Palavras escrita por Detoni


Capítulo 27
O dia mais frio do ano


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOI COISAS LINDAS QUE LEEM MINHA HISTÓRIA! Como vocês estão? A quanto tempo em? hahahah aproveitem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/493882/chapter/27

Acordo de manhã e está anormalmente frio. Tomo meu banho e visto uma calça jeans e uma blusa de manga comprida e um moletom por cima, além dos meus tênis. Seco meu cabelo rapidamente e eles ficam bagunçados de uma forma legal. Corro para cozinha e Alicia está sentada lendo o jornal, tão empatada de roupas quanto eu. Ela sorri para mim.

– Sabia que hoje vai ser o dia mais frio do ano?- Ela diz. Corro para janela e encaro enquanto pequenos flocos de neve caem.

– A neve vai engrossar?- Pergunto.

– Vai. Só que vai ser mais tarde então não enrole muito na faculdade- Ela diz.- Tome, beba um pouco de chocolate quente- Ela diz e eu concordo pegando a caneca fumegante e me sentando a mesa.

– Acho que visto mais algum casaco?- Pergunto distraída.

– Acho que assim está bom. Quer dizer, as salas tem aquecimento, certo?- Ela pergunta e eu concordo com a cabeça, virando o chocolate rapidamente pela minha garganta. Ele desce queimando, e é muito bom.

– Vou indo! Até mais tarde- Digo.

– Não esqueça seu celular!- Ela diz. Pego minha mochila na sala de entrada e coloco meu celular no bolso.

O acidente me fez perder minha carteira de motorista temporariamente então me forço para caminhar contra a neve até o ponto de ônibus. Coloco meu fone bem quando um carro para na minha frente. A janela abre e Rosa está no banco do motorista sorrindo.

– Entra, vadia.- Ela diz. Eu rio e entro dentro do carro. O aquecedor está ligado e eu coloco minhas mãos sobre ele para me aquecer. Rosa ri e fica séria- Já faz muito tempo que não sai só nós duas, né? Eu realmente fiquei preocupada depois do acidente de carro. Fiquei horas no hospital, mas eles me expulsaram.

– Nem me avisaram disso. Eu sinto sua falta, Rosa- Digo. Ela sorri.

– Eu também. Que tal sair hoje para fazermos compras? Ai você me conta tudo sobre a sua vida- Ela diz.

– Hoje? Com o temporal desse?

– Claro. A gente fica no shopping esperando passar e depois você pode ir para minha casa...- Ela diz.

– Claro. Vou avisar Alicia- Digo pegando meu celular e ligando para minha irmã.- Alicia?- Digo quando ela atende.

– Quer me provar que está com seu celular? Não se preocupe, eu acredito em você- Ela diz e eu giro os olhos.

– Estou ligando para avisar que vou chegar tarde. Depois da nevasca.

– Certeza, Alasca?

– Tenho. Preciso colocar alguns dias de amizade em dia- Rio.

– Se você diz. Nunca pensei que ia dizer isso, mas: juízo. Beijos e me liga qualquer coisa.

– Você também!- Digo e desligo o telefone e olho para Rosa.- Tudo certo!- Ela comemora enquanto entramos na faculdade. Ela estaciona e saímos do carro.

– Eu não tomei café. Vai comigo na cafeteria?- Ela pergunta. Concordo e seguimos caminho em meio a neve. Nath está sentado lendo o jornal com uma xícara fumegante. Me sento em frente a ele enquanto Rosa vai buscar o lanche dela. Nath sorri para mim desviando o jornal.

– Bom dia!- Ele diz.

– Para você também. E ai, preparado para neve?- Pergunto.

– Eu gosto de neve.- Ele diz virando um pouco do líquido da xícara.

– É café?- Pergunto e ele consente, distraído com o jornal. Tomo um pouco de sua xícara e ele gira os olhos. Rosa se senta do meu lado.e sorrio para ela.

– Você não vai tomar meu café também- ela diz.

– Não precisa frustrar meus planos- Digo irônica. Ela ri e a porta da cafeteria é aberta de novo e Lys entra. Ele está bem agasalhado com roupas de um estilo vitoriano. Ele analisa o lugar até que seus olhos param sobre nós e ele caminha na nossa direção.

– Bom dia.- Ele diz se sentando ao lado de Nath .Seus olhos encontram o meu e eu sorrio junto com ele. Um peso de culpa cai sobre mim. Eu beijei o melhor amigo dele, sem nem saber como estavam as coisas entre nós direito. Castiel era um doce quando queria, e por mais que beijasse bem, eu não gostava dele. Lys sorri de volta.

– Como vai, Alasca?- Pergunta.

– Muito bem!- Digo. Seu sorriso aumenta enquanto ele examina meu rosto.

– É uma pena o acidente- Ele diz.

– Realmente. Como vai Nina?- Pergunto. Para minha surpresa ele sorri e um brilho toma seus olhos.

– Muito bem. Está se preparando para o vestibular- Ele diz. Nath me encara preocupado comigo. Apenas dou de ombros.

– Se ela quiser ajuda, diga para me chamar. Minha média na escola sempre foi melhor que a sua- Brinco. Ele ri.

– Como se vocês se dessem bem.

– Podemos começar. Eu chutei ela e ainda nem pedi desculpas. Sei que tivemos um passado ruim, mas podemos tentar mudar isso- Digo. Nesse instante Castiel entra no refeitório. O encaro, esperando meu coração acelerar ou sentir um frio no estômago, mas nada. Eu não consigo gostar dele dessa forma. Ele se senta ao meu lado com um sorriso e acena para todos na mesa. Rosa aparece e bate com a bandeja.

– Pode vazar, tomate. Esse lugar é meu- Ela diz. Castiel a olha entediado.

– Por que não procura outro?- Ele pergunta. Os olhos de Rosa brilham com raiva e Castiel se levanta dando passagem para Rosa que saltita para o meu lado com a bandeja. Castiel arrasta uma cadeira para a cabeceira e me encara. Sorrio para ele e penso no que eu posso roubar do prato de Rosa.

– Se você tocar um dedo na minha comida, eu arrebento a sua cara- Ela diz. Meu telefone toca, é um número desconhecido. Fico pensando se atendo ou não. Por fim, pego o salgado de Rosa e dou uma mordida enorme e lhe dou um beijo na bochecha.

– Eu sei- Digo me levantando e saindo da mesa. Atendo ao telefone, nervosa- Alô?

– Senhorita Alasca Agnes?- Pergunta uma voz feminina na linha.

– Sim?- Pergunto curiosa.

– Sou Maryse da gravadora Gravor (N/A criatividade com nomes nível 10!). Assistimos alguns dos vídeos em seu canal e realmente ficamos muito fascinado com o seu talento- Ela diz. A voz fica presa na minha garganta. Gravor era uma das melhores gravadoras do mundo. Produzia os melhores artistas.

– O que?- Pergunto chocada. Houve uma leve risada na outra linha.

– Bom, nós gostamos de buscar coisas novas, por isso estamos sempre conectados em blogs essas coisas. E você realmente se destacou com seu canal. Alguém com esse talento e já com muitos fãs, chegara longe com o apoio certo!

– Vocês... estão interessados em mim?- Pergunto.

– Com certeza! Soubemos de seu acidente, ao ligarmos na sua residência e conversarmos com sua irmã Alicia. Sentimos muito por isso. Queremos marcar uma reunião amanhã mesmo! Você teria um horário...?

– Claro! Posso providenciar a hora que seja, apenas me diga.

– Amanhã então as 12 horas nos shopping de amor Sucré. Sua irmã irá junto e poderemos almoçar. O que me diz?- Ela pergunta.

– Eu.. ficaria muito feliz- Digo.

– Perfeito! Nos vemos amanhã! Foi um prazer, senhorita Agnes- Ela diz e desliga. Fico atônita encarando o telefone na minha mão. Isso é um sonho, só pode. A gravadora Gravor! O meus desuses. Sinto uma mão no meu braço e me lembro do que eu fiz mais cedo.

– Rosa não me mate!- Digo. A garota ri.

– Relaxa. Quem era?- Ela pergunta.

– A gravadora Grevor- Digo. Ela me encara processando o que acabou de ouvir.

– MENTIRA!- Ela berra. Os meninos nos encaram de dentro do refeitório assim como todos.

– Fica quieta! Eu não quero que ninguém saiba ainda. Esse era o sonho dos garotos e...- Começo a dizer mas Rosa me para.

– Também era o seu. Hoje nós vamos comprar uma roupa incrível. Você vai se encontrar com eles, não é?- Ela pergunta.

– Amanhã- Digo.

– Perfeito! Você vai arrasar- Ela diz. Sorrio para ela e a abraço.

– Já disse que te amo?- Pergunto. Ela ri e sinto uma mão na minha omoplata.

– Vai explicar por que todo esse sentimentalismo?- Nath pergunta.

– Eu também não sei. Deve ser efeito colateral do acidente. Você vai hoje no shopping com a gente né?- Pergunto. Ele pensa.

– Nesse clima? Vocês são loucas?- Ele pergunta. Rimos.

– Sabia que você ia- Digo. Ele suspira.

– Encontro vocês no fim do dia. Agora vou para a aula e recomendo que façam o mesmo- Ele diz. Dou um beijo em sua bochecha e saio correndo em direção ao prédio de direito. Eu estava de certa forma adiando minha conversa com Castiel, mas acho melhor assim. Cheguei na sala de aula e Ansel veio até mim.

– Até que enfim! Vamos?- Ele pergunta. Concordo e ele me guia para sala.

***

No fim do dia puxo meu capuz para cima e corro em direção ao banheiro. Meu rosto está bem melhor e anestesiado pelo frio. Passo um pouco de maquiagem para cobrir os machucados e um gloss por causa do frio e saio indo até a porta da faculdade. A neve deixa minhas roupas úmidas, mas resolvo ignorar. Rosa e Nath estão ali. Sorrio.

– Saudações terráqueos- Digo imitando um gesto que eu vi o pessoal de um filme fazer. Juntar os dedos em pares menos o dedão.

– Olá ser de... Marte?- Pergunta Nath.

– Vamos logo- Digo.

Caminhamos em direção ao carro de Rosa e eu me sento atrás, observando Rosa e Nath na frente. Ele estão brigando para ver como eles querem o aquecedor e chegaria a ser engraçado se não fosse entediante.

– Vocês vão andar?- Pergunto. Ambos coram e Rosa acelera enquanto Nath satisfeito ajusta o aquecedor a sua maneira.

Chegamos no shopping e foi o de sempre. Rosa me arrastando para lojas. Fiquei um pouco na de música e na livraria como sempre fazia. Rosa finalmente me descobriu e me levou para a loja de Leight, para escolhermos uma roupa para amanhã. Leight nos recepciona com um sorriso.

– Como posso ajudar?- Pergunta indo para o lado de Rosa e a envolvendo pela cintura.

– Uma roupa elegante para Alasca. Porém algo que disfarce os machucados- Ela diz.

– Nada de vestido então?- Pergunto esperançosa. Leight.

– Leight, você poderia me ajudar com essa parte da música?- Lysandre pergunta descendo as escadas. Ele me encara e sorri um pouco corado. Castiel desce logo atrás dele.

– Lys, você sabe que não entendo nada de música. Pare de inventar desculpas para descer ao ouvir a voz da Alasca- Ele diz. Lys cora, mas ri e vem até nós. Sorrio para ele.

– Está compondo?- Pergunto. Ele sorri.

– Sim, mas nada importante- Diz. Consinto.

– Buscando roupas?- Ele pergunta.

– Claro. Talvez você deva me ajudar.A ajuda sua e do Castiel seria muito bom. Pro Nath a melhor roupa seria de freira- Digo. Ele ri.

– Só um pouco- Diz e vem para o meu lado até que Rosa venha também.

– Anda!- Ela diz. Ergo as mãos e vou atrás dela. Ela me joga a primeira roupa. Um macacão colado azul com um decote gigante e vulgar. Saio do provador.

– Rosa, eu não sou uma vadia- Digo. Os meninos riem, mas como sempre admirados. Rosa faz um bico.

– Experimenta esse- Ela diz me passando mais uma roupa. Visto: uma calça larga azul clara, com uma blusa colorida.

– Uma hippie? Você está brincando com a minha cara né?- Pergunto. Todos riem.

– Sim. Mas essa vai ficar fantástica- Ela diz. Ela não se engana. Uma blusa preta de manda comprida, porém com os ombros a mostra. Uma calça branca que causava um contraste fantástico. Saí do provador.

– Acho que voltamos a falar na mesma língua. Leight, vou levar- Digo. Ele consente. Entro no provador e visto minhas roupas normais e saio.

Todos nós caminhamos para a praça de alimentação e eu tento ao máximo evitar o olhar de Castiel. Como meu hambúrguer fingindo que é a coisa mais interessante do mundo, até que algo acontece: um apagão. Todo o shopping fica escuro. Não há muitos gritos, já que o lugar já estava meio vazio. O grito que acabou comigo foi o de Rosa. Tampo a boca da garota.

– Menos- Digo. Não posso vê-la, aposto que está corada- Vamos para a saída- Digo. Caminhamos até a saída que está bloqueada por neve.

– Maldita cidade de interior que os shopping são pequenos- Nath diz. Todos rimos nervosos. Um guarda vem em direção a gente.

– É mais seguro ficar aqui até que as luzes voltem. Já chamamos os bombeiros para liberar a saída- Ele diz. Nos entrega três lanternas e sai andando.

***

Me encontro deitada no chão com Nath, na praça de alimentação, com uma lanterna. Rosa tinha ido encontrar com Leight e Lys e Castiel nos encaravam em um local perto de nós. Me encolhi contra o peito de Nath que me abraçou mais devido ao frio.

– Tente do dormir- Ele diz. Através da lanterna vejo seus dentes travados e seu rosto um pouco pálido.

– Tente você- Digo. Meus dentes estão batendo e ele me abraça mais forte.

– Não seja teimosa- Ele diz- Você está mais pálida que o normal.

– A lanterna está de enganado- Digo.- Estou perfeita- Ele desiste e acaricia meus cabelos. Sinto algo caindo em cima de mim e encaro os olhos de Rosa ao lado de Leight.

– Se aqueça- Ela diz se sentando ao meu lado. Me cubro com os dois casacos que ela me deu, provavelmente da loja de Leight. Ele caminha em direção aos garotos e entrega casacos para eles.

– Venham para cá- Digo. Os dois se levantam e vem com Leight para junto de nós.

– Vou distribuir mais alguns casacos. Já volto- Ele diz e beija Rosa. Sinto uma onda de inveja. O relacionamento deles é tão... perfeito. Rosa se aconchega mais perto de mim e os meninos para em frente a nós. Apesar de todas as camadas dos casacos, meu corpo inteiro está tremendo.

– Alasca- Lys diz apenas meu nome e segura a minha mão. Sinto o olhar de Castiel, mas não quero nada de confusão agora.

– Eu estou bem- Minto devolvendo o aperto de sua mão. Nath continua o carinho no meu cabelo e Rosa me encara preocupada.

– Por que você está assim?- Ela pergunta acariciando meu braço.

– Ela está vulnerável. O corpo dela está ainda em choque por causa dos machucados- Explica Nath. Meu gênio da medicina.

– Eu to legal gente. Não fiquem assim preocupados- Digo e me sento ereta soltando a mão de Lys. Todos me encaram.

– Não seja teimosa- Rosa diz. O frio me atinge de novo e me sinto como uma criança. Simplesmente agarro a mão de Lys como se fosse algo do qual eu dependesse. Ele me puxa para si e como Nath acaricia meus cabelos. Me senti pequena e não achei isso ruim.

– Cante para mim- Pedi. Ele pareceu surpreso.

– Como?- ele pergunta.

– Por favor. Você não estava compondo?- Pergunto. Ele ri baixinho. Seus lábios colados na minha orelha.

– Você está delirando- Ele diz. Me sinto meio ofendida.

– Não, eu não estou- Digo com raiva me afastando. Ele me encara surpreso. Não me sinto mais como uma criança e nem mais sinto tanto frio. Visto os casacos que serviam como cobertor.

– Onde você vai?- Ele pergunta.

– Andar- Digo.- Buscar um violão. Tanto faz. Não quero morrer de tédio- Todos pareceram surpresos. Castiel se levanta logo atrás de mim e começa e me seguir.

– Nós temos que conversar- Ele diz.

– Castiel, ontem foi um erro- Digo mirando a lanterna em seu rosto. Ele parecia surpreso.

– O que?

– Você me ouviu! Você é meu amigo e eu não quero mudar isso!- Digo. Ele parece com raiva agora.

– Então vai me dizer que não sentiu nada com aquele beijo?- Ele pergunta quase rugindo.

– Você beijou ele?- Lys apareceu chocado.

– Deuses, era tudo o que eu precisava. Lys...- Começo a dizer.

– Deixe eu adivinhar, você pode explicar?- Ele diz.

– Sim!- Digo. Castiel me olhava, e parecia culpado. Ele entendeu. Eu não gostava dele e agora eu estava brigando com quem eu realmente gostava.

– Sabe Lysandre, você fala demais para quem pegou a Nina uma manhã inteira- Ele diz. Lys fica com raiva.

– O que?- Pergunto.

– Eu conversei com a Nina. Ela é minha amiga. Tipo, sem cor. Diferente do seu namorado- Castiel diz.

– Castiel, cala a boca- Lysandre diz.

– Parem vocês dois! Vocês são amigos! E Lys, eu não me importo com você e a Nina, eu não sou mais sua namorada, assim como você não é o meu- Digo. Ele aprece ferido.- Quer saber? Eu nem preciso mais andar! Acabaram meu humor momentâneo. Satisfeitos?- Pergunto. Tento ficar séria, mas o fato que sinto como se eu estivesse coberta de gelo não ajuda. Caminho até Rosa e Nath.

– O que aconteceu?- Rosa pergunta.

– Nada- Digo.

Ficamos assim, um amontoado, apenas nós três. Castiel e Lys não voltaram e eu sei que mais tarde vou me arrepender por não falar com eles hoje de novo. Rosa e Nath ficam contando piadas e histórias, tentando me distrair. Por fim um guarda aparece e diz que a saída está liberada. Pego minha sacola e devolvo os casacos para Rosa. Nath m,e segue até o lado de fora.

– Quer conversar?- Pergunta.

– Quero ficar sozinha- Digo. ele vai embora e eu fico no ponto de ônibus esperando, sabendo que nenhum vai passar. Cogito ligar para minha irmã, mas decido que talvez ter hipotermia seja legal.

– Alasca- A voz de Lys me chama. Ele está parado atrás de mim. Não me lembro dele se aproximando, mas pelo rosto branco, ele já está ali a um tempo.

– Sim?- Pergunto.

– Você sente alguma coisa pelo Castiel?- Ele pergunta. Sinto vontade de rir. Eu estou aqui quase congelando e ele me pergunta isso. O que me impede? Caio em uma sonora gargalhada. Ele me encara confuso.

– Não Lysandre. Foi, como você chama? Uma experiência. Não daria certo. Um ótimo amigo, mas duvido que ainda seja- Digo. Ele se senta ao meu lado.- Melhor entrar.

– Depois de você- Ele diz. Ficamos parados então. Observando a rua enquanto o frio nos machuca, mas sem vontade de nos aquecermos. Em um certo momento, não sei quando encosto minha cabeça em seu ombro. Ele não protesta.

– Amanhã eu terei uma grande oportunidade- Digo.

– Verdade?

– Sim. Me ligaram da gravadora Grevor- Digo. Ele Fica em silencio.

– Isso é fantástico.

– Estou com medo- Admito pela primeira vez.

– Não precisa ficar. Você nasceu para brilhar- Ele diz.

– Você também- Protesto.

– Não, Alasca. E ficar aqui vai fazer com que você adoeça. Como vai falar amanhã?- Ele pergunta.

– Eu preciso te explicar o por que tem sido tão difícil ficar com você.

– Alasca...

– Me deixe falar. Eu estou com vergonha.

– De mim?

– Não! De mim! Eu fui tão abusada... você merece alguém limpa. Eu sou tão suja- Digo. As lágrimas escorem como gelo na minha pele.

– Eu só preciso de você.

– E a Nina?- Pergunto.

– Ela é uma experiência.

– Talvez não seja hora de fazermos isso- Digo.

– Você quer ouvir minha música agora?

– Quero- Digo. Soa infantil, mas eu sempre fico assim com ele.


–"Loving can hurt

( Amar pode doer)

Loving can hurt sometimes

( Amar pode doer as vezes)

But it's the only thing that I've known

( Mas é a única coisa que eu sei)

When it gets hard

( Quando fica difícil)

You know it can get hard sometimes

( Você sabe que pode ficar difícil as vezes)

It is the only thing that makes us feel alive

(É a única coisa que nos mantém vivos)"- Ele canta baixinho e sinto as palavras em meu ouvido.

– É lindo- Digo.

– Alasca..- Ele para de falar. Sinto sua respiração ficar mais desesperada e eu entro em desespero. Seus olhos fecham.

– LEIGHT!- Berro.- LEIGHT! POR FAVOR ME AJUDA!- Peço. Sinto como se tudo tivesse parado, menos os movimentos desesperados que o peito de Lys faz. O pego e começo a puxá-lo para dentro do shopping. Ele é pesado, apesar de ser magro. Leight aparece desesperado e pega o outro lado de Lys e entramos com ele até a loja dele.

***

Pov Lys

Consigo escutar ela gritando meu nome, mas não entendo o por que. Será que não gostou da minha música? Tento responde-la, mas não consigo falar nem ver nada. Não consigo mais respirar. Sinto muito frio, e sua voz como veludo em desespero. A voz para. Tento entender por que? Ouço choros. O que está acontecendo?

– Alasca- Chamo em voz baixa. Não sei se ela ouviu já que o choro continua. Por que ela está chorando? É ela? Seus gritos desesperados voltam. Sua voz é cortante e cheia de dor. Ouço a voz de Leight, mas não consigo diferenciar as palavras. Ouço meus pais e uma voz mais infantil. Nina?

Forço meus olhos para se abrirem e tenho uma visão. Estou em um cômodo branco. O hospital. Alasca estava do meu lado agarrando minha mão com força. Um médico parecia tentar afastá-la. Seus olhos estavam vermelhos, assim como os de Rosa que segura a mão de Leight. Nina está no pé da cama com meu pai. Minha mãe segura minha outra mão.

– Lysandre!- A voz dela com a mesma quantidade de dor volta. Forço meu corpo a encara-la. Não consigo dizer nada, mas aperto sua mão. Me lembrei do desespero que foi quando soube do acidente dela. Eu entrei no quarto quando Alicia dormia e fiquei encarando seu rosto. O medo de nunca mais ver seus olhos me consumindo. E eu saí para fora e me certifiquei que ninguém me observava e a beijei. Apenas nossos lábios se tocaram. Lembro de dizer eu te amo. Fazia muito tempo que eu não dizia isso para ela. Agora ela se encontrava aqui, com os mesmo medo de perder que eu estava.

– Alasca- Forço minha voz. Seus olhos voltam a se encher de água e o médico a solta. Ela se agarra no meu peito. Sinto a aperto de mão da minha mãe. Alasca não ergue a cabeça para nada e fica chorando. Minha mãe agradece e eu não entendo. O médico começa a levar todos para fora do quarto, mas Alasca não se move. Ele tenta convencê-la, mas ela não se move.

– Lysandre... Eu fiquei com tanto medo- Ela diz. Seus olhos estão inchados. Ela está sem o casaco e as mangas estão para cima mostrando seus hematomas. A puxo para mais junto de mim. Estou fraco, então ela apenas entende e se deita ao meu lado. Encaro seus olho azuis.

Tento falar alguma coisa, mas as palavras não saem. Quero dizer que eu estou bem, quero que ela não chore por minha causa. Como não consigo, guio seu braço para junto da minha boca e dou um beijo em cima do hematoma. Ela estremece e se aconchega mais a mim. Ela esconde a cabeça no meu pescoço. É bom, faz um pouco de cócegas, mas é ótimo. Tê-la perto de mim de novo. Seus lábios gelados contra minha pele e eu volto a fechar meus olhos. A respiração dela estabiliza e sei que ela está dormindo. Cheiro seus cabelos.

– Eu te amo- Finalmente consigo dizer, antes de seguir seu exemplo e ir dormir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eua chei fofooooooooooooooooooooo. Comentários? Sugestoes? As aulas vão voltar! Vamos chorar juntos? Buaaaaaaa Espero vocês nos comentários! XOXO