Envie Um Anjo escrita por Miss Mikaelson


Capítulo 1
Capítulo Único - Envie Um Anjo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo único. Espero que gostem. Dei o meu melhor e, falando honestamente, achei o resultado satisfatório. Mas digam-me a sua opinião.



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Capítulo Único - Envie Um Anjo


Nem todos os anjos são denominados anjos. Às vezes simplesmente os conhecemos por outro nome: amigos. A vida propriamente nos dá irmãos de sangue, mas o coração encarregar-se de escolher os nossos anjos de coração. Lá vem a chuva novamente, caindo das estrelas e inundando o meu ser. Assim como o meu pai se foi, como o tempo passou e tudo apagou, vinte anos passaram muito rápido. Mas as minhas memórias ainda estão intactas. Essa não é uma história para um coração partido. Nem tampouco um lamento para aquele que perdeu a fé.

Assento-me embaixo de uma velha árvore ao fundo de casa. Aspiro o ar salgado e os aromas exalados dos pinheiros ao meu redor. Logo estou de volta a minha infância. O vento assoprara contra o meu rosto maduro, mostrando-me o quanto os anos passaram. Um curto filme reflete em minha mente, fazendo-me voltar a imaginar aquele garoto inocente de dez anos. Mas a vida ensinou-me que o inocente nunca pode durar. Os bons também não.

Em abril de 1950 nos mudamos para a cidade de Benson, Carolina do Norte, condado de Johnston. Meus pais haviam se separado três anos antes da morte de minha mãe, obrigando-nos a morar com o nosso pai na Carolina do Norte. Meu pai, Ernest Grant, praticava a medicina naquela época. Casou-se novamente após o termino de seu casamento com nossa mãe, mas jamais fora a figura paternal mais presente. Eu, sendo o único filho homem, como também o mais velho, sentia-me o responsável por minhas duas irmãs mais jovens. Embora o meu relacionamento com meu pai não fosse o mais amigável, não havia tentativas de minha parte a fim de melhorar a nossa relação.

— O irritastes demais desta vez, Eli — disse a minha jovem irmã Annabelle. Com os grandes olhos azuis marejados, naquele tom condolente que me recordava de nossa mãe, enrolando os cachos louros como sempre fazia ao estar nervosa, aproximara-se de mim tocando-me os ombros. — Por favor, Elis, peça desculpas.

— Não, Annabelle — retruquei em tom solene. — Basta. Ele nunca cansará de tratar-me como uma criança.

Com os ombros baixos ela saíra do meu quarto, entristecida. Logo nem dois segundos se passaram quando ele entrara no cômodo. Abaixei os olhos, enraivecido, sem vontade de encará-lo diretamente como sempre exigia ao dar-me uma lição de moral.

— Olhe para mim, Elias — ordenou sem paciência. Assim o fiz. Fiando-o com ira. Com o mesmo olhar mal encarado que tanto o desagradava. — Lastima-se por tratá-lo como criança, mas nada fazes de que me convença do contrário. Escute-me, Elias, sei que tem sido difícil desde a morte de sua mãe, mas... a vida seguirá. O tempo passará e não irá esperar por mais um de seus caprichos.

Demandou ele irado pela reclamação que recebera de minha nova escola. Não havia nem sequer um mês de estudos na escola do bairro e eu já havia sido expulso. Segundo o diretor, o meu comportamento selvagem não seria aceito em sua instituição. Vetando assim os planos de meu pai de ter-me como um futuro estudante de medicina.

— Caso o meu futuro seja um fracasso — disse olhando-o nos olhos —, poderá tentar o seu sonho novamente com a sua esposa. Talvez nasça o filho perfeito que jamais o decepcionará.

— Basta de insolências, Elias! — murmurou ele controlando a alteração. — É hora de seguir em frente, rapaz. Não aceitarei um fracassado como meu filho.

Ele deu as costas poupando-me de argumentar. Segui-o até o corredor, encontrando os olhares intimidados de minhas jovens irmãs, encolhidas num canto de parede. Antes que ele trancasse-se no escritório e se ocultasse naquele local pelo resto do dia, disparei:

— Ainda lembra-se de minha mãe, pai? — requeri liberando o meu ódio. — A mulher que trocara por uma mais jovem? Que a morte dela assombre-o para sempre! O senhor é o culpado por isso!

Tranquei-me no quarto novamente, deixando-o na porta com aquele tom amargo e expressão de bom pai arrependido que falhara com o filho. Nas semanas seguintes ele me enviara para a Benson Elementary School, uma escola primária que segundo ele, transformar-me-ia num exemplo de filho; aquele que ele sonhara para chamá-lo de pai. Mas a escola nem sempre conseguira mudar minha natureza.

Na segunda semana de aulas, após um breve teste aplicado para avaliar o potencial desenvolvido pelos alunos nas escolas anteriores, fui imediatamente convocado a sala do diretor. Evidentemente que a situação haveria de se complicar ainda mais quando ele mencionara o meu pai.

— Seu pai me avisara do seu proceder insubmisso, senhor Grant — alertara-me. Era na verdade um senhor de meia idade. Cabelos negros e barba bem feita. Possuía o hábito de movimentar o resto de charuto imposto no cinzeiro sobre a sua mesa. — Pois saiba que jamais será aceitável este comportamento nessa instituição. Porém... voltemos ao assunto que tratávamos. Falávamos de suas notas em seu teste de avaliação. Bem, um fato inaceitável levando em consideração que o seu pai é um médico de renome em nosso estado...

— Ouça-me, senhor, o equívoco de muitos é comparar-me ao meu pai — acomodei-me novamente na cadeira de madeira. — Não cometa o mesmo desacerto de muitos.

— Escute-me, filho — prosseguiu ignorando o meu dito. — Conheço perfeitamente o seu dilema. Bebidas, cigarros, enfim... tudo aquilo ajuda-o a suprir o desafeto e carência que acredita receber de seu pai. Mas saiba que essa não é a melhor maneira de chamá-lo atenção. Por sorte, nossa escola havia feito uma parceria de estudos com a Benson Middle School. Como sabe, é uma excelente instituição de ensino... enviaremos materiais para ajudar na edificação da nova quadra de basquete, e em troca eles nos enviarão os seus melhores alunos para reforçar o ensino daqueles casos mais graves.

O meu caso, especificamente. Benson Middle School. O nome não me era estranho. Caso o meu raciocínio estivesse correto, Benson Middle School era a escola local de ensino fundamental. A mesma escola que meu pai resolvera enviar minha irmã mais jovem, Annabelle.

Por mais merecedor de escárnio que fosse essa situação de receber aulas particulares de um aluno que talvez tenha a idade de minha irmã caçula, meu pai me coagira a aceitar a oferta. Aparentando estar cativado por meus estudos, me oferecera outra proposta; receber aulas privadas de Mrs. Jordan — um soldado emérito que dedicava o seu tempo a dar aulas de matemática no bairro. Logicamente não era a ideia mais admissível. O que se esperar do ensino de Mrs. Jordan? O senhor de barba branca que corria pela rua todas as manhãs recitando equações.

À tarde ressoou a campainha. Caminhei até a porta principal a fim de receber o meu novo tutor mirim. Rolei os olhos para o lado esquerdo e em seguida o oposto, abaixando por fim os olhos até encontrar o jovem menino que me daria aulas desde então. Vergonha, raiva, ódio. Como descrever a sensação de ser ensinado por um garoto que sequer barba possuía? Era um menino pálido e franzino, cabelos negros e olhos verdes, rosto fino e os pequenos lábios grossos.

Assentava-me todas as tardes na garagem da casa, apesar de meu pai ter oferecido a imensa varanda da casa, onde os ventos assopravam forte todas as tardes, com aquele leve ar salgado e aroma de pinheiros. O jovem tutor revisava a matéria aplicada na escola durante a semana, visitando-me duas vezes por semana. Mas não me interessasse qualquer palavra que recitara.

— Como chegara ao primário? — perguntou o Christian após um curto intervalo segurando meus testes de sondagem. Enquanto isso me dedicava a sintonizar o rádio sobre a mesa.

— Silêncio! — ordenei. — Desejo ouvir o programa. — Ele me fitou de maneira rude, como se de alguma forma o insultasse.

— O que há de interessante nesses poglamas que os livros não o ofereçam? — revidou ele.

Abafei o sorriso. O que seria mais vergonhoso do que receber aulas de um rapazinho de dez anos que sequer desenrolara a língua?

— O que disse? — exigi amigavelmente.

— Bem, disse que...

Virei-me para consertar a Egli Vincent. Enquanto limpava minhas mãos imundas de graxa no tecido imposto sobre a moto, o jovem Christian aproximara-se de mim, tocando-me os ombros com a ponta do lápis.

— Preste atenção, Elias Grant! — ordenou ele arranjando a postura. Fitei-o sem crer. Liberei um meio sorriso de escárnio ao ver aqueles ombros finos bem erguidos.

— Sente-se, Língua-Presa — murmurei friccionando restos de graxa contra o seu rosto fino. — Acomode-se até o término de nossa aula. Quando terminarmos poderá relatar ao diretor Hunter que cumprira o seu dever.

— Não. — discutiu Christian. — Assim não aprenderá. Do que valerá o meu tlabalho?

— Pouco me importa o seu trabalho, menino — respondi imediatamente. — Do que lhe interessa os meus estudos? Meu pai vê-me apenas como um brinquedo estragado que não pôde manipular!

— Mas então é isso, não? — questionou com as sobrancelhas erguidas. — Seu pai não o admira e em troca você o justifica com esse comportamento. Todos esperam o fracasso de você, Elias. Então por que não os mostra o contrário?

Havia uma diferença entre receber uma advertência de um adulto e outra notável vinda de uma criança de dez anos. Uma criança madura para a idade, que me fazia questionar se era realmente uma, mas apesar da maturidade ainda assim uma criança.

Terminei os últimos ajustes da Egli Vicente. Sorri pelo meu feito, ignorando o dito do pequeno tutor ao meu lado. Quando Christian intrometera-se novamente em favor de meus estudos, bufei:

— Esqueça o que meu pai pensa! Vá para casa correr na rua e brincar com seus amigos!

Ele colocou-se de frente a mim.

— Mas eu não tenho amigos! — respondeu em seu tom normal, calmo.

— Triste — disse com desdém. — Mas o que tenho eu a ver com isso, afinal?

Christian acomodou-se no pequeno banco ao meu lado. Abaixou os olhos e deixou escorrer um lágrima. Ótimo. Eis que agora passo de jovem indisciplinado a maldoso ser humano que insulta crianças. Apesar de ser eu o irmão mais velho, jamais me encontrei numa situação de pacificar os ânimos de uma criança. Normalmente eu as impacientava.

Coloquei a Egli Vicente para fora da garagem. Este então era o momento perfeito para testá-la. Meu pai havia saído para trabalhar no inicio da manhã e retornaria pela noite, enquanto minhas irmãs mais jovens estivessem dormindo, murmurando o nome de minha falecida mãe; a esposa de meu pai, por outro lado, permanecia em seu constante estado de estupidez, sem dar-se conta da passagem do tempo.

— Venha, garoto — disse num pedido de desculpas. — Teste a Egli Vicente comigo.

Ele estufou os olhos e paralisou-se diante do pedido. Por fim falara, com uma voz atônita:

— E-eu... mas... não tem idade para fazer isso! — retrucou como falaria meu pai caso estivesse presente.

Ignorei-o a fim de prosseguir com o meu teste. Meu pai comprara a Egli Vicente ano passado, mas jamais conseguira tira-la da garagem novamente, pois após um acidente que sofrera e o deixara um mês impossibilitado de andar devido à fratura que sofrera no joelho, dissera-me que eu a receberia quando finalmente completasse dezoito anos e adquirisse responsabilidade. Isso ocorreria em dois anos. Ou nunca, se levarmos em conta que o meu amadurecimento foi um dos quesitos estipulados por ele.

— Eis uma razão para não possuir amigos, Língua-Presa — assegurei-o. — O fato de agir como adulto não o ajuda a socializar muito, imagino. Bem, mas eu estou aqui para ajudá-lo, não?

– M-mas... sou que eu estou aqui para ajudá-lo — relembrou-me. — Não se faça de desentendido.

— Ora, cale-se — determinei. — Suba logo nesta moto. Não seja um covarde, rapaz!

Ele obedeceu ainda hesitante. Sorri ao ver o pânico aparente no rosto do menino, mas estimulei-o a permanecer. Quando percorríamos as ruas da cidade em direção ao parque, ele soltara um ou dois berros de pavor, enquanto eu apreciava o vento contra o meu rosto.

(***)

Havia uma apresentação feita nas vésperas natalinas que envolvia as escolas Benson Elementary School e Benson Middle School. Uma repetitiva peça que sempre fazia os espectadores dormirem antes do término. Meu pai me forçara a acompanhar a peça por causa da terrível apresentação decorativa de minhas irmãs mais jovens, Annabelle e Myrelle.

Myrelle esquecera a fala três vezes, fazendo meu pai, assentado na primeira fileira, ao lado de sua esposa, relembrar-lhe a fala discretamente. Tão discretamente quanto à roupa de anjo que puseram em Annabelle. Após cinco minutos de apresentação, quando meu pai e sua esposa encontravam-se distraídos com a apresentação catastrófica de minhas irmãs, esgueirei-me para longe daquele desastre tedioso.

No rossio em frente à escola encontrava-se o meu pequeno tutor, vestido de mago, pois havia se apresentado minutos antes. Com os olhos colados na jovem loura a sua frente, sequer percebera a minha presença. A menina usava um vestido colorido na altura do joelho, dona de belos cabelos alourados e um sorriso encantador. Talvez dois ou três anos mais velha do que o pequeno Chris.

— Ela é bonita, Língua-Presa — sussurrei enquanto aproximava-se. O pequeno Christian assustara-se a princípio, mas em seguida concordara. — O que está esperando? Vá falar com ela, rapazinho!

— E-eu nunca falei com uma garota antes — admitiu envergonhado, com os olhos baixos.

Inclinei-me a medida de sua altura, olhando-o nos olhos e em seguida aconselhando-o:

— Bem, aproxime-se dela e diga que tem belos olhos.

Ele o fez. Marchou trêmulo rumo a moça que caíra de paixão; vez ou outra olhando para mim, que o encorajava, observando de longe o seu proceder. Nada fez senão olhá-la e balbuciar.

— E-eu tenho belos olhos! — disparou para a menina que sorriu sem reação.

Elevei as mãos ao rosto, envergonhado. Nunca havia compreendido a tão falada vergonha alheia que sempre deixara minha mãe com as maçãs do rosto vermelhas, mas, de certa forma, aquele foi o primeiro caso que realmente envergonhei-me.

Quando a moça o abandonara sorridente, Christian voltou até mim, intimidado. O pobre garoto havia interpretado mal meu conselho. Eu não me manifestaria em caso contrário, mas Christian realmente precisava de ajuda.

— Muito bem, rapaz! — respondi moderando o desdenho. — Ela o acha um idiota, eu presumo. Mas por sorte creio de devo ajudá-lo. Venha comigo. Esta noite o ensinarei a namorar.

Naquela noite Elisa Yang havia terminado os afazeres teatrais antes do estimado. Convidei-a para um passeio, e a mesma aceitara sem contestar. Afinal, não havia empecilhos ao chamar Elisa Yang para vaguear. Meu pai me cedera as chaves de seu automóvel após insistências, relembrando-me de meus delitos e jurando-me que esta seria a última vez que eu tocaria em seu carro, caso não cumprisse suas regras. Prometi-o que lhe devolveria o carro antes do fim da peça; que seria em torno de duas horas.

Encoberto no banco traseiro, com um velho cobertor empoeirado que, por algum motivo desconhecido meu pai o guardava no veículo, estava o pequeno Christian. A condição estipulada para que o levasse comigo era o silêncio. Posteriormente, Elisa apressou-se em impelir-se aos meus braços, repousando os lábios contra os meus. Típico da velha Elisa Yang — tal atitude a deixava em maus lençóis comparado as meninas da Benson Elementary School. Quando ela me soltara do beijo, ouvimos um espirro do pequeno Christian no banco de trás.

— O que significa isso? — perguntou ela assim que o viu remexendo-se do cobertor.

— Elias disse que me ensinaria a namorar — respondeu inocentemente. — Dizendo-me: veja como é fácil seduzir Elisa Yang.

Christian me fitou boquiaberto quando a Elisa me esbofeteara três vezes seguida. Gargalhei com o rosto árduo quando ela saíra do veículo.

(***)

Recordo-me de ser o melhor verão de minha vida. Apesar do Língua-Presa assoprando em meu ouvido todas as tardes, ajudei-o a melhorar a sua maneira de se portar em público e até mesmo a superar o seu jeito de falar como adulto. Todas as manhãs antes do sol nascer, corríamos até a linha férrea. Ajudei-o a entrar no time de beisebol. Acampamos na fazenda de meu pai numa noite qualquer; o céu morno preenchido de estrelas nos iluminava, vaga-lumes cortavam o céu e grilos estrilando nas matas.

Naquela mesma noite, ele me falara algo que somente após alguns meses pude compreender. Logo depois de associar a sua magreza e palidez constante. Christian estava mais magro do que quando o conheci. Em apenas alguns meses ele perdera os quilos que a esposa de meu pai não conseguira em anos. O que havia de errado?

— Sabia que algumas estrelas estão apagadas há muito tempo? — disse, quebrando o silêncio enquanto contemplávamos o céu noturno de nossa barraca improvisada no campo.

— Como isso é possível? — investigou com a sobrancelha erguida.

— Não sei lhe responder — devolvi. — Mas você é o inteligente, afinal.

Ele fitou o céu pensativo. Depois se virou para me encarar, formulando uma teoria.

— Bem, acho que o brilho delas em vida era tão intenso — disse Christian — que quando morreram sua luz continuou resplandecendo.

— Acha possível? — perguntei rapidamente.

— Talvez — contestou. — Mas isso não funciona conosco. Não importa o que você fez de certo; pois sempre se lembrarão de uma falha sua. Quando eu morrer promete que não se recordará de mim dessa forma?

— Por que fala tanto em morte? Ainda nem barba tens, Chris.

— A morte não é somente para os velhos, Elias — respondeu-me.

Eu não era tão demente que não compreendesse tais palavras. Christian sofria de uma doença maligna em estado avançado. Custei a aceitar que meu jovem amigo de língua presa logo, logo tivesse de partir. Não pude fazer nada. Absolutamente nada estava ao meu alcance. Acreditei que nada mais havia a ser feito quando alguns meses depois, quando numa tarde seus pais convocaram-me ao hospital onde Christian havia sido internado. Nada fiz senão segurar sua mão e vê-lo partir. Após isso consolar sua pobre mãe, amparada nos braços do marido no fim do quarto.

Lembro-me do leito de morte de minha mãe, que morrera da mesma enfermidade. Ajoelhei-me próximo ao seu rosto e sussurrei: Envie um anjo. Christian ensinara-me a ver a vida por outro ângulo. Recordo-me ainda, passado vinte anos desde então, daquele sorriso inocente e ao mesmo tempo do semblante de adulto que o acompanhava. Hoje, lembro-me do menino que não criara barba nem vivera para amadurecer totalmente. Ainda questiono-me em meu subconsciente: por que os bons nunca duram?

Acompanhe:

Forbidden Love || Klaroline; Areias do Tempo


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Notas finais do capítulo

Okay... o que acharam?