First Kiss? escrita por The Emptiness Duchess


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Esse é o que eu tanto queria escrever! A ideia apareceu no meio noite, quando eu estava quase dormindo. Fiquei desesperada pra anotar no celular e não parei até beeem tarde...



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O céu estava azul e o sol era forte, compensado por uma brisa passageira que às vezes convinha de vir refrescá-los.

Midorima mantinha a mão esquerda em cima da sua bolsa onde se encontrava provavelmente o item da sorte mais difícil de conseguir que já tinha sido requisitado: uma pelúcia de si mesmo. Takao prometeu ajudá-lo com aquilo e em troca, o esverdeado teria que levá-lo ao festival esportivo da Teiko.

– Estou meio curioso, o único festival esportivo que eu já fui foi no ginasial e tudo que tinha lá eram algumas pistas de corrida e competições – o moreno comentou.

– Hm. Na maioria das escolas é assim, acho. – ele deu uma pausa – Mas a Teiko não é maioria.

Ao dizer isso, a escola tornou-se visível e Takao ficou boquiaberto. Aquilo sim era um festival.

Música e vozes conversando animadamente, barracas com comida, bebidas e jogos... Era simplesmente grande demais para ser classificado como um “festival esportivo”. Parecia mais uma festa de ano novo.

– Wa! Shin-chan, vamos comer e jogar algumas coisas!

– Me recuso.

– Vamos lá... Eu me esforcei tanto para fazer essa pelúcia de você! – ele olhou com cara de cachorrinho abandonado. Midorima suspirou.

– Certo, só um pouco então...

O moreno comemorou internamente e arrastou o lançador por todos os cantos que podia.

Na verdade, não estava tão interessado assim nas atividades do lugar, mas precisava ganhar tempo. Uma hora ou outra o capitão assustador da Geração dos Milagres iria chamar por MIdorima e o mesmo com certeza atenderia ao chamado. Só Deus sabe o que aqueles dois fariam numa sala sozinhos, não deveria arriscar.

Tinha esperança de deixar o amigo exausto o mais rápido possível para depois irem embora. Se tudo ocorresse como o planejado, ele manteria o indefeso Shin-chan a salvo das garras do leão malvado (lê-se Akashi) e de quebra ainda poderia passar o dia inteiro se divertindo com ele! Era perfeito, mas não infalível. Isso o mantinha em alerta.

Compraram picolés e Shintarou pediu que fizessem uma pausa pois queria checar o celular que há algum tempo não parava de vibrar. Takao recusou-se e o arrastou por mais lugares. Sabia quem era a pessoa que queria falar com Midorima. E não o deixaria de jeito nenhum encostar um dedo sequer no amigo. Ou pelo menos tentaria.

– Oe, Takao! Você está me ouvindo? – o esverdeado o chamou impacientemente.

– Ah, perdão. O que você disse?

– Eu disse que preciso ir, o Akash...

– Boa tarde, que surpresa encontrá-los aqui. – uma terceira voz interveio fazendo Midorima levar um susto.

“Ele faz de propósito, eu sei que faz...” pensou consigo mesmo.

– Yo, Fantasma-san! Kagami! – Takao conteve um suspiro de alívio. Kuroko e Kagami chegaram na hora certa.

– Por favor não me chame desse apelido. Me faz parecer do mal.

– Certo, e que tal El Ghost?

Kagami abafou o riso com o sotaque de Takao ao dizer a palavra em inglês e Kuroko lhe lançou um olhar de censura.

– Eu decidi, não me chame de nada Takao-kun.

O moreno sorriu e se virou para falar com Midorima. Percebeu com certo desespero que ele estava andando em direção oposta e tentou:

– Ei, Shin-chan! Kagami e Kuroko estão aqui, vamos nos inscrever em alguma partida de basquete para visitantes?

– Mais tarde, eu preciso ir falar com Akashi.

– Espere! Posso ir com você? Essa escola é muito grande e eu não quero me perder.

Midorima parou e o olhou.

– Não. Mesmo que você venha comigo, ele vai te mandar ir embora. Fique com Kuroko, ele também estudou aqui caso não se lembre.

Takao lhe lançou um olhar como se pudesse avisá-lo de que não podia ir lá. Ainda tinha um fio de esperança que o esverdeado compreendesse. Mas ele não compreendeu.

Era o fim pra ele, perderia o jogo antes mesmo de ter feito sua jogada. Perderia de novo pro Akashi.

~^^~

Ao entrar no prédio principal sentiu certo receio do silêncio do local. Estava uma barulheira lá fora e entrar num lugar tão quieto era desolador.

Ele olhou a mensagem no celular.

“Estou te esperando no lugar de sempre” – Akashi, 15:24 p.m.

Midorima suspirou e andou até a sala onde costumavam jogar. Nem bateu na porta e já entrou, encontrando Akashi sentado confortavelmente em frente ao tabuleiro de shogi. O esverdeado se sentou na outra cadeira e o observou. Um silêncio desconfortável se seguiu.

– Vamos jogar? – o ruivo quebrou a quietude.

Sem mais nenhuma palavra, os dois jogaram três partidas de shogi das quais Akashi venceu todas. Era o esperado, de qualquer forma.

Depois disso, o ruivo apenas o encarou, como se esperasse algo.

– O que você quer Akashi? – o lançador disse, suspirando.

O capitão abriu um sorriso carregado de malícia.

– Você sabe muito bem o que eu quero e se não quisesse o mesmo não teria vindo aqui.

– Nós combinamos de não fazer mais isso – Midorima retrucou, decidido.

Akashi o olhou sério, se levantou e foi até a porta. O esverdeado pensou que ele ia embora, mas acabou percebendo tarde demais que o ruivo tinha trancado a sala.

– Ei, Akashi! – Midorima reclamou em vão enquanto se levantava.

Os olhos heterocromáticos o encararam. O lançador sentiu um calafrio e Akashi aproveitou essa chance. O puxou pela gravata e o jogou no chão com uma força descomunal. Midorima gemeu de dor ao bater as costas contra a parede.

O ruivo sentou no colo dele sem quebrar o contato visual e sem soltar a gravata. O beijou fervorosa e demoradamente.

Com a mão livre, Seijuro tirou os óculos do esverdeado e os colocou de lado. Ofegante, Midorima pediu explicação:

– Akashi...?

– Eu gosto dos seus olhos. Quero olhar pra eles então trate de mantê-los bem abertos. Não me desobedeça.

O ruivo começou a distribuir beijos no pescoço do maior, que se esforçava para não deixar nenhum som desautorizado sair. Sem querer, acabou fechando os olhos. Sentiu uma mordida dolorida naquela área que com certeza deixaria uma marca.

– Eu mandei não me desobedecer. – o hálito quente contra a sua pele deixou Midorima arrepiado. A blusa que o mesmo usava era de mangas curtas e por isso, o capitão percebeu. Sorrindo, completou:

– Estou te dando arrepios?

Shintarou engoliu seco.

– Akashi... pare... – Midorima pediu. Na tentativa de falar, acabou deixando escapar um gemido tímido que foi como música para os ouvidos do capitão. Seu pescoço era muito sensível e há muito tempo, quando o ruivo descobriu aquilo, tratava aquele pedaço vulnerável de Shintarou como um novo brinquedo: sempre atacava ali primeiro.

Com um olhar de predador, Akashi sussurrou:

– Shintarou, você lembra como fazíamos antes? Você me deixava daquele jeito, sem fôlego e quando estávamos quase... A gente parava. Quantas vezes você acha que eu precisei aliviar a mim mesmo depois dos nossos “encontros”? Sussurrando seu nome? – ele fez uma pausa. - Isso não vai acontecer hoje.

Midorima se sentiu constrangido. Não tinha jeito, Akashi simplesmente admitiu que se... masturbava... pensando nele...

O ruivo lhe roubou mais um beijo enquanto desfazia o nó de sua gravata. Depois de abrir os primeiros botões da camisa branca que Shintarou usava, ele mordiscou a orelha do mesmo lhe arrancando um suspiro. O ruivo ainda fez um trajeto com a língua no pescoço do maior.

Midorima o olhou nos olhos por um momento ao perceber algo que o deixou surpreso. Queria confirmar se não era sua imaginação.

– Akashi... você está bem...? Está tremendo? ...Chega, vamos parar com isso. – ele disse colocando suas mãos sobre as do capitão.

– Não. Eu só estou um pouco nervoso, não é nada impossível de se lidar. E se vamos parar ou continuar, eu decido.

Visto que o ruivo iria continuar teimando, Midorima pela primeira vez tomou alguma atitude. Pressionou o menor contra o chão, invertendo as posições e ficando acima dele com a perna direita entre as coxas do outro.

– Não tem problema estar com medo... Você sabe que mesmo que eu passasse a te odiar eu não contaria pra ninguém. Agora chega. Não vamos fazer isso.

– Eu não estou com medo. Eu não tenho medo de nada.

Midorima suspirou pesadamente e sussurrou em seu ouvido:

– Você é mesmo teimoso. Eu vou te mostrar o quanto você está assustado.

O ruivo sentiu um arrepio.

Midorima o segurou pelos pulsos acima da cabeça com uma mão e passou a outra debaixo da blusa de Akashi acariciando cada pedaço que podia. Uniu os lábios e em poucos segundos sua língua já estava invadindo a boca do ruivo em um beijo selvagem.

Até aí estava tudo bem para o ruivo que tentava ignorar o desconforto da posição. O problema foi quando a mão de Midorima começou a descer cada vez mais e ele começou a se sentir desesperado.

Não podia negar, estava um pouco nervoso demais. Era pra estar esbanjando luxúria a esse ponto e ao invés disso, estava desejando que aquilo acabasse logo.

Tentou se mover para dizer ao esverdeado que parasse pelo menos o beijo, já que seus pulmões necessitavam de ar. O mesmo entendeu o recado e ofegante, finalmente se separou do ruivo. Ele parou de descer a mão que já estava no fim do abdômen. Mas não soltou o menor.

– Você quer que eu pare? Admite estar com medo?

– Nunca. – Não era isso que ele queria dizer, não era isso que precisava dizer... por que disse isso?

– Pois bem.

Akashi pensou que ele continuaria a descer a sua mão e lhe fazer carícias naquele lugar, mas Midorima se ocupou em despi-lo. O ruivo entendeu que estava recebendo outra chance, mas só disse o que o esverdeado esperava ouvir após já ter tido o zíper da calça aberto e a blusa retirada.

– Pare.

Midorima o encarou por um tempo e depois finalmente o soltou apenas para sentir um ardido no lado direito da face. Quase riu, levou um tapa.

– Por ter me atacado de repente – Akashi explicou.

Shintarou o olhou curioso e colocou a mão no peito do ruivo. O coração dele batia a mil.

– Por que estava se forçando tanto?

Seijuro colocou a mão no peito do outro. Se o seu pulso estava rápido, o dele parecia estar prestes a explodir. O menor sentiu até uma pontada de aflição, parecia que ia parar a qualquer momento.

– Não é como se eu fosse o único. Você por acaso já...? – o ruivo levantou uma sobrancelha.

– Não, essa seria a primeira vez.

– Entendo.

Os dois ficaram se encarando por um bom tempo. O silêncio foi quebrado quando o celular de Midorima vibrou. Akashi suspirou e disse:

– Vá embora. Volte pro seu cachorrinho. Ele não para de te mandar mensagens já faz algum tempo, se não percebeu.

Shintarou colocou os óculos e olhou o celular.

“26 mensagens não lidas”

Suspirou e pensou no quanto Takao era exagerado, mas voltou atrás no pensamento ao perceber que fazia uma hora e meia desde que dissera que ia falar com Akashi.

Arrumou a gravata e abotoou a camisa. Olhou-se no reflexo da janela com certo receio. Parecia tudo em ordem não fosse pela marca vermelha no pescoço. O ruivo lhe arremessou a chave da sala e ele a destrancou. Andou até a porta e parou.

– Akashi. – o chamou.

– Hm?

– Nos vemos no festival de verão. – sorriu com segundas intenções estampadas na face.

O ruivo abriu um sorriso igualmente malicioso.

– Estarei te esperando no lugar de sempre.


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Notas finais do capítulo

Não sei se vou fazer outra continuação tãão cedo, mas não vou marcar como terminada pra não correr o risco de novo.



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