A New Beginning escrita por Pamy_Pattz


Capítulo 5
5 – Surpresas




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Capítulo 5 – Surpresas

 

 

Dormi como um bebê durante a noite, uma paz que eu nunca tinha experimentado, e pensei logo que a causa disso foi o perfume totalmente inebriante que me invadia sem a menor piedade.

Quando eram 7:30 da manhã, Esme me acordou gentilmente avisando que já estava na hora de levantar. Levantei-me com muito esforço, não querendo me separar do conforto daquela cama, e me dirigi ao banheiro. Tomei um banho quente e demorado, coloquei a roupa que tinha trazido na noite passada e desci para tomar café. Somente Esme estava na cozinha preparando ovos com bacon. Ela se virou quando percebeu minha presença e com o sorriso habitual me perguntou:

 

- Dormiu bem querida?

 

- Acho que nunca dormi tão bem em toda a minha vida. – respondi francamente, sorrindo de volta.

 

Pouco tempo depois, Alice apareceu e todas tomamos café juntas. Quando terminei, voltei para o quarto e juntei as minhas coisas, e inspirei uma longa e última vez para gravar bem aquele perfume. O.K! Eu to parecendo o maníaco cheirador de calcinhas, que uma vez andou invadindo os apartamentos em N.Y, enquanto as pessoas dormiam. Ele ficava cheirando as calcinhas das mulheres e depois simplesmente ia embora, e levava consigo uma peça pra “guarda de recordação”, palavras dele que foi preso um tempo depois enquanto fazia uma de suas visitinhas noturnas.

 

Voltando das minhas observações toscas, resolvi que era melhor ficar longe dali por um tempo, essa minha atitude não era normal. Fechei a porta do quarto viciador e voltei à sala, elas já me esperavam para irmos embora. Fui até minha casa, deixar algumas coisas e pegar meu carro, Alice e eu decidimos que era melhor ir com um só carro. Resolvemos ir com o meu, que sem sombra de dúvidas, é o menos chamativo, e Esme foi para o hospital, trabalhar.

 

Chegando no estacionamento da escola logo avistei o conversível da Rosalie, ela e Ângela já conversavam bem tranqüilamente encostadas no carro. Parei o meu carro ao lado do dela, e nos juntamos ao papo:

 

- Bom dia meninas! – falou Alice, saltitante como sempre.

 

- Bom dia! – responderam.

 

- Ahhh gente! Preciso contar! E vocês não vão acreditar onde eu dormir essa noite! – disse Alice, tentando manter o tom baixo e já puxando a Rosalie na direção dos prédios da escola.

 

Ângela e eu fomos atrás, ouvindo minha irmã contar o nosso dia após a Rose ter nos deixado em casa. Ângela ouvia realmente surpresa e me lançava olhares esperando minha confirmação dos fatos. E eu só balançava a cabeça afirmativamente.

 

Depois do relato detalhado, Alice e Rosalie foram para suas salas, ainda comentando a história, e Ângela e eu fomos para a nossa. E o dia passou normal, tirando uma pergunta ou outra que ela fazia em relação aos Cullens, nada de absurdo, mas que me deixava terrivelmente desconfortável. Mas acho que ela percebeu depois de fazer a terceira pergunta, e não tocou mais no assunto. É por isso que me dei tão bem com a Ângela, ela respeita o meu espaço e não fica emburrada se não receber as respostas que quer.

 

As aulas passaram sem nada de extraordinário, no tempo de Matemática tive que aturar a Jéssica me mandando olhares nada simpáticos e ameaçadores, pelo menos não tive que suportar a sua voz chata e a sua incrível capacidade de ser intrometida.

 

Até que chegou a hora do almoço, como no dia anterior, encontramos Alice e Rosalie no caminho para o refeitório, o que me fez prever um padrão que irá se repetir por muito tempo. E sinceramente, to bem feliz com isso.

 

Nos sentamos e os comentários das aulas do dia começaram, e pensei que estaria com a cabeça livre de pensar nos três irmãos que vem povoando a minha imaginação desde ontem, mas me enganei, logo o assunto foi desviado e, como o esperado, parou neles. A Rosalie parecia realmente empolgada com a possibilidade de conhecer o Emmett. Tentei me desligar do assunto, porém foi impossível, cada palavra que ela dirigia aquela casa, faziam meus pensamentos irem direto para aquele quarto viciador, sim, ele só podia ser descrito perfeitamente por mim dessa maneira, e novamente a lembrança daquele aroma me invadia. Balancei a cabeça tentando me livrar da lembrança e a Alice percebeu:

 

- Bella, você tá bem? Tá tão quietinha hoje. – perguntou preocupada.

 

- To ótima não é nada. – tentei mentir, e aparentemente a convenci. Novamente me desliguei do assunto.

 

Engraçado é pensar que ontem mesmo, disse que não estava nem um pouco curiosa em relação a eles, e hoje acordo totalmente envolta na idéia de conhecê-los, aliás, de conhecer Edward, ele realmente chamou minha atenção. Aquela foto mexeu mais comigo do que tinha imaginado, e isso é estranho de se sentir.

 

- Podemos nos juntar a vocês? – uma voz que eu já tinha ouvido, falou ao meu lado. – Prometemos não atrapalhar! – Mike levantou a mão num gesto de juramento e deu um sorriso.

 

- Tudo bem. – respondeu Alice, meio a contra gosto. E então ele, Ben e Tyler se sentaram conosco, fazendo imediatamente os olhares de Jéssica e seu grupinho venenoso se voltarem para nossa mesa. E com isso minha atenção voltou à mesa, me fazendo perceber que a Ângela estava realmente envergonhada e olhava para a própria bandeja como se estivesse analisando cada pedacinho do objeto.

 

- Então novatas o que estão achando daqui? Já se acostumaram? – indagou Tyler, que nunca tinha aberto a boca pra falar algo.

 

- Hum, tô achando bem interessante. – disse Alice, me olhando divertidamente. 

 

Eu só pude sorrir.

 

Eles pareceram não entender bem, mas não falaram nada, e levaram a conversa pra outro rumo. O que acabou me surpreendendo é que eu realmente me divertir com eles, que são bem engaçados. Meio idiotas, mas engraçados. Porém o que me deixou feliz mesmo foi ver a Ângela relaxar e participar da conversa, fazendo o Ben olhá-la ainda mais admirado.

 

Acho que não preciso perguntar nada pra Ângela, ficou mais que evidente que eles estão apaixonados.

 

E olha, os dois até que combinam. Merecem um empurrãozinho, não é mesmo?

 

Missão pra Alice, que com certeza vai convencer a Rose.

 

Depois de brincadeiras, risadas e troca de olhares apaixonados, fomos para nossas aulas. A minha era Biologia, a única aula em que fico sozinha, o que não me deixou muito animada. Sabem como dizem, né? Mente vazia, oficina do diabo.

 

Sentei-me, e em seguida o professor entrou animado anunciando:

 

- Sei que vocês adoram uma coisa diferente, então amanhã faremos uma excursão! Vamos a um bosque perto de La Push, ficaremos um pouco além do horário normal de aula. E por ser fora da escola, - enquanto falava, passava em cada mesa deixando um papel - a autorização por escrito dos seus responsáveis será indispensável.

 

Depois do anuncio do professor, toda a turma entrou em rebuliço e o falatório só aumentava. Todos pareciam estar empolgados, e eu também estava, seria uma oportunidade de conhecer um pouco a cidade e espairecer.

 

- Galera! Presta atenção! – gritou tentando acalmar a sala. – Tem um “porém”, essa excursão vai valer nota, ou seja, quero um relatório do que veremos e do que falaremos. Então espero que vejam isso como aprendizado e não como motivo de bagunça. – e com isso toda a turma riu e ele também, como se concordasse que o que ele tá falando não vai valer de nada, com certeza vai ser uma bagunça generalizada.

 

Após isso a aula aconteceu normalmente, e tentei prestar o máximo de atenção que pude. Até que eu percebi, que a tal excursão pegaria o meu horário no curso de pintura! Droga tinha que ter algo pra atrapalhar! Eu não poderia deixar a excursão de lado, ainda mais valendo nota e eu sem ter parceiro de laboratório me deixava com trabalho em dobro.

 

Mas eu sinto tanta falta de pintar e extravasar, ainda mais com todas essas coisas que venho sentindo desde ontem. Precisava colocar aquele aroma em cores, era a única maneira que eu conhecia de além de senti-lo, poder tocá-lo.

 

E então o sinal tocou, me despertando dos meus devaneios. Demorei um pouco pra ajeitar minhas coisas, e por isso quando cheguei no estacionamento Alice, Ângela e Rosalie já me esperavam pra ir embora.

 

- Cara, você tá estranha hoje. Tem certeza que tá bem? – dessa vez quem perguntou foi  Rose.

 

- Absoluta. – disse simplesmente.

 

Nos despedimos, e entramos em nossos carros. O caminho pra casa foi tranqüilo, só a Alice que tagarelava sobre o dia dela e as coisas que a Rosalie contou sobre as pessoas da escola.

 

Chegamos em casa e Carlisle estava lá, nos perguntou como foram os nossos primeiros dias de aula, se as pessoas tinham sido gentis. Tudo o que um pai perguntaria pra um filho. Perguntou o que nos tínhamos achado de ficar aquele tempo com a Esme, como ela nos tratou, o que fizemos, etc. Ele estava realmente interessado nessa parte.

 

Carlisle estava com uma aparência cansada, mas parecia feliz. Seus olhos brilhavam e isso não passou despercebido só por mim. Alice comentou comigo enquanto íamos para nossos quartos, assim que o deixamos estudando na biblioteca. O trabalho no hospital estava realmente gratificando meu pai e isso me deixava feliz também.

 

E por isso não consigo deixar de pensar que a melhor coisa que fizemos foi nos mudar para Forks.

 

 

(...)

 

 

A semana passou voando, e hoje já é sexta-feira.

 

A excursão foi maravilhosa, esse lugar é lindo! Traz uma paz que não tem explicação, parece que o resto do mundo não existe, tão diferente de tudo que eu já presenciei, eu posso dizer que nunca fiquei tão confortável em algum lugar, como eu fiquei naquela floresta, aliás, só aquele quarto fazia eu me sentir melhor ainda. Mas ainda sim, o lugar era inspirador, e perfeito.

 

Claro, tirando as partes que eu caí na trilha que fizemos, mas isso não vem ao caso.

 

O Carlisle firmou os plantões dele em dia sim e dia não, e com isso dormimos na casa da Esme mais uma vez essa semana. E nem preciso dizer a tortura que foi continuar tão perto daquele cheiro, que infelizmente diminui com os dias, mas continuou tão impactante quanto no primeiro dia.

 

Só que pra manter minha sanidade intacta, fiz questão de não esquecer minha roupa de dormir e ter que usar uma do Edward. E por falar nele, ele chega amanhã e sinceramente, to nervosa!

 

Até então eu não sabia os motivos da viajem dele com os irmãos, mas Esme explicou que o pai deles, Charlie, vai se casar hoje e queria que eles passassem um tempo com ele e a madrasta, Sue. Tudo isso, pra se acostumarem com a idéia do casamento já que eles não têm muito contato, por Edward e Charlie brigarem muito desde cedo.

 

E as brigas se dão por Charlie não aceitar o fato do Edward querer ser um médico e não um advogado, pra assumir os negócios dele em Seattle.

 

E sempre que eles se encontram acabam falando nesse assunto e discutem, a Esme disse que sempre que eles brigam o Edward fica triste por dias, porque não consegue compreender a resistência do pai, ele só queria o seu apoio.

 

E foi aí que a imagem da foto na cômoda dele veio a minha mente. A infelicidade dele é por ser incompreendido pelo pai, que segundo Esme é muito cabeça dura e não aceita outra opinião a não ser a dele.

 

Deve ser realmente difícil de se conviver com alguém assim.

 

Fiquei imaginando se foi esse o motivo da separação da Esme com o Charlie, do jeito que ela é carinhosa e doce, ter alguém rude e amargo do lado não deve fazer bem.

 

Foi aí que parei pra pensar em toda a história, e cheguei à conclusão que tô muito próxima dessa família, converso mais com a Esme do que com meu próprio pai, me sinto tão à vontade dentro da casa dela quanto me sinto dentro da minha própria. Sinto pena, sinto compaixão, por uma pessoa que só conheço por foto, me sinto reconfortada só em sentir o cheiro que ele deixou em seu quarto.

 

Sinto que eu to pirando!

 

Hoje é dia do Carlisle fazer plantão, e é óbvio que ela vai chamar a Alice e a mim para ficar com ela, então por isso dei a idéia pra minha irmã de chamar a Rosalie pra dormir em nossa casa, talvez uma pessoa estranha faça a Esme desistir disso, e assim eu nunca mais precisaria entrar naquele quarto, já que todos eles chegaram amanhã. Chamaria a Ângela também, mas ela foi visitar uma tia em outra cidade e só volta amanhã de manhã.

 

Tomara que dê certo! To indo, finalmente, pro meu curso. Não vejo a hora de colocar todos esses pensamentos que estão borbulhando na minha cabeça em uma tela, dar vida a todos esses sentimentos loucos e sem fundamento que venho sentindo.

 

Eu preciso me libertar disso...

 

 

 

(Alice POV)

 

Eu não queria confessar, mas to amando essa cidade! Essa casa é ótima, as pessoas são maravilhosas e o melhor de tudo é essa sensação de ter achado amigas de verdade. E Rose é simplesmente a companheira perfeita, eu nunca imaginei encontrar alguém como ela nesse lugar.

 

E ainda bem que a Bella também gostou dela, até me deu idéia de convidá-la pra passar a noite aqui. Se bem que se eu fizer isso é capaz da Esme não nos chamar para dormir por lá, e eu to com saudade do quarto daquele estranho.

 

Mais estranha sou eu, que to sentindo falta disso.

 

É acho melhor chamar a Rosalie agora!

 

No ato vasculhei minha bolsa procurando pelo meu celular, quando o achei liguei correndo pra ela antes que me arrependesse:

 

- Fala mulher! – ela gritou do outro lado da linha quando me atendeu.

 

- Oi meu bem! Tá fazendo o que? – perguntei ouvindo uns barulhos estranhos ao fundo.

 

- Deixei umas caixas caírem, to organizando meus sapatos por cores. Sabe como é, não to me achando mais nesse mar de saltos! – respondeu com uma risada.

 

- To precisando de uma arrumação dessas aqui também! – ri também – Mas eu liguei mesmo pra saber se você não quer vir dormir aqui hoje? E amanhã podemos ir pra Port Angeles comprar umas roupas pra festa em La Push. Que tal?

 

E mentalmente fiquei dizendo: Aceita! Aceita! Aceita! Me salva!

 

- Você ainda pergunta? Claro que eu quero! Daqui a pouco to chegando aí. – e de repente escutei um estrondo vindo de lá. – Merda! Deixei a pilha das sandálias pretas caírem! – e rimos juntas.

 

- Então to te esperando, beijo mocréia!

 

- Beijo, feiosa!

 

 

 

(Um tempo depois...)

 

Cacete! A cidade é pequena, e a casa dela nem é tão longe! Onde ela se enfiou?! Vou ligar de novo, até porque logo, logo a Esme vai aparecer, aí era uma vez meu plano!

 

Peguei o celular e quando pensei em discar o número, a campanhia tocou. Aleluia!

 

Fui correndo até a porta, quando já ia gritar com a mocréia da Rosalie por ter demorado tanto, me deparei com Esme!

 

Droga mil vezes!

 

- Oi querida! – e aquele sorriso que diz “você não tem como recusar nada do que eu peço” estava estampa em seu rosto. Meeerda!

 

- Oi Esme! – falei meio nervosa.

 

- Você tá bem? – perguntou preocupada.

 

- To ótima! É que eu pensei que era outra pessoa. Uma amiga que tá vindo passar a noite aqui.

 

 Mandei de uma vez, né? Ficar enrolando não ia ajudar. Mas eu queria tanto entrar naquele quarto de novo, apesar de ser assustadoramente limpo e organizado, eu me sentia bem lá. Oh Deeus parei! Não quero nada disso!

 

Vou matar a Rosalie quando ela aparecer!

 

- Oh, eu não sabia. Carlisle não comentou nada, mas quando ela chegar vão pra lá me fazer companhia. Assim a conheço também. – e o bendito sorriso de novo.

 

E já dá pra imaginar minha resposta.

 

- Claro, assim que ela chegar. – e quando assinei minha sentença, a mocréia me aparece! – Aliás, ela acabou de chegar.

 

E veio Rosalie linda e loira (e morta, depois que eu der uma surra nela), andando em nossa direção e arrastando uma mala, big, master gigante!

 

Quanto tempo ela acha que vai passar aqui?!

 

- Chegueeei! Foi mal pela demora, mas não conseguia decidir o que trazer, então trouxe tudo no que eu fiquei na dúvida. Prático não? – falou como se fosse a coisa mais inteligente a ser feita.

 

Eu mereço!

 

- Muito prático! Se você não fosse passar só uma noite aqui! – gritei já nervosa com a situação, como eu ia fazer agora?

 

- Credo Alice, que bicho te mordeu? – ela perguntou ofendida, e Esme me olhou assustada.

 

- Ai, desculpa, só to meio estressada. – disfarcei. – Esme, essa é a Rosalie, minha amiga. E Rosalie, essa é a Esme, minha vizinha e assistente do meu pai. – as apresentei pra tentar desfazer o clima estranho.

 

Depois disso não teve jeito, Esme começou a conversar com a Rosalie e acabou nos convencendo de ir pra sua casa. Antes deixei um bilhete pra Bella avisando onde estávamos, o que na realidade não era muito difícil de se imaginar.

 

Sabe, to começando a ficar com medo dela. Como alguém consegue conquistar as pessoas, tão rápido e fácil desse jeito? A Rose já tá encantada com ela, e as duas só conversam a menos de uma hora! Essa mulher deve ser bruxa, só pode!

 

 

 

(Bella POV)

 

Ahhhh, eu vou estrangular aquela professorinha de merda! Quem ela pensa que é?! Um absurdo isso, só Deus sabe o quanto eu me segurei pra não voar no pescoço da safada!

 

Opa! É melhor diminuir a velocidade se quiser chegar viva em casa, 130Km/h é um pouquinho rápido demais. Mas que se dane! Preciso descarregar de alguma forma.

 

E foi xingando aquele ser de quinta que eu percebi que já havia escurecido e já estava em casa. Desci do carro pisando firme, peguei minha tela e entrei na minha casa, que estava totalmente escura:

 

 - Aliiiice! – gritei pra saber onde o pedaço de gente se encontrava, porque o carro a Rosalie tá na entrada e o dela na garagem. A pé é que a Alice não saiu, fresca do jeito que é.

 

Acendi as luzes da casa enquanto ia para o me quarto tomar um bom banho, pra ver se relaxo um pouco, e depois ligaria pra ela. Entrei nele, coloquei a tela em cima da minha escrivaninha e comecei a tirar minha roupa. Quando ia jogá-la em cima da cama, vi um pedaço de papel “rosa cheguei”, que só podia ser da Alice. O peguei e constatei que realmente era dela e estava escrito:

 

Bella perua!

To na casa da Esme com a Rose, mas você já deve ter imaginado isso.

Quando chegar, parte pra lá!

 

Beijo! S2

 

Perfeeeeito! Era só o que me faltava! Não adianta, nem meu plano de fazer a Esme desistir da gente hoje deu certo, to azarada mesmo e então, mais uma noite de tortura pra mim. Sentindo aquele monte de coisas que não sei explicar, mas pelo menos sei que vou dormir tranqüilamente.

 

E depois do dia de hoje, eu mereço. Pensando bem, não vai ser uma má idéia.

 

Amassei o papel, o joguei na lixeira e fui tomar meu banho bem quente. Quando terminei, coloquei uma calça jeans, com uma blusa branca, um casaco azul por cima, calcei meu all star e fui pra casa da Esme.

 

O banho ajudou a acalmar, mas eu ainda tava indignada com aquela mulher! Aproveitadora dos infernos! Merda, minha raiva tá voltando. E eu sei disso porque bati mais forte do que o necessário na porta da Esme, que me atendeu com uma cara estranha:

 

- Parece que todo mundo tá estressado hoje!

 

- Nem me fale, eu não to bem mesmo. – disse já entrando na casa. Eu precisava contar pra alguém o que havia acontecido, e quem melhor do que elas?

 

- Me fala o que houve, querida. – falou Esme me sentando no sofá de sua casa, se acomodando ao meu lado e pegando minhas mãos num gesto de compreensão. Logo após, Alice e Rosalie apareceram com uma bacia de pipoca na mão e sorrindo, mas quando viram que eu não estava bem, mudaram suas feições.

 

- O que aconteceu maninha? – perguntou Alice já desesperada. – Te assaltaram? Te machucaram? Me falaaaa criatura, pelo amor de Deus!

 

- Eu falo assim que você ficar quieta! – respondi ignorante. E ela fechou a cara.

 

-Eu só to preocupada, poxa! – falou com um biquinho se sentando no chão à minha frente, acompanhada de Rosalie que aparentava estar aflita também.

 

E então eu comecei a história:

 

- Eu já cheguei meio atrasada no meu primeiro dia de curso, por causa do professor de Biologia maldito, que queria que explicasse umas coisas do relatório que eu tinha entregado ontem. Quando finalmente me livrei dele, fui voando pra curso. Chegando lá, todo mundo já estava no ateliê e a professora falava alguma coisa, quando me percebeu parada na porta, me olhou dos pés a cabeça, me analisando sabe? – dito isso, Alice já me lançou um olhar de que não tinha gostado da atitude da tal professora, isso porque ela nem escutou o resto da história. – ela me indicou um lugar e eu me sentei na frente de uma tela, a talzinha começou a explicar o que tínhamos que fazer e eu segui perfeitamente o que ela disse, mas perfeitamente mesmo! O meu era o melhor de lá! Parecia que todo mundo lá era amador.

  Mas sabe o que ela fez? Só criticou minha pintura! Só faltou falar pra eu jogar no lixo a tela! Eu fiquei abismada com a atitude dela, só que nem falei nada. No final do tempo ela dispensou a turma e pediu que todos deixassem as telas nos lugares pra poder secar e depois ela mesma guardaria. Eu já estava pensando em não voltar mais naquele lugar dos infernos e saí andando puta da vida, mas quando cheguei no estacionamento percebi que tinha esquecido meu celular e voltei pra pegar. Cheguei no ateliê e não acreditei no que vi! A desgraçada tava assinando a MINHA tela com a o nome DELA! Como se ela tivesse feito!

  Pra que?! Gritei poucas e boas pra safada, o que chamou a atenção da secretária que foi ver o que tava acontecendo e eu acabei gritando com a mulher também. A professora já nervosa, partiu pra cima de mim e a secretária a segurando, me mandou ir embora e foi o que eu fiz. Depois de pegar minha tela, é claro. – finalizei com o ódio todo voltando a mim, minhas mãos tremiam e eu me sentia quente, com vontade de murrar a cara da pilantrar da professora.

 

- Bella! Que safada! Por que você não bateu nela logo?! Ia ser mais que justo! – perguntou Alice, sendo apoiada pela Rosalie.

 

- Porque a mulher devia pesar uns 100 quilos! Preferi não arriscar! – dito isso, as três gargalharam e concordaram.

 

Aí a noite foi feita de comentários sobre o ocorrido e histórias, digamos que, interessantes da Esme. Que pelo o que contou, já brigou um bocado por aí, até ensinou uns golpes de autodefesa. A mulher não existe! Até brigar ela sabe! Essa aparência de calminha engana muita gente, será que ela é bipolar? É um caso a se pensar.

 

Quando era mais ou menos meia noite, a Esme fez o tão temido e esperado pedido. O de dormimos lá, já que agora tinha mais um quarto disponível pra Rosalie. O quarto do Emmett, que tinha sido limpo pela empregada naquela semana e agora podia ser habitado por uma pessoa. Nem preciso dizer que Rosalie ficou radiante com isso, né? Às vezes acho que ela tem uma quedinha por ele, pelo jeito que ela fala do cara.

 

Passado da meia noite, quase uma da manhã, todas nós nos acomodamos nos quartos e pra minha felicidade, o aroma ainda estava lá. Me fazendo nunca mais querer sair daquele lugar. Olhei mais uma vez as fotos na cômoda pra me lembrar de como é seu rosto e me deitei sorrindo feito uma idiota. Me aconcheguei no cobertor, que agora possuía meu cheiro e o dele, brigando pra saber quem irá prevalecer. E pra mim sempre prevaleceria o cheiro dele, que tinha o poder de acalmar e relaxar. E foi assim, que mais uma vez adormeci na cama de Edward Cullen.

 

(...)

 

Caara odeio isso! Vontade de fazer xixi no meio de noite é uó! E tá tão gostosinho aqui! Mas não tem jeito, tenho que levantar. Vai que faço xixi aqui?! Aí eu nunca mais voltaria nesse quarto, até pq só federia a urina e o cheiro dele desapareceria. Eu sou louca mesmo, debatendo comigo mesmo se vou ou não fazer xixi!

 

Então me levantei da cama, nem me dando ao trabalho de acender as luzes já que o céu estava limpo e a luz do luar iluminava meu caminho até o banheiro, fui andando devagar pra sentir onde pisava, até que tropecei no tapete do banheiro e levei um baita tombo!

 

- Merda! – xinguei baixinho.

 

Terminei de fazer minhas necessidade ( n/a: que feio esse termo! Mas não tinha outro pra usar! Rsrs) e voltei pra minha cama, com cuidado redobrado com o chão, chegando perto da cama senti que o aroma que eu tanto amava sentir nos últimos dias, tinha se intensificado mil vezes! E estava mil vezes melhor!

 

Agora tá confirmado, eu pirei!

 

Me joguei na cama, pra parar de pensar nisso, e imediatamente senti que tinha algo estranho, dei um pulo da cama e vi que alguém fez o mesmo que eu.

 

Tinha alguém dentro do quarto!

 

Entrei em desespero e quando ia gritar a pessoa falou primeiro:

 

- Quem é você? E o que tá fazendo no meu quarto?! – uma voz macia e perfeita disse, meio assustada.

 

E foi aí que eu parei pra prestar atenção, quando percebi quem era, meu desespero dobrou:

 

- Ed...ward? – perguntei incrédula.

 

- Quem mais seria? Esse é o meu quarto. – ele disse meio que se divertindo com a minha cara de desespero.

 

- Maaa..as a...a..a sua mã..ããe. – não consegui terminar a frase, eu gaguejava demais, e gesticulava pra todos os cantos querendo apontar algo que nem eu sabia o que era.

 

E então ele mandou um sorriso torto, que fez as minhas pernas tremerem e eu quase cair no chão. Só não cai, por que ele rapidamente me segurou perto dele, aliás perto demais, e me colocou sentada na cama.

 

- Você tá bem, invasora? – perguntou me apelidando e ainda se divertindo com isso. Que vontade de socar esse garoto!

 

- To. – falei irritada.

 

- Não vai me dizer quem é você? – disse sério dessa vez.

 

- IsabellaSwansuavizinhaquesuamãeconvidoupradormiraquienquantovocêtavaforaprafazercompanhiaaela. – falei de uma vez, quase sem respirar. Só pra garantir que eu não ia gaguejar de novo.

 

E então ele gargalhou.

 

Já falei que to com vontade de dar um belo soco nele?

 

- PrazerIssabellaSwan. – ele disse me imitando e sorrindo torto de novo. Deeeus, que sorriso é esse?! Vou enfartar daqui a pouco, meu coração é fraco!

 

- Prazer. – falei abaixando minha cabeça. E nisso ouvimos dois gritos, que imediatamente reconheci ser da Rosalie e da Alice. Corri pra fora do quarto na hora, com Edward me seguindo e vi uma cena digna de ser filmada.

 

Alice batia com seu ursinho num cara loirinho que tava desesperado tentando fazê-la se acalmar e gritava:

 

- Pelo amor de Deus, calma! Eu não ia fazer nada! – e se defendia das ursadas com o braço.

 

E do outro lado do corredor, um cara enorme e todo musculoso caia na gargalhada vendo a cena, e a Rosalie do seu lado parecia ainda nervosa, mas ria também da situação. E acabei deduzindo que o cara devia ser o Emmett.

 

De repente Esme saiu de seu quarto e estaca olhando a Alice atacando a cara, que devia ser o Jasper, e depois olhou para os outros. Ela sorriu largamente e gritou:

 

- Meus bebês! Vocês voltaram! – e correu pra abraçar o Edward, que estava mais perto, depois Emmett se juntou a eles no abraço.

 

Aí a Alice viu o que estava fazendo e em quem estava batendo, e parou o encarando:

 

- Jasper? Mas vocês só iam voltar amanhã! – ela disse envergonhada, o ajudando a levantar do chão.

 

- Bela maneira de ser recepcionado! – falou Emmett pro Jasper e depois gargalhou de novo, fazendo todos rirem.

 

E então os ânimos se acalmaram.

 

Mentira! Eu tava uma pilha de nervos! E só piorou quando eu vi que o único que estava sem roupa, só usando uma cueca box branca, era o Edward. O que mostrava o corpo perfeito que ele tinha, ombros largos, peitoral e braços definidos. Resumindo: a perdição em pessoa.

 

E pra melhorar meu constrangimento, ele percebeu que eu o analisava. Imediatamente corei e abaixei minha cabeça, de tanta vergonha que sentia. Quando fiz isso percebi que eu usava um short mínimo e uma regata branca, pois o aquecedor estava marcando 25 ° e eu não sabia mexer naquela coisa pra ajustar a temperatura.

 

Me assustei com isso e olhei novamente pra ele, e o peguei me analisando também. E quando percebeu que eu o olhava, virou o rosto rapidamente.

 

Hum, que estranho. Mas eu gostei.

 

Esme pediu para irmos a sala, pra conversar e desfazer qualquer mal entendido que pudesse ter se formado.

 

Sentamos Alice, eu e Rosalie em um sofá e Emmett, Edward e Jasper em outro. Esme ficou em pé ainda admirando os seus “bebês”, que pra mim de bebê eles não tinham nada! E então Alice se pôs a falar:

 

- Esme, não precisa se preocupar, nós vamos voltar pra casa e devolver o quarto deles.

 

- Mas de jeito nenhum! Vocês três são minhas convidadas, tenho certeza que eles não vão se importar em dormir na sala, não é mesmo meninos? – falou e olhou pra eles.

 

A expressão do Jasper e do Edward imediatamente mudou para incredulidade, acho que eles não esperavam que a mãe fosse interceder por nós três.

 

Mas o que me assustou foi a do Emmett, ele parecia... Contente? É, é isso mesmo, ele tava contente com o fato de ficarmos lá! Que cara bizarro...

 

- Eu não ligo mesmo. – ele disse sorrindo maliciosamente pra Rose, que quando eu vi estava usando uma camisola super sexy.

 

Agora tá explicada a felicidade do menino.

 

Ri baixinho disso e parece que o único que percebeu o mesmo, foi o Edward, que ria baixinho também.

 

- Então está decidido. Meninas podem voltar para os quartos, que amanhã eu apresento vocês devidamente a eles. E meninos, esperem aqui que eu vou trazer colchões e travesseiros pra vocês. – sorriu e subitamente foi abraçá-los de novo. – Estou tão feliz que vocês voltaram, e amanhã quero saber o por que de terem voltado mais cedo.

 

- Então você vai conversar sozinha com o Edward, a culpa é dele. – falou Emmett, que logo em seguida ganhou um tapa na cabeça vindo do Jasper. – Ai! Que foi, ué? É a verdade!

 

- Cala a boca Emmet! – sibilou Jasper.

 

E então vi que o rosto, antes sereno, de Edward se transformou em pura tristeza. E meu coração doeu ao ver aquilo, queria correr até ele e reconfortá-lo. E ele olhou pra mim e viu que eu estava preocupada. Não sei de onde tirei coragem e sorri pra ele, em sinal de que eu estava ali se ele precisasse, e acho que ele entendeu e sorriu de volta.

 

O que foi a coisa mais estranha da minha vida, essa conexão com alguém desconhecido, mas que me mexia comigo de um jeito que nunca ninguém mexeu.

 

Foi pensando nisso que voltei para aquele quarto, que agora, mais do nunca, me fazia sentir calma e feliz. Bom, talvez não fosse o quarto que me fazia sentir isso. Talvez seja a pessoa que nesse momento está um andar abaixo de mim.

 

É, essa noite vai ser longa.

 

 


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Notas finais do capítulo

N/a: Pessoas lindas! Como vcs estão? Espero que bem!
Então, tô amando os reviews, mas muuuita gente lê e não diz nada! Isso magoa o pobre coração da autora aqui ;s
Vamos lá! Mexam seus dedidnhos e façam sua autora feliz!
Beeijos e até o próximo ;)