Capitulo Sete

(O Poder Governa o Mundo. A Nova Ordem Domina o Equilíbrio)

– Nova Ordem Livro dos Direitos

Havia um salão de jantar estilo Harry Potter que se ajustava bem aquele lugar. Sim conheço filmes antigos. Minha mãe era fã. E por conseqüentemente amei os filmes. Melina ainda não havia chegado. Ela tinha até amanhã. Mesmo assim o castelo parecia lotado e apinhado de gente. Jovens e suas mães. Cada mãe exibia a filha como uma jóia. Sim minha mãe fez isso comigo também. Me fez colocar um vestido azul bebe e sim ficou lindo. Mas odiei porque Thomas hoje jantaria conosco.

– Não se esqueça Liz que a primeira impressão é a que conta – disse minha mãe.

Assenti sem querer discutir. Uma parte de mim queria subir no quarto desse ridículo e bater nele. Mas a outra queria apenas que ele me visse. Reconhecesse-me. Eu estava atônita. Olhei para Camila que estava do outro lado da mesa, e tentei sorrir. A mãe dela sorriu também. E logo ouvimos os barulhos das trombetas.

– O herdeiro da América – disse um homem gordo e baixinho – Thomas Salazar e seu pai Victor Petravicius.

Juro que Thomas é muito lindo. Encantador. Mas seu pai, além de ser um senhor é muito charmoso. Seus cabelos são grisalhos, mas seu corpo é totalmente malhado. Vi as mães de muitas garotas suspirarem. Ele pareceu perceber, pois sorriu. Thomas por outro lado não esperou o pai e sentou-se na mesa real.

– Minhas caras jovens – disse Victor – eu estou muito contente por tantas jovens quererem se candidatar para ser A Noiva de meu filho. Meu coração se alegra. A Nova Ordem pensa no melhor para a nação. As competições começaram amanhã. Às oito horas vejo vocês e suas mães. E vocês entenderam que não se trata apenas de um rosto de bonito.

Todos se levantaram e aplaudiram. Thomas parecia meio inseguro. Mas logo tratou de camuflar suas emoções e sorriu e bateu palmas para o discurso do pai.

O jantar continuou normalmente. Senti-me como um rato de laboratório. Eles olhavam todas nós como experimentos. Observei de canto de olho e percebi que pai e filho cochichavam.

– Liz – disse minha mãe – vai acordar as seis amanhã. Temos que estar preparadas.

– Mãe só inicia a competição as oito. Pra que tão cedo?

– Fiquei sabendo por outras mães, que a competição será televisionada. Será tudo mundial.

Acho que devo ter soltado um palavrão porque senti um beliscão no meu braço.

– Como assim?

– Cuidado com a boca. Quer ser eliminada antes da hora?

– Mães não nos disseram isso. Falaram que apenas a final seria televisionada.

– Mudaram os planos querida. Nós vamos com tudo.

Apenas abaixei minha cabeça e torci que assim como jantar seria tirado dali, me tirassem dali também.

O toque de recolher era as onze. Ainda eram 22h30min. Tinha tempo. Fui para o jardim. E comecei a andar. Incrível como a lua resplandecia naquele lugar. O castelo dali do lado de fora a noite, parecia uma catedral sombria. Sorri com a comparação.

Continuei andando por uns quinze minutos. E logo cheguei a um estábulo. Como não havia ninguém, entrei e me sentei em um banco de madeira. Acho que desde o momento não tinha percebido o quanto tinha montado uma máscara desde a hora que tinha chegado. Foi quando me dei conta que estava chorando. Percebi que algo me acalmava alguém afagava meus ombros.

Uh. Isso é bom.

– Você deveria estar no castelo. Só resta menos de dez minutos até as portas fecharem.

– Quem é você? Olha sei lutar.

Okay Elisabeth. Sua loucura é sem igual.

– Opa – disse um menino com cabelos cacheados parecendo um anjo – não quero briga. Podemos começar de novo?

Fui me aproximando aos poucos. Okay. Respirei e olhei em seus olhos. Sim eram azuis. E sim meu coração não suportou.

– São azuis – disse eu.

Ele riu. Um riso alto e agudo. E totalmente sexy. Desde quando uso sexy?

– Meus olhos são azuis sim. E os seus são castanhos claros. Meu nome é Felipe Castro.

Ele me estendeu a mão. Apertei a mão dele. E tentei apagar aquele comentário idiota.

– Meu nome é Elisabeth Smith. Vim para a competição Das Noivas.

– Ansiosa Elisabeth?

– Eu? Deus me Livre. Se eu pudesse sair correndo seria presa por ser a correta. Não gosto de Thomas Salazar. Muito menos do pai dele.

– O senhor Victor é uma pessoa boa. Mas não gosto da sua primeira opção.

– Sério?

– Bem sou apenas um empregado. Cuido de cavalos que é o que gosto de fazer. Não palpito sobre os patrões.

Senti ali uma pontada de me pergunte o motivo, mas não queria mais problemas.

– Bem preciso ir – disse eu – amanhã tenho competições.

– Boa sorte. – ele sorriu – acho que você vai precisar.

– Vai ser tão ruim assim?

– Os mais fortes sobrevivem aqui. Cuidado para não se iludir aqui.

– Você está me deixando com medo.

– Desculpe se eu te atormentei. Mas de sorte, você vai precisar.

– Me diz pelo menos qual vai ser a primeira prova?

– Força e inteligência andam unidas senhorita Elisabeth. É apenas o que posso dizer.

Tentei dissipar o que viria amanhã. Mesmo chegando quase estourando encontrei as portas abertas. Pensei no que ele me disse. Então seria uma prova de inteligência. E força? Bem não seria xadrez seria? Ou Dama?

Inferno!

Deitei-me e deixei que os pensamentos me levassem. Fiz uma prece silenciosa. Talvez eu não fosse só mais uma na multidão.