That's no love without hate escrita por Xtraordinary Girl


Capítulo 33
Última vez


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente! Estou aqui atrasada, eu sei, mas vou mandar a real: eu não quero terminar essa história, então enrolei o máximo para escrever esse cap, porque a partir de agora tem mais 2 e o epilogo antes de nos despedirmos de TNLWH. Mas saindo desse clima triste...
MUITO OBRIGADA A MISS FELTON PELA RECOMENDAÇÃO LINDINHA! Amei, querida!E esse cap promete... bem, leiam e aí vocês me falam a reação de alguém.
Ah, capítulo dedicado à Olívia, que me encheu desde o começo por uma das cenas desse cap.



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A chegada a Hogwarts foi relativamente calma. Todos os alunos conversando sobre o Natal, mas aparentemente não havia nenhuma grande novidade. Hermione, Ron e Harry conversavam com Gina.

– O que você tem, Harry? – perguntou sua mais nova namorada-para-todos-menos-para-o-irmão-ciumento.

– Não é nada, Gi. Só estou preocupado com as novas poções.

– Fala sério, Harry! – foi a vez de Hermione se meter, claramente pegando o melhor amigo no flagra. – Você virou um gênio em poções. O que aconteceu?

– Só estou preocupado, nada demais! Um mal pressentimento, como se algo estivesse prestes a acontecer e eu não pudesse fazer nada para impedir.

– Algo com Voldmort?

– Algo com Voldmort. – concordou por último, com um sussurro. Nesse momento, uma sombra loira passou rapidamente, de cabeça baixa.

Draco Malfoy estava desesperado. Em completo pânico. Todas as emoções que pareciam ter sumido durante todos os anos que passara em Hogwarts voltaram com toda a força e se misturavam, um misto de tristeza, ansiedade, arrependimento. Quando ouviu Potter falando sobre seu pressentimento, abaixou a cabeça e tratou de passar rápido pelo grupo, resistindo ao ímpeto de encarar Hermione.

Ficar longe dela durante todo esse tempo fora o mais difícil. Doía saber por Lorena que ela estava sofrendo e que mesmo depois de tudo não tinha desistido. Mas que droga, ele precisava que desistisse! Precisava que saísse do castelo na noite seguinte, que seria a decisiva. Não tinha orgulho de si, mas não podia deixar que Hermione o visse completando sua missão. Não podia decepcioná-la dessa forma. Não depois de tudo.

Não teria coragem. Não conseguiria matar alguém na frente da garota que amava.

Suspirou, ignorando completamente o que Astória tagarelava sobre Alex em sua orelha. Estava completamente farto daquela garota.

– Cala a boca, Astória! Mas que droga! Não quero ouvir você falando mal da Alex, até porque ela te abandonou porque teve um pouco de juízo. Só porque você fez as escolhas erradas, não pode sair culpando tudo e todos. Se você é uma idiota, não obrigue as pessoas a te suportar! Sabe o que você é? – ele a encarou com uma raiva que nunca teve antes da prima e continuou, sentindo o veneno sair de sua boca. – É uma cópia mal feita da Lorena. Você não tem carácter, então não venha falar de valores comigo. Você escolheu seu caminho e agora arque com as suas escolhas e me deixe arcar com as minhas que, eu te garanto, já é uma coisa difícil o bastante sem ter que ouvir a droga da sua voz! – explodiu, deixando a prima boquiaberta. Seus olhos verdes passaram por um turbilhão de tons antes de assumir o de raiva.

A garota o encarou com um olhar maligno e mexeu nos cabelos, coisa que sempre fazia quando era pequena. Mas Draco pode achar um traço de mágoa também, o que o deixou mexido.

– Olha aqui, Draco, eu vou contar para o Lúcio sobre o seu romance com a sangue-ruim e aí você continua o seu discurso furado, certo?

– Vai contar o que? Que não estamos mais juntos e que eu abri mão dos meus sentimentos para ser maduro o bastante, coisa que você nunca vai ser? Olha, eu não entendia o porque de tudo isso, mas é bastante claro. Mesmo que eu nunca mais fale com a Hermione, eu nunca vou ficar com você, Astória, porque gosto de pessoas reais. Aquelas com sentimentos, que sorriem e choram, pedem desculpas e engolem o orgulho quando precisam! E não de projetos de bonecas que só sabem ser arrogantes.

– Você realmente não se enxerga, não é? – ela gritou dessa vez, apontando o dedo na cara de Draco. Era como se a máscara tivesse caído, finalmente. – Você e eu somos iguais, Draco Malfoy. Eu errei e você também, a diferença é que eu já me conformei e você continua com essa esperança estúpida de um dia voltar a ser criança. Vou te contar uma coisa: não vai voltar, Draco. Nada. Todo o bom que estava em pessoas como eu, como você, sumiu. Agora é isso. Somos robôs, e você sabe. – ela abaixou o tom. – Eu pelo menos sou grossa porque sei que a minha vida já acabou. Ou eu vou pagar pelas as minhas escolhas de um jeito, ou de outro. E você também. Então se aquele conto de fadas que você viveu com a Granger ainda te dá esperanças, eu sugiro que você suma com elas.

– Não somos nada sem esperança.

– Não somos nada de qualquer jeito, Draco. Você sabe disso, caramba! É possível que ela tenha mesmo te tirado toda a razão?

– Não. – respondeu, no mesmo tom de voz que a loira. No final, ela estava certa. Não tinha mais volta. Era inútil tentar voltar a uma realidade que não existe mais. – Ela me deu razão.

– Tarde demais. Game Over, querido. E se você se importa com ela, a faça sair da escola amanhã. Sabe que quem estiver aqui está sujeito a tudo.

– Porque está me ajudando?

– Se ela é a sua esperança de vida, você é a minha. – respondeu somente, já começando a andar. – Quero ter alguém que saiba as escolhas que fez do meu lado quando não tivermos mais nada. Bem, eu já não tenho nada. Quando você perder o resto do que tem, só vai sobrar a mim e as cinzas da vida que teve.

E ele a observou sair por entre a multidão, já assumindo sua postura de menina popular. Draco não imaginava que por baixo de uma máscara tão fútil poderia ter tanta compreensão. Astória não era uma garota mimada, afinal. Só agia como uma para evitar de sofrer o que ele mesmo estava sofrendo. Ela era muito esperta, na verdade.

O garoto ficou pensando sobre o que ela tinha dito: tinha de tirar Hermione de Hogwarts no dia seguinte. Permaneceu dentro do quarto durante algumas horas e por fim se levantou, quando o sol já se punha no horizonte. Precisava conversar com sua amada mais uma vez antes de tudo acontecer. E, para isso, vestiu algo que ela com certeza notaria

Caminhou lentamente para o salão do jantar, onde todos conversavam. Hermione estava na mesa decorada de vermelho e dourado e conversava com Gina quando o viu. Arregalou levemente os olhos ao ver o cachecol vermelho e manteve o olhar, que Draco quebrou meneando a cabeça para que ela o seguisse. “Após o jantar” sibilou ele e a menina concordou, apertando de leve o pinjente que ele a tinha dado e sentindo uma pontada de esperança. Mas Ronald também viu o recado.

Quando Draco se levantou, pouco antes do jantar, Rony foi atrás, na tentativa de segui-lo. Só não imaginava que iria parar há alguns metros dali, no banheiro, e se apoiar na pia, com uma expressão angustiadas.

– Olha, deixa a Hermione em paz. – o ruivo começou e o outro virou rapidamente, surpreso.

– Me erra, Weasel.

– Você não vai se aproximar dela de novo. – continuou, ignorando o comentário. – Está ouvindo, Malfoy? Você não vai conseguir usar ela para chegar em informações para Voldmort.

– Olha aqui você, sua cenoura ambulante. Vire essa boca antes de falar de mim ou que eu estou usando a Hermione, porque você não sabe de absolutamente nada.

– Sei que ela é uma idiota que te ama e que você não vai mais aparecer na vida dela.

Naquele momento, Ron não pode falar mais nada, só sentir o impacto do punho de Draco em sua face. O loiro estava ofegante e o segurou pelo colarinho.

– Cala a boca, Weasley!

Mas Ronald era bem mais habilidoso do que Draco previra. Devolveu o soco, fazendo-o por pouco não perder a consciência. O outro sorriu com escárnio, enquanto caminhava em direção ao loiro.

– O que foi, tem medo de ouvir a verdade? De que ela é uma idiota e que você a perdeu, ou ao menos a perderá quando ela descobrir o verme que é? – outro soco o fez parar novamente, dessa vez no ombro.

Enquanto isso, Hermione se preparava para encontrar Draco. Ela andou pelo corredor entre as mesas até chegar no portão, onde virou para a direita. Estava para ir embora, ao não ver Draco, mas ouviu algo vindo do banheiro.

– Cala a boca! – Ronald gritou, no momento em que Hermione entrou, desconcertada. Draco estava no chão, com o nariz sangrando e Ronald não estava muito diferente, embora melhor. O ruivo partiu para cima novamente, acertando um chute no tórax do sonserino, que gemeu de dor e revidou, com outro chute.

– Parem! Parem! – gritou ela, se metendo entre os dois. Ambos arregalaram os olhos, certamente não esperando-a ali.

– Hermione?

– Vai embora, Ronald! – o ruivo soltou um último olhar para Draco e deu de costas.

– Ainda o defendendo. Tsc, tsc, Hermione. Vai descobrir quem ele é logo, logo. – e dizendo isso deixou o local, indo para o dormitório.

Hermione estava sem reação. Olhou para o chão e viu Draco a encarando e encolhido, com as mãos no lugar onde levara o chute. Se abaixou em direção a ele e passou a mão por seus cabelos, claramente preocupada.

– Onde você foi se meter, Malfoy? Porque fez isso?

– Ele... – notou que sua voz falhava por conta da respiração muito rápida e esperou um momento antes de continuar. – Falou uma coisa de mim, de você...

E naquele momento, todas as defesas da morena caíram. Ele havia brigado por causa dela. Balançou a cabeça em negativo e limpou o rosto do garoto com a ponta do sobre-tudo. Ele gemeu de dor, apertando a outra mão dela.

– Porque não me respondeu? Nem uma das cartas! – ela teve vontade de gritar, mas só sussurrou.

– Eu sinto muito. Não podia. Mas não quero falar sobre isso. Senti sua falta. – e ele colou seus lábios nos dela, sem se importar com a pressão extra que estava pondo em seu machucado. Com ela, esquecia qualquer dor.

Hermione não o parou, mas demorou um segundo antes de corresponder. Deveria estar com raiva, não? Por ele ter sido um idiota, não ter respondido. Mas a razão, como sempre, a abandonou. Pousou as mãos em sua nuca e aprofundou o beijo. Diferente de todos, esse era urgente, intenso. Como se fosse o último, como se o tempo tivesse acabando.

Quando a falta de ar se deu presente, Draco separou as bocas e encostou sua testa na dela, a encarando e tentando decorar todas as suas características. Seus olhos, seus cabelos ondulados que estavam entre suas mãos. E Hermione fez o mesmo. Era impressionante como mesmo machucado e ofegante ele ainda era lindo.

– Preciso te pedir uma coisa.

– Fala.

– Você precisa sair do castelo amanhã, depois da aula. – ele soltou. – Use aquele mapa dos Weasley’s, vá para Hogsmead.

– Eu não estou entendendo, Draco! Você... – ele a interrompeu.

– Não temos tempo, você não vai entender agora. Mas eu preciso que prometa que não vai estar aqui amanhã a noite.

– Draco...

– Prometo! Mas que droga, Draco! Dá para explicar alguma coisa? Tem algo a ver com os comensais? Porque podemos avisar a Dumbledore e...

– Não é nada! Eu estou pedindo, implorando caramba! – ele a encarou e seus olhos realmente esperavam uma resposta, angustiados. – Não posso te falar o que é, para de ser teimosa que eu quero o melhor para você! Por favor... – ele não conseguiu terminar, pois começou a tossir, soltando sangue.

– Eu vou sair, certo? Agora pare de se esforçar, você já fez demais por hoje. Consegue sentar? - ele assentiu, se encostando nela.

Era reconfortante tê-lo por perto, mas Hermione sentia que algo estava errado, como se essa fosse ser a última vez que estaria assim com o amado.

E o pior é que Draco tinha certeza que seria a última.


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Notas finais do capítulo

E aí? Astória se revelando, Ronald e Draco saindo na porrada e por último o (talvez) último momento realmente Dramione!
Olha, só pela quantidade de ação aí quero muitos comentários, certo?