O Beijo do Anjo. escrita por Anjinha Herondale Uchiha
Notas iniciais do capítulo
ME PERDOEM
POV autora.
Clary acordou na própria cama antiga, a que costumava dormir enquanto ainda morava com seu pai. A luz entrava pela janela, cujas cortinas estavam escancaradas. Sua garganta estava seca e seu estômago doía. Contorceu-se, buscando por algo ao redor, algo que nem ela mesma sabia.
— Tome, vai te fazer bem. - Era a voz de Alec, que havia erguido-se de uma das poltronas no canto do quarto. Ele pôs uma xícara com um líquido âmbar em uma das mãos dela, uma mão calejada e ralada. Flashes do ocorrido percorreram sua cabeça enquanto ela solvia todo aquele líquido gostoso em sua boca. A dor passou no mesmo instante e ela repousou a xícara na mesinha ao lado da cama. O movimento fez suas costas arderem e ela soltou um gritinho. - Precisamos conversar.
Ela respirou fundo, olhando nos olhos do irmão enquanto procurava algo para dizer. Mas nada vinha. Ela estava sem palavras diante ocasião. Um nome veio à sua mente.
— Jace! — Ergueu as costas de súbito da cama, ignorando completamente a dor. - Ele... Ele...?
— Sobreviveu. - Alec aliviou-a. - Acordou delirando sobre anjos e sua mãe. Mas ele não é a questão aqui. Eu vi o que você fez.
— Hmm?
— Você estava arrancando as suas asas e chorando e então elas queimaram. Eu pensei que você tinha morrido e então, ele reviveu.
— Coincidência?
— Não venha tentar dar uma de esperta.
— O nome disso é sacrifício. Quando você sacrifica suas asas, pode trazer alguém de volta.
— Qualquer pessoa?
Não. Só a pessoa que você mais ama — ela quis dizer, mas não podia. Em vez disso, ficou quieta. Mas o silêncio dela falava por si.
— Oh, não, não, pequena.
— Não é tão ruim como você pensa. Não é como se eu fosse ficar correndo atrás dele ou algo do tipo. - Ela reclamou.
— Eu sei. Eu só não quero te ver sofrendo. Só isso. Eu te amo e te quero bem.
— Então não se preocupe comigo. Eu sei me virar.
Alec bufou. - Levante-se e se troque, a Clave quer falar com você.
Ela se escorou para fora da cama e rumou para o banheiro. Mas, antes que pudesse passar pelo batente da porta, virou-se para Alec - que ainda à observava.
— Alec?
— Sim?
— Obrigada.
Levou alguns segundos para que ele entendesse e então sorriu. - É pra isso que os irmãos servem.
* * * * * * * * * *
Clary bateu duas vezes na porta e ouviu um "entre". O conselho de Idris estava reunido, contando com a presença de seu pai, ao redor de uma mesa de madeira redonda. Um tanto quanto distante, estava uma cadeira solitária.
— Sente-se, Mongestern. - Disse o cônsul. Aberração, completou mentalmente. Ela ouviu.
Ela não parece tão arisca quanto estava há três dias, indagou o inquisidor.
Ela seguiu e sentou-se, de queixo erguido. - Posso requerer o motivo dessa convocação?
— Oh, claro. - Pronunciou-se o cônsul. - Estivemos cientes de ocorrências claramente omitidas de nosso conhecimento. Nega essa acusação?
— Não sabia que estávamos num tribunal de honra. - Ela rebateu.
— Clarissa. - Valentim soou severo.
— Não. Não nego.
— Há quanto tempo você vêm escondendo esses poderes, Clarissa Adele Mongestern?
— Há uma semana, mais ou menos.
O cônsul anotou isso em sua prancheta. - E nega que Jonathan Christopher Herondale negou-se a reportar esse fato para a Clave.
— Nego. Jonathan Christopher Herondale não sabia disso.
— Menina mentirosa. - O inquisidor berrou. - Está protegendo o namorado. Não vê que estamos aqui por um bem maior?
— O interesse de vocês. - Ela berrou em resposta. - Ele não é meu namorado e não o estou protegendo.
— Blackthorne, traga a espada mortal e veremos se...
— Isso não é um tribunal. - Valentim soltou, grave. - Prossiga, por favor, cônsul.
— Você será encaminhada para a cidade dos ossos. - O corpo dela gelou. - Para que os irmãos do silêncio efetuem novos testes em você.
— Não! - Ela protestou. - Eu não vou deixar que façam isso!
— Você não tem escolha, menininha. - O inquisidor disse, jocoso.
— Não! Por favor! Eu faço qualquer coisa!
— Cônsul... - Valentim rogou. - Não há mesmo outra escolha?
— Bem... - Ele pensou. Clary viu o pensamento que passou de rompante pela cabeça dele. Ah não... - Você vai se comprometer a unir-se a um dos nossos, permanecer em Idris e ser constantemente observada até que a ameaça esteja contida.
— Obrigar ela a casar? Em que ano estamos?
— Você decide, Clarissa. Cidade dos ossos ou isso.
Ela tinha vontade de chorar, de gritar, de sair correndo e se esconder. Mas ela era uma mulher e tinha que arcar com tudo aquilo. Aquela não era a vida que tinha escolhido pra si, mas era aquela que ela tinha. O sofrimento nunca iria acabar, não é mesmo? Há três dias ela carregava em si um vestido de noiva no meio de um ritual satânico e eles, agora, já queriam sujeitá-la a isso novamente. Respirou fundo.
— Faça a sua decisão. - Rosnou o inquisidor.
— Clarissa... Não... - Disse seu pai.
— Eu vou.
— O que? - Disse o cônsul.
— Me casar.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
ME PERDOEMMMMM
psicoticamente,
A.