As Marotas e o Ciclo das Sombras escrita por TheCherrySecrets


Capítulo 5
Capítulo 5 - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

O negócio é o seguinte, meus caros amigos, o capítulo inteiro tinha ficado com 15 páginas no word (ou seja, gigante!). Por isso achei melhor separa-lo em dois para não massacrar as suas lindas mentes. Aproveitem!



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POV. Cammie Stroker.

Na manhã seguinte à nossa chegada em Hogwarts, tudo que eu mais desejava era dormir. Vejam bem, as férias me acostumam mal; eu passo três meses indo para a cama de madrugada e acordando só depois das onze, no mínimo. Levantar cedo não é algo fácil depois disso, mas Chelsea fez um bom trabalho.

– Cammie, saia dessa cama de uma vez. – Pediu ela, cutucando meu ombro insistentemente.

– Mais cinco minutos. – Resmunguei, afundando o rosto no travesseiro.

– Ok, mas são cinco minutos a menos no café da manhã. – Falou com falsa inocência.

Semicerrei os olhos para minha companheira de casa. A danada sabia exatamente como me convencer...

Assim, saí da cama e me arrastei para o banheiro. Dentro de alguns minutos, já estava vestida e preparada para alimentar meu estômago faminto. A rapidez do processo, eu devo admitir, que veio por conta das samambaias mágicas, presas ao teto, que penteiam meu cabelo para mim. Acredite, demoraria o dobro do tempo para deixar meus cachos bonitos de manhã, se não fossem por essas adoráveis plantinhas.

Peguei minha mochila, sabendo que não teria paciência nem tempo para busca-la mais tarde e saí com Chelsea. Ao passar pela sala comunal, dei uma espiada nas janelas no alto da parede; além de grama dos jardins, elas também mostravam um dia levemente cinzento.

Segui para o Salão Principal, minha mente vagando das aulas para os treinos de quadribol.

– Bom dia, Camms. – Disse Lindsay, assim que me sentei perto dela, na mesa da Lufa-Lufa.

Fiz o melhor que pude para não fazer uma careta e resmunguei uma resposta à ela.

– Mau humor logo no primeiro dia de aula? – Murmurou Jack, sentado ao meu lado.

– Só o fato de ter aulas hoje já é razão o suficiente. – Respondi, colocando suco de abóbora em meu copo. - E ter que aguentar certas pessoas também não ajuda.

– Pare de implicar com a garota, Camilla. – Aconselhou, sorrindo de maneira irritante.

– Me deixa em paz, Harries. – Retruquei, voltando minha concentração às panquecas.

Algum tempo depois, a Profa. Abbott passou entregando os horários das aulas. Graças à Merlim, minha primeira aula do dia era Transfiguração, no primeiro andar, o que me permitiria acordar direito antes de ter que subir uma infinidade de escadas.

Meus colegas e eu comemos rapidamente e então fomos para nossa sala, onde fui recebida por uma Lia saltitante.

– Venha, venha, venha! – Falou, agarrando meu braço e me arrastando para longe dos lufanos. – Guardei a primeira carteira da classe para nós.

– Primeiro: você está traindo o movimento das Marotas agindo assim. – Comentei, deixando que ela me guiasse até os nossos lugares. – Segundo: você é a maior nerd que eu conheço, sinceramente.

– Eu já disse que ela deveria estar na Corvinal. – Disse Jazz, sentada em cima da mesa logo atrás da minha.

– Concordo. – Disse Amy com a voz abafada, por estar com o rosto escondido entre os braços, como se quisesse dormir.

– Caladas, vocês duas. – Mandou minha amiga, mas todas nós sabíamos que por trás daquela atitude, ela era muito orgulhosa de seu cérebro.

Conforme os minutos foram passando, a sala começou a se encher de gente. Aos poucos, rostos conhecidos iam entrando pela porta. Por exemplo, o "Quarteto Fantástico" formado por quatro grifinórios: James Potter, Nicholas Schneider, Luke Harries e Zachary Fletcher.

Potter era uma peste, mas uma boa pessoa, muito engraçado e extrovertido; porém seu pior defeito era a fama de "conquistador", o que atraia algumas garotas e espantava outras. Já Nico era o tipo inteligente e, provavelmente, o mais educado entre os outros; não era exatamente tímido, mas sem dúvida, era um tanto reservado perto de estranhos. Então vinha Zac, outro encapetado, vivia se metendo em confusões e era muito parecido com James; era ótimo, a não ser que estivesse falando sobre a casa de Sonserina, porque era aí que ele se tornava um preconceituoso de cabeça dura. E quanto ao Luke... Bem, eu prefiro nem comentar.

Pouco depois deles, entraram Brenda Greengrass, Jennifer Boechie e, um pouco atrás, Adhara Jammie, todas da Sonserina. As duas primeiras eram praticamente idênticas: egocêntricas, arrogantes, parcialmente espertas, com mania de sangue-puro e nascidas em berço de ouro. E, o mais importante, altamente irritantes.

Já Adhara era um tipo peculiar de sonserina; a garota era extremamente ambiciosa, inteligente e desprezava, não só os nascidos trouxas, mas qualquer um que não usasse o cérebro, o que eu não tinha certeza se a deixava melhor ou simplesmente mais odiosa. Por conta disso, ela tinha um circulo muito pequeno de amizades, que incluía dois garotos um ano mais velhos que nós, Victor Flint e Jacob Chadwick, e infelizmente... Jasmine Brooke.

– Lia Bejuk é a única loira inteligente que eu já vi. – A voz ainda sonolenta de Amy soou aos meus ouvidos, me fazendo sorrir de leve.

– Eu espero que você esteja somente brincando em relação a isso, Srta. Miller. – Respondeu a Profa. Abbott, aparecendo no topo das escadas, que levavam ao seu escritório.

Minha amiga ergueu a cabeça rapidamente, arrumou um pouco os cabelos e sorriu para a mulher, que agora vinha em nossa direção.

– É claro, queridíssima professora. – Falou a morena, inocentemente, enquanto o resto de nós se segurava para não rir de sua cara. – Eu sei que as loiras são gênios incompreendidos.
A coordenadora da minha casa lançou um olhar desconfiado à Amanda, mas se postou a frente de sua mesa e encarou o resto da turma, que ainda não parecia ter notado sua presença.
– Bom dia, alunos. – Disse ela, chamando a atenção de todos. – Para os seus lugares, por favor. – E assim que estavam todos em ordem, ela prosseguiu. – Sejam bem vindos de volta à aula de Transfiguração. Como vocês já devem saber, daqui para frente, as aulas serão mais rigorosas, afinal, todos aqui se tornaram alunos de N.I.E.M. Portanto, não me importa que esta seja a primeira aula de segunda-feira, quero dedicação total da parte de cada um.
Houve um cochicho na sala, em que todos reclamavam com seus amigos, mas a professora não deixou que se estendesse.
– Avisos dados, vamos à aula. – Ela fez um movimento leve com a varinha e as palavras "Transformando Objetos em Animais". – A lição de hoje é sobre transfigurar objetos em animais. Vocês deverão fazer essas caixinhas de fósforo – com outro aceno da varinha, as caixas apareceram a nossa frente – virarem ratinhos.

A professora prosseguiu explicando a teoria sobre como deveríamos executar o feitiço e, logo, todos estavam praticando.

– Gente, eu acho que tem alguma coisa errada com o meu rato. – Reclamou Amy, com uma voz manhosa, cinco minutos depois.

Uma olhada para trás confirmou suas palavras. O animal da minha amiga tinha um rabo de madeira e sua ponta acabara de pegar fogo.

– Talvez se você fosse loira, saberia o que fez de errado. – Provocou Lia, molhando a ponta do indicador com um pouco de sua saliva e apagando a pequena chama em seguida.

Nos minutos seguintes, porém, a loira fez o seu melhor para que a amiga conseguisse realizar o encantamento.

Como de costume, depois de algumas tentativas todas nós já havíamos feito a tarefa de maneira bem sucedida. Entenda, por mais que as Marotas gostem de uma brincadeirinha ou outra, nós somos boas alunas e bruxas talentosas; nosso gosto por travessuras não nos faz menos inteligentes. Ao final da aula pouco mais da metade da turma havia conseguido transfigurar a caixa de fósforos em ratinhos. O restante, porém, ainda tinha problemas com seus roedores.

Quando a Profa. Abbot nos liberou, Lia, Amy e Jazz seguiram para a aula de Poções e eu me juntei aos meus amigos da Lufa-Lufa para irmos aos jardins, onde teríamos Trato das Criaturas Mágicas. Estávamos quase nas escadas e então um peso foi jogado em minhas costas. Por pouco não tive um belíssimo primeiro beijo com o chão.

– Você perdeu o medo da morte? – Berrei, sem nem saber com quem.

A risada familiar soou às minhas costas.

– Vejo que ainda não tomou seu remedinho da alegria, Camms. – Zombou Emily Kendric, da Corvinal.

– Quase nunca o tomo, você já deveria saber. – Respondi, abraçando-a rapidamente.

Emily e eu nos tornamos amigas há uns dois anos atrás, quando ela me livrou de ser pega durante uma pequena travessura e, consequentemente, de receber uma enorme detenção. E, acredite, esse é o tipo de coisa que uma Marota nunca esquece.

Ao seu lado estavam seus únicos amigos, além de mim, Peter Lander e Rick Page; ambos muito inteligentes (dã, são corvinais!) e, quando não estão te provocando, engraçados.

Como Trato das Criaturas Mágicas era com as duas casas juntas, fomos todos para a orla da floresta em um grupo consideravelmente grande.

– Bom dia, pessoal. – Desejou uma voz masculina, cinco minutos depois, quando já estávamos na orla da floresta, local da aula.

Emm interrompeu o monólogo de Michael sobre como foram suas férias, soltando um palavrão. Logo em seguida, o motivo ficou claro: o professor novo era lindo!

– Eu sou Andrew Harries, seu novo professor de Trato das Criaturas Mágicas. – Disse ele, sorrindo para nós. Por Merlim, beleza deve ser um dom de família! – Vou aprender seus nomes em breve, eu prometo, só sejam pacientes, ok?!

– Eu estou bem com o anonimato, obrigada. – Cochichei para meus amigos, fazendo-os rir.

– Você, eu conheço. – Falou o Sr. Harries, apontando para mim.

– Droga. – Claramente, eu não falei baixo o suficiente.

– Camilla Stroker. Jack me falou sobre você. – Ele deu um sorrisinho que indicava que sabia mais a meu respeito do que eu gostaria.

Fuzilei meu melhor amigo, que me lançou um sorriso descarado.

– Enquanto isso, vamos à aula. – O professor agitou a varinha e uma caixa, que estava ao lado da cabana de Hagrid, levitou e veio em nossa direção. Quando ela parou a nossa frente, ele acenou para que nos aproximássemos. – Venham até aqui e vejam se podem me dizer que criatura é essa.

Primeiramente, achei que só havia um monte de gravetos lá, mas assim que eles começaram a se mexer, percebi que estava errada. Porém, antes que eu pudesse me lembrar do nome da criatura, Emily já estava disparando a resposta.

– São tronquilhos. – Anunciou ela.

– Muito bem, senhorita...?

– Kendric. Emily Kendric. – Respondeu, corando suavemente ao ter os olhos do professor sobre si.

– Ganhará dez pontos se puder me dizer mais sobre eles, Srta. Kendric.

– Tronquilhos são animais considerados inofensivos, mas ao se sentirem ameaçados, usam suas garras para se defenderem. Costumam habitar árvores cuja madeira é própria para a fabricação de varinhas, como se fossem guardiões, e normalmente são encontrados no oeste da Inglaterra, sul da Alemanha e algumas florestas da Escandinávia. Alimentam-se de insetos, mas têm preferencia por bichos-de-contas. – Disse ela, como se tivesse decorado o livro "Criaturas Mágicas e Onde Habitam"; o que eu não duvidava nada que pudesse ter acontecido.

– Ui, que moça inteligente. – Brincou Rick, apertando a bochecha da amiga, que corou mais ainda.

– Fique com 20 pontos. – Falou o Sr. Harries, parecendo um tanto surpreso. – Quanto ao resto da turma, espero que tenham tomado nota de tudo, pois vou lhes pedir um resumo sobre eles. – Ouviu-se um resmungo coletivo, principalmente vindo dos lufanos, devo admitir. – Mas na aula de hoje, vocês deverão somente fazer um desenho dos animais, destacando as partes principais de seus corpos. – Ele abriu uma sacola de couro que carregava no cinto e colocou ao lado da caixa. – Peguem um punhado de bichos-de-contas, para que possam atrair os tronquilhos, e comecem.

Adiantei-me até o saquinho e peguei um punhado dos estranhos bichinhos brancos, mas quase os deixei cair, quando um gritinho estridente quase me deixou surda da orelha esquerda.

– Isso é muito nojento. – Reclamou Lindsay, ao observar os animais.

– E depois você não quer que eu a ache insuportável. – Murmurei para Jack, enquanto pegava um tronquilho. Ele se limitou a revirar os olhos e ir ajudar a loira.

Uma vez que já tinha tudo que precisava, fui me sentar ao lado de Emily, em uma das pedras mais planas.

– Oh, eu vejo que você voltou a sua cor normal. – Falei, fingindo admiração. A morena ergueu os olhos para mim, desconfiada.

–O que isso deveria significar? – Perguntou.

– Que você virou um verdadeiro tomate assim que falou com o professor. – Falei, rindo levemente. Ela abriu a boca, com a expressão de quem vai se defender, mas eu a interrompi. – Nem tente negar, Emm, eu te conheço.

Minha amiga fez uma careta e desviou os olhos de volta para seu desenho.

– Eu o achei bonito, é só. – Disse tão baixo que parecia estar sussurrando.

– Se você diz...

A partir daquele momento, me concentrei em fazer meu desenho. Eu não era a melhor artista da Terra, mas o resultado final saiu bem satisfatório; considerando que consegui fazer a imagem ficar realmente parecendo um tronquilho e não um graveto pisoteado.

– Obrigada, amiguinho, você foi um ótimo modelo. – Falei à criatura, dando a ele o que sobrou dos bichos-de-conta.

– Você chama isso de desenho? – Disse uma voz desdenhosa, por cima do meu ombro. – Por favor, uma criança de dois anos faria melhor.

Virei-me para Emma, já pensando qual seria a forma de agressão que causaria mais dor, mas Emily se interpôs.

– Belo rosto, Jhonson. Andou brigando com um gato? – Ironizou a corvinal, se referindo aos arranhões na face e pescoço da loira. – Oh, não, espera; agora eu me lembrei. Você só tomou uma surra no meio do Beco Diagonal.

– E teria sofrido mais se não tivessem se metido. – Continuei, levantando-me e ficando cara a cara com a garota. – Mas nada nem ninguém vai me impedir de te mandar para a Ala Hospitalar agora, Jhonson. Então se você quiser parar de ser folgada, o momento é esse.

Emma estreitou os olhos, como se estivesse pensando se entrar nessa briga valia a pena ou não. Porém, antes que ela pudesse tomar uma decisão, o Prof. Harries se aproximou.

– Está tudo bem aqui? – Perguntou lentamente, analisando a cena.

– É claro, professor. – Respondeu a loira, desviando os olhos para ele e dando um sorriso angelical. – Só estávamos conversando.

A garota se afastou, indo na direção das amigas. O professor voltou-se para mim, colocando a mão no meu ombro brevemente.

– É só o primeiro dia de aula, Srta. Stroker, seja boazinha. – Ele sorriu para mim e para Emm. – Cuide dela, Srta. Kendric.

Ele se afastou deixando-me revirando os olhos e Emily com as bochechas coradas como antes.

– Ser boazinha não está na minha lista de "Coisas a Fazer". – Resmunguei. – Principalmente se essa loira sebosa continuar a me aborrecer.

– Que belo exemplo de amiga eu fui arrumar. – Murmurou Emily, com um suspiro, me fazendo rir.

– Vamos, Sra. Certinha. – Chamei, pregando nossos desenhos. – Temos que entregar isso e voltar ao castelo para uma divertidíssima aula de História da Magia.


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Notas finais do capítulo

COMENTEM, CRIANÇAS! Hahaha Mas sério, quero saber o que estão achando, ok? Talk to me!
Espero que tenham gostado ;)
Beijos da Cherry xx