(...)

— Lorena...

—Lorena? Grace? Aconteceu alguma coisa? Você raramente me chama pelo nome.

— Eu acho que... eu... bem...

O que foi? Fala logo garota!

— O Tyler me be... bei- Ahh! Nada não, Lana! Tchau!

—Ahn? Grace! Gra-

(...)

— Presidente?

— Ahn... -olhei para cima- Oi Ally.

— O que faz aqui? Quero dizer... tão cedo?

— Fugindo. -sorri.

— Do Tyler? -sorriu também - Meu Deus, presidente, você está vermelha!

— Cla- Claro que não, Ally!

— Vocês dois fizeram alguma coisa ontem?

— Ele meio que... me be- bei-... jou...

— Finalmente! -exclamou.

(...)

— Tyler...

— Podemos conversar? -olhou para mim- Bom dia, Ally. -acenou para a garota.

— Bom dia.

— Podemos conversar? -falou novamente.

(...)

— Bom... O que você achou sobre ontem?

— Que... você é um idiota?

— Grace!

— O que?

— Eu não sou um idiota!

— Claro... -revirei os olhos.

— Então... Lembra que eu tentei te falar algo ontem?

— E desistiu depois? Sim.

— Você gosta de mim?

(...)

— Eu tenho certeza de uma coisa -segurou meu queixo e levantou o meu rosto - E sabe qual é? -fixou o olhar no meu.

Balancei a cabeça, negando.

— Eu gosto de você. -sorriu abertamente.

Ok. Se antes eu era um pimentão, agora passei a ser uma lagosta. Oh my god!

— E tem outra coisa que eu sei, e que quero muito fazer.

— O que? -falei em um fio de voz.

— Te beijar. -colou nossas testas.

(...)

— Quer ser minha namorada?

— Bem... -fingi pensar.

— Pelo amor de Deus, garota! Por que você está me fazendo sofrer assim?

— Ok. Eu aceito. -falei, o abraçando.

(...)

— Vamos, minha namorada. -piscou para mim, me puxando.

— Ok. Meu namorado. -o imitei, em um tom meio debochado.

— Grace Martinez... já imaginou? -falou.

— Menos, por favor. -revirei os olhos, mas acabei sorrindo- Parece até nome de bebida.

(...)

— Chegamos. Nos vemos no intervalo? -perguntou.

— Pode ser.

— Então tchau. Se comporte!

— Eu sei me comportar. -resmunguei.

— E fique longe do babaca do Martin.

— Ciumento.

— Claro! Você é minha, Grace. -piscou e saiu correndo.

— idiota.

(...)

Já fazia uma semana que eu estava namorando com o Tyler. E o que dizer sobre isso? Bem... Ele está um grude!

Eu havia voltado para casa depois de uma longa conversa com a Lorena, minha irmã, e o próprio Tyler. Ela havia concordado que o melhor era eu voltar para casa, já que ela não confiava nos hormônios à flor da pele que os adolescentes da nossa idade viviam exalando e o meu namorado concordou, dizendo algo tipo "Eu não vou ser capaz de me controlar por muito tempo vivendo debaixo do mesmo teto da garota que eu gosto".

Se eu fiquei com vergonha?

Quase morri!

Mas enfim.

Os preparativos para a viagem estavam quase todos prontos, graças aos céus, e eu estava agora presenciando mais uma discussão da dupla Tyler e Martin. Pois, como o loiro fez questão de divulgar para o mundo inteiro que estávamos namorando, e o Martin passou a atormenta-lo com isso, eles mal se viam e já ficavam trocando farpas.

— Vão parar ou tá difícil? -suspirei.

— Esse cara enche o saco. -o loiro veio até mim, sentando ao meu lado.

— Ele faz isso só para te provocar, idiota. -resmunguei- Ah. A Ally chegou! -corri até ela, a ajudando com as sacolas.

— Boa tarde, pessoal. -falou.

— Oi. -o moreno respondeu.

Havíamos combinado de nos encontrarmos para discutir os últimos detalhes da viagem que aconteceria em poucas semanas, e, como a Ally perdeu no pedra, papel ou tesoura, teve que ir comprar o lanche.

— Tudo certo para o fim do mês? -perguntei para Sasha.

— Sim, presidente, falta só a confirmação de alguns poucos alunos... -completou a gêmea.

— Então estão dispensados! -falei- Depois do lanche, claro.

O Tyler pegou o meu e começamos a comer os sanduíches. Faziam algumas poucas horas desde que começamos a reunião, e já estávamos morrendo de fome.

— Senhorita presidente, você é bonita até comendo, sabia? -Martin comentou.

Os outros começaram a rir.

— Obrigada. -respondi, também rindo.

Eu sabia que ele só estava querendo provocar o Tyler.

— É melhor você fechar a boca e ficar bem longe da Grace. -ameaçou.

— Você é tão ingênuo. -beijei sua bochecha- Sou sua namorada, não precisa se preocupar com essas coisas.

— Vocês podem, por favor, parar com toda essa melação?

— Edward, você é muito chato. E aposto que queria estar do mesmo jeito com certo alguém... -alfinetei.

O garoto ficou vermelho, virando o rosto para o lado. O lado que a Ally estava!

Meu Deus!

Ao ver ele, ela também fica vermelha. Que fofos! Tenho que ajudar esses dois.

— O que você está tramando? -o loiro perguntou enquanto comia distraidamente.

— Nada demais. -sorri.

— Eu te conheço. -bateu de leve no meu ombro.

— Tyler... -o encarei- Certo. Olha só aqueles dois. -balencei discretamente minha cabeça.

— O que tem?

— Como assim "o que tem"? Bom O está vendo?! Temos que juntar esses dois!

— Temos?

— Claro! A partir do momento que você quis saber dos meus planos, virou meu comparsa! -sorri, triunfante.

— Ahn... E o quê, exatamente, temos que fazer?

— Boa pergunta.

— Você quer junta-los e não tem um plano?

— Eu vou pensar em um! -bufei.

— Claro que vai. -revirou os olhos- Mas será se podemos deixar isso para mais tarde e irmos ao parque?

— Por que?

— Passear né. Como um bom casal de namorados. -pegou minha mão, levando aos lábios, e a beijando levemente.

Caramba... Esse olhar sedutor seduz qualquer um!

— Certo. Eu posso ir com você. -sorri da cara dele.

— Vamos logo! -levantou abruptamente, me puxando pelo braço.

Isso assustou a todos na sala, principalmente a mim.

— Ei! O que você-

— Gente, estamos indo a um encontro! Tchau!

— Tchauzinho. -Sasha acenou pra nós.

— Vão pela sombra! -Martin sorriu.

Nós despedimos de todos rapidamente, e o loiro rapidamente estava me arrastando pelas ruas.

— Vai com calma! -reclamei.

— Desculpe. Acho que me animei demais. -sorriu envergonhado.

— Demais. -frizei, rindo dele.

— Fique quieta. -fez bico.

Ele ficava muito fofo assim.

Enquanto ele me levava, comecei a observá-lo. Usava calça jeans escura e tênis, camisa cinza de mangas, um cachecol vermelho no pescoço, a barba rala, e os cabelos bagunçados pelo vento.

Tão lindo esse meu namorado.

Enquanto eu... Que roupa eu usava mesmo? Ah sim! Eu estava com um short preto não muito curto, uma blusa vermelha com babado branco na barra, sapatilhas pretas, um sobretudo cinza, e meus cabelos estavam em um rabo de cavalo frouxo.

Comecei a rir.

— Está rindo de quê? -me encarou.

— Parece até que combinamos isso. -apontei para suas roupas, depois para as minhas, e ele também riu.

— Realmente. Aposto que se tivéssemos combinado, não teria dado certo. -piscou.

— Com certeza. Até por que eu não viria. -brinquei.

— Que mentira! Chegamos! Em que brinquedo quer ir primeiro?

— Que tal tiro ao alvo? -apontei para a barraca.

— Bem a sua cara mesmo. -debochou, indo comprar as fichas.

— Idiota!

Passamos uns bons minutos na barraca, eu estava amando aquele negócio!

— Melhor parar, você está me assustando. -riu, me puxando para longe dali.

— Ah não! Eu quero meu prêmio!

— Mas não tinha prêmio nenhum...? -ergueu uma sobrancelha.

— E? Eu quero! -gritei.

Começamos a rir.

— Você só quer arranjar confusão né? -segurou minha mão.

— Quem sabe -dei de ombros- Por falar em assustar... Casa mal assombrada! Uhu! -dei um pulinho.

— Grace estranha.

— Tyler chato.

Nem sei porque insisti tanto em ir, já que no fim, eu gritei horrores! Literalmente! Onde já se viu, você ser abraçada por um esqueleto fedorento?!

Tyler saiu de lá gargalhando.

— Para de rir! -bati em seu braço.

— Mas foi muito engraçado...

— Isso é porque o esqueleto não abraçou VOCÊ! -cruzei os braços.

— Certo. Parei. -beijou minha bochecha.

...

Brincamos e comemos bastante até ficarmos cansados. Já era bem tarde quando o Tyler me arrastou para o único brinquedo que sobrava. A roda gigante.

— Que romântico. -revirei os olhos, entrando.

— Deixa de ser chata. -me empurrou, para depois entrar.

— Me ama. -sorri, sendo retribuída por ele.

— Agora podemos aproveitar nosso momento a sós. -sorriu de canto, me puxando para sentar ao seu lado.

— É mesmo?

— Você nem.fica mais envergonhada? -me encarou, segurando meu rosto entre suas mãos.

— Não. -passei as mãos por sua cintura.

Acho que algo não está muito certo nisso aqui...

— Ótimo.

Ele colou nossos lábios, e assim que o fez, adentrou na minha boca com sua língua, explorando o lugar já conhecido. Durou poucos minutos, afinal, já estávamos perto de sair do brinquedo.

— Eu gosto de você. -falou, ofegante, a testa encostada na minha.

— Eu também. -beijei-lhe os lábios novamente.

Ele sorriu, se afastando.

...

— Gostou? -perguntou.

— Sim. Me diverti bastante. -respondi.

Estávamos a caminho de casa.

— Também. Me divirto muito com você, Grace. -apertou minha mão de leve.

— Tyler é um bobo apaixonado. -debochei.

— E sou mesmo! -riu.

Ele era tão tranquilo.

Meu celular começou a tocar. Era a Lorena.

— Oi Lana!... O que? Sério?... Ahm... Está sim... Aviso... Tchau.

— Quem era?

— Lana.

— Aconteceu alguma coisa? -parou de andar.

Já estávamos próximos de casa.

— Nossos pais voltaram. -o encarei.