A Solitary Man escrita por Laila Marques


Capítulo 2
Due


Notas iniciais do capítulo

Vai ser no mesmo esquema da outra vez, primeiro o ponto de vista de cada um, depois as histórias se juntam.



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Living in a fantasy

[Akira POV]

Decepcionado, era a palavra exata para definir o que eu estava sentindo, isso quando eu ignorava minha vontade louca de cometer um duplo homicídio, da forma mais dolorosa o possível. Mas era pior quando eu não aceitava a situação e chorava.

É difícil saber que a pessoa com quem você acha que tem um relacionamento sério estava mentindo a tanto tempo pra você, te traindo com um cara qualquer. Quem se importa se o cara era bonito? Ninguém tem esse direito.

Eu, Suzuki Akira, não tinha como aceitar tantas desgraças ao mesmo tempo, ver seu namorado na cama com outro cara não é nada confortável, continuar desempregado mesmo depois de anos de termino da faculdade é deprimente.

Não sabia para onde estava indo, talvez para o mais longe o possível da minha casa e o mais perto o possível da casa de um amigo meu, o único que ainda me aguentava. Uke Yutaka, mas eu o chamava de Kai.

Não tinha reparado, mas eu já estava na porta do apartamento de Kai, esmurrando-a, era tão reconfortante, isso de quebrar coisas. A porta se abriu e eu dei de cara com o meu amigo, com cara de quem acabara de acordar.

- Suzuki! Sabe que horas são? – Me perguntou ele irritado.

- Na verdade não. – Kai pareceu mais bravo ainda. – Posso entrar, preciso conversar com você, é uma coisa séria Kai.

Ele suspirou, provavelmente pensando se me deixaria ou não entrar, ele era um bom amigo, mas tinha um lado cruel quando acordava cedo, ou quando não dormia direito. Kai virou o corpo para o lado me dando passagem, eu entre ele fechou a porta, eu sentia seus olhos sobre mim.

- É bom que seja importante, você me acordou às cinco e meia da manhã.

- O Ruki me traiu, com o garçom do bar aonde ele trabalha. – Falei rápido, sem respirar.

Kai me encarou por alguns segundos, e disse:

- Já imaginei que ia chegar uma hora em que você ia descobrir. – Suspirou – Já estava na hora não acha?

- Como assim já estava na hora? Desde quando você sabe que ele me trai com aquele travesti?

- Duas semanas. Nem mais, nem menos, juro.

- Porque não me contou? – Eu estava puto, sério, puto mesmo.

- Acreditaria em mim? – Não precisei responder – Não. Não acreditaria você estava cego Reita.

Sentei-me no sofá levei minhas mãos até minha cabeça e baguncei meus cabelos. Kai tinha razão, eu não acreditaria nele, provavelmente atacaria algum vaso de gesso em sua cabeça, ando um pouco violento.

- Preciso beber. – Disse eu de repente.

- Não, você não vai beber. – Kai permanecia inerte, não parecia disposto a se reclinar para meus pedidos. – Amanhã você tem uma entrevista de emprego importante Reita, tem que descansar.

- Que diferença me faz descansar, duvido que eu vá ser aceito.

- Não seja uma criança, durma aqui, eu mando trazer a sua roupa até aqui. Não discuta, você fica no quarto de hospedes, e vai amanhã fazer a entrevista.

- Não sei se consigo me enganar de novo Kai, acho, que eu meio que perdi as esperanças, não tenho certeza se eu vou conseguir colar meus pedaços de novo. Eu estava vivendo em uma fantasia. ¹

Kai me olhou, e se sentou ao meu lado, e ficou apenas me encarando, me senti desconfortável, mas não disse nada.

- Você não é mais o mesmo, sabe você mudou. Parece mais fraco, também acho que você não consegue se colar novamente. – Não disse que ele fica cruel quando não dorme?

- Esta me magoando.

- Estou falando a verdade, você ficou muito frouxo Akira, precisa descansar. – Kai segurou meu braço e me levou até o quarto de hospedes e me largou lá.

- Tudo bem, então eu durmo aqui.

Kai deu um sorriso, aquele mesmo sorriso que ele dá quando eu lhe compro doces, o que mostra suas covinhas, não aquele que o faz parecer cruel, o que o faz parecer uma criança inocente.

Ainda era cinco e quarenta, eu não conseguiria dormir se tivesse ficado em casa, mas amanhã era outro dia, e segundo Kai, eu iria conseguir meu emprego. Eu realmente queria que ele não estivesse tentando me animar, eu precisava trabalhar. E beber, mas o segundo desejo estava fora de cogitação.


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Notas finais do capítulo

¹ Trecho traduzido da música Lies, do McFlyReviews? ._.