Feared escrita por DameBlanche33


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo hoje, do jeitinho que eu prometi. Mais uma vez, me desculpa pela demora, pessoal (:



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Confusão. Essa palavra definia Annabeth naquele momento. Ela se levantou devagar da carteira, enquanto os outros sussurravam comentários curiosos.

Pôs-se de pé e caminhou até o funcionário, que continuava com sua costumeira cara de paisagem entediada. Os olhos castanhos estavam observando o nada acima da sua cabeça, e a barba estava por fazer. Ele parecia o tipo de cara que se sentava todas as tardes numa escada de incêndio enferrujada para fumar.

– É melhor pegar a sua mochila, amor – disse com uma voz arrastada.

Annabeth assentiu em silêncio e pegou a mochila. Agora estava mais confusa. Ela não ia voltar?

A loira desejava muito que o diretor quisesse apenas dá-la boas-vindas, mas algo dizia a ela que provavelmente a coisa era mais séria.

Eles passaram pelo corredor de armários no qual Percy havia assustado a todos e batido a porta do seu armário, e em seguida dobraram à direita.

O funcionário parou em frente a uma porta de madeira polida, e Annabeth fez o mesmo. O homem ao seu lado bateu na porta duas vezes e em seguida abriu.

Um homem estava sentado em frente ao computador, numa mesa de gabinete. Usava uma jaqueta de brim, e aparentava ter trinta e poucos anos. Então aquele era o diretor.

E do outro lado da mesa... Ah, não.

Não, não, não, não... Annabeth repetia seguidamente em sua mente. Não pode ser. Ah, Deus, que droga.

Percy Jackson.

Ele olhou para ela e deu um sorriso irônico, como quem dizia te peguei. Seus olhos verdes faiscavam, e a parte branca de seus olhos, onde o spray de pimenta havia pegado, estava vermelha. Ele também segurava na mão algum tipo de bebida azul. Annabeth teve o ímpeto de perguntar o que era aquilo, mas a raiva a conteve.

Ele deu mais um gole na bebida, e parecia estar tentando não rir da cara dela.

O diretor olhou para a bebida dele e fez um gesto com a mão para o lixo. Percy franziu as sobrancelhas grossas e deu mais um gole. Percebendo que Percy realmente não ia se desfazer de sua bebida, o diretor pediu com um tom calmo e melodioso:

– Senhor Jackson, por favor, jogue fora a sua bebida.

Percy assentiu com a cabeça e ergueu as mãos, enquanto tentava terminar com pressa conteúdo azul. Finalmente, ele atirou a garrafa no lixo.

Annabeth entrou na sala hesitantemente, e com esforço se sentou na única cadeira que restava, ao lado de Percy.

Ela tentou não olhar para ele, pois era muita humilhação para uma pessoa só. Então aquele negócio de “você vai pagar por essa”, quando Annabeth jogou spray de pimenta em sua cara não era uma ameaça vazia. Ele havia falado sério.

Mas ela não se manteve de cabeça baixa. Sentou-se de forma confiante e esperou o diretor, que aliás não tinha cara de diretor e sim de professor de inglês, falar.

– Senhorita Chase? – o diretor chamou.

Annabeth tentou dar pelo menos um sorriso ao olhar para ele, tentando parecer mais receptiva.

– Eu me chamo Paul Blofis – disse erguendo a mão para um comprimento – e sou seu mais novo diretor.

Eles trocaram um aperto de mãos, e Percy fez uma careta de desgosto.

– Annabeth Chase – disse Annabeth apontando para si mesma, mesmo sabendo que o diretor já sabia o seu nome.

A sala ficou em um silêncio pesado por dez segundos, até Sr. Blofis resolver se pronunciar.

– Vocês dois já devem se conhecer – ele afirmou, apontando para Percy e Annabeth.

Annabeth assentiu, tombando a cabeça de lado. Percy revirou os olhos.

Senhor Blofis hesitou um estante, como se escolhesse palavras.

– Me contaram uma coisa ao seu respeito Senhorita Chase – ele deu uma pausa calculada – uma coisa que você fez.

Ela assentiu novamente, dessa vez com a cabeça baixa.

– Por favor, Annabeth, olhe para o diretor – Percy ordenou num tom debochado.

Annabeth cerrou os punhos com força, e ao invés de olhar para o diretor, olhou para Percy com a melhor cara de ódio que conseguiu. Eu devia estapeá-lo, pensou.

– Lembrando, Senhor Jackson, que qualquer tipo de punição aplicada a senhorita Chase, também se aplicará ao senhor – disse o diretor, o contentamento em dizer aquilo facilmente notado em sua voz.

Percy agora parecia confuso, e abriu a boca para contra-atacar, mas Sr. Blofis ergueu um dedo.

– Voltando para nossa conversa – lembrou Paul – Como pode ver, senhorita Chase, os olhos do Sr. Jackson estão muito vermelhos.

E como estão, pensou ela, olhando discretamente para os olhos de Percy.

– ... Chegou aos meus ouvidos de que você foi a responsável, e fez isso no domínio da nossa escola. Você sabe que se isso for verdade, terá de ficar de detenção no sábado, não sabe?

Annabeth maneou a cabeça. Ah, Deus, quando meu pai souber...

Percy bufou.

– Eu vou ter que ficar aqui em pleno sábado? – ele perguntou impaciente – Eu tenho um compromisso!

– Se Annabeth for para a detenção, você também irá, Sr. Jackson – o diretor afirmou.

– Tudo bem, blowfish (N/A: blowfish é baiacu em inglês) – Percy deu um sorriso forçado.

O diretor não olhou para ele, apenas se levantou e pegou um fichário. Ele fez uma expressão engraçada erguendo a sobrancelha e assoviou, enquanto escrevia alguma coisa no fichário.

O que diabos ele está escrevendo aí?

Como se ouvisse os pensamentos de Annabeth, Paul falou:

– Você anda muito engraçadinho, não? – ele perguntou inocentemente para Percy – Agora independentemente da senhorita Chase ir para a detenção ou não, vamos nos encontrar aqui na escola, por dois sábados seguidos.

Depois daquilo, a repentina ou talvez não tão repentina ousadia de Percy foi embora. Ele permaneceu calado.

– Agora voltando ao assunto principal... Segundo o Sr. Jackson, você anda com um spray de pimenta, e usou isso para agredi-lo. Não temos nenhuma prova, o que significa que é a palavra dele contra a sua. – ele deu uma pausa – Por isso, se não se importar, quero dar uma olhadinha na sua mochila. Se importaria?

Annabeth não sabia o que fazer. Se dissesse que se importava, ela se entregava. Se dissesse que não se importava... Bem, o spray de pimenta ainda estava dentro da sua mochila, e ela esperava que Sr. Blofis provavelmente fosse capacitado de ler rótulos industriais.

Então era isso. Detenção no sábado.

Annabeth fez que não com a cabeça. E ainda tem o desenho, lembrou-se desanimada.

Não demorou para ele achar a lata de spray. Sr. Blofis suspirou e fez outra anotação em seu fichário, recolheu a latinha e voltou para sua mesa.

– Eu esperava mais de você, senhorita Chase – ele disse num tom sério – Eu lamento muito, mas você terá de ficar na detenção.

Paul sacudiu a cabeça como se dissesse “como pôde?” e destacou duas folhas do seu fichário cinza.

Entregou uma para Percy e outra para Annabeth e os mandou entregarem-nas na secretaria naquele momento, senão mais detenção.

Percy e Annabeth se levantaram, e Annabeth foi até a mesa do diretor pegar sua mochila. Os dois cruzaram metade do corredor em silêncio, até Annabeth resolver se pronunciar.

– A culpa é sua, imbecil.

Eles andaram mais um pouco.

– Olha só quem tá falando... – Percy debochou – Foi você que começou com tudo isso! – sua voz subiu uma oitava – Você que resolveu meter o nariz onde não foi chamada!

– Eu só queria ajudar! Você que é um imbecil bipolar!

Percy gargalhou, fazendo as pessoas do corredor olharem.

– Você é uma menininha curiosa demais para o meu gosto. Faria um grande favor se calasse a boca! – naquele momento, ele pareceu assustador. Um mar revolto e tempestuoso, que naufragava navios e vidas, sem piedade. Annabeth finalmente entendeu porque todos o temiam – Não devia se meter nos assuntos dos filhos do Olim... – Percy de repente travou, como se estivesse falando algo errado.

– Filhos de quem?! – perguntou Annabeth – Droga, pare de se interromper! O que você tá escondendo?

Mais e mais pessoas olhavam. Annabeth puxou Percy para andar mais rápido, e exatamente naquele momento apareceu Lola.

– Olha aí a Chase agarrando Jackson! – ela gritou para todos ouvirem.

Mais rostos observavam e agora eles quase corriam. Estavam quase na secretaria, mas agora eles tinham que se empurrar, em meio a todas aquelas pessoas.

Uma das amigas de Lola tirou proveito da situação, e resolveu aumentar o caos.

– Beija! Beija! – Rebecca começou a gritar – Beija! Beija!

O coro cresceu aos poucos, e em questão de segundos, todos no corredor gritavam “beija”.

– Pensei que eles tivessem medo de você – Annabeth disse.

– Geralmente eles têm – ele disse com um sorriso nervoso – Eu tô pensando em desistir desse negócio de secretaria.

Então finalmente, secretaria.

Eles entregaram os papeis a secretária, que observava confusa o bando de adolescentes no corredor gritando “beija!”.

Annabeth tomou fôlego.

– O que aconteceu para do nada elas nos verem como um casal? – Percy perguntou.

Annabeth pensou se deveria responder aquela pergunta. Percy nunca respondia as suas perguntas. Então, nada de informações.

– Eu só vou responder essa pergunta quando você responder as minhas – ela esclareceu.

– Então você sabe o porquê dessa loucura?

Annabeth bufou.

– Se eu não sei nem porque você é tão bipolar, por que eu saberia dessa?

– Eu tenho uma novidade: não é só a inveja que mata! O orgulho também! Você sabe Annabeth Chase. Pare de ser tão orgulhosa.

Annabeth ajeitou a sua mochila nas costas.

– Eu sou orgulhosa mesmo. É tanto, que não faço mais questão de falar com você!

Dito isso, ela começou a se afastar. Não aguentava mais. Ela iria embora e mataria aula.

– Como se eu fizesse questão de falar com você – Percy murmurou, auto o suficiente para Annabeth ouvir.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro de português, me desculpe! O capítulo ficou maior e por isso provavelmente deixei alguma coisa passar XD



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