A Sun And a Moon escrita por velgoncalves


Capítulo 25
Capítulo 23 - Fogo e gelo


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas lindas leitoras, primeiro gostaria de agradecer a vocês o carinho dos comentários. Depois gostaria de esclarecer algo sobre esse capitulo: Eu era Team Jacob, as vzs me tornava Team Suiça... Depois dele me tornei Team Edward total... Fiz o melhor que pude com tão pouco tempo que tenho tido. Deixei nome do capitulo original porque ele reflete bem o momento o qual nosos prrsonagens preferidos estão passando.

Um grande Bjo e boa leitura.



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23. FOGO E GELO

 

Eu estava completamente preso aquela figura pálida a minha frente, eu podia ver pelo bater dos seus dentes que estar ali estava sendo muito difícil para ela, me amaldiçoava a cada segundo por tê-la colocado naquela situação. Provavelmente, nada do que viesse a seguir seria mais difícil do que vê-la daquele jeito. Bella era extremamente frágil e incapaz de se proteger. Ela estava dentro do saco de dormir, devidamente vestida e agasalhada. Porém, aquilo não parecia ser o suficiente. Eu estava me sentindo um inútil, contudo eu não podia deixá-la sozinha. Negativo, aquilo não iria acontecer. Tentei persuadi-la por diversas vezes a caminhar, quem sabe o seu sangue não poderia esquentar com alguns passos que ela desse. O vento soprava forte balançando a barraca onde estávamos. Diante da sua negativa completamente lógica. Permanecemos ali, lado a lado. Mesmo que eu não pudesse fazer nada.

Do lado de fora, Jacob gritava que eu devia fazer alguma coisa. Ele ainda acreditava que forte como o vento estava, cedo ou tarde, ela iria ser levada. Ainda bem que eu havia fixado-a firmemente nas pedras, daquela forma, ela não seria movida pelo vento forte que soprava. Mantinha-me a uma distancia segura, embora minha vontade fosse a de abraçá-la. Porém, naquela altura, se eu a tocasse, certamente eu mesmo a levaria a morte. Todas as formas de aquecê-la seriam inúteis visto que com aquela terrível tempestade não haveria calor suficiente. Levá-la para casa estava fora de cogitação, lá seriamos facilmente rastreados.

- Q-q-q-q-q-que h-h-h-h-horas são? – ela perguntou ainda batendo os dentes, quase não conseguiu falar. O vento ainda estava soprando forte, ela estremecia cada vez que o ar soprava do lado de fora. Seus lábios estavam azuis, mas eu não diria nada, não iria preocupá-la ainda mais.

Mesmo com toda aquela escuridão eu conseguia visualizá-la, mantendo-me o mais distante que podia, eu podia perceber o ar frio que saia da sua boca. Não havia nada que eu pudesse fazer, nada que eu pudesse dizer. - Duas – respondi. Eu não conseguia mais esconder minha preocupação deixando-a explicita na minha voz quando respondi a sua pergunta, eu não podia ficar passivo com o estado no qual ela se encontrava. - Talvez... – pensei em sugerir que fossemos caminhar mais uma vez. Tentei convencê-la a fazer uma caminhada inutilmente.

 - Não, eu tô b-b-b-b-b-bem, m-m-m-mesmo. Eu não q-q-q-quero i-i-ir lá fora. – aquilo realmente estava me matando, eu podia protegê-la de Victoria, mas quem a protegeria do frio? A tempestade nos castigava e o vento dava rajadas fortes como se quisesse dizer que estava lá e que não iria embora tão cedo. Ela continuava enrolada no saco de dormir que havíamos trazido. Aquilo nem de longe estava diminuído seu frio. Eu precisava urgentemente fazer alguma coisa. Alice não havia previsto que ali no frio, ela pudesse sofrer uma hipotermia, se não pela neve e pelo vento rajante... Poderia ser pela proximidade do meu corpo.

- O que eu posso fazer? – eu sofria por não poder atender as necessidades que ela tinha naquele momento, nem conseguia imaginar uma forma de aquecê-la. Não podia sair dali para encontrar um jeito de manter sua temperatura alta sem esquecer de que a qualquer momento os recém nascidos estariam chegando, o vento poderia levar meu cheiro para longe criando um rastro que os levasse até ela.

Ela sacudiu a cabeça negativamente, enfim, eu não podia fazer nada a não ser ver a mulher que eu amava congelar até a morte. Se meu coração batesse, ele estaria apertado pelo tamanho da minha apreensão. “O que você pretende fazer sanguessuga? Nós dois estamos sãos e salvos, você com sua frieza imutável e eu que sou equipado para lhe dar com o frio e Bella está congelando...” o lobo resmungou num choro alto. Meus dentes travaram pela simples menção em seus pensamentos.

- S-s-s-sai d-d-d-daqui – ela tentou parecer firme, mas suas palavras quase não saiam e seus dentes batiam tanto que parecia que iriam quebrar a qualquer momento.

- Ele só está preocupado com você. Ele está bem. O corpo dele é equipado pra lidar com isso. – tentei traduzir em palavras o que o mongol estava pensando de uma forma mais gentil do que ele estava expressando.

- E-e-e-e-e-e – ela não conseguia falar embora fizesse um esforço enorme.

“Faça alguma coisa sugador de sangue, ela pode morrer congelada” ele gritou num uivo alto e estridente.

- O que você quer que eu faça? – eu estava preocupado demais para murmurar de forma que ela não ouvisse. Pela minha falta de paciência, o real desejo era o de colocar aquele lobo cretino para dormir a qualquer momento. - Carregá-la em meio a isso? Eu não estou vendo você se fazer útil. Por que você não vai pescar um aquecedor ou alguma coisa assim? – ordenei impaciente.

“Ela precisa de muito mais do que um aquecedor, se você saísse de perto talvez ela ficasse melhor, você não vê o quanto é frio? Já eu, sou bem quente, posso esquentá-la para você...” ele gritava na minha cabeça, meu rosnado involuntário fez com que Bella protestasse.

- Eu tô b-b-b-b-b-bem - ela reclamou em vão. Pela forma como as palavras saiam, ela não convenceria ninguém. O vento voltou a soprar forte, ela estremeceu novamente. “Eu vou aquecê-la” Jacob gritou num rosnado “e você não vai me impedir”, ele reclamava enquanto o vento continuava castigando a barraca. O zíper se abriu enquanto Bella cobria os ouvidos pelo som do vento e da tempestade que estava do lado de fora, tentei conter minha raiva.

- Isso não era muito necessário – tentei manter a calma - E essa é a pior idéia que eu já ouvi – mas eu não conseguia ter tanto controle.

- É melhor do que alguma coisa que você tenha sugerido – ele respondeu agora como humano - Vá pescar um aquecedor. Eu não sou um São Bernardo. – ele protestou enquanto entrava segurando o casaco feito de pele que ele havia trazido consigo. “Do que você tem medo? Não é capaz de se garantir?”, ele pensou começando a fechar o zíper atrás de si. Aquele espaço pequeno ficou ainda menor.

Ele sentou no minúsculo espaço que havia do lado de dentro. Embora essa fosse à única opção, eu não gostava dela. - Eu não gosto disso – sibilei enquanto ele terminava de fechar o zíper. - Simplesmente dê o casaco a ela e se mande. – ordenei em vão.

Bella não parecia muito melhor do que a um segundo atrás, por mais que eu tentasse ignorar o fato de que aquele débil realmente podia ser útil. Ele se fazia entender muito bem. Nada do que eu dissesse ou fizesse o faria mudar de idéia, isso eu podia ver através da sua mente irritantemente fantasiosa. - O-o-o-o-o-o-o – ela tremeu mais uma vez, respirei fundo tentando manter a serenidade naquele momento tão difícil. Eu teria que admitir que o lobo ficasse próximo a Bella para que ela não congelasse? Será mesmo que não havia outra opção?

- A pele é para amanhã, ela está com frio demais pra aquecê-la sozinha. A pele está congelada – ele se esticou na direção dela. - Você disse que precisava de um aquecedor, e aqui estou eu – ele abriu os braços “e posso fazer muito mais do que aquecê-la” ele pensou provocativo. Suas fantasias começaram a me atormentar, ele sabia ser bem realista na sua imaginação fértil. As lembranças inconscientemente presentes também me faziam imaginar o quão próximo eles realmente estiveram, e até que ponto o coração de Bella batia por ele. Era difícil, visto que, eu não podia ler sua mente. Tudo o que eu podia fazer, era supor, tentar imaginar em quais momentos ela poderia estar realmente pensando nele.

- J-J-J-J-Jake, você vai c-c-c-congel-l-l-lar – ela reclamou.

- Eu não - ele disse alegremente. - Eu estou com uns sólidos cinquenta e dois graus esses dias. Eu vou começar a te fazer suar rapidinho. – sua mente começou a divagar, de quantas maneiras ele a poderia fazer suar. Eu rosnei voluntariamente. Aquela sensação era uma antiga conhecida, não era só o ciúme que estava me afetando, não naquele momento.

Enquanto ele se rastejava para o lado dela, foi abrindo o zíper do saco de dormir. Segurei seu braço com força, na realidade, meu desejo era o de partir os seus ossos. O que não seria difícil... A visão do seu braço quebrado me fez sentir uma ponta de prazer, o que eu poderia quebrar depois? Talvez seu maxilar... Ou arrancar seus membros um por um... A mandíbula dele também se contraiu. O músculo do seu braço se flexionou e sua narina inflou acompanhando o movimento rápido que ele fez para se livrar da minha mão.

- Mantenha a sua mão longe de mim – ele também rosnou, suas palavras saíram ásperas... Ele do mesmo modo estava tentando manter a calma. Em sua mente a única preocupação era com Bella.

- Mantenha as suas mãos longe dela – respondi seco, quando ouvi um trincar de dentes.

- N-n-n-não b-b-b-briquem – ela suplicou, suas palavras saiam difíceis. Ela tremia mais a cada segundo. Eu não estava conseguindo visualizar outra alternativa que não fosse aquela proposta pelo lobo.

- Eu tenho certeza de que ela vai te agradecer por isso quando começar a ficar preta e a se decompor - Jacob disparou. “Ai não precisaremos lutar contra os recém nascidos, porque você já vai ter feito o trabalho por eles”, ele estava certo. Eu estava sendo egoísta pensando somente no que eu estava sentindo... Medo... Ciúme... Inveja... Sim, inveja do que ele podia fazer por ela, e eu não. Inveja porque ele podia tocá-la numa noite de frio sem fazê-la congelar, porque ela poderia senti-lo por toda vida sem precisar se transformar num monstro... Como eu. Mas eu era egoísta demais para abrir mão da mulher que eu amava. Aquela que me fez acreditar que eu podia ter uma alma e que a mesma ainda teria salvação.

Soltei seu braço relutante enquanto o via se aconchegar perto dela, mesmo no escuro eu podia ver seu rosto colado na cabeça dela, sentindo seu cheiro, seu perfume. Vê-la pela perspectiva de Jacob Black era doloroso, não era a sede do sangue. Era o desejo que ele tinha de possuí-la, roubá-la de mim. - Se cuide. – ordenei friamente, meu lado predador queria esquartejá-lo naquele momento. Aqueles pensamentos me perturbavam imensamente.

- Chega mais, Bella – ele abriu o zíper ainda mais se aconchegando ao lado dela... Outro rosnado ficou preso em meu peito, eu podia perceber, ou melhor, sentir o seu desejo... A mente dele vagava entre os toques e caricias que ele faria se estivessem sozinhos, seus braços cercando-a, acariciando suas costas.

- N-n-n-n-n – ela relutou. Eu podia perceber pelas batidas do seu coração que ela precisava do calor do lobo. Eu não queria permitir que ele continuasse com aqueles pensamentos, contudo como fazer? Deixá-lo inconsciente não resolveria o caso. Embora fosse um desejo latente, ele não pareceu ter a intenção de fazer nada sem que ela quisesse. Mesmo que fosse para me provocar.

- Não seja estúpida - ele disse, exasperado. - Você não gosta de ter dez dedos nos pés? – ele entrou no saco de dormir e se aconchegou ao lado dela. Eu podia ver pelos seus olhos o molde perfeito encaixados um ao outro. Aos poucos a corrente sanguinea dela estava se estabilizando e as batidas do seu coração já dava sinal de melhora.

Ele continuou abraçando-a como se aquilo fosse algo normal, as lembranças de La Push estavam presentes, o tempo em que ele estupidamente aceitou consertar as motos no intuito de poder estar ao lado dela. A forma como ele a abraçava... O carinho que ela dedicou... A forma como ele a amava era intensa e verdadeira. Ele não precisava me dizer para que eu soubesse que ela poderia ter opções. Não era egoísmo e sim amor que não me permitia afastar-me outra vez. Ao lado de Jacob Bella certamente poderia ter filhos, uma família... Fechei os olhos para fugir das lembranças dele. Por pior que parecesse, não era provocativo... Ele estava ansioso, estava desejoso. A cobiça estava descrita em seus olhos, exalando pelo cheiro do seu corpo. No fim das contas ele ainda acreditava que ela pudesse mudar de idéia. Eu, francamente, esperava que não.

- Nossa, você tá congelando, Bella – ele bradou preocupado quando os dedos dela tocaram a pele dele, todas aquelas sensações eram tão fortes que eu mal conseguia desligar. Não dava para fingir que, talvez, ela estivesse melhor com ele.

- D-d-d-d-desculpa – ela gaguejou, entretanto seus dentes batiam menos e as palavras já saiam mais normalmente.

- Tente relaxar – ele disse simplesmente.  Outra lembrança trazida à tona foi mais profunda e dolorida, no dia em que ele a salvou logo após ela ter se jogado do penhasco. Não havia visto as coisas por aquela perspectiva, ele a havia salvado. Levado-a para casa e em seguida eles dormiram juntos lado a lado. Pude perceber que ele abriu os olhos antes dela, acariciou seu rosto, beijou-lhe o cabelo... Seu corpo clamava pelo dela, louco e sedento para dar-lhe calor de uma maneira que eu jamais poderia dar. Ele vagava entre o real e o imaginário visualizando as formas do corpo dela, o gosto dos seus lábios. - Você vai estar aquecida em um minuto. É claro, você se aqueceria mais rapidamente se eu pudesse tirar as suas roupas. – ele externou seu pensamento. Nada naquele lobo cretino era falso ou mentiroso. Rosnei afiado a tão alto que nem eu mesmo esperava exteriorizar aquele sentimento, não daquela forma. - Esse é simplesmente um fato - Jacob se defendeu. - Primeiros-Socorros.

- C-c-c-corta essa, Jake – ele sentia um imenso prazer por senti-la enroscada no seu corpo, com as mãos sobre seu peito, comprimindo-se de encontro a ele. - N-n-n-ninguém p-p-p-precisa de verdade de todos os dez d-d-dedos dos pés.

- Não se preocupe com o sugador de sangue - Jacob sugeriu, o tom da voz dele estava um pouco presumido. - Ele só está com ciúmes.

- É claro que eu estou. – assumi ainda que aquilo fosse contra os meus princípios, eu estava naquele momento assumindo minha fraqueza. - Você não tem nem a mais distante idéia do que eu daria pra estar fazendo o que você está fazendo por ela, mongol.

- Esses são os pontos. Pelo menos você sabe que ela gostaria que fosse você. – ele disse entre dentes, seu tom e seu sentimento era o mesmo do meu. Ele também me invejava, porque embora ele pudesse tocá-la, abraçá-la, aquecê-la... Em seu pensamento havia a certeza de que ela me amava.

- Verdade – concordei. Finalmente a respiração dela estava voltando ao normal, seu coração já estava batendo de forma habitual.

- Aí está! Se sentindo melhor? – ele perguntou contente pelo que havia feito.

- Sim. – ela respondeu sem tremer, a voz meio grogue. Provavelmente o sono estava se apossando dela, como humana... Era melhor dormir.

- Os seus lábios ainda estão azuis - ele meditou. - Quer que eu os aqueça pra você também? – suspirei profundamente soltando o ar logo em seguida, naquele ambiente o fedor de cachorro molhado era insuportável. No entanto, antes que eu pudesse protestar foi Bella quem o fez.

- Se comporte – ela murmurou, embora eu pudesse ver o prazer e a satisfação no rosto dele quando ela o puxou para mais perto encostando seu rosto mais uma vez no peito nú dele. “Veja como eu seria melhor para ela do que você Filhote de Conde Drácula!”

Ele aproximou seu rosto do dela novamente, encostando a bochecha na orelha de Bella, o calor que ele emanava não era somente o natural dos lobos. Havia algo mais, havia excitação... Desejo e prazer. Ele deu um pulo voltando à realidade quando percebeu os dedos frios nas suas pernas. Eu quase sorri, aquilo foi como um banho de água fria.

Pouco depois a mente dele voltava ao tempo que passaram juntos em La Push, ela o abraçava com carinho. Não parecia querer se afastar, sua expressão era divertida... Eu diria feliz. Enquanto ela se aconchegava em seu peito, eu podia ver que ele a desejava cada vez mais. Os braços que estavam em torno do corpo dela se apertavam trazendo-a para mais perto de si. Era satisfação no seu rosto? Mesmo naquele escuro eu podia enxergar a sua expressão enquanto o abraçava em retorno.

- Jake? - ela murmurou sonolenta. - Posso te pedir uma coisa? Eu não estou tentando ser uma boboca nem nada assim, eu estou honestamente curiosa. – ele se lembrou das mesmas palavras ditas por ele na cozinha da casa dela a pouco tempo atrás.

- Claro - ele gargalhou.

- Porque você é tão mais peludo do que os seus amigos? Se eu estiver sendo rude, você não precisa responder – eu segurei o sorriso novamente, Bella era realmente uma pessoa inacreditável. Mesmo nos piores momentos, ela conseguia ser absurda.

- Porque o meu cabelo é mais longo – ele disse sincero, a pergunta dela não o havia ofendido de fato.  No instante em que ele passou seu cabelo no rosto dela precisei me segurar para não perder a cabeça de vez. O lobo estava brincando com meu alto controle, ele berrava em minha cabeça o quanto Bela poderia ser mais feliz ao lado dele. Seu pensamento era um misto de sensações e emoções prazerosas. Eu podia me ver pelos olhos dele, as nossas sensações eram semelhantes. O misto de sentimentos que ela despertava em mim, era a mesma que ela despertava nele. Porém havia uma diferença muito grande entre nós, ele poderia dar-lhe tudo aquilo que ela me pedia. Amor, calor, desejo... Paixão.

- Oh! Então porque você não o corta? Você gosta de ser tão felpudo? - ela indagou. “Oh! Nossa... Achei que ela gostasse mais de mim assim... Pelo visto...” - Desculpa – ela bocejou. Sorri diante da expressão desconcertada do lobo. - Eu não quis ser intrometida. Você não precisa me dizer.

Jacob deu um leve rosnado fingindo aborrecimento. - Oh, ele vai te dizer do mesmo jeito, então eu também posso... Eu estava deixando o cabelo crescer, porquê... Parecia que você gostava mais dele longo. – segurei o sorriso que vinha de forma espontânea. Por aquela aquele lobo débil não esperava.

- Oh – ela disse surpresa - Eu, er, gosto dos dois jeitos, Jake. Você não precisa... Ter inconvenientes. – eu também não esperava sua resposta. Aquilo me deixou um pouco incomodado.

Ele levantou os ombros. - Acontece que ele foi bem conveniente essa noite, então não se preocupe. – ele se defendeu.

“Jake, já estou aqui” o pensamento do lado de fora me chamou a atenção. Seth havia chegado. Percebi que Bella estava adormecendo, seus olhos estavam fechados e a respiração uniforme. - Isso mesmo, meu bem, vá dormir - Jacob sussurrou. Ela deu um longo suspiro, parecia aliviada agora que o frio havia passado.

- Seth está aqui – informei fazendo-o fugir daqueles pensamentos que começavam a aparecer na sua mente.

- Perfeito. Agora você pode ficar de olho nas outras coisas, enquanto eu cuido da sua namorada para você. – rosnei quando notei o rumo que ele estava tomando.

- Pare com isso – ela murmurou sonolenta.

“Você sabe que eu sou a melhor opção sanguessuga. Tem total consciência de que eu sou a melhor opção.” Ele gritou enquanto o silencio reinava dentro da barraca. Eu queria matá-lo... Esquartejá-lo... Queimá-lo inteiro para que seus gritos mentais nunca mais me perturbassem. 

O vento começou a soprar mais forte, Bella adormecia aconchegada nos braços do lobo sonhador. Logo ele seria o lobo morto. Tentei me concentrar no balanço das arvores, no barulho do vento... Em tudo que me tirasse dali. Ele imaginava como seria os beijos, o toque... As caricias... Os lábios percorrendo cada centímetro do corpo dela. Cada cena criada pela mente infeliz daquele lobo pulguento, era uma tortura para mim.

- Por favor! – sibilei - Você se importa!

- O que? – ele perguntou sem entender.

- Será que você acha que podia tentar controlar os seus pensamentos? – pedi impaciente... Estava difícil conter meu excesso de fúria.

- Ninguém disse que você precisava ouvir - Jacob murmurou, desafiador, e mesmo assim um pouco envergonhado. - Saia da minha cabeça.

- Eu queria poder. Você não faz idéia de como as suas pequenas fantasias são altas. É como se você estivesse gritando elas pra mim.

- Eu vou tentar manter o volume baixo – ele disse irônico. Ficamos em silencio por um tempo, não porque ele havia parado de pensar... Embora eu houvesse pedido, sua cabeça continuava criando. “Será que você sentiria ciúmes se eu a acariciasse de uma maneira que você nunca poderia fazer? Se eu beijasse seus lábios, seus ombros...”

Antes que ele pudesse terminar respondi – Sim! Eu estou com ciúme disso também. – respondi  aos pensamentos dele antes que sua língua soltasse aquelas palavras infames e eu a arrancasse a força.

- Eu imaginei que fosse assim – o cachorro bradou - Isso meio que iguala um pouco o jogo, não é? – “Bella aqui, comigo... Coladinha ao meu corpo de um jeito que você nunca poderá fazer, ao menos não enquanto ela for humana”

- Nos seus sonhos. – eu gargalhei.

- Sabe, ela ainda pode mudar de idéia – ele me disse presunçoso - Considerando todas as coisas que eu posso fazer com ela que você não pode. Isso é, pelo menos, não sem matá-la.

- Vá dormir Jacob - murmurei - Você está começando a me deixar nervoso. – na verdade, nervoso eu já estava fazia um bom tempo. Mas não iria iniciar uma guerrinha ali dentro daquele cubículo. Poderíamos machucar o meu bem mais precioso, Bella.

- Eu acho que eu vou. Eu estou muito confortável. – ele me provocou. “Se eu te fizesse uma pergunta, você responderia? Você seria sincero?” ele interrogou mentalmente.

- Talvez eu fosse – respondi diretamente.

- Mas você seria honesto? – “digo, mesmo que Bella saiba o que você está pensando realmente?”

- Você sempre pode perguntar e ver – os pensamentos dele não estavam me aborrecendo, ao menos, não naquele momento.

- Bem, você vê dentro da minha cabeça, me deixe ver dentro da sua hoje, é o justo. – Jacob disse. “São tantas as perguntas, já que o sugador de sangue cedeu é melhor aproveitar... Por onde eu começo? Sobre seus ciúmes? O que ele pensa?”

- A sua cabeça está cheia de perguntas. Qual você quer que eu responda?

- Esse ciúme... – ele decidiu qual seria a primeira pergunta - Ele esteve te comendo. Você não pode estar tão seguro de si quanto parece. A não ser que você não tenha emoções.

- É claro que está. Nesse momento está tão ruim que eu mal posso controlar a minha voz. É claro, isso é ainda pior quando ela está longe de mim, com você, e eu não posso vê-la. – fui o mais sincero que pude, era evidente que eu não diria quantas vezes eu quis invadir a fronteira de La Push e arrancá-la de lá a pulso.

- Você pensa nisso o tempo inteiro? - Jacob sussurrou. - É difícil pra você se concentrar quando ela não está com você?

- Sim e não - respondi - A minha mente não funciona exatamente como a sua. Eu posso pensar em mais coisas ao mesmo tempo. É claro que isso significa que eu sempre sou capaz de pensar em você, sempre capaz de me perguntar se é aí que a mente dela está, quando ela está quieta e pensativa. – eu não me importava de me expor, não quando meus sentimentos diziam respeito à Bella.

“Será que ela pensa em mim?” ele se perguntou.

- Sim, eu acho que ela pensa em você com frequência – era difícil admitir - Com mais frequência do que eu gosto. Ela se preocupa que você esteja infeliz. Não que você não saiba disso. Não que você não use isso. – o que com certeza usa já que faz constante chantagem emocional.

- Eu tenho que usar qualquer coisa que eu puder - Jacob murmurou. - Eu não estou trabalhando com as suas vantagens, vantagens como saber que ela está apaixonada por você.

- Isso ajuda – fui franco.

- Ela está apaixonada por mim também, sabe. – ele me provocou. - Mas ela não sabe ainda.

- Eu não sei dizer se você está certo. – era verdadeiramente frustrante não poder ver o que ela estava pensando.

- Isso incomoda você? Você queria ver o que ela está pensando também?

- Sim... E não, de novo. Ela prefere que seja assim, e, apesar de que isso às vezes me deixa louco, eu prefiro que ela fique feliz. – o vento soprou assustadoramente forte, Jacob a abraçou com mais força, porém, sem nenhum tipo de provocação. - Obrigado – murmurei. - Mesmo que isso pareça estranho, eu estou feliz que você esteja aqui, Jacob.

- Você quer dizer 'mesmo que eu fosse adorar matar você, eu estou feliz que ela esteja aquecida', certo?

 - É uma trégua desconfortável, não é? – “É sim”

- Eu sabia que você estava tão louco de ciúmes quanto eu. – “Ao menos sei que tenho uma chance”

- Eu não sou tão idiota pra usar isso como uma carta na manga como você. Isso não ajuda o seu caso, sabe.

- Você é mais paciente do que eu. – isso com certeza eu era.

- Eu devia. Eu tive cem anos pra ganhá-la. Cem anos de espera por ela.

- Então... Em que ponto você resolveu bancar o cara bonzinho e paciente?

- Quando eu ví o quanto estava machucando ela ter que decidir. Isso geralmente não é tão difícil de controlar. Eu posso amortecer os... Sentimentos menos civilizados que eu possa ter por você muito mais facilmente na maior parte do tempo. Às vezes eu acho que ela vê através de mim, mas eu não posso ter certeza.

- Eu acho que você só está preocupado que se você realmente a forçasse a escolher, ela podia não te escolher. – “ela podia escolher a mim”

Suspirei e depois soltei o ar devagar - Isso é uma parte – admiti - Mas só uma parte pequena. Todos nós temos nossos momentos de dúvida. Em grande parte, eu estava preocupado que ela pudesse se machucar fugindo pra ver você. Depois que eu aceitei que ela estava mais ou menos segura com você, tão segura quanto Bella sempre é, pareceu ser melhor parar de levá-la aos limites.

Jacob suspirou. - Eu teria dito tudo isso a ela, mas ela nunca teria acreditado em mim.

- Eu sei – sorri involuntariamente.

- Você acha que sabe de tudo - Jacob murmurou.

- Eu não sei o futuro – era difícil admitir que ele estivesse certo em alguns pontos.

- O que você faria se ela mudasse de idéia? - Jacob perguntou.

- Eu também não sei isso. – infelizmente eu não sabia, embora Bella tivesse aceitado casar comigo. Não podia contar com as visões de Alice, afinal elas mudam de acordo com as decisões que tomamos. Ela poderia mudar de idéia a qualquer momento, e eu definitivamente não sabia como seria uma vida inteira sem ela. Sabendo que ela estaria ao lado do lobo fedido e cheio de pulgas.

- Você tentaria me matar? – ele sorriu, “você teria coragem de tentar?”

- Não. Por mais que eu quisesse.

- Porque não? - o tom de Jacob ainda estava zombador.

- Você realmente acha que eu a magoaria desse jeito? – ao menos nisso nosso sentimento era diferente. Eu jamais magoaria a mulher que eu amo por não poder tê-la ao meu lado.

- É, você está certo. Eu sei que isso está certo. Mas às vezes... – ele disse hesitante.

- Às vezes é uma idéia intrigante. – ele gargalhou mentalmente, se sorriso exprimido foi abafado pela forma como ele comprimiu o rosto no saco de dormir.

- Exatamente – ele concordou. Um silêncio repentino veio logo em seguida. Eu sabia o que ele queria perguntar, mas preferi deixá-lo expressar sua curiosidade ao invés de simplesmente responder ao seu pensamento.

- Como é? Perde-la? - ele disse finalmente, não havia nenhum fio de provocação no seu tom de voz. - Quando você pensou que tinha perdido ela pra sempre? Como você... Continuou? – “Como ela o convenceu a ficar fora dessa luta?”

- É muito difícil pra mim falar disso. – de fato era, relembrar àquelas horas, quando liguei para casa e Rosálie me contou o que havia acontecido, quando fui para a Itália pedir que os Volturi me exterminassem. Quando percebi que minha existência era muito mais insignificante sem ela do que eu supunha. Eu soube que aquelas feridas jamais iriam cicatrizar, não haveria um dia sequer que eu não pensasse no quanto eu a magoei. No quanto a fiz sofrer, aquele sentimento morreria comigo e mesmo que eu vivesse mais mil anos, eu jamais seria capaz de me perdoar. - Houve duas horas diferentes nas quais eu pensei nisso – pausei. - A primeira vez, quando eu pensei que podia deixá-la... Isso foi... Quase suportável. Porque eu pensei que ela se esqueceria de mim e seria como se eu nunca tivesse tocado a vida dela. Por mais de seis meses eu fui capaz de me manter longe, de manter a minha promessa de que não interferiria de novo. Estava chegando perto, eu estava lutando, mas eu sabia que não ia vencer; eu teria que voltar... Só pra checá-la. Pelo menos, isso era o que eu teria dito a mim mesmo. E se eu tivesse encontrado ela razoavelmente feliz... Eu gosto de pensar que teria sido capaz de ir embora de novo. Mas ela não estava feliz. E eu teria ficado. Foi assim que ela me convenceu a ficar com ela amanhã, é claro. Você estava se perguntando sobre isso antes, o que poderia ter me motivado... Porque ela estava se sentindo tão desnecessariamente culpada por causa disso. Ela me lembrou do que eu fiz com ela quando fui embora, o que ainda faz quando eu tenho que ir embora. Ela se sente horrível por tocar no assunto, mas ela está certa. Eu nunca serei capaz de acertar as coisas, mas mesmo assim eu nunca vou parar de tentar.

“Talvez não seja mesmo... Não por mim, mas sei que Bella o perdoou” eu não sabia se aquele pensamento foi direcionado a mim, mas percebi que de alguma maneira, ele entendia meu sentimento. - E a outra vez, quando você pensou que ela estava morta? - Jacob sussurrou asperamente. Na sua mente havia uma imagem de uma Bella diferente, mortificada... Bebendo sangue como se fosse uma fera.

 - Sim! Isso provavelmente vai parecer assim pra você, não vai? Pela forma como você nos persegue, você pode não ser capaz de vê-la mais como Bella. Mas essa é que ela será.

- Não foi isso que eu perguntei. – ele se defendeu.

- Mas você se foi porque não queria transformá-la em uma sugadora de sangue. Você quer que ela seja humana. – “Não quer?”

- Jacob – eu disse pausadamente - desde o segundo em que eu me dei conta de que a amava, eu sabia que só haveria quatro possibilidades. A primeira alternativa, a melhor pra Bella, seria que ela não tivesse sentimentos tão fortes por mim, e que ela me esquecesse e seguisse em frente. Eu teria aceitado isso, apesar de que isso nunca mudaria a forma como eu me sinto. Você pensa em mim como... Uma pedra viva, dura e fria. Isso é verdade. Nós somos presos da forma como somos, e é muito raro pra nós experimentar uma mudança de verdade. Quando isso acontece, como quando Bella entrou em minha vida, é uma mudança permanente. Não há como voltar atrás... A segunda alternativa, a que eu havia escolhido originalmente, era ficar com ela durante a sua vida humana. Essa não era uma boa opção pra ela, desperdiçar a sua vida com alguém que não podia ser tão humano quanto ela, mas essa era a alternativa que eu podia aceita com mais facilidade. Sabendo o tempo inteiro que, quando ela morresse, eu encontraria uma forma de morrer também. Seis anos, sessenta anos, isso pareceria um tempo muito, muito curto pra mim... Mas depois ficou comprovado que era perigoso demais pra ela viver em uma proximidade tão grande com o meu mundo. Parecia que tudo o que podia dar errado, deu. Ou estava ao nosso lado... Esperando para dar errado. Eu estava morrendo de medo de não conseguir aqueles sessenta anos se eu ficasse perto dela enquanto ela era humana. Então, eu escolhi a terceira opção. Que acabou sendo o pior erro que eu cometí em minha longa vida, como você sabe. Eu escolhí tirar a mim mesmo do mundo dela, esperando forçá-la a primeira alternativa. Não deu certo, e isso quase matou a nós dois. O que eu tinha de sobra a não ser a quarta opção? É o que ela quer, pelo menos, ela acha que quer. Eu estive tentando atrasá-la, pra dar a ela tempo de encontrar um motivo que a fizesse mudar de idéia, mas ela é muito... Teimosa. Você sabe disso. Eu terei sorte se conseguir esticar isso por mais alguns meses. Ela tem horror a envelhecer, e o aniversário dela é em Setembro... – por mais que fosse doloroso ter que assumir aquilo, eu precisava. Talvez aquele não fosse o momento ou aquela não fosse à pessoa adequada para falar sobre isso, mas eu precisava deixar todo aquele sentimento extravasar e por mais que eu não gostasse da idéia, se Bella tivesse que ficar com alguém. Se ela desistisse de mim... Jacob Black seria sua melhor opção.

- Eu gosto da primeira opção - ele murmurou. - Você sabe exatamente o quanto eu odeio aceitar isso - Jacob sussurrou lentamente – mas eu posso ver que você a ama... Da sua maneira. Eu não posso mais discutir com isso. Dito isso, eu não acho que você devia desistir da primeira alternativa, ainda não. Eu acho que a uma chance muito boa de que ela ficaria bem. Depois de um tempo. Sabe, se ela não tivesse pulado do penhasco em Março... E se você tivesse esperado mais seis meses até ver checar, ela... Bem, você podia tê-la encontrado razoavelmente feliz. Eu tinha um plano de jogo.

“Eu iria mostrar para ela o quanto eu a amava, quantas coisas eu poderia fazer que você não pode... Principalmente se estivéssemos somente nós dois” - Talvez ele tivesse dado certo. Foi um plano bem pensado. – gargalhei incrédulo.

- É – ele suspirou. - Mas... – ele pausou, embora as palavras estivessem ali, na sua mente, prontas para ser ditas. - Me dê um ano Edward. Eu realmente acho que poderia fazê-la feliz. Ela é teimosa, ninguém sabe disso melhor do que eu, mas ela é capaz de se curar. Ela teria se curado antes. Ela poderia ser humana, com Charlie e Renée, e ela poderia crescer, e ter filhos e... Ser Bella. Você a ama o suficiente pra ver as vantagens do plano. Ela acha que você é muito altruísta... Você é mesmo? Será que você pode considerar a idéia de que eu sou melhor pra ela do que você?

- Eu tenho considerado isso – respondi a contra gosto. - De algumas formas, você serviria mais pra ela do que qualquer outro humano. Bella requer alguns cuidados, e você é forte o suficiente pra poder protegê-la de si mesma, e de tudo o que conspira contra ela. Você já fez isso, e eu vou te dever por isso enquanto eu viver, pra sempre, o que vier primeiro... Eu até perguntei a Alice se ela podia ver isso, ver se Bella estaria melhor com você. Ela não conseguiu, é claro. Ela não pode ver você, e também, Bella está segura do seu curso, por enquanto. Mas eu não sou estúpido o suficiente pra cometer o mesmo erro que eu cometí antes, Jacob. Eu não vou tentá-la a seguir a primeira opção de novo. Enquanto ela me quiser, eu estou aqui.

- E se ela decidisse que me queria? – ele me desafiou. - Tudo bem, é difícil, eu te concedo isso.

- Eu a deixaria ir.

- Simplesmente assim?

- No sentido de que eu jamais mostraria a ela o quão difícil isso seria pra mim, sim. Mas eu continuaria observando-a. Veja Jacob, você pode deixá-la algum dia. Como Sam e Emily, você não teria escolha. Eu estaria sempre esperando na reserva, esperando que isso acontecesse.

- Bem, você foi muito mais honesto do que eu tinha o direito de esperar... Edward. Obrigado por me deixar entrar em sua cabeça. – ele foi sincero.

- Como eu disse, eu estou me sentindo estranhamente grato por sua presença na vida dela essa noite. Isso era o mínimo que eu podia fazer... Sabe Jacob, se não fosse pelo fato de sermos inimigos naturais e de que você também está tentando roubar a razão da minha existência, eu até podia gostar de você.

- Talvez... Se você não fosse um vampiro nojento que está planejando sugar a vida da garota que eu amo... Bem, não, nem mesmo assim. – ele sorriu mentalmente, eu sabia que ele estava mentindo. Lá dentro da sua cabeça fantasiosa, ele também seria meu amigo.

Uma gargalhada saiu involuntária. - Posso te perguntar uma coisa?

- Porque você precisa pedir? – “com se já não estivesse na minha cabeça”

- Eu só posso ouvir se você pensar nisso. É só uma história que Bella pareceu relutante em me dizer no outro dia. Alguma coisa sobre uma terceira esposa...?

- O que tem isso? – ele se lembrou da história contada pelos anciões quileutes na fogueira numa noite a qual Bella havia ido a La Push, durante muitas noites ela sussurrou essas palavras me deixando intrigado. Determinado ponto daquele conto Quileute me chamou a atenção “A terceira esposa de Taha Aki havia acabado de ver seu filho morrer diante de seus olhos. Agora o seu marido lutava, e ela não tinha esperanças de que ele pudesse vencer. Ela havia ouvido cada palavra que a vítima havia dito no conselho. Ela havia ouvido a história da primeira vitória de Yaha Uta, e ela sabia que a distração de seus irmãos o havia salvado. A terceira pegou uma faca do cinto de um dos filhos que estava ao seu lado. Eles eram todos filhos jovens, ainda não eram homens, e ela sabia que eles morreriam quando o seu marido falhasse. A terceira esposa correu em direção à Mulher Fria com a adaga erguida. A Mulher Fria sorriu, pouco distraída da sua luta com o lobo velho. Ela não tinha medo de uma mulher humana fraca e nem da faca que não causaria nenhum arranhão em sua pele, e ela estava prestes a dar o golpe de misericórdia em Taha Aki. E aí, a terceira esposa fez algo que A Mulher Fria não estava esperando. Ela caiu de joelhos aos pés da bebedora de sangue e enfiou a faca em seu próprio coração. O sangue escorreu pelos dedos da terceira esposa e espirrou na Mulher Fria. A bebedora de sangue não pôde resistir à luxuria do sangue fresco que estava deixando o corpo da terceira esposa. Instintivamente, ela se virou para a mulher que estava morrendo, por um segundo inteiramente consumida pelo sangue. Os dentes de Taha Aki se fecharam no pescoço dela. Aquele não foi o fim da batalha, mas agora, Taha Aki não estava mais sozinho.” - O que? – ele perguntou mais uma vez.

- É claro! É claro! Eu teria preferido se os seus anciões tivessem guardado essa história pra si mesmos, Jacob. – ele não entendeu real significado das minhas palavras.

- Você não gosta que as sanguessugas estão sendo pintadas como os malvados? – Jacob zombou. - Sabe, eles são. Antes e agora.

- Eu não podia me importar menos com essa parte. Será que você não consegue adivinhar com qual personagem Bella se identifica?

Jacob levou um minuto. - Oh. Ugh. A terceira esposa. Ok, eu entendo o seu ponto. – ele estava preocupado agora.

- Ela quer estar lá na clareira. Pra fazer o pouco que ela puder, como ela o colocou. – respirei fundo - Essa era a segunda razão pra que eu ficasse com ela amanhã. Ela é bastante inventiva quando quer alguma coisa.

- Sabe, aquele seu irmão militar deu a idéia tanto quanto a história.

- Nenhum dos lados pretendia nenhum mal. – justifiquei.

- E quando essa pequena trégua acaba? - Jacob perguntou. - Logo pela manhã? Ou queremos esperar até depois que a luta acabar?

Nossos pensamentos se encontraram numa única resposta.

- Logo pela manhã – sussurramos juntos e sorrimos logo em seguida, eu ainda estava morto de ciúmes por vê-lo ali tão perto de Bella.

- Durma bem, Jacob. Aproveite o momento.

“Já era hora desse sugador entender que você foi feita para mim Bella” ele pensava, percebi seus fortes instintos masculinos em relação a ela.

- Eu não estava falando tão literalmente. – chamei a atenção dele.

- Desculpe - Jacob sussurrou. - Você podia ir embora, sabe, nos dar um pouco de privacidade. – “Quem sabe assim eu a esquentaria com um pouco mais de vontade”

- Você gostaria que eu te ajudasse a dormir, Jacob? – ofereci não tão gentilmente.

- Você podia tentar – ele disse, despreocupado. - Ia ser interessante ver quem ia desistir, não ia?

- Não me tente demais, lobo. A minha paciência não é perfeita assim.

Ele sorriu. - Eu preferiria não me mover agora, se você não se importa.

Os pensamentos dele ainda me perturbaram por um tempo, era somente uma questão de tempo até que ele dormisse de uma vez, eu podia perceber o seu sono. Mesmo sendo um lobo, ele era metade humano e como todo humano, ele precisava dormir. Precisava descansar. Comecei a cantar a canção que eu havia composto para Bella, eu sabia que em qualquer estagio de sonho o qual ela estivesse, seu subconsciente me ouviria e saberia que eu estava ali, bem ao seu lado.

Eu a amava, isso era fato. Ela era meu sol... Isso eu jamais poderia negar. Eu não sairia da sua vida a não ser que ela me pedisse, a não ser que ela quisesse verdadeiramente e para isso ela teria que me pedir... E se ela me pedisse? O que eu iria fazer? Será mesmo que eu a deixaria partir como o lobo havia me questionado? Eram respostas que eu desconhecia. Eu era o culpado por tudo que estava acontecendo, por ter que deixar os outros partirem para a batalha sem mim.

Eu não a deixaria, ela não seria a terceira esposa e qualquer que fosse o preço que eu tivesse que pagar... Nós sairíamos dali, todos vivos.


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Notas finais do capítulo

Eu gostaria de dedicar a todas vcs meus sinceros agradecimentos e meu profundo carinho, não vou deixara fic sem final tá? Quanto a isso não se preocupem... Posso demorar um pouco, mas postarei assim que possivel os proximos capitulos.

Quanto ao meu projeto com a Mari, o livro já foi pra editora e agora só estamos aguardando os próximos capitulos, ele deve ser publicado até o inicio do proximo ano... Segundo previsão. Pois tem a produção da capa, editoração, revisão... Essas coisas. Pois bem, no blog temos algumas postagens com trechos do primeiro livro e fizemos uma enquete que está na barra ao lado das postagens, nós queremos a opinião de vcs sobre o conteúdo dos proximos livros que serão a seguencia de Meridies (É uma trilogia). o endereço é: http://sagameridies.blogspot.com em breve tb teremos uma promoção. Então... Aguardo vcs por lá... Bjos a todas!



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