e olhar melhor.

Jhonny abriu a porta do seu lado e saiu. Viu o pneu mais próximo, estava todo esfolado. Observou os outros, todos estavam igualmente destruídos. De dentro do carro, Carrie estava preocupada.

– O que aconteceu, John? Tem algum problema com o carro?

– Os pneus... O que aconteceu com eles? – Olhando em volta, o rapaz viu um grande alastrado de arame pouco atrás da caminhonete. – Arame farpado...

O rapaz se agachou próximo dos arames, pegando com as mãos e percebendo que tinham pedaços de borracha dos pneus do carro. Olhou para os lados e tentou puxá-los, mas viu que o arame estava amarrado em árvores de ambos os lados da pista.

– Quem é que colocou isso aqui?

Levantando ainda incrédulo, um machado bateu na sua nuca e rachou parte da sua cabeça. Sem reação, seu corpo caiu no chão, pingando sangue.

Ainda no carro, Carrie estava ficando impaciente com a demora do namorado. No limite, desvinculou seu cinto de segurança e abriu a porta do seu lado, olhando na estrada e não vendo ninguém.

– John... Cadê você?

Em passos rápidos chegou a pouco tempo ao fundo da caminhonete, onde se espantou ao ver marcas de sangue cobrindo a pista. Um grande alastrado rubro seguia do meio da pista até um canto da floresta, provavelmente alguém havia sido arrastado.

– John... Você atropelou algum animal de novo?

Carrie chegou à beira do mato e olhou, mas o que viu lhe paralisou toda: Era o corpo do namorado jogado entre folhas e arbustos, com sangue por todo lado e um machado preso em sua cabeça. Antes de pudesse dar um passo para trás, alguém lhe pegou e enroscou uma corrente de arame no rumo dos seus olhos, forçando-a contra seu rosto. Foram apenas segundos de gritos de dores e, pronto, o silêncio voltou na floresta de Wenkoc.