Vírus 02 - O Retorno do Caos escrita por Artur


Capítulo 1
Capítulo 01: O Retorno


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Essa é a continuação da minha história Vírus, que chegou ao fim a um bom tempo. Quem quiser acompanhar essa continuação, não deve obrigatoriamente ler a anterior pois os fatos serão narrados ao longo dos capítulos aqui.Sem mais delongas, espero que gostem!



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Vírus 2 – O Retorno do Caos

Pov. Jessie

Meus passos estavam determinados, eu estava determinada .. em sobreviver. O suor agora escorre diante da minha pele, alcançando minha roupa completamente encharcada de sangue, sangue que outrora foi do homem que prometi sempre estar ao lado. Que me forneceu inúmeros momentos de alegria e de tristeza.

Seguro a foice com uma força jamais vista antes, meus olhos miravam ao fundo enquanto só o que consegui escutar foi minha própria respiração. Não consegui parar de andar, não consegui digerir os acontecimentos recentes. Não aceitei a perda dos meus filhos e do homem que amei.

As vezes penso em pular de um abismo e encontrar o meu fim definitivo ,mas suicídio demonstraria o quão fraca eu sou. As vezes penso que não conseguirei viver sozinha nesse inferno, sem alguém ao meu lado, sempre vivi as custas da proteção que a residência fornecia, mas tudo se foi, a humanidade, os ideais, tudo!

Tento evitar mas as lembranças marcantes persistem em prevalecer em meus pensamentos. É torturante, me sinto sufocada sem ter para onde ir, apenas quero gritar intensamente e deixar tudo se esvair normalmente mas, infelizmente não posso. Tenho que ficar atenta em tudo ao meu redor, aprendi da pior maneira que nem sempre os transformados são a pior ameaça, existem outros .. aqueles em que o apocalipse transformou, em um animal selvagem em busca de sobrevivência a todo custo! Sem se importar com os obstáculos a se enfrentar.

Cinco caminhantes atravessam no meu caminho, evito-os com o olhar, mas perfuro-os com a foice, um por um, completamente seca e ríspida.

Gemidos atrevem-se a sair, sinto uma enorme dor tomar conta do meu corpo, vou ao chão. Estava completamente exausta, mediante de tudo que passei mais cedo, meu corpo já não aguentava tanto cansaço. E ali deitada no meio da estrada, deixo-me relembrar de tudo que tanto evitei, do Ron, da Beth ... e do Henry .

As lágrimas escorrem por minha bochecha atingindo o solo, abro meus olhos azuis que rapidamente se fecham diante do sol escaldante que incomodava-os . Suspiro intensamente procurando levantar-me, já sem forças. Tive mais duas semanas de vida graças ao Henry que me deu a única vacina contra a ascensão do vírus, e essas duas semanas passaram-se tão depressa...

Tossi intensamente enquanto apenas sentia meu estomago se contorcer de dor, mas essa dor não se comparou a dor que senti quando vi meus filhos mortos na minha frente além de perder Henry em meus braços, justo ele que esteve de pé nesse apocalipse por tanto tempo! Não sei onde eu estava, sei apenas que era uma cidadezinha onde me abriguei por alguns dias, senti que meu fim estava próximo mas ainda assim, continuei a persistir em permanecer de pé, em permanecer viva.

‘’- ...você deve sobreviver a todo custo, não hesite em hipótese alguma, sempre ajude seus companheiros e nunca deixe que nenhum deles caiam perante os obstáculos que enfrentarão pela frente, seja forte. ‘’

Me senti fraca, minhas pálpebras ardiam enquanto respirar agora, era completamente difícil. Apoio-me em um poste fixado em uma calçada de frente à uma loja. Escuto dois disparos, não tive vontade de saber quem estava ali, tentando se proteger. Acontece que o meu fim estava chegando e eu tentava desviar ao máximo do caminho da morte.

– Ei você!! Corra imediatamente, apenas corra!! – Escuto a voz de um homem prevalecer, viro-me com dificuldades e noto que o mesmo corria desesperadamente de uma enorme horda de errantes.

Dei um suspiro em meio a dor virando-me agora para a frente, consigo dar dois passos quando caio ao chão, minha visão tentara fechar-se duas vezes, mas recusei o fato da minha hora ter chegado, gemendo constantemente, apoio-me na parede reerguendo-me novamente.

Andejo enquanto o homem continuava a correr desesperado, a horda era imensa e vinha justamente na minha direção, faz muito tempo que vi uma pessoa, um sobrevivente e as lembranças que tenho são as piores possível, não podia ser diferente com esse homem que vira a esquina despistando os transformados que agora, vinha em minha direção ferozmente.

– Des-graçado.. ! – Pronunciei com dificuldades, consigo dar alguns passos quando sou surpreendida por uma garotinha loira já transformada, vi a imagem de Beth na minha mente, arregalo meus olhos enquanto derramo-me em lágrimas dolorosas, seguro minha foice com um aperto no coração, deixo a garotinha caminhar em minha direção faminta, e antes que eu pudesse fincar no seu crânio, a mesma cai ao chão assim, do nada. Olho para atrás e vejo que todos os errantes caiam um por um, como se tudo estivesse acabando, como se o fim estivesse chegado para eles .

Três anos depois ...

Quem dera que tudo isso realmente tivesse continuado, que o apocalipse terminou e que cada sobrevivente agora teria o seu final feliz. Estávamos todos errados, as coisas estavam piorado para todos nós - Quando o caos retornar, ele ficará ainda mais temível – e foi exatamente isso que aconteceu.

Por um longo tempo, ficamos sem esses vermes perambulando pelas ruas desertas das cidades, agora só os sobreviventes realmente viviam . Não existia mais perdas ou dor, parece que a nossa salvação chegou. Tolos ...

Naquele mesmo dia em que quase encontrei meu fim diante a evolução do vírus, fui salva pelo mesmo rapaz que tentava correr da horda, ele voltou para me salvar . Até hoje vivemos no Fort Horth, uma comunidade criada pelos próprios sobreviventes onde reuniu ao passar do tempo, milhares de pessoas em busca de um lar. O fort na verdade se trata de uma cidade que foi totalmente modelada após o fim do vírus, cada um agora vive em prédios, casas qualquer coisa que tenha permanecido intacta na cidade, não existe nenhum líder ou comandante.

Entretanto, nas últimas três semanas voltamos a vivenciar todo aquele caos de antigamente.

– Ainda me pergunto como isso aconteceu.. – Lamentou Allyson passando a mão em seus longos cabelos escuros.

– Vai ver tudo que vivenciamos foi só um teste para o que realmente estava por vir. – Completou o sábio Gregory um homem com uma certa idade e uma experiência incrível.

– Você e suas frases filosóficas. – Reclamou Allyson ajeitando sua bota marrom.

– O retorno de uma batalha sem vitórias não deve ser encarado apenas como uma derrota e sim em uma nova oportunidade de lutar com uma arma de valor chamada experiência; Esta arma é a ambição de todas as pessoas que buscam um talento escasso chamado de razão!

– Ok, já chega tá bom? – Interrompeu a jovem, todos começam a rir .

– Só precisamos ter o dobro de cuidado e de coragem pra matar esses vermes 2.0! – Brincou dando gargalhadas Dilan o irmão de Drew, sempre levando essa inferno pro lado mais cômico, as vezes é tão insuportável .

– Então, valeu a pena eu ter te salvado? Senhorita Jessie . – Indagou Drew cessando meus pensamentos .

– Eu estaria bem melhor sem você, pode apostar! – Brinco enquanto ele acaricia meu rosto.

– Achei que você fosse intocável, Jessie . – Indagou Hilary aproximando-se enquanto puxava um banquinho para sentar-se ao nosso lado .

– Acho que tive uma exceção . – Respondi sorrindo.

– Ok bando de desocupados, está na hora de agir! –Berrou Luke surgindo com uma arma em mãos . Ele era daqueles tipo de cara super hiperativo mas sua companhia era confortante

– Não podemos ficar nessa bosta de lugar para sempre! – Exclamou olhando para todos nós.

Formamos um pequeno grupo quando tudo voltou a ser como era antes. Mas de alguma forma estou sendo uma nova Jessie, todas essas pessoas me mostraram que ainda existe gente boa por ai, só basta encontra-los. O Drew nem se fala, ele é um ótimo rapaz! Mas não quero vá mais adiante do que uma amizade fortificada.

– Vamos estourar uns miolos. – Completou Luke chutando a porta do estabelecimento, a luz adentra ao local com ferocidade incomodando nossos olhos, do lado de fora lá estavam eles, os errantes completamente diferente uns dos outros. Simplesmente eles meio que se desligaram e retornaram novamente ainda mais perigosos, mais deformados, mais velozes e bem mais pútridos!

Começamos a disparar em todos que vinha em nossa direção, as armas de fogo que arranjamos foram imensas, tudo graças a Luke.

– Estava com saudades de matar esses vermes! – Exclamou Dilan enquanto recarregava o fuzil.

Nos entreolhamos e uma verdadeira chacina dos mortos-vivos começa. Foi bem prazeroso, fazia muito tempo que não senti essa sensação de me proteger por si só, mas novamente estávamos subestimando a evolução do vírus, e as consequências .. virá ao longo dos dias.

Ninguém pode voltar no tempo e fazer um novo começo. Mas podemos começar agora e fazer um novo fim...


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