SOBER escrita por Srta Granger
Era uma sexta-feira, em que Abigail acordou com uma batida na porta de seu apartamento. Se levantou para ver o quê era.
– Pois não? – ela disse para o homem com um ar presunçoso, que estava em sua porta.
– Bom dia, Srta... Kroetz, certo?
– Sim. Em que posso ajuda-lo? – ela o responde no mesmo tom astuto.
– Meu nome é Joshua, sou da Imobiliária Califórnia. Chegou a nosso conhecimento que a senhorita não paga aluguel há mais de três meses, e decidimos intervir.
– Como assim intervir? – perguntou a garota, já começando a se estressar.
– Aqui está sua ordem de despejo. – o homem diz enquanto lhe entrega um papel alaranjado – Você tem vinte quatro horas pra desocupar o local.
– Desocupar? E onde diabos eu vou morar, em?! Debaixo da ponte de São Francisco? – Abigail gritou.
– Isso não é problema meu, senhorita Kroetz. E tecnicamente não é possível morar em baixo da Pon...
– EU SEI QUE NÃO, IDIOTA! Eu estava sendo irônica. Enfim, quando poderei mudar de volta pra cá? – ela pergunta, já se acalmando.
– Assim que quitar sua divida, e se o local não tiver sido alugado, você poderá morar aqui novamente. – o homem responde calmamente, sem se relevar com o xingamento.
– Entendi. E... quanto... quanto eu devo? – pergunta meio aflita.
– Mil trezentos e cinquenta dólares, fora os juros.
– Nossa Senhora do shortinho curto! Isso é muito dinheiro!
– Enfim, eu já vou indo. Tenha um bom dia. – Joshua, o cara da imobiliária disse isso e se foi.
Abigail começou a andar aflita de um lado pro outro dentro do apartamento, que nem pode mais chamá-lo de ‘seu’. Estava totalmente desesperada e sem saber o que fazer. Foi-se arrumar para ir ao banco. Chegando lá foi verificar com o seu gerente a situação de sua conta bancária.
– Bom dia, Sr. Rogers. – ela disse enquanto sentava na cadeira de frente para o homem de meia idade.
– Srta. Kroetz, que surpresa. O que te traz aqui?
– Quero saber como tá indo minha conta.
– Tudo bem. Empreste-me seu cartão e identidade. Tudo bem... Agora digite a senha aqui, por favor.
Passaram alguns minutos em que o senhor ficou avaliando a conta de Abigail, até que tornou a falar:
– Então, Srta. Kroetz, o seu saldo está em seiscentos e setenta e cinco dólares e quarenta e sete centavos negativo.
– O QUE? Isso é uma piada, não é?
– Infelizmente, não.
– Como o banco me deixou passar do limite? Isso não existe. – a garota dizia, inconformada.
– Então, esse é o problema.
– Como assim?
– O cartão que a senhorita usa veio transferido de NY quando se mudou para Califórnia. Esse cartão é o dourado sem limites que seu pai costumava pagar. – o gerente explicou.
– MASOQ??? TENHA A SANTA PACIENCIA! ISSO NÃO EXISTE!! – Abigail pronunciava as palavras em voz alta enquanto batia na mesa do gerente.
– Srta. Kroetz? Eu vou pedir que a senhorita acalme-se. –
– Acalmar-me? ACALMAR-ME??? Diz-me como alguém consegue ficar calmo ao descobrir que não tem mais nenhum tostão furado, em?!
– Porque a senhorita veio aqui necessariamente hoje para saber de sua situação financeira? – o gerente perguntou calmamente.
– Eu fui despejada. Estou devendo três meses de aluguel e agora descobri que minha conta está no vermelho. – explicou a garota.
– Eu sinto muito por tudo isso. Mas podemos oferecer para a senhorita um empréstimo.
– Não posso fazer um empréstimo sem ter a garantia que poderei pagar depois. Já vou indo. Obrigada, Sr. Rogers.
– Até mais, Srta. Kroetz.
O homem entregou o cartão e documento para Abigail que foi embora de banco. Depois de todo o drama de saber que estava oficialmente pobre e sem teto, ela usou os últimos cinquenta dólares de sua carteira, para contratar um caminhão de mudança que chegaria a sua casa ás três horas.
Chegou ao apartamento e fez um macarrão instantâneo para almoçar e depois começou a empacotar suas roupas, levou as malas para o carro.
Quando terminou a ultima caixa com seus pertences domésticos, decorativos e etecetera, o caminhão chega a seu prédio. Os homens carregam as caixas moveis até o veículo.
Abigail vai à frente ao seu carro e o caminhão a seguindo até chegar a um deposito na baía onde ficarão seus pertences. Depois de tudo ser descarregado do caminhão, ela paga o homem e depois vai se resolver com o dono do depósito.
– Moço, tudo bem se eu deixar minhas coisas aqui até o dia de tirar? Daí eu te pago tudo de uma vez.
– Desabrigada?
– Aparentemente.
– Tudo bem. – o homem responde com cara de pena – Mas preciso de uma garantia.
Abigail tira seu relógio de ouro do pulso que ganhou de seus avós e entrega ao homem.
– Prada, 104 quilates. Serve? – ela pergunta.
– Perfeito.
Então Abigail vá andando até a praia, c=senta na areia e começa a chorar, a chorar desesperadamente, sem saber o que vai fazer de sua vida. Já de noite, e ela ainda chorando, pegou seu celular e discou.
– Eu, eu... Eu não tenho pra onde ir.
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