1 de fevereiro, 7 horas da noite de sexta feira:
Estava quase na hora de buscar a Cristie, e ir para a festa do Henrique. Eu estava com frio na barriga, o que era estranho, mas por que eu estava com esse frio na barriga? Não era fácil entender.
Eu sai de casa, atravessei a rua, e lá estava o muro alto e escuro da casa de Cristie, tinha que tocar a campainha, porque dessa vez, eu não ia só entrar eu ia conhecer a parte de cima da casa. Eu tinha certeza.
Toquei a campainha, e o tio dela atendeu.
- Olá, sou o amigo da Cristie, ela está?
- Ah, vou chamá-la.
Achei estranho, porque ele nunca abria a porta, era sempre a Cristie. Ela estava vindo com um vestido azul claro, estava linda. Mas já que ela já estava pronta, vindo na minha direção, eu não poderia entrar e conhecer a parte de cima da casa. Ela veio toda alegre, me abraçou e se despediu do tio, e foi comigo até o carro. Nós sentamos e fomos direto à casa do Henrique, que era perto.
- Renan, por que você está desaparecendo nas aulas? – perguntou Cristie sem graça.
- Eu? Eu não tenho desaparecido das aulas.
- Claro que desapareceu, parece que você está fugindo de mim, se não quiser mais andar comigo, fala.
Eu realmente estava fugindo dela, porque não queria me apaixonar pela sobrinha de um cara maníaco por cera.
- Eu ainda quero andar com você, porque eu não gostaria?
- Ah, não sei, mas parece que você não aparece mais do meu lado.
Eu fiquei com dó, e com culpa, ela estava percebendo tudo o que eu fazia. Mas era tudo para não me apaixonar por ela, se é que eu já não estou.
Fiquei com isso rondando minha cabeça durante um tempo, até que tive coragem de falar:
- Cristie, não é nada disso, bom eu tenho desaparecido um pouco, mas é por motivos profissionais. Me desculpa?
Ela ficou me olhando, é isso que ela fez. Ela fez uma cara fofa, e quase babei – não acredito que fiz isso, mas infelizmente é verdade. – e depois ela disse:
- Eu desculpo sim, mas... desde quando você trabalha?
Eu ri e respondi:
- Eu não trabalho, o ‘profissional’ que eu disse quer dizer planos com a turma. Entendeu?
- Ah, entendi. Mas que tipo de planos posso saber?
Eu mudei de assunto, afinal já tínhamos chegado na festa.
- Então, chegamos...
- É essa a casa? – disse ela surpresa.
- É, por que? – respondi.
- É maravilhosa.
Eu dei uma risada e a ajudei a sair. Quando nós chegamos na porta, tinha muito barulho e luzes. Ela ficou muito surpresa, também, uma menina criada no interior não saberia o que é refletores.
Nós entramos, e a turma – Miguel, Larissa e Lara – já estava lá. Esperando por nós. A gente se aproximou e começou a conversar, a Larissa e a Lara puxaram a Cristie para dançar.
Enquanto elas dançavam, eu e o Miguel pensávamos na segunda parte do plano, mas quem ia começar a 2ª parte era a Lara, como ela era mais perfeccionista, ela daria conta.
