Kalona's Fall escrita por Arabella James
Notas iniciais do capítulo
Este é bem curtinho, mas vem mais um bem rapinho a seguir!
PS: Desculpem pela demora!
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6
– Kalona's Fall –
Sexta Lua
"O sacrifício de Aurora"
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"Feet, don’t fail me now
Pés, não me falhem agora
Take me to the finish line
Me levem até a linha de chegada
Oh, my heart, it breaks every step that I take
Oh, meu coração, ele se parte a cada passo que dou
But I’m hoping at the gates
Mas estou esperando nos portões..."
– Lana Del Rey, Burn to die.
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Ela então seria sacrificada.
A ideia havia sido assimilada; também havia sido impressa em sua alma.
Um altar havia sido preparado para a consumação de sua entrega. Um altar de pedra escura, no meio do templo, no átrio interior da grande edificação onde as divindades do Oráculo de Erótisi se contatavam com o Ouga já estava pronto a esperando.
Circe, a principal sacerdotisa, a divindade que representava o Ouga e aqueles que usufruíam da magia existente no universo havia a avisado, havia dito a Aurora que ela havia chegado até ali, até o Oráculo, para cumprir o seu destino. Para chegar ao derradeiro de sua sina.
A pitonisa, Têmis, havia lançado sua profecia e agora Aurora sabia o que deveria acontecer. Ela sabia que o sacrifício deveria ser consumado. Ele era necessário.
Aurora lembrou-se das palavras de Léor, um dos Sete Perpétuos, aqueles que regiam a ordem do cosmo, do universo e de tudo.
“sou conhecido como “Sina” ou “Destino”... Parece que você veio aqui justamente para me encontrar, não?”.
Ele havia parado o tempo dentro da edificação do templo antes mesmo que Têmis pudesse evocar o poder do Ouga e assim transmitir suas palavras em forma de profecia.
Leór havia avisado a Aurora. Havia dito que se ela realmente escolhesse escutar a profecia da pitonisa seu destino a levaria não só a morte, mas á uma condenação; a um castigo muito pior. Mas ela havia escolhido. Havia decidido. Não foi nem mesmo dissuadida por um dos Perpétuos. Não foi dissuadida nem pelo próprio Destino. O seu sacrifício era algo certo.
Leór então havia desaparecido; um buraco negro havia rasgado o tecido da realidade o sugando. E de repente então o tempo havia voltado a correr e era como se aquela lacuna aberta no tempo nunca tivesse existido. E tudo continuou, como se o interlúdio, aquele dialogo entre Aurora e Destino, entre dois Perpétuos, nunca tivesse ocorrido.
Aurora viu tudo acontecer muito rápido. De repente havia as vozes, os instrumentos e depois apenas a voz da sacerdotisa bradando palavras. As palavras que Aurora precisava escutar.
Depois de ouvi-la Aurora havia apenas informado a Circe o que era esperado dela e o que precisava fazer. A primeira Pitonisa do templo a ouviu cheia de compreensão, como se já soubesse daquilo. Depois em um tempo imedido tudo foi preparado assim como Aurora para o ritual.
Agora incensários eram mais uma vez acesos e as sacerdotisas já se punham em um semicírculo. Oferendas de flores das mais diversas cores foram postas sobre o altar de pedra assim como ao redor de sua base. E como se estivesse em um estado de letargia Aurora percorreu o caminho até o altar.
Todas as divindades em vestes brancas e imaculadas reverenciavam o cordeiro sem mancha, perfeito e escolhido que era ela indo para o sacrifício. A curta distância entre Aurora e o altar de repente pareceu muito longa e ela pode contemplar e ainda observar quase todos os belos rostos ao seu redor.
Quando chegou a frente do altar Aurora não se deteve. Ela deitou-se sobre a pedra angular lixada e fechou seus olhos. Inalou o perfume das diversas flores a sua volta sentindo paz; não inquietação, nem ansiedade pelo seu fim. Pelo que encontraria depois... A seguir.
Circe aproximou-se dela. Era muito bela com seu sorriso radiante, mas segurava o instrumento para a imolação. Era um sabre terrivelmente bonito e afiado. Tinha o brilho de prata da lua e hoje seria manchado de vermelho. Seria maculado pelo sangue de Aurora, uma filha da noite. Uma filha de Nyx...
Circe acariciou o rosto da escolhida. Sua mão carinhosa e macia transmitiu calma e amor a Aurora e por segundos ela abriu seus próprios olhos para encarar a Primeira Pitonisa de Erótisi. Encontrou em suas dimensões claras um tipo de conforto e mais uma vez fechou seus olhos, ficando mais calma. Ah, a escuridão de sua mente... e o silêncio. Será que sua morte seria assim. Será que vagar, sem poder voltar para o Mundo Superior, seria assim?!
Enquanto tentava imaginar como seria o seu sacrifício e a grande consequência que teria de enfrentar, como Leór havia mencionado, Aurora ouviu ao fundo as vozes das sacerdotisas cantando, mais uma vez, em uníssono. A harmonia a envolveu e então inesperadamente Aurora sentiu finalmente o punhal de sabre tocar e atingir seu coração...
Circe abaixou seu braço. O golpe foi rápido e forte. Ela virou o sabre sobre o coração de Aurora fazendo a ponta da lamina girar mais ainda dentro do coração da filha de Nyx. Ela fora tão precisa... O rosto da outra Divindade nem expressara dor. Nenhum dano. Era como se dormisse feito um anjo... Mas a prova de que o sacrifico fora concluído estava ali diante de seus olhos quando de repente o corpo de Aurora desintegrou-se para se tornar pó de luz clara e se espalhar até sumir no ar...
O sacrifício havia sido consumado...
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Muito obrigada por ler! ^--^ Que tal então comentar?!
Beijos, aguardo vocês nos próximos!