Diferente, suepreendente e cada vez melhor. É assim que são os beijos de Maxon. Ele coloca as mãos no meu rosto delicadamente, daquele jeito que faz eu me sentir única, como se não existisse mais ninguém na vida dele, como seu eu fosse a vida dele. Coloco minhas mãos em cima das dele, sentindo-as firmes segurando meu rosto, embora seu toque ainda seja delicado.

Não quero que o beijo acabe, pois quando ele me beija sinto que nada mais importa, e que tudo está bem, que eu não tenho que me preocupar com nada porque eu sou dele e ele é meu. Maxon se afasta um pouco e encosta a testa na minha. Avanço lentamente para mais um beijo. Ele sorri e retribui, mas o beijo dura menos do que eu gostaria.

– Vamos... - ele diz, segurando minha mão e me guiando para fora da sala de música.

– Vamos pra onde? - eu disse enquanto passávamos por alguns guardas tomando posto do lado de fora.

– Quero te mostrar um lugar.

Percorremos o caminho todo em silêncio. Descemos as escadas e passamos pelo jardim. Alguns guardas nos cumprimentam no caminho e vejo muitos deles sorrirem para mim. Damos a volta por um lado do jardim que eu nunca havia visto, cheio de flores e arbustos baixos e bem aparados. Tento memorizar o local, por que é simplesmente muito lindo e quero voltar ali outro dia. Mas Maxon continua me guiando para um lado do castelo que tenho certeza que ninguém foi. Bom, pelo menos nenhuma das selecionadas. Algo nisso faz com que eu me sinta bem. Às vezes é difícil ter que dividir Maxon com outras mulheres que talvez o queiram tanto quanto eu. Como eu não vejo o que ele faz quando esta com elas, isso faz com que eu imagine todo tipo de coisas, e me pergunte o que ele sente em relação a elas. O fato de ele estar me levando a um lugar que eu sei ele não levou a ninguém mais, faz com que eu me sinta especial.

Andamos bastante em meio a algumas arvores e meus pés doem um pouco. Ele bem que poderia ter me avisado que a caminhada seria longa, assim eu poderia tirar aqueles sapatos desconfortáveis. Decido não reclamar. Quero que ele veja que eu sei lidar com a dor como uma verdadeira dama.

Continuamos andando em linha reta e depois fazemos uma curva a direita. Logo a frente tem uma árvore linda e gigante, maior do que todas as outras, fazendo uma sombra refrescante. O vento bate leve em meu rosto, movimentando meus cabelos. O coque frouxo que estava no meu cabelo se disfaz e meu cabelo cai solto no meu ombro, sendo movimentado pelo vento.

Maxon apenas me encara enquanto eu sinto o lugar, porque determinados lugares são tão lindos e intensos que nós não vemos simplesmente. Nós sentimos. Logo na frente da árvore tem um lago pequeno, com alguns patos. O lugar é muito calmo e maravilhoso. Eu mal consigo pensar.

– O que achou? - pergunta Maxon, me tirando dos pensamentos.

– É... maravilhoso Maxon! Simplesmente incrível! - digo olhando para ele.

– Sabia que iria gostar... Sei o quanto você gosta de ar livre - ele me guia para baixo da grande árvore, onde há uma cesta de piquenique escondida com uma toalha xadrez para ser colocada no chão.

– Ainda estamos dentro do castelo? - pengunto, enquanto ele estende a toalha para nos sentarmos.

– Estamos... O castelo é gigantesco - ele me ajuda a me sentar ao seu lado - Mas estamos um pouco afastados de tudo.

Ele segura minha mão, entrelaçando nossos dedos e olhando fixamente para eles. Apenas olho para ele e sorrio. Por que todos os momentos não transmitem a segurança que Maxon traz para mim? Quando estou com ele, tenho certeza do que quero, e que vou lutar por tudo e enfrentar o que for preciso para não perdê-lo por que eu sei que o amo. Eu amo estar ao lado dele, e amo a forma que ele faz eu sentir que o mundo dele sou eu. Amo o sorriso dele ao me ver, e amo seus beijos. Sei que não conseguiria viver sem ele...

– No que está pensando? - Maxon pergunta , olhando para mim.

– Em nós - digo sinceramente. - Em como quero que tudo dê certo... Mas ao mesmo tempo tenho medo do que terei que enfrentar para chegar até lá...

Maxon permanece em silêncio por alguns instantes, o que me parece uma eternidade, porque eu realmente quero que ele me conforte, como sempre faz.

Então, sem que eu esteja preparada para isso, Maxon segura meu rosto em suas mãos e me beija. E com aquele beijo eu sinto a segurança que ele jamais conseguiria transmitir por palavras. É como se ele dissesse que tudo ficaria bem, que ele estará comigo o tempo todo e que posso confiar nele. E eu acredito em cada palavra não dita, porque eu o amo com todo meu coração.

– Você me ama? - ele pergunta com a testa colada na minha, dividindo nossas respirações e ainda de olhos fechados.

Abro ligeiramente os olhos e percebo que a resposta não pode ser outra.

– Amo...

Ele sorri e avança para mais um beijo. Nossos lábios se tocam com mais intensidade, compartilhando o mesmo sentimento. Ficamos de joelhos e Maxon me segura pela cintura firmemente enquanto eu passo as mãos pelos seus cabelos macios. Minha cabeça começa a emitir sons que parecem estar distantes. Então percebo que esses sons são reais. E que estão bem altos. E que são alarmes.

– Droga! - Maxon pragueja e se levanta rapidamente segurando minhas mãos e depois me forçando a correr.

Então finalmente entendo o que está acontecendo. Rebeldes.