Always Be Yours escrita por Kaory, Kbex


Capítulo 2
There's nowhere we can hide


Notas iniciais do capítulo

Dedico esse capítulo à uma das ficwriters mais brilhantes da nossa geração. Maria, sei que tudo o que você passou não foi uma das coisas mais fáceis. Mas, para alguém com um câncer devastador e uma vida tão fora de série, como você tinha, você é uma vencedora. Não por ter morrido, mas sim, por criar seu próprio mundo e alegrar o nosso com cada capítulo postado e palavra dita. Como nosso livro preferido traz: “Alguns infinitos são maiores do que outros...”, e, para completar essa linha de pensamento, deixo para você uma passagem de uma das minhas músicas preferidas: “O infinito é realmente um dos deuses mais lindos.”. Espero que esteja bem, aonde quer que esteja. As pessoas nos deixam marcas e você, com certeza, deixou uma bem profunda no meu coração. Lembro-me piamente de quando você me disse que segredos são poderosos e altamente perigosos e, que também podem unir pessoas e destruir amizades. O segredo nos uniu... e eu sinto sua falta.

Deixando o meu dramalhão um pouco de lado, eu quero agradecer, e dedicar esse capítulo também, à todas meninas que não esqueceram de deixar recadinhos na caixinha de comentário, e à vocês babezinhas que favoritaram: Nina, Cleo Tavares, Ana Beckett, Rafaela Santos, Katherine (Bia que nos ameaçou *risos) e Paulinha Spanic. Nós amamos vocês...

Sem mais delongas, espero que gostem desse capítulo porque ele é muito importante para a história.

Enjoy it =3



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Um dia antes…

POV KATE

Eu estava sentada na mesa da sala de jantar fazendo meus trabalhos da escola, e quanto trabalho! Tudo o que eu queria era que o final de semana chegasse logo, para poder me distrair um pouco, todas essas coisas estavam me deixando com dor de cabeça.

Pisquei meus olhos duas vezes, com a fisgada que senti em minha cabeça, e levei a minha mão até o local onde havia sentido a pontada, as letras se embalhararam na minha frente e eu fechei os olhos, apertando-os.

Respirando fundo abri-os devagar e encontrei uma mancha vermelha em cima do meu trabalho, assustada vi que mais uma gota pingou o papel branco, levei minha mão até meu nariz, que ardia um pouco, e vi que era dali que vinha o sangue.

Parei olhando para a folha suja a minha frente. O que será que esta acontecendo comigo? Questionei-mecom medo da resposta.

– Oh meu Deus, Katie, o que está havendo? – Ouvi minha mãe falar atrás de mim, mas não me virei.

Ela se posicionou na minha frente, a preocupação prefulgia de seus olhos castanho-esverdeados, ela tocou o meu ombro com delicadeza.

– Katie, querida, o que esta acontecendo? Está se sentindo mal? – ela me perguntava, enquanto passava as mãos pelo meu rosto, checando a temperatura.

Nesse momento percebi que ela não mais me encarava, mas sim olhava, horrorizada, para a mancha roxa e misteriosa que se alastrava por meu braço esquerdo. Nesse momento senti medo, muito medo, e não consegui controlar derrubar uma lágrima que brotou do meu olho direito.

– Nós precisamos ir a um médico – ela se levantou decidida.

– NÃO! – berrei e me levantei também.

Ideia idiota, muito idiota, porque uma forte tontura me atingiu e eu quase caí.

– Nós vamos sim. Olhe só para você, não é de hoje que percebo que você não esta bem, filha. Vamos até o seu médico, o Dr. Parker, você gosta dele não é? Vamos lá, ele vai nos ajudar e isso logo vai passar.

– E se não passar...? – eu sussurrei amedrontada.

Ah, qual é! Não sou mais nenhuma criança e sei que sangramentos no nariz, manchas roxas pelo corpo e fraqueza não são sinais de uma boa saúde.

Minha mãe parou no meio do caminho e voltou-se para mim, ela tinha um meio sorriso encorajador nos lábios e puxou-me para um abraço apertado.

– Vai ficar tudo bem meu amor, vamos só ver o que esta acontecendo, e faremos o que for preciso e logo estará boa de novo – ela me encarou e beijou minha testa – sente-se ali no sofá, qualquer coisa me chame.

Encarei ela sair e ir até as escadas.

Não, eu não queria ir ao médico. Não, eu não tinha nada e não precisava ir ao médico, é só um sangramento nasal, nada de mais. Sim era isso. Eu precisava convencê-los de que ir ao médico não seria necessário, e sabia muito bem quem poderia me ajudar.

Sorrindo eu fui, sem fazer barulho, até a mesa da sala de jantar, ignorando o papel manchado do meu trabalho e peguei o meu celular. Sim, ele iria me ajudar, como sempre o faz. Voltando para o sofá eu disquei seu número, mas antes que pudesse completar a chamada, sinto minhas pernas fraquejarem, e depois disso, tudo ficou escuro.

***

Minhas pálpebras doíam, eu queria abrir os olhos, mas parecia que havia um caminha de areia em cima deles. Franzi o cenho e senti uma mão no meu rosto.

– Katie, meu bem?

Fazendo um esforço abri um pouco meus olhos e a única coisa que vejo são dois pares de olhos assustados me encarando. Olho ao redor tentando captar as coisas e lembrar o que aconteceu.

Okay, eu estava no meu quarto, porque... porque...

– Ah – murmurei.

– O que foi? Está com dor em algum lugar? – meu pai me perguntou.

– Não – sorri fraco para acalmá-lo.

Queria me sentar, então meu pai me ajudou e sentou-se ao lado da minha mãe na cama. Ambos me encararam esperando alguma coisa que eu não fazia ideia do que poderia ser.

– Nós definitivamente vamos para o médico. – minha mãe falou me encarando e levantou o dedo indicador quando eu ia protestar – tentei agendar algo agora, mas é tarde da noite, só consegui amanha no primeiro horário.

– Mamãe...

– Kate, querida, precisamos ver o que esta acontecendo – meu pai disse sorrindo, me reconfortando – depois podemos fazer o que você quiser.

Olhei de um para o outro, eu sabia que não conseguiria discutir com eles, porque uma, eles enumerariam argumentos impossíveis de contrariar, e dois, eu estava realmente cansada para ter uma discussão.

Então dei de ombros e me aconcheguei novamente nas cobertas, me encolhendo na cama.

– É para o seu bem, meu amor – minha mãe falou e me deu um beijo na bochecha – amo você princesa.

– Descanse querida, amo você - meu pai beijou minha testa, como um beijo de boa noite, que eu não recebia desde os 8 anos.

Ouvi os passos deles no meu quarto e a maçaneta sendo aberta.

– Amo vocês também. – falei num sussurro, ouvindo um suspiro vindo da porta.

***

O dia...

– Katherine Beckett? – a voz de Dr. Parker soou de dentro do consultório, dando-me meus pequenos calafrios rotineiros.

Eu nunca gostei de hospitais, então Dr. Parker tentava tranquilizar-me com pirulitos desde os meus 4 anos. Ele era robusto, com seus cabelos castanhos grisalhos, olhos cinzentos e um sorriso acolhedor. Entrei segurando firmemente a mão de minha mãe. O que quer que aconteça, eu sei que ela estará lá para mim.

– Olá, Kate, o que a traz aqui? – ele perguntou educado.

– Ela está com sangramentos no nariz e, ontem à noite, eu notei essas manchinhas no braço dela – minha mãe falou intrometida, pegando meu braço e mostrando-o sem aviso prévio.

– Mãe, isso não é nada. As meninas seguraram muito forte no treino semana passada. – eu menti tentando amenizar minha situação.

– Os sangramentos ocorrem muitas vezes, ou, foi apenas uma vez? – ele ignorou as manchas, por hora, parecendo acreditar na minha versão dos fatos.

– Que eu tenha visto, foram três vezes... – minha mãe disse firme, com a pose da advogada renomada que ela era.

Como ela havia me visto sangrar outras vezes? Eu sempre me certifiquei de que ninguém visse, ou encontrasse, rastros no banheiro.

– Kate? – Dr. Parker chamava minha atenção – Seu nariz sangrou mais alguma vez, além das citadas?

Eu queria mentir e dizer que não, mas eu preciso saber a verdade

.

– Sim... – eu disse por fim, olhando para o pêndulo de Newton que continuava a bater desde que entrei na saleta.

– Katie, você poderia pegar um copo d’água para mim, meu amor? – mamãe disse com lágrimas pequenininhas brotando no canto de seus olhos.

Vi os olhares trocados por ela e o doutor, eu sabia que ela não estava com sede, mas assenti e me retirei.

Eu saí da sala e me sentei em uma das poltronas da sala de espera. Minha perna balançava inquieta, nada disso era justo, eu queria saber o que estava acontecendo comigo. Eles não podiam esconder o veredito de mim. Levantei e tentei olhar pelo buraco da fechadura, mas ela não tinha buraco. Apoiei minha cabeça contra a porta, pressionando meu ouvido, mas não dava para ouvir, parece que aquele negócio de ética entre médico e paciente também servia para as portas.

Desisti e fui me sentar, entretanto, desequilibrei-me esbarrando na maçaneta e caindo, sob minhas mãos, na entrada do consultório, sem deixar de ouvir o Dr. Parker dizer que era melhor, minha mãe e eu, procurarmos um oncologista. Eles me olharam abismados e, ao mesmo tempo, assustados com a minha queda e com o que eu poderia ter ouvido. Então era isso. Eu, Katherine Beckett, estava com câncer.


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Notas finais do capítulo

Não nos batam, deixem toda a fúria de vocês na caixinha de comentários abaixo. Nós amamos vocês. Bom feriado e espero que ganhem muitos chocolates do coelhinho.

Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagens e estará sujeita a cobrança após o sinal ~bipe~