Dessa vez, Annabeth iria de metrô para o colégio. Não queria que as pessoas a vissem sendo deixada pelo pai. Foi difícil convencer Frederick Chase, que sempre a deixava de carro na antiga escola, mas não impossível.

Às vezes, seu pai realmente a irritava de tanto que pegava no pé. Ele já era super protetor e, depois da morte da mãe dela, ficou mais ainda.

Ela conseguiu a grande proesa de vir de metrô depois de meia hora certificando o pai de que não iria ser assaltada, porque se defenderia com uma lata de spray de pimenta, que havia ganhado dele uma hora depois de anunciar que não iria de carro.

A loira se senta no banco do metrô lotado e tira um livro da bolsa. Lê por cinco minutos até erguer a cabeça e ver um vinslumbre de cabelos pretos e olhos verdes.

Percy olhava para os lados e, depois de perceber que uma mulher o encarava, muda de lugar e vai para outro totalmente fora de vista da moça.

Annabeth volta o olhar para a moça. Ela era bonita, mas parecia que havia algo de errado com ela. A jovem chiava e olhava ao redor com aqueles olhos que na luz pareciam ser até vermelhos.

Não pareciam. Essa era exatamente a cor deles.

A estranha mulher havia percebido que a loira observava. Agora vinha na sua direção.

Annabeth sentiu arrepiar. Aqueles olhos eram terríveis.

Agora a menina tremia. Tentou se acalmar. São lentes de contato, somente isso. Nada mais. Talvez ela seja grande fã de Crepúsculo e esteja fazendo uma homenagem bizarra aos vampiros da saga... Eu tenho spray de pimenta e nada pode me acontecer...

A moça ficou exatamente na sua frente, olhando bem nos olhos da garota.

– Onde ele está? – a voz dela era áspera e nem parecia que pertencia a uma mulher tão bonita.

O pior de tudo era que ela sabia de quem a estranha estava falando e também sabia mais ou menos onde quem ela queria estava.

Annabeth ficou muda. Não conseguia falar absolutamente nada, principalmente quando viu que aqueles olhos vermelhos não eram falsos.

Ela já tinha a mão no bolso e conseguia sentir a embalagem do spray de pimenta quando ouviu uma voz.

– Tia Odete! Que saudades, sua sumida!

Era ele. Percy Jackson, o garoto assustador da escola, que aparentemente tinha uma tia com olhos vermelhos mais assustadores que o próprio e que era nova demais para ser tia de um adolescente.

– Vamos titia! Não quer conhecer o metrô da grande Nova York? – ele puxou a mulher.

Odete rosnou para ele e fez uma cara de ódio. Parecia que ela não estava tão interessada em conhecer o metrô com o sobrinho, pois o seguia com um olhar assassino até sumirem de vista novamente.

Faltando 10 minutos para descer do metrô, Percy Jackson volta e se senta próximo de Annabeth.

Ele olha para ela.

– Eu te vi na escola.

– Eu sei.

– Você é a novata que tava me encarando.

– Me desculpa.

– Você tem medo de mim, que nem os outros.

– Sinto muito.

– O lamento não leva a absolutamente nada.

– Sinto muito.

– Sabe dizer alguma coisa além dessas três frases? – ele estava impaciente.

– Onde está sua tia?

– Ah, isso. – ele fez uma careta – Ela foi pra casa dela.

Annabeth sorriu.

– Ela deve morar perto.

– Na verdade não. – seu rosto se contorceu numa expressão sombria – Ela mora num lugar bem longe.

– Ah, tá.

– E sombrio. – murmurou, mas o suficiente para Annabeth ouvir.

O metrô para.

– Essa deve ser nossa deixa. – Annabeth fala.

Percy sorri ao ouvir “ nossa deixa”.

Os dois descem e caminham até Goode High School.

– Tchau. – Annabeth diz.

Mas ele já havia ido.