"Meu universo nunca mais será o mesmo. Estou feliz por você ter vindo"

(Glad You Came – The Wanted)

Clark Kent estava pensando. Ele tinha que parar de sonhar, nunca conseguiria ficar com Lana Lang. Aliás, foi uma surpresa descobrir que ela sabia seu nome. Ela era popular demais para saber disso.

A única forma que ele conseguia pensar para chamar a atenção dela era entrar no time de futebol. Mas ele não podia. Seu pai, Jonathan Kent, não o deixava jogar. Clark nunca tinha entendido exatamente o motivo. Sabia que era alguma coisa relacionada ao fato de ser mais forte e rápido que a maioria das pessoas. Mas não sabia porque isso era ruim. Que ele soubesse, força e velocidade eram boas para os esportes.

Por estar tão concretado pensando, Clark não notou o carro que vinha em alta direção até ser tarde demais. Só conseguiu ver um homem careca com uma cara de pânico tentando mudar a direção do carro, antes de o carro colidir com ele. Clark foi arremessado da ponte junto com o carro, em alta velocidade. Sentiu-se tonto enquanto girava, mas estranhamente conseguia pensar até que claramente. Sentiu o impacto da água nas suas costas e um segundo depois viu o carro.

Sem conseguir pensar direito, Clark seguiu seus instintos. Colocou a mão na parte de cima do carro, e puxou com força. Para a sua surpresa, realmente conseguiu deslocar o que queria. Ignorando isso por enquanto, puxou o homem careca, que não pesava nada, até fora do rio. Colocou-o na margem.

Aproximou-se do homem, e conseguiu ouvir seu coração bater. Feliz que ele não estava morto, tentou se lembrar o que fazer. Olhando para o rosto teve a resposta. Respiração boca a boca.

Ignorando a estranheza da situação, beijou o outro, tentando o fazer inalar ar. Sentiu uma resposta fraca. Continuou. A reposta aumentou. Ficou alguns segundos mais que o necessário pressionando a boca do outro.

Afastou-se, e pressionou o peito do outro. O corpo dele tremeu e ele soltou água. Contente, Clark somente observou enquanto ele voltava à vida. O homem fez uns movimentos estranhos. E abriu os olhos.

Só agora, com a situação de vida ou morte passada, Clark notou como ele era bonito. O rosto dele parecia perfeito, mesmo ele sendo careca. E o corpo não era nada para reclamar.

Aturdido, com esses pensamentos Clark tentou desviar o olhar, mas nessa hora o homem resolveu falar.

— Eu poderia jurar que eu tinha te atropelado.

— Sim, seu carro me... atropelou – respondeu Clark, ainda confuso.

O homem olhou para ele.

— Você sabe como isso é possível?

— Não tenho ideia – Clark respondeu – Nunca aconteceu qualquer coisa assim antes. Não comigo, pelo menos – ele sussurrou. É verdade que aqui era uma estranha cidade, mas ele achava que ele era normal (tirando por algumas coisas que não chegavam a aquilo). Bem, ele não era.

— Você quer ver um doutor? – Perguntou o outro, preocupado com o garoto que tinha acabado de salvar a sua vida.

— Não, obrigado. Eu estou bem. Mas eu acho que você devia ver um médico.

— Eu vou chamar ele só por ser segurança – concordou – E eu vou chamar o reboque.

O careca afastou para ligar para um médico e Clark começou a pensar. O que aconteceu exatamente? Ele estava pensando e o carro bateu nele, mas ele não tinha sequer um arranhão. Ele ficou submerso e ainda assim conseguira arrancar uma porta do carro. Hoje estava sendo um dia estranho, decidiu.

O homem voltou e Clark ficou feliz em vê-lo - pelo menos, ele o distrairia de pensar em algo que não entendia. Ele encarou Clark sorrindo.

— A propósito, meu nome é Lex Luthor.

— Clark Kent.