As Crônicas de um Gatinho Medroso escrita por Lady Spugna


Capítulo 9
IX. O que é a realidade?


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal.
Dessa vez não demorei muito!
Espero que gostem desse capítulo. Boa leitura.



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Jéssica, Jéssica, Jéssica. Quem diabos é Jéssica?

Revirei-me na cama após algumas horas de pura insônia. Demoraria quanto tempo até eu adormecer? Provavelmente muito tempo! Sentia-me traído, enganado. O melhor termo seria “usado”. Eu mesmo entendo; claro, tudo não se passa de uma mera encenação, mas quem é que disse que iríamos atuar desse jeito?! O bobão tem namorada. Ele simplesmente não precisava me iludir fazendo tal coisa! Ele não precisava me arrancar um beijo tendo alguém como namorada! Aliás, eu sou um cara. Hétero. Gosto de garotas. Garotas!

Eram coisas sem sentido. O Brasil não fazia sentido! Em Portugal eu poderia ser um completo estorvo que todos jogariam no lixo, mas aposto que eu não teria tantas perguntas em minha cabeça quanto hoje.

Comecei a me debater contra a cama, nervoso por conta da minha falta de sono. Ainda tinha um gato barulhento do lado de fora que não parava de miar. Eu nunca iria dormir daquele jeito.

Decidi que beber um pouco de água na cozinha me faria melhor. Minha boca estava seca e eu necessitava me acalmar refrescando a garganta. E foi isso que eu fiz. Andei em passos largos, despistando os malditos monstros e fantasmas das histórias de terror e lendas urbanas da internet (eu sempre acreditei nisso), e entrei na cozinha ligando rapidamente a luz. Não que eu tenha medo de escuro, eu só precisava me prevenir.

Peguei um copo de água misturada e pus-me a lembrar do ocorrido. Ele havia me beijado bem ali. E eu, besta, impedi-o que continuasse.

Jéssica. Ela era a culpada, óbvio.

[...]

Naquela manhã senti falta de Portugal. A pequena saudade das loucuras de mamãe, dos meus primos que tiravam sarro de minha cara, da minha querida e sofrida infância ali deixada. Um sentimento estranho de nostalgia que eu jamais pensei que sentiria. Aquele, eu sabia, era um sinal. Poderia ser um sinal bom ou ruim.

Era um final de semana. Em meus olhos havia olheiras bem visíveis da noite má dormida. Seriam dois dias de descansos, aqueles dois dias esperados por tantos, porém, para mim, seriam agoniantes. Eu não havia me recuperado completamente. Talvez eu quisesse muito vê-lo, talvez eu não quisesse.

Matei o tempo jogando até o fim da tarde, com pausas apenas para atender às necessidades. E, então, me lembrei de que eu havia uma pequena luz acesa quase falhando com o nome de “vida social”.

Eu até agora não vi a verdadeira graça no Facebook. Bisbilhotar a vida das pessoas era muito fácil com aquela rede social; afinal, a cada coisa que faz você tem que postar uma foto e espalhar para todos sobre o que está fazendo/vai fazer, mesmo coisas sem importância como: “Vou jantar” ou “Vou ir ao boliche”, ou até mesmo “Acordei”. Daqui a pouco as pessoas serão movidas a isso, dizendo até mesmo com detalhes o que fez no vaso sanitário.

Liguei o computador com um tédio total. Tirei a conclusão de que deveria saber sobre a vida de meu amigo. Descobrir quem é Jéssica. Mesmo que eu considerasse invasão de privacidade. Diga-me, o Facebook tem outro uso?

Eu abri o navegador e entrei no site. Havia um excesso de mensagens que eu não tinha visto ainda. Estranhei. Eram mais de 600 mensagens não lidas.

Abri a caixa de mensagens e vi um grupo estranho com um título de um emoticon de coraçãozinho e umas palavras japonesas. Cliquei um pouco ansioso, mas ao mesmo tempo com medo do que me aguardava e vi primeiramente quem estava presente naquela conversa esquisita. Adivinhem? Lindsay e suas amigas malucas! E sobre o que as retardadas mentais falavam? De Victor Madeira e seu melhor amigo! E, claro, sem meu consentimento. Elas tinham um treco a menos na cabeça.

Li algumas partes da conversa e só davam elas falando desde aquele incidente e sobre aquele incidente. Eu queria dar uma risada, mas de algum jeito aquilo não soava engraçado. Era meio doentio. E o mais fora do normal é que elas não haviam colocado Lucas no grupo. Maneiro. Lancei um joinha com a mão para a tela do computador.

Deixei a conversa de lado e logo quis stalkear o Facebook de Lucas. Eu encontraria alguma foto dele junto com a Jéssica. Ou até mesmo encontraria a própria Jéssica em sua lista de amigos.

Quando a página carregou toda a ansiedade somente aumentou mais. Agora era a hora! Fui descendo a página e só via aquelas fotos e mais fotos, contudo nenhuma delas tinha alguma garota com o nome de Jéssica. Talvez o namoro fosse recente ou a menina não gostava de tirar fotos — o que eu duvido muito.

Uma coisa que não deixei de notar foram páginas que ele havia curtido. Várias de romance e coisa do tipo. Além disso, uma com o nome “Tumblr”. Eu não tinha dúvidas! Era aquele site estranho de Lindsay e suas amigas! Por que ele curtia uma página assim? Lindsay deve ter o obrigado. Mas, bem, esse não é meu foco agora.

Cliquei nos amigos e pesquisei o nome “Jéssica” para ver o que apareceria. Tinham exatamente três meninas diferentes com esse nome e as três eram bonitas o suficiente para serem namoradas de Lucas.

Chequei o relacionamento de Lucas e nada. “Solteiro”. Era um namoro recente, creio. No entanto, jovens de hoje em dia costumam atualizar o relacionamento sempre que encontram uma garota nova. Vai entender.

Mas por que eu estava fazendo aquilo? Fechei a página rapidamente. Eu não precisava saber sobre a vida dele e de mais ninguém. A única coisa que eu deveria fazer era se importar comigo mesmo. Cliquei no ícone de um jogo qualquer e o esperei carregar.

[...]

Dois dias eram mais que uma eternidade. Antes eu sempre torcia para que o final de semana chegasse logo, por mais que eu gostasse de assistir às aulas. No entanto, parece que desde o acontecimento de sexta a situação se reverteu. Eu tive ansiedade para estar na escola.

Atuar e ser zombado pelos colegas seriam as partes chatas. Mas talvez atuar seria interessante.

Lembrei-me do falso beijo. E provavelmente teriam outros.

Eu estava com raiva, porém feliz. Estranho?

Fui vendo a paisagem se locomovendo no ônibus, tão poluída. Aquilo me cansava.

[...]

Evitei quaisquer contatos com as pessoas, inclusive com Lucas. Principalmente com ele. Eu sabia que eu tinha sido rude, mas ele havia sido bem pior. Era quase como uma traição para a própria namorada! E eu não respeito nenhum tipo de gente desse tipo. Não suporto.

Senti como se Lucas também estivesse me evitando. Era até mesmo engraçado, nunca imaginei que algo assim viria dele. Mas a verdade é que eu não estava gostando nada disso. Havíamos nos desculpado pelo ocorrido de antes e então tudo se estraga depois? Parabéns, Victor Madeira.

Quando bateu o sinal, entrei na classe rapidamente, ainda com aqueles retardados de antes me provocando. Eu já nem ligava mais.

Não conseguia me concentrar em nenhuma das aulas. Meus olhos só queriam espiar Lucas em sua carteira distante no qual foi se sentar para assistir às aulas. Eu senti falta de seus cochichos enquanto os professores passavam algo no quadro negro. Senti falta de tantas as vezes que os professores notavam nossas conversas e nos davam uma bronca. É. Também senti falta daqueles segundos que estraguei.

Eu precisava falar com ele, nem se fosse para pedir uma borracha. Ah, claro, Victor bobão. Ele não deve ter uma borracha de tão perdido que é!

— Lucas! — quase berrei do outro lado da sala por conta das conversas altas dos alunos. Ótimo. Todos ouviram e olharam para mim com risinhos idiotas. Lindo, lindo. Agora você não é um nerd gay. Você é um super nerd gay. — Você tem uma tesoura?! — gritei mais alto. Meu Deus. Alguém me ajuda? Por que ele não teria uma borracha, mas teria uma tesoura? E para que diabos eu necessitava de uma? A classe foi à loucura com as risadas e provocaçõezinhas paralelas.

Mesmo muito envergonhado para olhar para a cara dele, vi um pequeno sorriso fugir de seu rosto. Com isso tive meu dia completo. Eu arrasei, óbvio. Tem que passar por obstáculos para se adquirir o sucesso.

Que bosta! O que eu estou pensando?!

— Não! — ele gritou de volta para que eu pudesse ouvir. Balancei a cabeça como um idiota para ele perceber que eu entendi.

Ouvi Lindsay e Carla darem uma de fangirls com comentários “Que fofos!”. Ainda preferia aqueles meninos me provocando e me chamando de borboletinha.

Minha pele avermelhou.

[...]

Senti minhas pernas saírem do meu corpo. Elas estavam perecendo. Eu tremia com medo de ter de atuar sendo a protagonista. Aliás, sendo uma princesinha. Aquilo iria dar errado. Seria a coisa mais constrangedora de minha vida. Iriam tirar fotos e comentar pelo resto das vidas. Culpa minha.

Eu fui o primeiro a chegar à quadra coberta. Não havia ninguém. Só eu e o silêncio. Estava perfeito — e que ficasse assim por um bom tempo. Vi-me, então, em um ambiente grande sendo o centro das atenções. A perfeição estava acabando ali mesmo.

E para minha infelicidade começaram a chegar pessoas, me apagando daquele mundo. Poderia não ser tão ruim. A maioria iria pagar mico atuando. Inclusive a Alemanha. Ela faz um papel masculino, mas é uma garota! Sou um gênio!

.. Não.

— Vai ser muito fofo isso, Vitinho! — ouvi voz de Victória se aproximar e envolver-me em um abraço por trás. Corei, me afastando dela. — Você atuando como uma menininha! Eu quero ver isso! — completou com uma risadinha feia. Não ia ser fofo, nem legal. Sabe? Pessoas muito brancas ficam vermelhas quando estão acanhadas.

— É — respondi meio fraco, dando um sorriso forçado, porque, CLARO, iria ser muito fofo eu atuando como uma princesinha.

Olhei para os olhos grandes da garota. Parecia uma boneca de porcelana, baixinha e frágil. Era dela de quem eu gostava. Sim. Era isso mesmo. Não de um garoto.

— Victor! — Lucas entrelaçou seu braço entre meus ombros, fazendo uma grande força para baixo. Ele queria me derrubar parecia! — Está preparado para viver em um conto de fadas?

A vergonha me impediu de falar. Não faça isso, Lucas. Porra. Seu perfume gostoso me trazia de volta aquele dia que me atormentou durante noites.

Tirei o braço de Lucas de meus ombros, incomodado.

— Viver em um conto de fadas? — Victória perguntou desentendida. — Poxa, bem que eu gostaria disso.

— E você não irá junto, bruxinha? — Lucas interrogou com um sorriso no rosto para ela. É verdade, ela seria nossa vilã na peça. Victória soltou uma risada. Comecei a me sentir irritado.

— Veremos, lobo mau — Victória disse com uma entonação quase poética. — Boa sorte para os dois! — e saiu de perto de nós.

O silêncio reinou entre mim e Lucas. Eu não estava preparado, e ele sabia muito bem.

Não demorou muito tempo para que a professora Daiana chegasse ao ginásio, carregando papéis em suas mãos, com uma expressão de empolgação presente em seu rosto.

Nessa hora o meu coração apertou. Queria fugir para qualquer lugar fora do Brasil! Aceitava ter as aulas chatas com o professor Watson um dia inteiro. Aceitava até jogar meus mangás e quadrinhos no lixo. Não! Não tão pesado assim. O que eu queria mesmo era tomar um “chá de sumiço” e PUFF! Ou então utilizar a capa da invisibilidade do Harry Potter. Boa.

Agora não era um momento para brincar. A professora se aproximava de mim. E me entregou um papel.

Eram minhas falas.

— Quero que faça seu melhor, viu? — Daiana incentivou-me. Assenti feiamente com a cabeça, tímido.

Fui passando rápido o olho pelo texto e pulei direto para o final. Não avistei nenhum tipo de cena de “beijo”. Ah. Ótimo. Agora posso deixar Lucas e Jéssica livres. Posso relaxar e atuar como eu sempre fiz nas escolas de Portugal. Todos pagam mico, e o meu não irá ser diferente. Ainda bem.

Mas, algo me incomodava no fundo do coração. Eu não queria isso por um lado.

Quieto, lado bipolar do Victor!

Daiana passou as instruções para aqueles que iriam se dedicar ao áudio e ao cenário e depois pediu-nos para que já começássemos a ensaiar as falas.

— Pessoal — Daiana disse, chamando a atenção de todos que estavam conversando. — Eu irei à sala dos professores tirar uma cópia do texto para Alemanha, pois acabou faltando. Quero silêncio e todos começando a ensaiar. — Daiana terminou e foi para a sala dos professores. Pela primeira vez eu digo: Obrigado por existir, Alemanha!

Fiquei lendo, entediado, aquelas palavras sem sentido da peça. Seria muito chato. Preferia trabalhar no áudio, até mesmo na confecção das fantasias. Eu não sei costurar, mas eu aprendo!

— Olá, princesinha — disse Erick, o idiota da briga com o Lucas, com Pablo e Daniel. Ele zombou pegando minha mão e depositando um beijo nela. Meu sangue ferveu em ódio. Queria torcer o braço daquele infeliz ali mesmo. — Já encontrou seu príncipe encantado?

Não respondi.

— Claro que sim, Erick — Pablo assentiu. — É Lucas.

Os três riram em uníssono. Às vezes nem uma boa surra acaba com a maldade presente em uma pessoa. Queria poder ter força e coragem para meter um soco na cara daqueles três.

— Por que é Lucas? — Lucas chegou atrás deles com aquela sua presença ousada. Dei um sorriso de canto quando vi aquele trio tomar um susto. Mas eu não queria ficar dependendo dele. — Hein?

— Porque você será o namoradinho desse viado. — Daniel tentou retrucar. Vi um pouco de medo nos olhares dele. Aquilo me deliciava.

— Não sabem a diferença entre atuar e realidade? — Lucas se exaltou. — Ou são muito infantis para isso?

— A gente tá de boa. — Pablo disse em um ar zombeteiro. Aquilo me irritou. — É que você era firmeza. Agora vai ficar de romancezinho com um nerd gay?

Nerd gay.

Percebi que a maioria das pessoas da classe estava nos observando com atenção. Fiquei de lado. Queria esconder minha cabeça em um buraco. É. Agora era duas vezes mais a vontade de querer sumir do Brasil.

— Eu não estou “de boa” — Lucas respondeu, sendo grosso. — Eu tenho namorada, mas se eu bem quiser eu posso fazer isso para atuar.

Lucas se aproximou e juntou nossos lábios. Puta que pariu! Era como da última vez. Podia o repelir por estar morrendo acanhado, podia até mesmo dar-lhe um belo tapa na cara; entretanto, apenas ignorei o mundo ao meu redor. Fiz com que minha mente ficasse limpa. Eram somente as diversas sensações boas que invadiam minha cabeça. Foda-se, trio idiota. Fodam-se, alunos intrometidos. Foda-se, Jéssica.

Deixei que sua língua adentrasse minha boca. Desta vez senti o verdadeiro gosto de um beijo, mais doce que o próprio açúcar, embora tivesse mais gosto do sanduíche de presunto da cantina. Senti o meu coração martelar mais e mais forte, a cada enlace e desenlace que nossas línguas faziam no pouco espaço que havia ali. Presenciei aquele arrepio novamente, mais intenso. Eu estava entrando em curto-circuito.

Era outro mundo. Não havia mais o planeta Terra para mim. Era meu mundo. Meu e dele. E agora eu podia dizer abertamente: Tinha completado meu dia.

Separamo-nos, ofegantes. Tive que voltar para o mundo real, vendo todas aquelas pessoas a minha volta. Pensei que ia desmaiar. Umas olhavam estranhadas, outras aplaudiam e gritavam parabenizando.

Escondi minha cara com as mãos, como uma personagem besta de anime shoujo. Eu precisava realmente processar o que havia acontecido, mas aquela sensação de uma camada vermelha atingindo meu rosto me impedia de pensar direito. Eu queria sumir e ao mesmo tempo ficar.

— Quero que fique claro — Lucas tomou a posse do ginásio, gritando alto, apesar de sua respiração falhada. — Victor é um amigo. E apenas queremos calar a boca desses idiotas mostrando que somos mais homens que eles.

Senti uma sensação ruim subir sobre meu corpo. Aquela mesma sensação de ter sido usado. Não era uma encenação. Não podia ser. Porra! Eu não sou um amigo. Amigos não se beijam!

Os alunos começaram a gritar coisas como “Orra, não deixava” e outras expressões estranhas que eu não estava familiarizado. O trio avançou em Lucas para atacá-lo, mas outros alunos repartiram a briga, começando um bate e boca.

A professora se aproximava da briga, nada feliz.

— Por que nenhum de vocês está ensaiando?! — ela gritou conosco, colocando silêncio em todos. — Erick, Pablo, Daniel e Lucas depois da aula vocês estão detidos. Eu não quero saber o motivo da briga.

O povo começou a discutir e ficar contra. Não era justo que a pessoa que se defendeu tomaria a punição também. Mas era verdade também que ele havia novamente se metido em meus assuntos.

— Professora, não é culpa dele! — eu falei alto em meio às discussões. Foi um ato involuntário. Nunca havia aumentado meu tom de voz, muito menos lutado por alguém.

— Eu já disse. Não quero saber da briga. Eu os vi brigando e fim.

Guardei minhas palavras com ódio e cerrei meus punhos. Todas as punições dele eram por minha culpa.

— Fica tranquilo — ele disse colocando a mão em um dos meus ombros. Aquilo me acalmou, por mais que eu estivesse um pouco chateado. Era protetor, caloroso.

Eu gostava dele.

[...]

A aula de teatro foi cansativa. A professora deu dicas para a interpretação das falas. Não deu tempo para começar os ensaios direito, portanto somente havíamos organizado o que cada um faria e como seria mais ou menos o nosso desempenho.

Ficaria um pouco na escola até a detenção acabar. Eu precisava falar com ele, muito, apesar de que eu não tinha as palavras certas. Claro que ele tinha Jéssica e era por isso mesmo que eu precisava falar com ele.

Andei sem rumo pela sala de aula vazia. Logo começaria o turno da tarde e eu deveria me livrar logo dali e esperar em outro local.

Avistei uma pasta de documentos dentro da lata de lixo, abandonada. Peguei para poder devolver ao dono. Vi em sua capa e não havia nome nenhum, mas não resolvi ir longe com a investigação, eu estaria me intrometendo demais.

Saí da sala e sentei-me em um banco no corredor ao lado da sala de detenção. Olhei no relógio e eles estavam ali fazia mais de 30 minutos.

— Deveria ir para casa — uma professora me matou de susto enquanto entrava na sala da detenção. — A detenção só começa agora.

Dei um suspiro longo e assenti com a cabeça.

Decidi ir para casa.

Hã? Que dia está sendo esse? Porra! Eu perdi o BV de verdade agora, minha gente. Na frente de todos e...

Queria ainda fugir do Brasil.


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Notas finais do capítulo

É pura bipolaridade desse Victor Madeira, viu?
Bem... Comentem suas opiniões! Conversem comigo, hahaha.
Beijinhos. Até o próximo!!



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