Fogo e Gelo Edward e Bella escrita por Bia Braz


Capítulo 8
8- Tentação




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Capitulo 8- Tentação.

Quando já estávamos na carruagem, virei-me para ele.

—O senhor e minha mãe tiveram uma conversa agradável?

—Você tem uma boa mãe. Onde é essa loja de roupas aonde quer ir? Está certa que levará só dez minutos?—

Quinze—Respondi —Meu... meu vestido de casamento foi feito em Seattle, mas vou mandar fazer outro idêntico, aqui mesmo.

—Idêntico? Ah, sim, para o duplo casamento. Afinal, quando vai ser?

—Segunda-feira, dia vinte. Espero que não tenha que trabalhar nesse dia e compareça— comentei arrumando um fio solto de cabelo. Ele olhou-me de lado, então sorriu.

—Estarei lá no dia do casamento, se você estiver lá na noite do casamento.—Ele disse maliciosamente e eu enrubeci, virando o rosto corado em seguida.

Ele prendeu o cavalo e ajudou-me a descer da carruagem.

—Creio que vou tomar alguma coisa, enquanto espero— Disse acenando com a cabeça em direção a um dos muitos bares da cidade. —Espero que ser marido seja mais fácil do que ser noivo.—Resmungou e me soltou bruscamente.

Ele virou-se, deixando-me parada na rua poeirenta. Havia horas, pensei, que sentia falta dos modos de Jacob

.

Meu negócio na casa da costureira levou só sete minutos, e a mulher ergueu os braços desesperada com aquele pedido de um vestido tão trabalhoso, em tão pouco tempo. Sentou-se chocada, quando lhe pedi que também fizesse um vestido para Alice Cullen. Muito alvoroçada, empurrou-me para fora da loja, dizendo que precisava de todos os minutos para trabalhar.

Eu ousaria dizer que ela estava excitada com a perspectiva. Agora, parada do lado de fora da loja, com a sombrinha rosa aberta, olhava para o outro lado da rua, em direção ao bar onde Edward aguardava por mim. Esperava que ele não ficasse lá muito tempo.

—Vejam só aqui— ouvi a voz de homem. —Esperando por nós?

Três jovens vaqueiros cercaram-me e, pelo cheiro deles, deviam ter acabado de chegar de uma viagem de semanas nas trilhas.

—Vamos embora, Laurent— disse um dos vaqueiros. —Ela é uma dama.

Eu tentei ignorá-los, mas silenciosamente rezava que Edward aparecesse.

—Eu gosto de damas— disse o moreno de nome Laurent.

Virei-me e pus a mão na maçaneta da porta do salão de artes Forks.

O moreno pôs a mão sobre a minha.

—Com licença—Eu disse, afastando-me e lançando um olhar de desprezo, porém meu coração estava na boca.

—Fala como uma dama, doçura, que tal irmos, você e eu, até o bar para tomarmos umas cervejas?

—Laurent...— repreendeu um dos outros vaqueiros, mas o moreno fétido aproximou-se mais.

—Vou mostrar-lhe um verdadeiro divertimento, doçura.

—Eu é que vou mostrar-lhe—ouvi a voz grave do Edward enquanto pegava a camisa do vaqueiro pelas costas, a cintura de suas calças e atirava-o, fazendo com que aterrissasse com a cara na rua suja.

Quando o vaqueiro, que tinha metade do tamanho de Edward, levantou-se, sacudindo a cabeça para limpá-la, este se aproximou dele.

—Esta aqui é uma cidade limpa—rosnou com o semblante carregado de fúria- —Se você quiser mulher livre, vá para Port Angeles, mas aqui nós tomamos conta de nossas mulheres.—Chegou-se mais perto do rapaz. —E eu tomo conta de minha mulher muito bem. Deu para entender?

—Sim, senhor—murmurou e abaixou a cabeça- —Eu não queria...—Interrompeu-se e abaixou a cabeça novamente —Sim, senhor. Já estou indo para Port Angeles.

—Gosto dessa idéia— disse Edward agarrando o meu braço possessivamente e me levantando para a carruagem. Seguimos em silêncio.

—Diabo! Suponho que queira ir para sua casa.—Parou em frente a casa de aluguel de carruagem e apontou para o meu carro, parado na rua. Seu semblante era duro.—Aquele garoto não a machucou, não?—questionou colérico.

—Não, senhor— Disse calmamente e o analisei, pensando em passar meus dedos sobre o vinco em sua testa.—Obrigada por ter vindo em meu socorro.

—De nada—respondeu carrancudo.

Coloquei a mão no braço dele e nos direcionamos ao meu carro.

—Senhor, talvez tenha sido precipitação minha, mas liguei para a Esme e pedi para ela preparar alguma coisa para comermos.—comentei logo que sentei no banco de passageiro.—Isto é, se o senhor não se importar que jantemos juntos.

Ele lançou-me um olhar de alto a baixo e deu partida no carro.

—Você lembra que eu disse que tinha um compromisso?

Instantaneamente lembrei do seu compromisso em Port Angeles com sua amante. Provavelmente ele fosse pegar o ultimo trem, o que saísse às sete horas. Ainda era cinco e meia, então ele teria que se livrar de mim e ir logo. Um pequeno incomodo apertou o meu peito ao pensar que ele passaria a noite com outra mulher.

Dei um sorriso tranquilizador, mas um frio me atravessou o estômago.

—Tudo bem, fica para uma próxima. Eu realmente tinha me esquecido disso.

Ele estudou o meu rosto e estacionou em frente a sua residência.

—Quer saber: Eu quero jantar com você. Não me importo, mas espero que tenha muitos vestidos para trocar, pois parece que tenho propulsão a estragá-los.—Ele desceu e veio abrir a minha porta.

—Tenho vestidos mais que suficientes—respondi contente.

—Então está bem— concordou. Talvez ele quisesse me fazer desistir, mas eu não iria. —Mas tenho que arrumar um tempo para trabalhar, hoje. Entre, que vou ao escritório.

Uma vez dentro de casa, corri para a cozinha.

—Está tudo preparado?

—Tudo.—Esme sorriu- —E há champanhe gelada aguardando.

—Champanhe?—ofeguei nervosa, lembrando que quando a Annebell pôs alcool na boca, acabara fazendo amor com o Jacob.

—E fiz todos os pratos favoritos do senhor Cullen—continuou a Esme, chamando o Sr. Cullen pelo primeiro nome. Olhei-a surpresa.

—Sem dúvida, bifes de búfalo.—resmunguei —Ai, ai, outra mulher apaixonada por ele.—Pensei alto.

—O que foi, Bella?

—Nada. Tenho certeza de que tudo estará perfeito, aliás como sempre está qualquer coisa que cozinhe.

Deixei a cozinha e sai rumo a pequena sala de visitas. Estava exatamente como imaginava, com as velas já acesas, champanhe esfriando, patê e bolachinhas arrumados em uma bandeja de prata. Os últimos raios de sol entrando pelas janelas faziam a sala brilhar.

—Você arrumou isso?—Edward perguntou por trás de mim.

—Pensei que o senhor pudesse estar com fome.—expliquei um pouco nervosa. O piquenique fora uma boa idéia, mas agora parecia o cenário para uma sedução. —O senhor disse mais cedo que gostaria de conversar.

Edward limpou a garganta e passou por mim.

—Caso eu não a conhecesse bem, diria que você quer mais do que uma conversa. Vamos sentar aqui e comer. Eu...

—Tenho que trabalhar—completei, sentindo-me um pouco ferida com a atitude dele. Afinal, fiz isso porque ele parecera infeliz por ter jogado comida em mim. Edward aproximou-se e pôs a mão em meu queixo.

—Você não vai chorar, vai?

—Claro que não.—Respirei fundo e respondi rispidamente, olhando firmemente e seu rosto. —Vamos comer, a fim de que eu possa voltar para casa. Também tenho muita coisa para fazer e...

Edward agarrou meu pulso e puxou-me para seus braços, abraçando-me forte, o nariz em meu pescoço. Senti o corpo amolecer e minha raiva dissipou. Talvez fosse isso que eu precisasse naquele instante. Seu toque. Descobri gostar tanto de ser tocada por ele...

—Você cheira bem.— elogiou roçando os lábios em seu pescoço enquanto seu corpo grande me envolvia, protegendo-me, fazendo-me sentir a salva e em perigo ao mesmo tempo. Ele era tão forte, tão másculo. Sua boca quente fazia-me derreter.—Hoje você foi realmente gentil.—Enquanto falava, dava pequenas mordidas e beijos em minha garganta.—Você não vai se importar muito por se casar com um tosco como eu, vai?

Não respondi. Não lembrava se sabia falar. Sentia que meus joelhos começavam a falhar, mas ele apertou-me firme, enquanto começava a brincar com minha orelha esquerda.

—Você era a dama mais bonita hoje, sabia?—sussurrou, e sua respiração branda me causou arrepios descontrolados por todo o corpo.—E gostei de carregá-la. De fato, gostaria de carregá-la para minha cama agora.

Fechei os olhos e suspirei ao sentir sua língua em minha orelha, seus dentes mordiscando. Eu me senti bêbada, fraca, como se o comando do meu cérebro partisse do meu ventre, que distribuía ondas pelo meu corpo.

—Oi!—Um som alto veio da porta.

—Vá embora.— Disse Edward e seus dentes mordiscaram da orelha à linha do meu queixo.

Um fio de consciência distante ecoou no meu cérebro, e notando que a Esme devia estar lá, afastei-me dele, mas não o empurrei.

—Por favor.—Pedi com a voz fraquinha, olhando em seus olhos quentes. Seu verde estava completamente negro pelas pupilas dilatadas. Com um olhar contrariado, ele soltou-me tão repentinamente que quase cai. Esme estava na porta segurando uma enorme terrina de porcelana de sopa. Ao passar por mim, ela lançou-me olhares reprovadores que fizeram com que eu corasse.

Tentei me acalmar, pensando no quão estivera perto de pular para a cama do meu noivo com a maior alegria. O problema é que outrora prometera ao meu padrasto que faria investigações sobre ele antes de casar-me. E se eu descobrisse que ele era um criminoso? Casaria com ele de qualquer forma?

Com certeza teria que casar-me se tivesse ido para a cama com ele. Isso era um caso a pensar.

Agora o olhando, sentado no chão, abrindo o champanhe, sem o casaco, as mangas da camisa branca enroladas até os cotovelos e mostrando os braços fortes, penso que talvez devesse deixar que ele fizesse amor comigo, pois, então, teria que me casar, não importa o que descobrisse sobre ele.

Mas isso seria chantagem.

Arrumando a saia com cuidado, sentei-me nas almofadas à frente dele e encostei minhas costas na parede.

—Senhor, tenho um favor para lhe pedir.— Disse com a voz instável.

—Certo.—respondeu, com a boca cheia de biscoito com patê.

Hesitei, tomando certeza se realmente queria pedir isso.

—Gostaria de continuar virgem até o dia de meu casamento—soltei de uma vez. Ele engasgou tão fortemente que fiquei preocupada, mas ele emborcou meia garrafa de champanhe e tentou se recuperar.

—Nossa! É bom saber que você ainda é.— disse por fim, com lágrimas nos olhos. —Digo, com o Black e tudo o mais.—Movimentou as mãos sugestivamente.

Olhei furiosa para ele, empertigada.

—Vamos, não se irrite. Olhe, tome um pouco.—Estendeu-me uma taça de champanhe. —Vai ser bom para você.—coçou a garganta, meio desconcertado—Então, você quer continuar virgem?—analisou, enquanto punha o ensopado de ostras nas tigelas de porcelana.—Isso significa que devo manter minhas mãos afastadas.

Observou-me de maneira estranha, interrogativamente.

—Talvez fosse melhor.—Falei baixo, sem certeza, pensando que se ele continuasse a tocar-me como poucos minutos atrás nunca continuaria virgem. E nem teria vontade de continuar sendo.

—Tudo bem—concordou com frieza na voz. Arregalei os olhos. Sem dúvida, ele pensava que, por ter sido um cavalariço, eu me julgasse melhor do que ele.

—Não, por favor.—Desencostei da parede.—Não é o que está pensando. Eu...—Não poderia dizer-lhe o que prometera ao meu padrasto, ou que o toque de suas mãos me fazia sentir bem pouco uma dama. Pus minha mão no braço dele. Ele soltou-se e se afastou.

—Você deixou bem claro. Olhe, nós fizemos um acordo, mais ou menos um contrato, e eu o tenho quebrado. Você disse que fingiria que estamos... apaixonados, creio eu, em público, e cumpriu. Na intimidade, você não tem que fingir para mim. Manterei minhas mãos longe de você. Na verdade, creio que é melhor que eu saia agora. Fique e coma, que eu vou trabalhar—demandou irritado. Antes que eu pudesse me mover, ele levantou-se e já atravessara metade da sala.

—Por favor, não se vá!—gritei, saltando para segui-lo, e, então, tropecei nas saias compridas e quase cai. Ele me segurou, mas apenas o tempo suficiente para evitar que eu caísse no chão.

—Eu não quis ofendê-lo. Mas não é que eu não goste que me toque.—disse impulsivamente, então parei, corei e olhei para minhas mãos.—O que quero dizer é... É que eu nunca... E gostaria de continuar... Se possível.—conclui nervosamente, olhando para ele. Ele olhava-me com dureza.

—Isso não faz sentido. Você quer que eu mantenha minhas mãos afastadas, ou o quê? Tudo que eu pedi neste casamento é para ter uma dama em público. Na intimidade, essa casa é bastante grande e você nem tem que olhar para a minha cara. A escolha é sua, senhorita.— retornou alterado.

Uma dama deve ser decidida, lembrei-me das aulas na escola. Levantei o queixo e pus os ombros para trás.

—Quero ser sua esposa na intimidade, assim como em público, mas também quero continuar virgem até o casamento.—Olhei-o firmemente.

—Bem, mas quem é que está impedindo? Estou lhe arrastando pelos cabelos lá para cima? Estou forçando-a para a minha cama?—Passou as mãos impaciente pelos cabelos, andando de um lado ao outro.

—Não, mas o senhor é um sedutor muito persuasivo, senhor Cullen!—respondi sem pensar para em seguida arrepender-me e cobrir a boca com a mão.

Um brilho de compreensão surgiu nos olhos de Edward e ele se aproximou, parecendo mais calmo.

—Bem, diabos me levem!—exclamou espantado, e me olhou como se eu tivesse vinte cabeças.—Quem pensaria uma coisa dessas?—Coçou a cabeça e olhou-me com um sorriso convencido.—Bem, talvez damas gostem de homens toscos. Venha cá, sente-se e coma.— convidou tranquilo e jovial, apontando para a almofada ao seu lado.—Sou, então, um bom sedutor?—Sorriu com malícia, enquanto eu me sentava à sua frente.

Suspirei e desejei nunca ter começado esse assunto. Em silêncio, ele sorria muito satisfeito consigo e comia. Em todo o tempo mantive a cabeça erguida, como se o assunto nem tivesse existido. O pequeno jantar íntimo que planejara transformou-se num caos incontrolável. E eu revirava os olhos mentalmente para o seu sorriso torto e convencido.

Jasper chegou antes de termos terminado a sopa e entregou ao Edward papéis que tinham que ser lidos e assinados. Edward convidou-o para jantar, e os dois continuaram a conversar sobre negócios durante toda a refeição.

Em silêncio, eu via o sol se pôr através das grandes janelas. Esme entrava e saía, trazendo grandes quantidades de comidas deliciosas que eram consumidas até a última migalha. Edward estava sempre fazendo cumprimentos à mulher, e chegou mesmo a convidá-la para fugirem juntos quando ela lhe trouxe um enorme bolo. Esme dava risadinhas e corava como uma escolar.

Lembrando-me da observação dela mais cedo, que iria fazer as comidas favoritas do Sr. Edward, perguntei:

—Quais são suas comidas favoritas, senhor Cullen?

Ele olhou-me por sobre os papéis.

—Qualquer coisa que tenha gosto bom. E isso inclui moças bonitas como você.

Com as faces coradas, desviei o olhar e me controlei para respirar. Ele continuou conversando com o Jasper, então quando deu oito horas levantei-me.

—Agora eu devo ir. Muito obrigada pelo jantar, senhor Cullen— despedi-me, mas na verdade, nem sabia se ele reparara que eu estava lá ou não. Ele pegou-me pela barra do vestido, impedindo-me de sair.

—Ainda não pode ir. Quero falar com você.—Ele nem mesmo levantou os olhos para me avisar isso. Sem rasgar minha saia, eu não poderia sair, portanto parei, olhando para o painel da parede acima da cabeça dos dois homens sentados aos meus pés. Contei mentalmente até mil.

—Acredito que seja eu quem deva ir— disse Jasper, começando a ajuntar os papéis.

—Nós ainda não terminamos— disse Edward.

—Não acha que deve passar um tempinho sozinho com sua noiva, Cullen?— Disse Jasper sugestivamente e os dois me olharam. Fingi não ter ouvido e continuei olhando o painel.—Direi à senhora Esme que pode ir dormir. Isabella, obrigado pelo jantar. Apreciei muito.—Jasper saiu da sala, fechando a porta atrás de si.

Não me movi. Fiquei em pé, parada onde estava, sem olhar para ele. Estava chateada com tudo. O simples fato de ter permanecido mais de duas horas sem ter sido notada me deixava irritada.

Ele puxou minha saia algumas vezes, mas, vendo que eu não respondia, levantou-se e olhou-me.

—Acho que está zangada comigo.— Disse matreiramente, olhando em meu rosto.

—Isso é totalmente ridículo. Não tenho motivos para isso. Já é muito tarde, senhor Cullen, e devo ir para casa. Meus pais devem estar preocupados.—Desviei o olhar do dele.

Edward passou a mão em minha face e segurou meu rosto.

—Foi muito gentil em preparar este jantar com velas e tudo...—Apontou para a mesa.

—Estou satisfeita de que tenha gostado. Agora eu devo...

Ele puxou-me para seus braços e enlaçou a minha cintura.

—Durante a noite toda estive pensando sobre o que disse, sobre como posso induzi-Ia a fazer coisas...— Disse com os lábios roçando meu pescoço.

—Por favor, não...—Minha voz saiu só um fiozinho e minhas mãos, sem sucesso, tentaram empurrá-lo. Ele passou a mão pelos meus cabelos penteados com esmero, afundou os dedos neles e lentamente começou a desmanchá-los. Os muitos cabelos caíram sobre os meus ombros, e Edward correu os dedos por eles.

—Lindos, assim com a dona.— murmurou, olhando-me, nossos rostos muito próximos. Em seguida, inclinou a minha cabeça para o lado e começou a beijar-me. Seus lábios roçaram nos meus em um toque sutil despertando sensações que jamais sentira, como se estivesse derretendo. Eu permaneci parada, enquanto ondas de sensações percorriam meu corpo. Então, com abandono, pus os braços em volta do seu pescoço, abri a boca para ele e pressionei o corpo contra o dele, sentindo um desejo insano pelo contato. Ele reagiu a isso, puxando-me mais para perto, curvando-me para que eu me ajustasse ao seu corpo. Ele gemeu abafado em minha boca e com a ponta dos dedos acariciou a parte exposta do meu decote, fazendo com que um súbito arrepio percorresse meu corpo, e eu soltasse um gemido involuntário. Instintivamente, acheguei-me mais, firmando minha perna entre as dele. Ele brincou com meus lábios, mordendo-os e roçando-os com a língua. Não existia mais a mínima distância. Eu sentia todas as suas formas em mim, sua excitação evidente, ainda que eu tivesse três saias nos separando.

Quando ele começou a dobrar os joelhos, abaixando-me para o tapete e as almofadas, eu nem pensei em protestos, pelo contrário, agarrei-me a ele como se ele fosse uma fonte de vida. Os lábios dele não deixaram os meus quando nos deitamos, lado a lado, no tapete.

Ele correu sua mão por meus quadris e coxas, por cima do vestido, enquanto a boca procurava o meu pescoço.

—Edward... —murmurei perdida, meu corpo desconectado da minha mente e joguei a cabeça para trás, dando passagem para sua boca. Prendi minhas pernas entre as dele, e ofeguei, sentindo tudo rodar.

—Sim, querida, estou aqui.—tranquilizou-me, fazendo-me arrepiar toda.

Ele me segurou com firmeza e segurança, como se eu fosse sua propriedade. Tudo ficou meio confuso naquele momento. Estava entorpecida pelo calor, sabor, ondas elétricas e cheiro. A essa altura, meu peito estava à beira de explodir e o corpo a incendiar. Minha pulsação corria. Eu não sentia mais nada além dele, meu mundo era ele.

As mãos dele levantaram meu vestido para explorar minhas pernas, logo encontrando a parte nua das coxas, acima da liga das meias. Sua mão direita chegou à roupa íntima, e seus dedos entreabriram a minha perna. Arfei e relutei instintivamente forçando minhas pernas a fecharem-se.

—Deixe, por favor, lindona. Você vai ficar bem...—sussurrou com urgência e um tremor me percorreu. Seus dedos entrelaçaram-se em meus cabelos, instintivamente meus braços enlaçaram mais seu pescoço e ficamos tão colados que eu podia sentir o calor que ele exalava. O beijo se tornou intenso quando ele começou a sugar minha língua com ímpeto e morder levemente meus lábios. Eu comecei a relaxar as pernas e a ansiar pelo seu toque. Meus olhos fecharam-se quando me entreguei a aquela sensação. Edward gemeu baixinho contra a minha boca, então, finalmente tocou-me a pele íntima, no mesmo instante em que sua língua invadia com vigor a minha boca. Eu não consegui definir o que ele fazia, eu só queria que ele continuasse e me levasse.

—Oh, Edward, por favor, não pare—implorei sem que sentisse as palavras. Meu corpo eletrizado se projetava para a frente, procurando por ele. Meu coração começou a palpitar em um ritmo fora do normal. Eu não conseguia reagir, não pensava em nada, somente sentia as sensações divinas da mão dele em minha intimidade, de seus lábios em meu rosto. Seus dedos se moviam seguramente e nós dois ofegávamos.

—Vem para mim, vem lindona.—Sua voz se pronunciou rouca, e sua língua lambeu minha boca. Meu ar faltou e eu cerrei os dentes, sentindo tudo rodar. Fechei os punhos e tudo explodiu em cores e vibrações.

—Edward...—Minhas pernas e braços tinham vida própria, abracei-o e puxei-o para os meus lábios, ainda sentindo tudo tremer. Nos atacamos com ímpeto e sons. Após sentir aquela sensação angustiante de prazer passar, abri os olhos entontecida e o vi me olhando com os olhos cerrados, com o ar passando pesadamente em seus pulmões. Abri seus botões e passeei os dedos em seu peito convidativa. Ele grunhiu, abrindo rapidamente a sua calça. Não tinha mais consciência em mim, eu só queria senti-lo mais, completar o que estava faltando em meu corpo. Um vazio em mim pedia saciedade, eu tinha o ventre pulsando e pedindo por mais.

—Toque em mim.—Sua voz era um rugido e eu olhei para baixo, percebendo agora que minhas saias estavam levantadas, que minha intimidade estava exposta e que ele tinha o seu membro inchado apontando para mim. Assustei-me com o poder e tamanho, mas trêmula, desci a mão e toquei-o insegura. Ele gemeu e cobriu minha boca. Acariciei-o lentamente, pude sentir a língua dele em meu lábio inferior, lambendo, ofegando. Era um beijo rude, indecente e ao mesmo tempo poderoso, estonteante. Eu não sabia o que fazer, mesmo assim, eu queria fazê-lo se sentir bem como eu me senti, então acariciava com a ponta dos dedos para cima e para baixo.

Ele sugou levemente meu lábio, ainda gemendo em minha boca, e se posicionou por cima de mim. Meu sangue fervia, e eu não tive medo, eu somente queria, necessitava, que ele seguisse adiante. Que apagasse aquela chama incandescente em meu corpo.

Meu peito subiu e desceu em antecipação. Senti um dedo dele deslizar mais intimo e fechei os olhos, jogando minha cabeça para trás.

—Delicia.—Ele grunhiu e continuou deslizando com o dedo, acariciando de um jeito forte e gentil. Ele desceu com a boca em minha garganta parando no decote do meu vestido e passeou com a língua quente e lasciva. Meu quadril se contorcia com o seu dedo entrando em mim e meu ar faltou quando ele mordiscou meu seio, forçando a língua ao encontro do bico dentro do vestido. A excitação aumentou novamente em meu corpo e eu me sentia sacudir e tremer. Eu queria que não houvesse roupas, que ele saciasse aquele desejo e me fizesse sua.

—Me ame, Edward.—Arquejei.

Os minutos seguintes foram seguidos de confusão. Senti seus dedos congelarem, sua postura ficou estática e eu abri os olhos, apreensiva. Ele me olhou por minutos, depois se jogou ao meu lado, ainda respirando ofegante. Eu queria perguntar o que eu fiz ou o que aconteceu que ele parou, porém, ao encontrar seus olhos perdi a coragem. Ele me olhou com os olhos vazios, distantes, quase com censura.

Ele se levantou, deu-me as costas e se pôs frente a uma janela.

—Levante-se.— Disse rispidamente.

Eu me senti humilhada, frustrada, rejeitada, enquanto continuava deitada no tapete. Olhei para baixo e minhas saias estavam levantadas até a cintura. Logo vieram lágrimas aos meus olhos, enquanto, com vagar, suspirei, levantei-me e tentei me recompor.

—Vá arrumar seu cabelo. Arrume-o e eu a levarei até a casa de sua mãe.

Sai da sala o mais rápido que pude, com a mão na boca para evitar um soluço. Não queria correr o risco de ver Jasper, ou a Esme, por isso subi as escadas para o banheiro perto do quarto de Edward. Uma vez no banheiro todo recoberto de mármore, deixei as lágrimas correrem.

Ele queria casar-se com uma dama e estava desgostoso por eu ter agido como uma meretriz. Então, era isso que Annebell tentava explicar, quando dissera que vira luzes brilhando quando Jacob a beijara. Os beijos de Jake nunca me fizeram sentir nada, mas os de Edward...

Olhei-me no espelho, os olhos vivos e brilhantes, a boca ligeiramente inchada, as faces coradas, cabelos desarrumados sobre os ombros. Essa não era a dama que ele queria? Não era de admirar que me tivesse afastado.

Outra vez, as lágrimas começaram a correr.

Edward POV

Assim que Isabella saiu da sala de visitas, dirigi-me para o escritório, onde Jasper estava sentado, com o nariz em uma pilha de papéis.

—Isabella já foi?—perguntou distraído. Eu nada disse e me dirigi à estante, a fim de pegar uma bebida. Não tendo resposta, ele levantou os olhos e atentou para o fato de eu estar com as mãos trêmulas, servindo-me de um copo cheio de uísque.

—O que fez com ela?—perguntou, mal conseguindo esconder a raiva em sua voz. —Eu lhe disse que ela não era como as outras mulheres!—Jasper encolerizou-se e bateu a mão na mesa.

Controlei-me para não jogar o copo no chão.

—E que diabo você sabe sobre ela? Você devia perguntar é o que ela fez comigo para me deixar assim.—Apontei minhas mãos trêmulas para ele.—Sabia que hoje ela se encontrou com o cachorro ás escondidas em um jardim?—Soltei por entredentes e ele balançou a cabeça. Suspirei, e tentei o controle. —Quero que a leve para casa. Vá no carro dela e amanhã ela busca aqui. Está tarde para ela ir para casa só. —Matei o copo de uisque e já enchia outro.

—O que aconteceu agora?—Jasper tentava controlar a sua voz. A sua preocupação me irritava.

—Mulheres!—Falei com desgosto. —Elas nunca agem da maneira que se espera. Só existe uma razão pela qual eu queria me casar com uma dama e...

—Newton outra vez— Disse o Jasper com a voz cansada.

—ESTÁ MUITO CERTO! NEWTON! Tudo que fiz até agora, tudo que já trabalhei, foi feito a fim de descontar o que o Newton fez comigo. Durante todos esses anos de trabalho, anos que passei economizando, só tinha um sonho, e era de que algum dia ele viesse jantar em minha casa. Minha casa teria quatro vezes o tamanho da casa dele, e, sentada ao pé da mesa, estaria minha esposa, a mulher que uma vez ele negou-me, sua preciosa filha ROSALIE.—Fechei os olhos com a recordação, indeciso se isso ainda valia a pena.

—Céus, Edward!! Você nunca vai esquecer aquela mulher?! Ela está casada! Ela tem família! Esqueça isso!—– Ele ergueu os braços, exasperado—Se conforme! A vida passou. Bella não é de seu agrado?

Ri secamente e tomei mais um gole de uisque.

—Rá! A Isabella é uma excelente atriz. Ela fez uma cena muito boa. Deve estar querendo muito o meu dinheiro.

Jasper levantou da cadeira e pôs um pouco de uisque em seu copo.

—E se ela não estiver atrás de seu dinheiro? E se ela quiser um marido, filhos? — Ergueu a sombracelha e eu dei de ombros.

—Poderá consegui-los mais tarde. Tudo que quero é desmascarar o Newton. Já que não posso ter a filha dele, quero sentar-me em minha própria sala de jantar com uma dessas Forks lá, como minha, esposa.— Disse com desdém

—E o que pretende fazer com Isabella depois desse jantar tão sonhado? Ela não é um par de sapatos que possa jogar fora.—inquiriu indignado por ouvir isso da minha boca mais uma vez.

—Estou comprando-lhe algumas jóias. Ela pode ficar com elas e, também posso deixar esta casa que ela tanto gosta, tanto faz para mim.— Disse por sobre os ombros e me sentei na poltrona.

—Tão simples assim? Vai dizer-lhe que se vá, que cansou-se dela?—Ele riu com amargura.

—Ela ficará contente de se livrar de um tosco como eu.—Terminei o uísque, não conformado com as minhas próprias palavras. O que essa diaba doce está fazendo comigo?—Eu não tenho tempo para uma mulher em minha vida. Leve-a para casa, sim?—Saí da sala, ainda sentindo aquele cheiro irritante dela em meu nariz. A minha pele ainda queimava com a sua falta. Meu corpo ainda chamava insistentemente por ela.

Subi as escadas apressado, notando depois que ela estava na porta da frente. Porém, não olhei para trás e segui rumo ao meu quarto. É, eu tinha mesmo que ver a Jane. Talvez fosse a falta dela que me deixava vulnerável assim a essa mulher... Mas a Jane não fazia isso comigo. Ela não me excita ao ponto de me fazer perder a razão e de ser governado pelo juízo de baixo.

Rá, realmente a Forks é muito esperta e sabe o poder que seu corpo virginal exerce sobre um homem. Ela deixou-me aceso para possuí-la com aquele jeito de anjo e ao mesmo tempo com um corpo quente e ardente como o inferno. Agora seus olhos e gemidos não saem da minha mente...Ela é enlouquecedora. Cada som de sua boca se repetem em minha mente, tirando o meu juízo, fazendo meu corpo rugir.

Direcionei ao banheiro, indeciso se tirava ou não aquele cheiro impregnante da minha pele e roupa. Aspirei novamente o cheiro doce da minha mão, desisti do banho e deitei na cama, deixando aquele perfume se apossar dos meus sentidos e novamente meu corpo chamou por ela.

Como pode isso? Ela horas antes disse que queria manter-se virgem e depois me pediu que a amasse!?! Ela deve ter feito isso várias vezes com o Black. Atiçava-o e depois se retraia...Mas ela não se retraiu...Ela realmente estava se entregando. Merda, merda, merda. Por que não a possui? Soltei lufadas grandes de ar, irritado e excitado. Se ela pensa que consegue me enganar com o seu teatro está muito enganada! Deus! O que eu vou fazer com essa mulher tomando espaço na minha vida assim, mudando todas as minhas certezas? Estou agindo como um tolo, deixando-me envolver e perder o fio da meada.

Pense com a razão, Edward Cullen Newton.- Eu disse a mim mesmo.

Devia tê-la deixado em casa, sim, eu devia! Mas eu não sabia se conseguiria ficar perto dela e não fazer uma grande besteira. Como tomá-la lentamente e sem pudor. Arre!

Certo, amanhã ela virá buscar o seu carro e poderemos conversar quando eu estiver mais calmo e não tiver algo entre as pernas me governando.


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Notas finais do capítulo

Oi!!!Mandei dois pequenos, pois mandei um e terminei de editar o outro.Bom, para os novatos, passem na minha fic Entre o Amor e o Poder.Grande beijo.