The Headless Gang escrita por Shiro, Slytherin Demigod


Capítulo 4
Seis cabeças solitárias


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, pessoal. Tivemos alguns problemas, mas aqui está o cp.
Boa leitura :D



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Não devia ter mais de vinte e quatro anos, provavelmente, e não era tão grande quanto eu gostaria que fosse. Deveria ter no máximo 1,77 de altura e provavelmente não malhava, já que seus músculos não eram definidos.

Eu só esperava que ele desse mais trabalho do que aparentava, de preferência algo que realmente valesse pela minha cabeça. A rua não tinha sistema de iluminação e o vento batia forte pelo caminho do cara. Eu não sabia como ele se chamava, esse era o tipo de informação que o CEO não nos dava e, como sempre, se eu quisesse saber, teria de descobrir sozinha.

Ele usava uma blusa justa azul de mangas curtas e parecia ignorar o frio o vento que o confrontava. De longe poderia ser visto com um simples homem que caminha para casa depois de algum compromisso qualquer, com o andar tão confiante que deixaria qualquer tipo de malfeitor comum longe dele... Mas é claro que o Senhor Fehlberg e seus capangas (no caso, nós) não éramos malfeitores comuns...

Em nenhum momento ele pareceu perceber que eu o seguia, apenas continuava a andar pelas ruas vazias, cantarolando o que eu imaginava ser uma música do Iron Maiden, e por um momento eu tive que resistir ao impulso de conversar com ele... Afinal, conversar com uma garota que não tem cabeça no meio da madrugada não parecia ser um de seus passatempos preferidos.

Depois de um longo tempo de um caminhar totalmente entediante, o primeiro sinal de mudança em seu comportamento foi quando retirou seu celular do bolso, provavelmente para ver a hora ou mudar a música que estava ouvido... Por favor, que ele não tenha o gosto musical tão bom quanto eu imagino. Seria uma verdadeira pena matá-lo sabendo que uma parte da humanidade ainda raciocina.

Eu deveria matá-lo, este era o preço da minha cabeça... Uma espécie de troca, uma cabeça por outra. Eu já deveria estar acostumada com isso, eu e todos os outros, mas quando você vê a presa na sua frente e pensa nas pessoas que ela ama a coisa não é tão fácil quanto parece.

Eu própria já havia presenciado isso, mas essas pessoas não poderiam ter tanta sorte como eu, que depois de ver as cinco pessoas mais importantes da minha vida sendo literalmente decapitadas... Simplesmente acordou no dia seguinte e percebeu que tudo não passava de uma simples maldição lançada por um simples CEO de uma simples empresa de videogames...

E finalmente chegamos a um ponto, afinal. Ela não era mais alta do que o cara, não tinha nada de especial, deveria ter uns vinte anos e mais alguns quebrados, provavelmente era mais nova do que ele. Tinha cabelos castanho e usava uma calça jeans em conjunto com qualquer outra coisa, e é claro, com uma jaqueta preta por cima para completar.

Mais um pequeno obstáculo para eu cumprir minha missão, mas eu não podia me queixar. Adoraria me divertir um pouco...

O garoto tirou os fones de ouvido assim que a provável namorada se aproximou e eles começaram a caminhar juntos, conversando como um simples casal fazia a luz do luar... Provavelmente iriam a alguma festa, ou só iriam andar até chegar ao apartamento dele, nada importa, a noite deles não chegaria ao fim...

Arrisquei me aproximar mais dos dois silenciosamente para ouvir o que diziam, e talvez descobrir o nome de minha presa. Um simples ato de consideração, saber que não estou desonrando a vida dele ou algo do tipo. O próprio CEO havia nos perguntado como nos chamávamos antes de literalmente destruir nossas vidas, talvez eu devesse herdar pelo menos uma coisa boa dele.

Eu tinha todos os motivos para achá-los normais, talvez pelo tipo de roupa que usavam, talvez pelo modo como caminhavam, talvez pelo modo como conversavam sobre suas vidas, ignorando o mundo lá fora e a assassina que os seguia silenciosamente sem que soubessem. Não demorei muito tempo para perceber que não chegaria a lugar nenhum com o simples papo que eles levavam. Eu precisa de informações, fraquezas, medos, nomes, precisões... E o fato de ela amar o Hard Rock definitivamente não ia me ajudar com isso, apesar de que, em parte, eu concordava com ela.

Estava na hora de agir.

Primeiro, eu analisei a situação. Rua deserta, frio, duas pessoas a cerca de dois metros de mim, sendo uma delas o valor da minha cabeça. É, a noite está bem mais simples do que realmente deveria. Eu só precisava de um ou dois para completar minha missão de hoje, e talvez ainda sobrasse um resto de tempo antes do sol aparecer... A única coisa a fazer era me livrar da garota.

Atualmente invocá-los não era mais tão complexo quanto das primeiras vezes, foram preciso semanas para que eu aprendesse a fazer exatamente como deveria ser feito, mas, como prêmio de consolação, os outros também não aprenderam seus “truques” nas primeiras tentativas.

Espíritos não tinham exatamente uma forma definida, pelo que eu pude perceber ao decorrer do meu tempo de trabalho com eles, mas sempre arrumavam uma maneira de conseguir aquilo que queriam. Grande parte dos humanos imaginam temê-los, por mais que eles não façam nada sem que lhes seja mandado, provavelmente a mesma parte da humanidade também teme o fato de poderem sofrer possessão, mal sabem eles que para tal ato eram necessários meses de prática.

Desta vez, exatamente como nas ultimas, não me foram necessários muitos esforços para chamá-los. Há séculos uma parte considerável desta raça trabalha para o nosso CEO e talvez isso tenha facilitado muito durante o meu aprendizado. Seja como for, atualmente os espíritos aceitavam minhas ordens sem contestar e se dispunham a todas as minhas vontades em questão de segundos após eu convocá-los.

Esta noite me era necessário apenas um deles, por enquanto. Um fato curioso, era que haviam outras maneiras de se comunicar com espíritos, já que eles não eram constituídos pela matéria que conhecemos, e eu não precisei sequer dar atenção à límpida fumaça que se formara ao meu lado, a ordem era clara. Livre-se da garota.

Jamais saberei ao certo os meios de trabalho espiritual, mas em questão de minutos minha vitima estava caminhando a sós pelas ruas de Vortex enquanto sua parceira seguia a direção oposta a passos pesados que se seguiram de uma rápida discussão. Ao amanhecer, a mesma jovem se culparia desesperadamente pela morte do rapaz e se debruçaria sobre os restos de seu corpo sem nunca realmente saber o que de fato acontecera com ele. Ouvir o desespero antecipado dos seres humanos era uma das desvantagens de se trabalhar para o Sr. Fehlberg, onde do nada tudo se torna extremamente previsível.

Pelo que suponho, o jovem não parecia de fato ter entendido o motivo da discussão, estava angustiado. Acreditava tê-la perdido para sempre quando, na verdade, aconteceria o contrário. Mas, por mais que me doesse, eu teria que matá-lo. Caso contrário...

Minha arma era um grande machado duplo, que, assim como eu, se escondia pela sombra da escuridão. Seu peso era insignificante para alguém como eu, tanto pela noite quanto pelo dia. O corte era muito eficiente, dava a vitima uma morte rápida e indolor, eu e os outros éramos a prova viva disto e este fora o principal motivo pelo qual eu escolhera essa arma. A parte ruim era relembrar todas as noites, o tempo em que tudo começou.

Avancei para perto do rapaz, mas sem relevar minha verdadeira identidade. Ele não poderia me ver, ou seja, não poderia ver o meu rosto, e o fato de eu não ter um era sem duvidas o maior motivo disto.

– Olá. – Lancei sobre seus ouvidos minha voz noturna, baixa, soprada com um tom de gelidez que podia ser comparada com a voz de um morto, um efeito colateral de não se ter uma cabeça.

O garoto girou o pescoço para todos os lados, mas ele não podia me enxergar ainda.

– Ora, vamos lá, não se assuste, eu não lhe farei mal – as palavras pesaram dentro de mim, as palavras de uma assassina. – Sou apenas uma garota curiosa para saber o nome de um rapaz bonito.

– Onde você está? – Sua voz passou diretamente por mim como se eu não estivesse ali e com o silencio que se seguiu, pude ouvir um baixo som que corria por seus fones jogados aos ombros. O som de uma musica boa.

– Estou bem atrás de você, mas você não pode me ver ainda – ri. – Apenas me diga o seu nome, e terá o meu rosto, se é o que deseja.

Levei a mão esquerda a um de seus ombros como prova clara de que eu estava de fato ali, e ele não tentou se virar para realmente testar.

– Haziq – ele respondeu vagamente, como se tudo que quisesse fosse se livrar de mim.

– Curioso... De onde você é, Haziq? Sem duvidas do oriente, não?

– Nosso trato era o nome pelo rosto – Haziq se virou rapidamente, mais rápido do que eu imaginava, e seu grito de terror seguiu tão vorazmente quanto ele.

Os segundos seguintes se resumiram a um chute sem grandes danos imediatos na minha canela, e os gritos desesperados do oriental que corria para longe do meu alcance.

– Então, Haziq, as coisas começaram a melhorar – sorri, olhando a minha volta. A rua permanecia deserta, mas as luzes estavam começando a se acender, o que certamente era um problema. Um bairro inteiro de pessoas alegando presenciar o assassinato de um oriental por um... Decapitado? Deus, se eu ouso dizer o seu nome, seria terrível! Humanos sempre cometem os mesmos erros, não deve ser tão difícil assim diferenciar o sexo dos seres sem cabeça, deve?

Seja como for, isso não vinha ao caso, eu tinha que assassinar um homem. Haziq corria mais rápido do que eu imaginava, talvez já tivesse sido um atleta quando mais jovem, ou talvez o pânico tivesse tomado conta de seu corpo, levando-o a um alto nível de adrenalina que o fazia correr mais rápido do que o normal.

Ainda assim, não foi nem um pouco desafiador alcançá-lo alguns metros a frente, mas o problema era que Haziq não se importava nem um pouco de gritar as escuras e cada vez que eu me aproximava de minha presa ela fazia questão de gritar e xingar mais alto do que deveria. As luzes da vizinhança aos poucos se acendiam mais e mais, e toda a minha discrição seria completamente inútil, então eu resolvi deixá-la de lado esta noite.

– Não adianta tentar fugir, Haziq – eu me aproximei lentamente do garoto enquanto ele se espremia contra uma parede e gritava por socorro. – Ou é a sua cabeça ou a minha, entende? Eu não posso falhar nunca.

– Sua... Sua cabe...?

– Eu lamento por não poder cumprir o trato, adoraria que visse meu rosto antes da morte. É fascinante a maneira como minhas vitimas procuram por meus olhos, por meu rosto... As vezes eu sonho em poder olhar no fundo dos olhos, nem que fosse apenas de uma pessoa, antes de tirar-lhe a vida. Imagino que isso faça com que a pessoa não se sinta tão insignificante... Ah sim, caso ajude, eu não vou te matar por acaso, Haziq... A verdade é que... Eu só cumpro ordens.

E eu levantei o machado rapidamente e me vi golpeando o pescoço de Haziq, tirando-lhe a vida. Vi as lagrimas de sua garota e do resto de sua família ao receberem a noticia, vi o desespero no olhar de Haziq e os moradores da redondeza abrindo as cortinas, saindo pelas portas e depositando as cabeças pelas janelas, assustados pelo que pudesse estar acontecendo.

E em segundos tudo havia se tornado realidade, eu havia golpeado o pescoço de Haziq no exato local onde o Sr. Fehlberg acertara o meu e de meus amigos. A lembrança invadiu a minha mente no exato momento em que ouvi os gritos dos moradores e senti meu corpo ser sugado pela escuridão, para longe daquele lugar, levando-me novamente para onde tudo começara.

...

Não houve sangue, sequer houve cabeça rolando pelo chão da maldita fabrica. Foram apenas os gritos que vieram logo depois que a cabeça dela... Desapareceu?

– Lex? Lex... Lex! – ouvi a voz desesperada de Kilian ecoando do lugar onde a coisa de dread estava segurando-o junto de Hadrian.

Todos nós estávamos num tipo de transe de pânico, e eu tentei desesperadamente me soltar da estranha criatura que me segurava, mas agora que Lex não estava mais ali era como se ela tivesse um poder ainda maior sobre mim, o que dificultava a minha fuga.

– O que você fez com ela? – Ayram gritou, lutando para se levantar e correr da menina que nem ao menos o deixava se mover normalmente.

– O mesmo que farei com o resto de vocês – o CEO sorriu – Pode-se dizer que... Peguei a cabeça dela emprestada por um tempo.

Depois de dizer isso, nossos gritos de raiva e dor aumentaram, nenhum de nós sabia o que estava acontecendo, nenhum de nós sabia o que fazer sem Lex. Ela era parte do grupo, fazia parte de nossas vidas... Não poderíamos simplesmente fugir deste lugar sem vingá-la, se conseguíssemos sair dali, afinal. O CEO pegou o corpo sem cabeça de Lex no colo (ela obviamente havia parado de lutar) e o colocou no chão, no canto da sala.

– Você arrancou a cabeça dela, desgraçado – gritei alto o suficiente para que todos ouvissem. – E agora nos diz que pegou a cabeça dela emprestada?

– Sim. – Ele disse com naturalidade, se afastando do corpo de Lex no chão, e sorrindo para mim enquanto caminhava lentamente de volta até a mesa, novamente pegando o machado nas mãos. – É a condição. Eu pego as cabeças de vocês toda noite até fazerem o que eu pedir. Alina, traga-me esses dois garotos aqui.

– O que? Não! – Gritei, desesperada, tentando me livrar mais do que nunca dos braços da menina que me segurava. Ela tinha que ter um ponto fraco, simplesmente tinha que ter... – Ayram – meu desespero crescia a cada minuto. Ele levara minha melhor amiga e, agora... Agora queria levar meu namorado? Meus pensamentos de ódio fugiram tão rapidamente de mim quanto surgiram no momento em que Ayram e Zack resmungaram alguma coisa e começaram a se debater, tentando ambos se soltarem.

A garota baixinha de cabelos meio avermelhados passou Ayram de seus braços para os braços do CEO, que conseguiu segurar seus movimentos agora bem mais violentos com a mesma facilidade da menina.

Ele jogou meu namorado na mesma mesa onde Lex esteve antes dele, e o segurou firme no pescoço exatamente como fizera com ela. Ayram também lutou inutilmente contra a lâmina do machado, ao mesmo tempo em que eu gritava e tentava me soltar. Eu tinha que ajudá-lo de alguma maneira, não podia deixar um maldito CEO de uma empresa de vídeo games tirá-lo de mim.

Ouvi ele gritando meu nome uma ultima vez, enquanto eu gritava desesperadamente o dele, o mais alto que podia. Mas o resultado era inevitável. Sua garganta foi violentamente esmagada pelas mãos demoníacas do CEO, e então o machado desceu, fazendo sua cabeça desaparecer exatamente como a de Lex.

Sem sangue, sem cabeças rolando pelo chão, eram apenas os gritos, os meus acima de todos.

Ninguém parecia realmente se importar com o que estava acontecendo comigo além de Hadrian. Zack estava se concentrando em seus próprios problemas, no caso... A morte. Kilian também estava preocupado com a própria perda, mas por sorte eu ainda tinha meu irmão e, junto dele, um ombro para lamentar.

A parte ruim? Ele também ia morrer, e eu junto. Todos nós íamos, porque tivemos a brilhante ideia de invadir uma empresa de videogames... Porque diabos fizemos isso mesmo? Por um vídeo game? Não acho que nossas vidas valham um simples jogo inútil.

Achei que seria injusto esquecer do mundo e desistir de tudo só porque acabara de ver meu namorado e minha melhor amiga no mundo sendo brutalmente assassinados. Afinal, eu ainda tinha vida de Hadrian para salvar. Ele e Kilian dividiam os braços grossos do cara de dread, e como eu queria matá-lo, queria matar todo mundo, todos aqueles que clamavam pela minha morte e pelo meu sofrimento perante a morte de minha família de coração. Mas, acima de tudo, queria matar o CEO, que era o principal responsável por tudo isso.

Queria acabar tudo e com todos. Maldito papo de “cabeças emprestadas”. A filha da puta da garota que entregou meu namorado e um dos meus melhor amigos para a morte, o de dread, que entregaria Hadrian e Kilian, e a coisinha que me segurava e sem hesitar faria a mesma coisa comigo...

Mas talvez realizar meus desejos fosse possível, afinal...

Hadrian e Kilian começaram a se debater enquanto o dred os arrastava até perto da mesa, e a única coisa que eu conseguia fazer era gritar. De relance, vi o machado descendo novamente em direção acelerada, e a cabeça de Z desapareceu.

Foi meu irmão quem gritou primeiro, talvez porque fosse o único de nós três que não estava vivenciando um estado de choque. Mas, assim que percebi o que estava acontecendo, chutei novamente a perna da garota que me segurava, sem esperar que ela caísse novamente no mesmo golpe, só para fazê-la sofrer. Infelizmente não deu muito certo, foi como se o impacto não fosse nada. Como se a pele dela na verdade fosse ferro. Então, fui eu quem realmente sentiu o impacto. Não que eu me importasse com isso, eu ia morrer de qualquer jeito.

O corpo de Z foi acomodado perto do de Lex e do de Ayram, e quando o CEO voltou para a mesa, foi Kilian quem ele recebeu primeiro. Talvez porque fosse maior que Hadrian e fosse mais difícil segurá-lo com tranquilidade, já que ele apesar de tudo ainda se debatia no corpo do moreno.

Foi o mesmo procedimento de sempre, eu e Hadrian gritamos seu nome algumas vezes, ele nos lançou um olhar deprimente enquanto seu pescoço era esmagado, a falta de esperança em seus olhos era evidente. Acabara de presenciar a morte de seus entes queridos e ainda sofria por Lex, mas isso não impediu o machado de descer. Alguns gritos seguiram sua cabeça desaparecida, e a essa altura eu e Hadrian já havíamos começado a chorar. Porque éramos os últimos? Porque tínhamos que ver todos os nossos amigos morrerem? Eu depois de Hadrian. Havia perdido minha melhor amiga, meus dois melhores amigos, meu namorado, e agora perderia o meu irmão. E a pior parte era que eu não poderia fazer absolutamente nada. Eu me sentia como um peso morto, que via todos os amigos morrerem sem fazer nada.

Fui arrastada para perto da mesa enquanto meu irmão era “acomodado” sobre ela. Eu já não me debatia mais, apois, agora que havia perdido tudo, a morte me seria um favor...Mas ainda lamentava pelo sofrimento de Hadrian. Ele não merecia sofrer, não merecia ver os amigos morrerem... Eu não devia tê-lo metido naquilo...

Tentei esticar meus braços para tocar Hadrian uma ultima vez, mas fui impedida pela desgraçada que ainda me segurava... Como se eu fosse fugir agora. Eu só queria poder abraçá-lo mais uma vez, secar suas lágrimas e dizer que tudo ficaria bem, exatamente como eu fazia quando éramos crianças...

– Eu te amo, Med – ele se entregou a morte, deixando que o CEO o segurasse com facilidade, como se ele já não se importasse com nada. Talvez ele estivesse se sentindo como eu me sentia, afinal, tínhamos perdido tudo.

– Te vejo no inferno, irmãozinho – falei, não conseguindo controlar algumas lágrimas a mais. Que diferença fazia? As ultimas palavras de Hadrian me comoveram, ele me amava, ele era meu irmão e dissera que me amava antes de morrer... Minhas lagrimas corriam por seu sofrimento, não por sua morte – P.S: eu também te amo.

E o machado desceu.

O CEO sorriu para mim quando chegou a minha vez.

– Já parou de gritar? - Ele perguntou, enquanto o cara de dred levava o corpo de Dan. – Parece nervosa, Meredith. Bom, não fique. Você vai se acostumar. E, pelo que soube, não dói muito mais do que arrancar um dente. – ele riu e olhou para a garota sem cabeça. – Não é mesmo, Ellera?

Eu o respondi com cuspe na cara.

– Vai pagar pelo fez comigo, CEO, e com os meus amigos. Nem que eu saia dos confins do inferno para me encarregar disso, eu juro que vai pagar.

Ele limpou o rosto, irritado, e me jogou violentamente na mesa.

– Duvido que tenha tempo para isso – ele me encarou com ódio. – Devo confessar uma coisa, Meredith. Eu menti. – Seu olhar relampejou rapidamente para Ellera. – Nunca compare um dente a uma cabeça. E a sua, eu arranco com prazer.

E eu o vi, o machado descendo rapidamente contra mim com uma vontade explícita no rosto do CEO. E ele arrancou minha cabeça com tamanho prazer que aquilo o fez sorrir ironicamente para a minha morte.


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Notas finais do capítulo

Comentem! Afinal, eu tenho um machado duplo e licença para matar.... *risada do mal*.

— Crazy Rocker



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