PoV Katherine Barker

Minha cabeça doía, meus pés também, havia acabado de perceber que aqueles saltos não me faziam bem. E nada de Brendon aparecer, nem uma mísera mensagem.

Tudo bem que eu não estava ali a tanto tempo, mas as lojas do aeroporto eram totalmente enjoativas, roupas da temporada retrasada, estampas da vovó, sapatos velhos e estranhos, uma bizarrice gigantesca.

Só havia uma loja realmente boa, a "The Granberg's". As roupas não eram tão perfeitas, mas pelo menos meus pais deixaram uma conta aberta para compras. Podia gastar à vontade.

Experimentei dois vestidos, um sapato, e fui para o caixa.

– Bom dia! - Disse uma moça simpática, com um sorriso de orelha a orelha.

– Bom dia. Você pode colocar na conta dos Barker? - Perguntei, e ela continuou sorrindo.

Ela conferiu alguma coisa no computador, e voltou a me olhar.

– Katherine Barker? - Ela perguntou, e eu acenei que sim com a cabeça - A sua conta foi cancelada.

Como assim? CANCELADA?

– Ah, tudo bem - Fiz uma cara de desapontamento, não acreditava naquilo. Peguei um cartão de crédito na bolsa, já havia o usado demais, mas com certeza passaria o preço das roupas - Tenta esse cartão.

Entreguei o cartão para ela.

– Transação não autorizada.

S.O.S, CADÊ MINHAS AMIGAS RICAS NESSAS HORAS?

Eu já estava ficando vermelha, decidi ir embora.

– Pode cancelar. Eu volto depois. - Não iria voltar, nunca mais iria aparecer ali. Eu queria sumir. Queria MESMO sumir.

Peguei um copo de Milk-Shake que havia deixado em cima do balcão, e fui em direção da porta. Estava deserdada, descabelada e acabada, mas ainda tinha um Milk-Shake.

Sai da loja, e enquanto entrava no corredor, escorreguei e me senti caindo, derrubei o copo no chão, e senti alguém me segurar. Olhei para ele.

Estava deserdada, descabelada e sem Milk-Shake.

Mas havia sido salva por um príncipe de olhos verdes.

PoV Magnus Nikolaevich (Nik)

Eu sentia um cheiro maligno de queijo, mas um cheiro forte, um cheiro que fazia minha cabeça doer. Acabara de chegar no Aeroporto Internacional de JacksonVille, e estava muito cansado.

Minha vida deu uma virada gigantesca. Essa mudança repentina para os Estados Unidos, reaprender a falar inglês , e ... Estudar num colégio interno!

Era muita coisa ao mesmo tempo.

Senti minha mochila se mexer nas minhas costas, e depois ouvi um barulho. Me virei.

PoV Riley Carter

O garoto mongo que estava pra ser roubado finalmente se virou, e ficou me encarando. Eu segurava o ladrãozinho que tentou o roubar.

– O que está acontecendo? - A voz dele era estranha. Ou era um sotaque péssimo, ou derrame.

– Como você é lerdo, esse pirralho aqui tentou te roubar . -Eu disse, e o garoto riu - E eu dei um... tapinha nele.

O ladrãozinho conseguiu se soltar, e saiu correndo.

– Obrigado - O garoto sorria, seus dentes eram bonitos - Menos pela parte do lerdo.

– Você tem cara de retardado.

– Apesar das ofensas, você... gostaria de... t-tomar alguma coisa? Um... sorvete? - Ele ainda sorria, e eu tinha vontade de esgana-lo.

– Posso saber seu nome? - Perguntei, e ele demorou pra responder.

– Nik - Ele fez uma pausa - De Nikolas, sabe?

– Não precisa desabafar, só queria saber seu nome.

– E qual é o seu?

– Por que você precisa saber?

– Bem, eu te disse o meu, não é?

– Riley. E é bom você esquecer. - Eu disse, e fomos em direção da lanchonete.

PoV OFF

Peter segurava a garota bem perto de si, seus corpos se tocando, seus olhos grudados nos dela, os dois ofegavam. Eles não entendiam por que estavam tão nervosos. Estavam próximos demais, e isso era tão estranho e tão bom, que as mãos de Peter soavam.

Katherine ainda olhava para os belos olhos verdes do garoto, enquanto as mãos dele seguravam tanto os cabelos quanto a cintura da loira. Ela parecia ter se esquecido de muita coisa, como se os olhos dele tivessem o poder de deixá-la em outro mundo.

Enquanto os olhos dela percorriam o corpo dele, pessoas passavam no corredor e olhavam atentamente os dois juntos. Os braços de Peter soltaram Katherine, a fazendo dar um passo para trás, e alguém a agarrou com força.

– Katherine, o que foi isso? - Ela se virou, seus cabelos girando pelo movimento brusco.

Foi quando avistou o cabelo negro, os olhos castanhos e o corpo forte de Brendon. Mas sua expressão não era boa, e ele a apertava, logo a puxou pelo braço.

– Me larga, Brendon! - Ela tentou se soltar, mas ele era muito mais forte que ela, obviamente.

– Eu não vou te largar , Katherin...

– Solta ela! - Peter o interrompeu. Ele agora estava de frente para Brendon, os dois se encaravam com raiva.

– Por que não fica na sua?

– Por que não larga a garota? - Peter disse, e Brendon soltou o braço da loira. Peter se afastou, e ela foi com ele - Você tá bem?

Mas antes que ela pudesse responder, Peter foi pego de surpresa pelas costas, e caiu no chão. Enquanto Brendon preparava outro soco, ele conseguiu o derrubar no chão e se levantar. Brendon também se levantou.

Dessa vez quem acertou o soco foi Peter, bem na boca do outro, o fazendo ir para trás.

– Brendon, para! - Katherine gritou, enquanto Brendon ia para cima de Peter novamente. Mas o ruivo o empurrou, o fazendo cair.

Quando Brendon finalmente se levantou, foi atingido por um soco na barriga, vindo de uma garota - que não era Katherine.

– Que bagunça é essa aqui?! - Todos se viraram, enquanto o guarda os encarava.

. . .

Os 3 se olhavam na sala de ocorrências. Brendon havia ido embora, e o guarda ainda estava lá fora.

Peter olhava para Sam quase rindo, ele não acreditava que ela havia o ajudado, era engraçado. Katherine se sentia aflita, não queria imaginar o que a esperava.

A porta se abriu, revelando o guarda moreno e um garoto de cabelos negros.

– Bem, vamos dar um jeito nessa confusão - O guarda disse, e depois se sentou. O garoto que entrou com ele fez o mesmo - Garoto, você está melhor? - Disse, olhando para Peter, que acenou que sim com a cabeça - Então. Não vou mandar prender vocês, nem sujar a ficha de ninguém, mas vocês terão que prestar uns serviços aqui por uns dias.

– Serviços? - Peter perguntou, enquanto Sam soltou um riso.

– Isso, esse aqui é Maxwell George. Ele trabalha no "Stabil" durante as férias, e vocês vão trabalhar com ele até sexta.

– Vocês? Como assim? Eu não bati em ninguém!

– Loira, você foi o motivo da confusão, fica quietinha pra eu te odiar menos. - Sam disse, e todos a olharam.

– Loirinha, você tem sorte. Todos falaram que você não estava envolvida em nada, você pode ir embora se quiser.

Katherine sorriu, e agora Sam estava brava.

– E sobre vocês dois, Max vai mostrar como é o serviço. Nada difícil. Agora podem ir.

Os três se levantaram e saíram da sala, indo em direção do Stabil, acompanhados por Max.

PoV Maxwell George

Estava no balcão, ao lado de Peter e Sam, e a garota dos olhos azuis estava sentada bem na minha frente, não conseguia parar de admira-la.

– E aí, o que vocês fizeram? - Perguntei, e Sam me encarou.

– O "Super-Homem" fica por aí, salvando garotas, mas dessa vez se deu mal. A patricinha tem namorado, os dois saíram na mão, e eu só dei uma ajudinha. - Ela respondeu, e Peter riu.

– Foi mais ou menos isso. - Peter respondeu

– A dos olhos azuis namora? - Eu perguntei, e Peter me encarou.

– Iiih... - Sam zombou num tom irônico.

– Namorava. - Peter respondeu - Se tiver afim dela, vai nessa.

– Eu não... é que... e-eu - Me enrolei, e Katherine se virou para mim - Eu não disse que estou afim, foi só uma pergunta.

– Se vocês brigarem, eu não vou ajudar ninguém - Sam foi para o caixa, e Peter continuava rindo.

– Cara, você toca algum instrumento? - Perguntei para ele, que terminara de servir um copo de chá gelado.

– Toco... - Fez uma pausa - Guitarra, violão... Mas por que?

– Daqui a pouco é a hora da banda, e os caras que tocam comigo não vem mais. A gente podia tocar, tipo... eu, você e a Sam.

– Tocar?

– É, por que?

– Nada!

– Ah, quer saber, vamos ver se alguém pode nos ajudar.

Fui em direção do palco.

PoV OFF

Riley e Nik conversavam quando as luzes do lugar ficaram mais baixas, e um garoto subiu no palco. O garoto tinha o cabelo escuro, e vestia uma camiseta com o nome da lanchonete.

Ele ligou o microfone, e um ruído forte fez com que todos se irritassem.

– Boa Tarde... - Ele fez uma pausa, olhando para todos - Bem, essa é uma hora sagrada aqui no Stabil, a hora da música. Mas como não temos uma banda completa, quero saber quem aqui sabe tocar alguma coisa, ou cantar.

Nik sabia. Sabia tanto tocar guitarra e baixo, quanto cantar. Seu pais eram músicos, cantores de ópera, e sempre o incentivaram a ser músico.

Riley também sabia. Antes de seus pais morrerem, a colocaram numa aula de canto, violão e piano.

Uma garota loira, vestindo uma blusa do local, subiu ao palco e ficou na frente de um dos três microfones, ao lado do garoto de cabelos negros, que parecia desapontado. Logo, o garoto desceu do palco, foi até uma garota loira, com os cabelos ondulados, a pele rosada e os olhos azuis, e a levou até o palco, deixando-a no microfone do meio.

As pessoas olhavam meio sem entendem nada, e outro garoto; também vestido com a camiseta do local; subiu ao palco, pegou uma guitarra e ligou o cabo num dos amplificadores.

– Mais alguém? - O garoto de cabelos negros perguntou.

Agora, ou nunca! , pensou Nik. Ele queria subir lá, queria tocar. Era isso.

Nik se levantou, fazendo Riley se assustar. Andou na direção do palco, subiu e pegou outra guitarra. Logo após, ligou o cabo no amplificador, mas um som de microfonia o pegou de surpresa.

Ele olhava diretamente para Riley, sabia que ela também queria estar lá. Ela, por sua vez, desviava o olhar.

Nik foi até o microfone. Riley queria sumir.

– Ei, você aí - Disse, apontando para Riley - É melhor subir, tem um microfone livre. E eu não canto muito bem.

Algumas pessoas riram.

Vou matar esse russo idiota!

– É sério - Continuou - Sobe aqui.

– Tá bom, eu vou! - Riley gritou, se levantando e indo até o palco.

Os clientes pareciam de saco cheio. Mas os 6 estavam lá, juntos.

Eles nem imaginavam, mas seria a primeira vez de muitas!

– E então, o que vai ser? - Peter perguntou, e todos se olharam.

– Que tal... I Love Rock' N Roll? - Katherine disse - Vocês sabem?

– Bem, eu sei. - Max respondeu - Peter? - Peter balançou a cabeça em afirmação - É ... e você, cara com sotaque?

– É Nik. E eu sei sim.

– Então, garotas?

Riley balançou a cabeça, e Sam fez sinal com a mão. Max foi até a bateria, e deu um sinal de tempo com as baquetas. Os garotos entraram com as guitarras.

MUSIC ON

I LOVE ROCK' N ROLL - BY: DESTROY

Katherine: I saw him dancin' there by the record machine
I knew he must a been about seventeen

Sam e Riley se olharam, tentando decidir quem iria cantar.

Sam: The beat was goin' strong
Playin' my favorite song

Riley:An' I could tell it wouldn't be long
Till he was with me, yeah, me

Todos: And I could tell it wouldn't be long
Till he was with me, yeah, me

Katherine: SINGIN

Todos: I Love Rock' n Roll

So put another dime in the jukebox baby

I Love Rock' n Roll

So come and take your time and dance with me

As três se olharam. Estavam todos de pé, animados.

Riley: He smiled so I got up and asked for his name

Riley sorriu para Nik.

Katherine: That don't matter, he said
' Cause it's all the same

Sam: Said, can I take you home where we can be alone?

Riley: An' next we were movin' on
He was with me

Katherine: Yeah , me

Sam: Next we were movin' on
He was with me

Katherine: Yeah me

Todos:

singin'

I love rock n' roll
So put another dime in the jukebox, baby
I love rock n' roll
So come an' take your time an' dance with me

Os garotos começaram um solo na guitarra, enquanto as meninas se olhavam e sorriam.

Riley: Said, can I take you home where we can be alone?

Katherine:Next we were movin' on
He was with me

Riley: Yeah, me

Sam: An we'll be movin' on
An' singin' that same old song, Yeah , With me

Todos: SINGIN

I love rock n' roll
So put another dime in the jukebox, baby
I love rock n' roll
So come an' take your time an' dance with me

I love rock n' roll

So put another dime in the jukebox

I love rock n' roll

So come an' take your time an' dance with me

MUSIF OFF

A música acabou, as pessoas aplaudiam.

Eles eram demais juntos, mas ainda iam descobrir isso!

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