A Dama Vingadora escrita por Madame Baggio


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Atrasado, eu sei. u.u Sinto muito mesmo, pessoal. Essa semana está uma loucura. Boa notícia é: AVENGERS 2 SAIU!!! Hahaha

Obviamente uma fanfic está sendo feita em comemoração, mas novidades virão mais tarde.

Por ora temos nossa família Vingadores aqui. Esse capítulo tem spoiler do short da Marvel ALL HAIL THE KING. Ele foi lançado depois de Homem de Ferro 3 e é diretamente conectado ao filme. Aliás, a Marvel mandou mega bem nesses shorts, então se voce puder assista todos.

Obrigada pelos comentários e o amor. Estamos chegando no fim!



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–Então... Nada de sexo?

Bruce lançou um olhar nada encorajador a ela.

–Mas sério? Nem uma mão boba ali ou uma...

–Não, Toni! –Bruce bufou –Nós só nos beijamos.

–Bruce, como eu vou me divertir com a sua vida sexual se ela não existe? –Toni perguntou frustrada.

Bruce ainda estava tentando acreditar que ela tivera a cara de pau de falar isso.

–Por que você não se preocupa com a sua vida sexual? –ele sugeriu seco.

–Porque ela está quase negativa. –Toni resmungou.

–Então nada aconteceu com o Capitão ontem? –Bruce provocou de leve.

–Não. –Toni falou baixinho.

Isso pareceu interessar Bruce imensamente.

–Nada? –ele repetiu incrédulo.

–Não. –Toni quase rosnou –Steve foi um perfeito cavalheiro, como sempre.

Obviamente não era um elogio.

–Por que você não avançou nele ou algo do tipo? –Bruce perguntou.

Toni comprimiu os lábios e não respondeu.

–Toni?

–Porque eu não quis, ta? –ela estourou por fim –Eu estava me divertindo, estava tudo bem, nós conversamos, rimos e dançamos. Satisfeito?

–Muito. –era óbvio pela cara dele.

–Senhorita, Coronel Rhodes está no telefone. –a voz de Jarvis informou.

–Pode passar, Jarv. Oi, Rhodey!

Toni, eu preciso falar com você. –a voz dele era super séria.

–Eu juro que não fiz nada. –ela falou automaticamente.

Não é isso. –ele suspirou –Onde você está?

–No laboratório com o Bruce. –ela falou, começando a ficar preocupada –O que aconteceu?

Que bom que você não está sozinha. –ele pausou –Toni... Trevor Slattery fugiu da prisão.

–Slattery? O homem mal conseguia amarrar os próprios sapatos. Como ele conseguiu isso?

–Na verdade ele foi tirado de lá por um time de profissionais.

–Rhodey...

–Toni, eles acham que o Mandarim, o verdadeiro, capturou Trevor.

–Não! –Toni gritou na hora –Killian está morto!

Nós não achamos que Killian seja o verdadeiro Mandarim. –Rhodes falou na hora –Nós achamos que existe uma pessoa que...

Toni não estava mais ouvindo, porque o sangue estava pulsando em suas orelhas, era como se um apito estivesse cobrindo todo o resto dos sons ao seu redor e sua cabeça estivesse girando. Bruce parecia estar chamando seu nome de tão longe.

Não podia ser. Killian estava morto e toda aquela história do Mandarim tinha acabado! Não ia passar por aquilo tudo de novo. Não ia!

Não sabia quanto tempo passou ali, caída no chão, alheia a todo o resto, até ouvir a voz de Steve.

–Toni?

–Ele não pode existir. –ela falou mais para si.

–Está tudo bem. –Steve garantiu pegando-a no colo –Eu estou aqui.

–Eu não quero passar por tudo aquilo de novo. –ela praticamente sussurrou.

–Você não vai. –Steve falou de forma firme –Isso eu te prometo.

Mais tarde, Toni ia refletir em como as horas pareceram sumir naquele dia, como se ela tivesse caído em um buraco negro e tudo tivesse deixado de existir. Ia refletir em como a primeira coisa que desejara era uma garrafa (ou uma dúzia) de algo alcoolico, qualquer coisa. Achava que todos os ataques de pânico que podia ter já tinham passado.

Tudo o que acontecera com Killian fora um inferno. Um que ela esperava ter deixado para trás, porque ele estava morto. Porém a ideia de que existia alguem la fora que realmente fosse o Mandarim...

Não, Toni não podia viver com esse conhecimento.

Pareceu ser um século depois que ela começou a voltar a si, perceber que estava em um quarto que nunca vira em sua vida, envolta em calor. Envolta em Steve.

–Steve? –chamou com cuidado.

–Ei. –sentiu os lábios dele roçarem sua testa –Eu estou aqui.

Sim, ela podia perceber isso agora. Não sabia como não tinha visto nada, mas Steve obviamente a carregara para o apartamento dele. Os dois estavam na cama, ela praticamente no colo dele, seu ombro contra o peito do Capitão, que a envolvia em seus braços.

–Eu apaguei? –ela quis saber.

–Acho que você... Desconectou. –ele falou com cuidado.

–Quanto tempo?

Steve hesitou por um minuto.

–Duas horas. –ele falou por fim.

Toni afastou-se dele, olhando-o em choque.

–Eu fiquei desse jeito por duas horas? E você ficou aqui me aguentando?

–Eu não ia te deixar, Toni. –ele falou como se fosse óbvio –Você estava muito abalada.

–Steve...

–Eu sei que você fica brava e se faz de durona, mas eu gosto de você. –ele falou sério –A não ser que você diga que não me quer por perto, a não ser que você me mande embora, eu não vou sair do seu lado. Eu vou estar aqui.

–O que? Me protegendo? –ela soltou seca.

–Você sabe se proteger, Toni. –ele falou com calma –Eu sei que não tenho que cuidar de você. Mas eu me importo, porque eu... –respirou fundo –Eu me importo e quero estar do seu lado, mesmo que não seja para nada mais do que segurar sua mão.

Toni afastou-se um pouco mais, o bastante para poder se virar e ficar frente a frente com ele.

–Por que você tem que ser tão perfeito? –ela falou exasperada –Eu não sei o que faço com você.

–Eu tenho a impressão de que você não está me elogiando. –Steve suspirou –Eu não sou perfeito, Toni, nem quero você pense que eu sou.

Toni estava olhando para ele de forma desconfiada.

–Você quer me contar o que aconteceu? –ele falou suavemente, sem pressão.

A bilionária suspirou.

–Bruce não disse nada?

–Ele me disse o que Rhodes disse. –Steve admitiu –Mas eu quero saber o que você sentiu.

–Quando Killian morreu... –Toni respirou fundo –Eu achei que tinha acabado. Eu descobri que tudo isso me deixa tensa, me assusta, me faz ter ataques de pânico. Não me leve a mal, eu não vou parar de lutar pelo o que é certo e parar de defender quem precisa. Só que toda vez que eu volto para casa, a única coisa que quero é me afogar numa garrafa. E eu sei que isso não é saúdavel.

Ela passou a mão pelos cabelos.

–Killian me assustou demais. O poder, a loucura... De certa forma foi quase pior do que com Loki. Talvez por ele ter chegado tão perto de destruir tudo e todos que eu amava. Pepper... –ela bufou –Eu não quero passar por tudo isso de novo. E a ideia de que exista outro Mandariam a solta por ai...

Steve envolveu o rosto dela com as suas mãos.

–Você não está sozinha, Toni. Não tem porque você lutar como se estivesse. –ele falou sério –Nós estamos aqui, para cuidar de tudo e todos que você ama.

Toni esticou a mão para tocar o rosto de Steve.

–Você ainda é perfeito demais. –ela informou, antes de inclinar-se para beija-lo.

XxX

Pepper não estava tendo um dia fácil. Aliás, seu dia parecia estar querendo virar uma catástrofe a qualquer momento.

Rhodey ligara para ela no dia anterior, logo depois de falar com Toni. Pepper sentira-se mal com a notícia, porém bem menos do que Toni. Killian era o louco que a queria como troféu. Além do mais ela tinha fé nos Vingadores. Agora eles eram um verdadeiro time: unidos, companheiros. Podiam lidar com o verdadeiro Mandarim.

Ela tentou falar com Toni, saber como ela estava. Bruce informou que Steve tinha vindo ao laboratório e estava cuidando dela. Pepper sentiu-se aliviada de saber que Steve estava com Toni. Os dois tinham muito potencial, a bilionária só precisava admitir.

Vindo de Toni essa era a parte mais difícil.

Enfim, o problema do dia anterior parecera resolvido. Até Pepper deitar-se para dormir. Daí vieram os pesadelos, todos aqueles que ela pensava ja não ter mais. A ruiva não dormira nada a noite inteira.

E, porque o karma é uma merda, tudo deu errado no escritório. Por ter dormido mal ela perdeu hora, sua assistente pessoal estava doente e não pôde comparecer, ninguém sabia onde estavam os arquivos que ela precisava para a reunião que tinha e um dos fornecedores deles queria quebrar contrato e abrir uma batalha judicial.

E nem era hora do almoço ainda.

Pepper queria poder ser dessas chefes que jogava a responsabilidade para o próximo e ia embora. Porém nunca fora assim e não começaria agora. Era a CEO das Stark Industries, tinha responsabilidades. Não exigia nada de seus funcionários que não estivesse disposta a fazer também.

Mas que queria poder fugir...

Não ia ter tempo para almoçar. Ia comer algo rapidamente em seu escritório, porque teria que se encontrar urgente com os advogados da empresa.

Abriu a porta de sua sala, pronta para desabar na sua cadeira.

Só para dar de cara com Phil.

–Phil? –chamou incrédula. Ele era a última pessoa que ela esperava ver.

–Oi, Pepper. –ele sorriu suavemente para ela.

Cansaço esquecido a ruiva cruzou a sala em poucos passos para poder jogar os braços em volta do pescoço dele.

–Dia difícil? –ele perguntou gentilmente, apertando-a contra si.

–Acabou de ficar perfeito. –ela confessou contra o pescoço dele.

Fazia meses que os dois sequer se viam e apenas conversavam por telefone. Tê-lo diante de si agora...

–O que você está fazendo aqui? –ela perguntou olhando-o.

–Eu tenho boas notícias. –ele falou, afastando-a um pouco para poder olhar melhor nos olhos dela –Pelo menos eu espero que você veja assim.

Agora ela estava curiosa.

–Nós estamos prontos para abrir uma base nova. –Phil falou –E escolhemos Nova York. Eu vou estar aqui agora de novo. Permanentemente, porque não vou mais ficar saindo com times. Vou virar o chefe que fica sentado na mesa.

Pepper arregalou os olhos.

–Você vai ficar aqui?

–Sim. –ele falou um pouco hesitante –Eu sei que você fica muito em Malibu ainda, mas assim...

Pepper não deixou Phil terminar de falar, porque o estava beijando.

–Isso é perfeito. –ela admitiu –Mesmo porque... Bom, eu estou mudando para cá.

Agora era a vez dele ficar chocado.

–Vai ser mais fácil, eu tenho viajado muito. –ela falou por fim –Ja estou com apartamento e tudo.

–Você não vai morar na Torre? –ele perguntou levemente confuso.

–Não. –Pepper falou de forma macia –Eu e a Toni decidimos que, apesar de ainda sermos boas amigas, a gente precisa de um pouco de distância para cada uma seguir com a sua vida.

–Hum... Bom, isso faz a próxima parte até mais fácil então...

–Que parte?

–Eu sei que nós não estivemos exatamente juntos esse tempo todo. E também sei que a culpa é mais minha por não ter parado num lugar só, mas você... Você é diferente, você é especial, Pepper. Você é a pessoa com quem eu quero ficar. –ele respirou fundo –É cedo demais para pensarmos em morar?

Ela estava de queixo caído.

–Claro que se você não achar que está pronta...

Pepper pulou nele meio que literalmente. É, não foi um almoço rápido.

XxX

O dia estava lindo: o céu estava azul, o tempo agradável e o trânsito estava mais do que decente para Nova York.

Talvez esse devesse ter sido o sinal para eles. O sinal de que algo estava para acontecer.

–Pela última vez, Lewis, minha capacidade vai muito além de fazer um taser para você. –Toni revirou os olhos.

–Então, Alteza. –Darcy insistiu –Você faz um taser para mim em dois minutos! Nem vai te dar trabalho.

–Darcy, eu tenho a impressão de que tasers são ilegais em Nova York. –Jane comentou.

–Seu ponto é? –a garota quis saber.

Jane revirou os olhos.

Toni abriu a boca para retrucar quando alarmes começaram a soar pela Torre.

–JARVIS! –a bilionária gritou.

–O senhor Barnes parece estar tentando fugir. –o IA informou.

–Oi? –Toni não podia acreditar no que ouvia.

–Ele parece estar em algum tipo de transe. Estava tendo um sono agitado, acordou e começou a esmurrar a parede. –o IA informou –Como se estivesse tentando abrir um buraco para fugir. –silêncio –Agora ele está tentando forçar a porta do elevador aberto. Nenhuma resposta quando tento falar com ele.

–Chame o Steve e a Natasha agora. –Toni ordenou, então virou-se para Darcy e Jane, que pareciam assustadas –Vocês duas esperem aqui. Chamem Thor e Sam e peçam para eles ficarem com vocês.

As duas apenas fizeram que sim com a cabeça, enquanto Toni correu para o elevador. Natasha, que surgira sabem os deuses de onde, estava esperando por ela na porta.

–Jarvis falou que Barnes está agitado. –ela falou tão logo viu Toni.

–Esse é um eufemismo. –Toni falou, entrando no elevador.

–Você não devia ir sem proteção. –Natasha indicou.

–Eu tenho uma la. –Toni garantiu.

O elevador parou no andar da academia, onde Steve entrou, parecendo agitado. Ele estava com roupas normais, mas carregava seu escudo.

–O que está acontecendo? –ele perguntou preocupado.

–Bucky teve algum tipo de ataque. –Natasha falou seca –Ele pode ter “voltado” a ser o Soldado. Eu não quero soar pessimista, mas talvez nós não possamos simplesmente falar com ele.

–Você sugere o que, Natasha? –Toni retrucou irritada –Que nós o sacrifiquemos como um cachorro raivoso?

–Eu só estou dizendo que vocês dois têm que estar prontos para tomarem decisões difíceis. –ela falou calma.

Steve não falou nada, mas Toni viu a mão dele apertar em volta do escudo.

–Jarvis, nós precisamos que você afaste Barnes da porta para podermos entrar. –Toni falou.

–De algum jeito que não seja agressivo. –Steve falou na hora –Algo que não vá aumentar o nível de agressão dele.

–Não há muitas opções. –o IA informou.

–Improvisa, Jarvis. –Toni rebateu impaciente.

Silêncio por alguns segundos, então Jarvis declarou que era seguro sair.

Barnes estivera destruindo a televisão, mas quando a porta do elevador abriu-se ele virou para ela imediatamente. Os olhos dele estavam vazios, como se não houvesse ninguem dentro da casca oca que era seu corpo.

Steve nem abrira a boca, o Soldado ja partira para cima dele.

Natasha e Toni pularam para fora do caminho, enquanto o Capitão tentava se defender sem machucar o outro homem.

A ex-espiã foi para cima de Barnes, tentando ajudar Steve, mas era como se o Soldado estivesse possuído por alguma força maior. Juntos os dois ainda estavam tendo dificuldade em conte-lo, faze-lo se acalmar.

–Bucky! –Steve falou, mal defendendo um soco –Bucky, você tem que parar!

O nome não causou reação alguma, muito menos fez o Soldado pausar seu ataque.

–James! –Toni gritou, ainda mantendo-se afastada –Para, por favor!

Ela não queria colocar a armadura. Não queria parecer mais uma ameaça para ele, mas não teria opção se James não se acalmasse logo. Steve e Natasha não estava conseguindo conte-lo.

De repente James conseguiu segurar Natasha e arremessa-la contra uma das paredes e a ruiva ficou caída no chão. Os olhos dele viraram-se para Toni.

–Antonella Stark. –ele falou olhando para ela –Você é o alvo.

Steve gritou algo e usou seu ombro para tentar desestabilizar James, mas o esforço foi inútil. O soldado agarrou o Capitão pelo braço e arremessou contra o chão, então pegou o escudo que estivera caído no chão e acertou Steve duas vezes: uma no rosto e uma segunda na base do pescoço.

Steve desmanchou contra o chão.

–STEVE!

Satisfeito que seu adversário não estava tentando levantar, James virou-se para Toni.

–Acionar, Jarvis. –ela ordenou e os pedaços de armadura começaram a voar na direção dela.

Apenas a perna e o braço esquerdo estavam no lugar quando James alcançou Toni e pegou-a pelo pescoço. Ele rebateu os pedaços seguintes que vieram e derrubou-a no chão.

–James, não! –ela gritou –Você não quer fazer isso!

–Você é a minha missão. –ele falou com sua voz vazia, olhos que não viam nada além do próximo alvo.

Toni conseguiu colocar a perna entre eles, tentando fazer os propulsores empurra-lo para longe. Porém ele era forte demais e ela não estava totalmente protegida.

Sentiu as mãos dele se fecharem em volta do seu pescoço e sabia que era uma questão de segundos até ele quebra-lo. Tentou empurra-lo com mais força, mas o soldado apenas soltou uma mão de seu pescoço e segurou o tornozelo de Toni. O grito que ela soltou diante do som de algo quebrando foi mais reflexo do que outra coisa.

Foi quando o tiro soou pela sala. A mão dele folgaram levemente.

Natasha estava de pé, arma na mão. Bucky virou levemente a cabeça para olha-la, sem parecer preocupado.

–O próximo não vai ser no ombro. –ela avisou.

Toni sentiu o sangue dele escorrendo pelo braço e pingando nela.

–Natasha, espera! –Toni pediu.

Mas a voz dela voltou a atenção de Bucky para o fato de ela ainda estar viva.

–Você é minha missão. –ele falou mais uma vez, suas mãos apertando de novo.

Toni não teve escolha. Só tinha essa chance, então disparou uma rajada da sua luva diretamente contra o rosto dele. Infelizmente a mão de Bucky ja estava apertada demais em volta de seu pescoço.

Ela apagou sem saber se o segundo tiro que ouviu matou Bucky. Sem saber se sua rajada o machucou. Apagou sem saber se acordaria.

XxX

Foi o bip que a acordou na verdade. Era um dos barulhos que ela mais odiava em hospitais, era deprimente.

Toni abriu os olhos, mas a luz os feriu, fazendo-a fecha-los de novo.

–Toni.

Era a voz de Bruce, tão preocupada e cuidadosa. De repente foi como se tudo voltasse de repente: Natasha, Bucky...

–Steve! –ela tentou sentar-se, mas sua cabeça ainda estava rodando.

–Toni, vamos com calma. –Bruce tocou no ombro dela.

–Onde está o Steve? E o Barnes? –ela exigiu.

–Toni, você precisa se acalmar e me deixar te olhar. –ele insistiu.

–Eu não vou me acalmar até você me dizer onde estão todos! –ela protestou se debatendo.

A tontura e a dor que sentia não eram nada perto do desespero de não saber.

–Eles estão vivos. –Bruce falou de forma curta.

–Bruce...

–Eu não vou te dizer mais nada se você não me deixar te examinar. –ele falou com finalidade.

Toni comprimiu os lábios, mas deixou Bruce encosta-la contra os travesseiros.

–Natasha está melhor que todos vocês. –ele falou depois de um minuto de examinação em silêncio –Ela só deslocou o ombro e nós já colocamos no lugar.

Toni finalmente começou a perceber as coisas com mais calma. Estava na ala médica da Torre, a que fora criada unicamente para os Vingadores. Tinha um colar servical, seu punho estava enfaixado e sua perna engessada.

–Você, por um milagre, não está pior. –Bruce continuou –Seu pescoço está machucado, mas nada tão sério quanto nós temíamos a princípio. Você torceu o pulso quando Barnes caiu sobre você, mas ele quebrou seu tornozelo. Com uma mão.

–Como ele está? –Toni pressionou.

–Steve está... Se recuperando. –Bruce ignorou totalmente a pergunta de Toni –A pancada que ele tomou com o próprio escudo na coluna foi forte demais. Por um momento nós tivemos medo que ele ter sequelas permanentes. Pepper nos arrumou um cirurgião e ele teve que operar Steve, mas o soro dele é mais incrível do que imaginávamos. Ele vai se recuperar totalmente.

–Bruce, cadê o Barnes? –ela exigiu.

Bruce suspirou.

–Ele está em coma. –ele falou por fim –Natasha mirou para acerta-lo na cabeça, mas quando você soltou aquela rajada no rosto dele, a cabeça dele se moveu e o tirou acabou acertando no pescoço. Fora isso, a distância que você atirou nele causou queimaduras graves no rosto dele.

Toni levou as mãos a boca.

–Ele vai ficar bem?

–Eu não acredito que você está realmente preocupada, Toni. –Bruce falou um tanto frustrado –Ele tentou matar você, machucou Steve e Natasha. Deus sabe o que teria acontecido se Natasha não tivesse atirado nele.

–Não é culpa dele, Bruce! –Toni protestou.

–Nunca vai ser, Toni! Mas ele também nunca vai estar estável. –Bruce bradou irritado -Nós nunca vamos saber o que pode desengatilhar uma reação nele, quando ele vai voltar a pensar que a missão dele é te matar, matar Steve, quem sabe quem mais! Nós nunca vamos poder confiar nele, ele nunca vai poder ficar sozinho ou sem supervisão. Você está mesmo disposta a arriscar a segurança da Torre inteira por um homem?

Os olhos de Toni se encheram de lágrimas e ela caiu contra os travesseiros...

–Toni...

–O Steve vai ficar arrasado. –ela falou –Ele não está pronto para desistir do Barnes.

–Você está... Fazendo tudo isso pelo Steve? –Bruce perguntou chocado.

–Sim. –ela admitiu –Eu até curto o Barnes quando ele não está tentando me matar, mas... Todo esse tempo, eu estive cuidando dele, sendo paciente com ele, pedindo ajuda por ele porque eu posso, tenho os recursos e Steve não. Eu tenho cuidado dele pelo Steve.

Bruce sentou-se na cama e pegou a mão de Toni.

–Toni... –ele suspirou –Steve, melhor do que ninguem, vai entender a que ponto as coisas chegaram. Você acha que ele vai ficar feliz de te ver desse jeito, sabendo que Bucky te atacou? Sabendo que pode acontecer de novo? Toni, ele te chamou de “missão”, ele queria te matar ao custo da própria vida. Você acha que ele valhe mais para Steve do que você?

–E se ele valer, Bruce? E daí?

–Ah Toni... –o doutor abraçou a bilionária enquanto ela chorou em seu ombro.

XxX

Toni conseguiu, no final do dia, escapar de Bruce e Pepper (que estivera la mais cedo e chorara muito) e ir procurar Steve.

Havia um par de muletas perto de sua cama, mas com o pulso machucado não era fácil usa-las. Felizmente localizou uma cadeira de rodas no corredor que ajudou-a.

Sam estava lendo um livro ao lado da cama de Steve quando ela entrou no quarto.

–Ei. –Sam sorriu para ela –Que bom ver você circulando por ai.

–Oi, Wilson. –ela sorriu –Como ele está?

–Dormindo. –ele falou –Ele está se recuperando muito bem, considerando o que aconteceu.

–Ele acordou? –ela perguntou mordiscando o lábio inferior.

–Duas vezes. – Sam confirmou –Nas duas ele perguntou por você.

Toni passou a mão pelos cabelos.

–Você poderia...

–Eu vou buscar um café e distrair o Bruce para você. –ele falou com um sorriso levantando-se –Que bom que você veio, Toni. –falou sinceramente colocando a mão no ombro dela –Ele precisa te ver.

Ela apenas fez que sim com a cabeça e esperou Sam sair antes de se aproximar da cama.

–Picolé, para de frescura e acorda. –ela falou firme –Você não acha que 70 anos são mais do que suficientes para um soninho de beleza? Mesmo porque, se você ficar mais gostoso o mundo não vai saber lidar. Então, larga de ser mala e acorda.

O único som da sala eram os malditos bips das máquinas.

–Se você não acordar, quem vai brigar comigo? Com quem eu vou implicar? De quem eu vou tentar abusar? –ela bufou –Eu preciso que você acorde, Steve. Eu preciso que você me leve em encontros que só não são idiotas porque você está la. Eu ainda nem te contei todos os meus sonhos e expectativas ou traumas de infância. Não sei os seus! Como pode isso? Eu não sei de que lado da cama você prefere dormir. Você ainda não terminou de ver Star Wars. E nem vamos falar de Star Trek!

Ela agarrou a mão dele.

–Você tem que acordar porque eu preciso ver seus olhos, seu sorriso. –colocou sua testa contra a mão dele –Eu quero ver você bufando porque eu disse alguma coisa que você acha imprópria. Eu não te zoei o bastante por ser uma relíquia. Não disse quanto gosto da sua risada, do som da sua voz. Que eu reclamo, mas fico esperando você me chamar para sair, porque quero passar mais tempo com você. Não te contei que eu adoro seu jeito de me beijar, o tempo todo, todas as vezes.

Droga, ela ia chorar de novo.

–Você tem que acordar pra eu continuar fingindo que não estou me apaixonando por você! –ela falou, finalmente olhando para ele –Para eu continuar me fazendo de durona e você continuar se fazendo de virgem inocente, porque é assim que nós somos e é assim que eu quero que nós continuemos. Eu quero que você tente me por na linha, na mesma medida que eu tento te tirar dela. Eu quero você do meu lado, Rogers. Só você! Agora você tem que acordar para isso.

–Por que você não disse antes?

Toni quase tombou a cadeira de rodas. Os olhos dele –aqueles azuis brilhantes como um céu de verão – abriram-se junto com um sorriso de gato que pegou o canário.

–Eu não acredito que você...

–Eu só estava te deixando terminar de falar. –ele falou, embora sua voz estivesse fraca e rouca –Sendo um cavalheiro, sabe?

–Seu maldito! –Toni esbravejou.

–Não foi de propósito. –ele garantiu –Eu acordei na parte da relíquia.

–Eu te odeio, Rogers. –ela resmungou.

–Não. –ele falou ainda sorrindo –Você está se apaixonando por mim, como eu estou por você.

Ela cruzou os braços e olhou para o lado oposto, mas não conseguiu evitar de olhar para ele de novo.

–Você está bem? –ela quis saber.

–Eu estou ótimo. –ele garantiu –Como você está?

–Eu sinceramente não sei. –ela admitiu –Eu queria dizer bem, mas...

Steve esticou a mão na direção dela.

–Tudo bem. –garantiu –A gente resolve tudo.

–Mais tarde. –Toni completou, pegando a mão dele e voltando a se aproximar da cama.

–Mais tarde. –ele concordou.

Juntos.


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Notas finais do capítulo

Aí está! Dama está chegando ao fim e parecendo cada vez mais uma novela da Globo... hahaha
Próximo capítulo é o último, onde teremos muitas emoções. Preparem-se.

Quarta teremos post em O Contato.

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B-jão