Os Fantasmas de Ian escrita por Luna Amaratto


Capítulo 12
Concertos


Notas iniciais do capítulo

Oi...
Desculpe a enorme demora, candocas!Acontece que meu computador pifou(novamente) e eu não tive o capitulo disponível .Mas agora ele está aqui!
Bom capitulo!



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Dia 22. Dia do casamento.

Ian ouviu o Baque! de seu corpo caindo. Estava de volta na floresta. Poderia pensar que aquilo tudo tinha sido um sonho, uma ação involuntária de seu inconsciente. Mas, se fosse um sonho, por que ele estava de cara a cara com dois pares de pegadas?Levantou-se e começou a andar calmamente com as mãos no bolso pela floresta.Parecia que tinha se esquecido que estava preso nela.Olhou para cima, e se assustou.Já era de manhã...Do outro dia!O casamento!Ian pensou. Sinead irá me matar se eu não estiver lá a ajudando. Mas aí se lembrou que não haveria mais casamento... Sinead... ficaria assim?Sozinha?Ele conhecia bem Sinead, e estaria mentindo se dissesse que ela nunca tinha amado alguém como amou Hamilton. E afinal, ela o tinha perdoado pelo Instituto Franklin, não?Por que não o perdoaria agora?

–Ela tentou me convencer de voltar para Amy à dois anos atrás, eu me lembro disso... Ela disse que eu iria me arrepender por não perdoar alguém que eu amava e me amava de volta... Quem diria que agora quem está nessa posição seria ela?

Ficou pensando nisso por um tempo... Será que ela iria se arrepender de não perdoar Hammer?Será que ela ficaria sozinha como a Si de seu horroroso futuro?Ela com certeza não merecia isso... Aquele futuro... Ian estremecia só de pensar nele. Lembrou do que Nat tinha lhe falado sobre Jake... Riu com o pensamento. Chutou uma pequena pedra que estava em seu caminho. E até hoje ele não soube dizer como foi que aquela pedra fez tudo se encaixar na cabeça dele. Não iria deixar isso acontecer. Na verdade, não deixaria nada daquele futuro sombrio acontecer. Jurou naquele momento, que quando estivesse morto ninguém escutaria aquelas palavras saindo da boca de Si e de Amy. Podia ter acabado com a vida dele, mas não ia acabar com a vida delas.

Ian começou a correr pela floresta até achar uma trilha.

–*Puf,puf*Já estou indo,Si!*puf,puf* Fique calma!Já estou indo!

Ele deve ter corrido durante uns quarenta minutos até sair da floresta. Lá perto havia um garotinho com uns oito, nove anos de idade. Ian sorria de orelha a orelha. O fantasma do futuro havia ido embora, era hora desse senhor Scrooger dar dinheiro aos pobres.

–JÁ É NATAL?-Perguntou ao garoto.

–Não!É sábado, seu idiota!

Ian nem ligou para a resposta do menino, logo voltou a correr em direção da casa de Sinead.

Quando chegou -acabado, por sinal- começou a ouvir um motor. Também viu Amy, e quando ela pareceu notá-lo, saiu correndo em sua direção gritando.

–IAN!

Quando terminou de correr, se atirou nele, o abraçando. Ian ficou tão surpreso, que chegou a perder o equilíbrio por um tempo.

–A-amy?!

–Ah, Ian, você quase me matou de preocupação, seu... seu...Saukerl!Nunca mais faça isso, ouviu bem?

Então ela bateu forte no braço dele, parecendo realmente zangada. Ian riu um pouco.

–Agora sim, parece a Ames que eu conheço. Mas por que estava preocupada comigo?

–POR QUE?Ian!Você saiu correndo que nem doido na direção da floresta e ficou um dia inteiro sumido! Está ficando louco?Você podia se perder, ou ser atacado por um animal, ou ser picado por uma cobra, ou...

–Amy!Fique calma. Hahaha, eu estou bem , não está vendo?

Amy parecia bem séria.

–Não tem graça isso, Ian. Nós nem contamos a Si, ela já está estressada o suficiente. Aquilo foi sério. Você podia ter... Podia...

–Morrer?

–Não precisa usar essa palavra se não quiser...

Ian riu novamente, lembrando de Natalie.

–Não vou morrer, vou ficar aqui, são e salvo. Ok?-Ele então a apertou forte, deixando sua cabeça afundar nos cabelos ruivos de Amy.

–Ian... Não se meta mais em confusão, tudo bem?-Ele sentiu poucas lágrimas escorrendo em sua camisa.

–Eu juro.

Depois de um tempo, Ian falou:

–Amy , você sabe onde está Sinead?Eu preciso falar com ela. É urgente.

–A Si estava tentando ligar o carro que não funciona-Ela limpou as lágrimas.

–Ligar o carro?Para que?-Ian se desvencilhou de Amy.

–Ué, para ir embora. Não vai ter mais casamento, esqueceu, Ian?A fita...Eu até tentei convencê-la, mas não adiantou de nada.

–O QUE?A Sinead não pode ir embora, Amy!

–Por que não?

Ian não a respondeu. Saiu correndo em direção a casa. As pessoas estavam correndo de outras muito ultimamente.

–IAN! ME RESPONDE!

–SIII! HAMILTON! SIIII!

Ian chegou de volta a casa. Lá, viu Sinead dentro do carro, com Ned -ou Ted- ao seu lado, e Ted- ou Ned- tentando consertar o carro. Na parte de dentro, Hamilton estava no canto da sala, vendo a cena pela gigante porta de vidro. Parecia desolado.

–Hamilton!Você não pode deixar isso acontecer!Lute por ela!Agora!

–Por que, Kabra?-Parecia cansado também- Não adianta... Ela nunca vai me perdoar...

Naquele ponto o carro já tinha pegado. Eles estavam saindo.

–ARGH!Será que eu preciso fazer tudo aqui?SINEAD!VOLTA AQUI!

–NÃO, IAN! JÁ ESTOU CHEIA DESSAS CONFUSÕES CAHILLS! VOU EMBORA AGORA!

Ned ou Ted pisou no acelerador e o carro foi embora. Ian começou a correr atrás dele.

–Mas que diabos...? -Disse Dan, que via o Kabra correr atrás do carro.

–IAN! O QUE ESTÁ FAZENDO?-Perguntou Hamilton.

–TENTANTO SALVAR SUA VIDA DE CASADO!

O carro já estava longe. Agora, já tinham saído da casa, mas Ian continua a persegui-lo. Eles estavam descendo uma pequena colina cheia de árvores, indo em direção a vila.

–SINEAD! SINEAD! POR FAVOR, EU TE IMPLORO, PARE O CARRO!

De repente, o carro derrapou, e bateu numa árvore.

Do motor estava saindo muita fumaça, e Sinead, Ted e Ned saíram do carro.

–Argh!-Disse Ned- Que droga!Mas não se preocupe, eu conserto rapidinho.

–Graças a Deus!-Disse Ian, indo em direção aos trigêmeos- Por Luke, Si, você é surda ou o que?

–O que você quer, Ian?-Perguntou Sinead.

–Te prevenir de fazer algo que irá se arrepender. Vem, Senta aqui.

Ele se sentou no chão, encostado em uma grande árvore.

–Ian Kabra?No chão?-Sinead riu um pouco, junto com Ian.

–Para você ver como estou desesperado.

–Hum... Tudo bem.Mas só por que você cometeu dois atos raros em um único dia.Perseguiu um carro só para conversar e sentou no chão em meio de terra.

–Três. Também abracei Amy Cahill.

–O QUE?

–Hahahaha.Nada, esqueça.Venha logo.

Ela se sentou e virou o rosto para ele.

–Então?

–Então é o seguinte: Você se lembra, quando eu terminei com Amy, e você me disse que eu iria me arrepender por não perdoá-la?

–Lembro...

–E quando você disse que eu, abre aspas, “Ainda a amava e tinha sorte por ela me amar também”?

–Sim... -Ela parecia começar a entender. E não estava gostando muito.

–E que também me disse que por mais que traição não seja algo nada nobre e digno de alguém como eu, deveria perdoá-la do mesmo jeito?

Sinead suspirou, cansada. Abraçou os joelhos, e deitou sua cabeça neles.

–Ian... Não faça isso...

–Não, Sinead, deixe-me terminar. Você disse que eu estaria sendo superior fazendo isso e que me arrependeria por não ficar com ela. Bom, aconteceu, eu me arrependi naquele momento, mas só notei isso agora.Por que eu a perdi.Mas não vou deixar você fazer o mesmo consigo.Não merece isso.

–Ian...

–Agora, Sinead, é você que está nessa situação, e do que adianta dar conselhos se você mesma não os segue?

–É, mas...

–Mas nada. Não tem desculpa. Sabe porque ?Por que o perdoou.

–Como é?-Ela parecia surpresa e incrédula ao mesmo tempo.

–Pois é, minha cara prima. Você quer saber como eu sei disso?

–Aham- Disse Si, meio risonha.

–Bom, vamos lá. Você percebeu que não brigou com Catrine uma única vez?

–Bom...- Sinead se virou, em uma expressão enviesada.

–Pois é. Não brigou. Nem um único grito.Também só gritou com Hamilton naquela hora. Depois ficou trancada, em silêncio. Eu te conheço bem, Si. Sei como sua cabeça funciona- Ele suspirou- Mesmo tendo ficado esse tempo todo longe, sei como você fica quando está com raiva. –Nessa hora, ele olhou para baixo e deu uma risadinha- É até um pouco parecida com Amy nesse quesito. Não são de explodir, mas quando acontece, viram a Fera em pessoa. Mas diferente dela, depois que o momento passa, sempre fica sozinha, para pensar melhor. Sempre admirei isso em você. Ao contrário de mim, você tem a capacidade de “Sair de si”, e olhar as coisas pelo lado de fora. Sempre foi uma pessoa racional, Sinead. Mas nunca foi de tomar decisões precipitadas. Por impulso, como está fazendo agora. Eu não sei se é por causa do nervosismo, ou até do medo de não saber se está realmente tomando a decisão, correta, mas de uma coisa eu sei. Você poderia perdoá-lo se quisesse.

Perdoá-lo, como eu não fiz com Amy, pensou.

Sinead o olhava estática,sem palavras.Ian continuou.

–Pense direito. Seja a mulher prática, mas que consegue colocar os sentimentos na mesa, que sempre foi. Diga-me, mas com sinceridade: Você quer se separar de Hamilton?Quer perde-lo?Quer parar de acordar ao lado dele todo dia, parar de ter aquelas conversas que você me disse tanto gostar de ter?Quer parar de receber aqueles abraços de urso carinhosos dele?Quer... Quer... Quer por fim no amor de vocês dois?- Ele fez uma pequena careta com essa última frase, sabendo que falando isso, estaria admitindo que o amor vale a pena. Mas, incrivelmente, não se importava.

Ela engoliu em seco, e disse:

–I-Ian... Nossa. Você nunca foi tão... Sentimental. O que houve?Teve uma pancada na cabeça?

Várias, pensou Ian. Livradas, escorregões, quedas dolorosas... Mas ele só riu.

–Só quero mudar as coisas. Quero... Consertar, para ser exato.

–Consertar?

–É. Finalmente me toquei daqueles três longos anos, Si. Quero mudar.

Ela sorriu de um jeito doce para ele.

–Estou muito orgulhosa de você, primo.

–O CARRO ESTÁ PRONTO, SI, E AÍ?- Disse um dos gêmeos.

Ian olhou para o carro e depois voltou sua atenção à Sinead.

–É, Si. E aí?Para onde vamos?

Sinead ficou uns segundos em silêncio, olhando para o nada. Então, ela disse com um sorriso bem Cahill:

–Vamos para minha casa. Há um casamento para arrumar.


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Notas finais do capítulo

Ficou uma *****, mas tudo bem.Gostaram?Querem me matar!É só dizer ^^