A Noiva escrita por Felipe Melo


Capítulo 30
Capitulo 30


Notas iniciais do capítulo

Gente eu estou com lágrimas nos olhos... eu não sei o q vou fazer... Eu só tenho q agradecer... conto com vcs... Bom capitulo... Espero q gostem...



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Capitulo Trinta

(Você não precisa tentar todas às vezes, apenas acredite que tudo ficará bem)

– Colbie Caillat

Corremos sem parar. Eu sentia a pressão no meu peito me esmagando de duas formas: A primeira é que Thomas estava ali lutando e poderia morrer. A segunda é que o fogo já se alastrara bastante e eu não sabia direito o que fazer. Eu não sabia lutar. Contaria com as minhas aulas de autodefesa para me ajudar.

– Felipe – disse eu entre um fôlego e outro – não sei lutar. Como posso impedir que mais carnificina ocorra?

– Eu não sei – disse ele – saiba que qualquer decisão que tomar não vai interferir. Mas estarei ao seu lado agora para cuidar da sua segurança.

Apenas assenti e preferi não discutir. Estávamos chegando perto e o cenário a nossa frente é pior do que vê-lo que de cima. O castelo havia sido quase completamente destruído. As janelas estavam todas quebradas, milhares de pessoas e até mesmo empregados jaziam no chão. Mortos. Como isso é possível? Não seria apenas uma batalha por paz?

Antes que me desse conta um grupo de pessoas de preto e com filamentos de um símbolo que me lembrava um leão dourado corria em nossa direção. Entrei em pânico, mas Felipe parecia altamente contido. Quieto. Eu o cutuquei na barriga com meu braço para indicar que deveríamos correr, mas ele apenas disse que estava tudo bem. Permaneci ao seu lado e vi os vultos de preto se aproximarem.

– Felipe – disse uma mulher bonita até, mas com o rosto mais velho – onde está a garota?

A garota sou eu? Dei um pigarro. Felipe sorriu.

– Ah sim é você – disse ela dando um sorriso de escárnio – meu nome é Kate. Essas oito pessoas aqui atrás de mim são Jeremias, Jon, Parker, Beth, Lucas, Minos, Seth e Sebastian.

Os vultos assentiram para com a cabeça. Eu retribui, mas mesmo assim o que via na minha frente não mudava. Tinha que achar Thomas e resolver tudo isso. Será que a batalha havia acabado? Será que ele se fora?

– A batalha já acabou? – minha voz saiu se força. Quase como se houvesse um milhão de pregos lá dentro.

– Não – disse o que se chamava Sebastian – ela está lá dentro. Thomas e seus guardas correram para dentro. O pai Victor está com eles. Mandamos uma equipe para lá. Podemos ir Felipe?

Aquilo serrou meu coração ao meio. Senti que a raiva e ódio estavam dançando uma valsa dentro de mim. Olhei feio para Felipe e parti para cima dele. Ele apenas se defendeu, mas eu estava tão nervosa que não me contive. Como ele podia estar fazendo isso? Thomas não tinha culpa. Não é assim que eu planejava que as coisas terminassem. Como eu havia sido imbecil.

– Felipe – disse eu – me leve agora onde Thomas está.

– Liz eu...

– FELIPE AGORA – gritei com todas as minhas forças. Lágrimas invadiram meus olhos e eu as joguei e coloquei tudo para fora. – Você disse que não me obrigaria a escolher. Quando estava aqui dentro disse isso. Porque está fazendo isso?

Pensei que os outros membros do grupo me impediriam. Mas permaneceram calados. Parecia que éramos a atração principal de um circo, todos queria ver. Queriam saber. E isso para mim já tinha chegado ao nível máximo. Eu precisava encontrar Thomas. Precisava resolver as coisas.

– Vai me levar ou não vai? – olhei em seus olhos e ele parecia lutar mais uma vez uma batalha interna.

– Ótimo, irei sozinha.

Ambos abriram espaço para mim e ouvi até mesmo um fiu, mas logo tratei de me recompor. Explicaria a situação a Thomas. Não deixaria que ele morresse. Muitas coisas aqui haviam acontecido. Não poderia deixá-las como estão. Ouvi um tiro, e meu coração doeu. Ouvi gritos e solavancos, passei perto de um corpo de um jovem garçom. Aquilo me doeu profundamente.

– Será que pelo menos uma vez na sua vida você não pode deixar de ser teimosa Elisabeth? – as palavras de Felipe saíram duras. Frias. Não olhei para trás.

Senti que ele caminhava comigo. Sabia também que me fuzilava com os olhos, mas eu não ligava. Tinha que encontrar Thomas.

– Espere – disse ele e dessa vez eu o olhei. – Quando entrarmos no castelo achará um grupo de lutadores especiais. Eu vou dizer para que saiam e entraremos para falar com Thomas. Antes que proteste não a deixarei entrar sozinha. Não vou perdê-la tão facilmente.

Não protestei. Ele me levaria até Thomas. Não haveria mais problemas desde que ele me escutasse. Tudo sairia nos conformes. Eu só tinha que relaxar e esperar que tudo desse certo. Thomas me ouviria. Thomas e eu tínhamos uma conexão. Eu só precisava confiar nela. Acreditar em nós. E tudo ficaria bem.

Chegando ao nível de um lance de escadas perto de uma porta, um grupo de preto estava parado na porta com armas. Arfei e todos eles se viraram para mim. Felipe se pôs na minha frente.

– Parem com isso – disse ele – missão abortada. Espero vocês lá fora. Temos outros assuntos a tratar.

O grupo pareceu meio temeroso em sair, mas logo obedeceram. Felipe olhou para eles até que deixassem o grande salão e enfim olhou nos meus olhos e me abraçou.

– Quero que saiba que a decisão que tomas mudará tudo – disse ele – Você não sabe do que a Ordem é capaz. Os segredos que escondem. Tudo tem o dedo neles. Não acredite na história contada por eles. Tudo não passa de uma ilusão.

Percebi que ele estava sendo sincero. Dentro dos seus olhos havia aflição em me perder. E eu apenas continuei os olhando. Eu conseguiria largar tudo para o alto e deixar Felipe? Eu conseguiria compactuar com a Ordem? Eu não ouviria mais uma vez os conselhos dados por Tia Helena? O que eu faria? Como as coisas se desenrolariam?

– Então porque não me fala? – disse eu – Eu aqui sempre tive que descobrir tudo sozinha. Não é fácil Felipe. Ninguém nunca me conta nada. Porque não faz diferente e me conta?

Uma cadeira passa voando por nossas cabeças. Agarro-me a Felipe achando que possa ser mais um ataque. E logo me viro para o barulho. Thomas e seu pai estão parados na porta com uma cara de perplexidade. Thomas está vermelho, e Victor parece estar com aquele seu sorriso de escárnio.

– O que você faz com ele Elisabeth? – a voz de Thomas está ameaçadora. Maçante. Fria. Perigosa. Uma arma pende de sua mão.

– Thomas eu...

– Não acredite neles filho – disse Victor – lembre-se do que eu te contei. Elisabeth te enganou. Ela não o ama. Ela ama aquele arruaceiro. Ela compactou com eles. Lembre-se dos relatórios que Carmela fez. Ela não presta.

Os quebra cabeças estavam se encaixando. Carmela ligada a Victor, e Victor induzindo Thomas. Não podia deixar que isso acontecesse. Não é certo. Não é correto.

– Thomas eu jamais faria isso. Você me conhecesse. Eu fui fazer a última prova...

– E NOS TRAIU – ele berrou e apontou a arma – nos traiu. Eu pensei que você fosse à mulher ideal. A noiva feita sob medida para mim. Mas me enganei não é mesmo? Você prefere do lado do mal. Do lado dos arruaceiros que querem morte. Você é como ele.

– Thomas – disse Felipe se interpondo entre nós – larga a arma. Vai machucá-la... Você que isso? Quer acabar essa batalha como assassino?

Thomas pareceu estar lúcido novamente, mas o ódio que sentia por mim e por Felipe voltou. Ele desceu as escadas mais um pouco, e olhou para mim com desprezo.

– Ela não merece viver – disse ele – e você também não. A lei é clara. Quem trai o governo a única punição é a morte.

Seus olhos estavam vermelhos e uma lágrima escorreu. Meu coração dentro do peito se despedaçava e eu tentava loucamente encaixar os pedaços no lugar, mas não encontrava as peças certas. Eu senti dentro de mim que nossa conexão havia acabado. Thomas nos mataria. Tudo acabaria ali.

– Então você mataria a mulher de sua vida por um capricho seu? – disse Felipe. Percebi que ele se aproximava lentamente. – Elisabeth me forçou a vir até aqui. Ela queria resgatá-lo, queria explicar as coisas. Acha mesmo que se ela fosse tão errada viria aqui?

Thomas não se mexeu ao contrário disso permaneceu calado. Eu o olhava e suplicava que entendesse. Mas percebi que não havia como, Victor fizera um trabalho muito bem feito. Ponto para Ordem.

– Não importa mais – disse Thomas – eu sigo o que é pra ser feito.

Antes que ele pudesse pensar Felipe partiu para cima dele e logo os dois brigavam pela arma. Thomas é forte, mas Felipe não ficava atrás. Victor permanecia ali impassível, ele não ligava para o filho. A briga continuou indefinida quando o disparo mudo ecoou no salão.

– Meu Deus – eu gritei. Felipe pegara a arma, mas em troca disso levara um tiro. Ele olhou para mim e desabou. Meu coração enfim tratou de quebrar totalmente e eu corri até ele. Não. Não. Estava errado. A dor aumentava no meu peito. Peguei-o em meus braços e o embalei. Havia um buraco no peito, e dali escorria muito sangue. Por quê?

– MONSTRO - gritei para Thomas – VOCÊ É UM MONSTRO.

A verdade das minhas palavras pareceram chicotear nele. Ele se ajoelhou e logo Victor desci as escadas para parabenizar o Filho. Lágrimas brotavam sem parar. Não podia perder Felipe. Não tinha que ser assim. Thomas estava errado.

– Você disse uma vez – disse eu – que não seria como seu pai. Só você não percebeu que se tornou igual a ele. Em tudo. O ódio, a falta de compaixão, de amor. Não foi esse o Thomas que disse que voltaria para mim. Que me mandou uma carta dizendo o quanto me amava. Se esse for o Thomas que realmente estou vendo, então não há o que escolher...

Thomas arregalou os olhos, e percebi que nele a dor voltava. Mais que isso ele tinha se dado conta da besteira que tinha feito. Tarde demais. Eu não podia escolher alguém que fazia as coisas como bem entendia. Onde Lei e aprovação de certo e errado se misturavam. Para mim as coisas não funcionavam assim.

– Elisabeth não é mulher para você Thomas – disse Victor. – Faça o que tem fazer. Tome.

Ele entregou a Thomas um aparelho pequeno, mas com três botões ao centro. Um amarelo, um vermelho e um verde. Não sabia o que aquilo poderia fazer, mas ao mesmo tempo não me importava. Se eu morresse ali, morreria por uma causa justa.

– O que é isso? – perguntou Thomas – não me diga que é...

– Sim – disse Victor – um detonador. Acabe com isso. Logo estaremos em contato com outra Ordem. Colocaremos o país mais uma vez nos eixos.

Thomas me olhou nos olhos. Se havia indícios do cara que amo ali, eu tentei pela ultima vez. E antes que Victor protestasse, Thomas jogou o objeto no chão e o pisou. Não é mais necessário. Não seria necessário, tudo havia acabado?

– O que você fez? – gritou Victor – você está se tornando como eles. Eles são traidores.

– Não mais do que eu – aquela voz me causou arrepios. Aquela voz me causou angustia. Carmela.

Carmela andava em nossa direção com Heath logo atrás dela. Vestia um terno vermelho paixão impecável. Seu cabelo estava mais arrumado do que nunca. Heath por sua vez estava impecável como a mãe. Terno preto e sapato social. Parecia que iam a uma festa, mas acho que ela acabou cedo demais.

– O que faz aqui? – disse Victor – quem é esse?

Carmela sorriu. Não na verdade ela gargalhou. Sua risada penetrou em mim como agulhas. Parecia que nada impedia aquela mulher. Olhei para a cena curiosa. Felipe gemeu de dor.

– Ora Victor – disse ela – não apresse os fatos. Chegou a minha vez de explicar as coisas.


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Notas finais do capítulo

Leiam Leiam Leiam



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