A Sun And a Moon escrita por velgoncalves


Capítulo 17
Capítulo 17 - A clareira.




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Capitulo 17 – A clareira. A festa parecia não querer terminar, os lobos lá em baixo não tinham a intenção de sair. Por mais que eu tentasse não ouvir os pensamentos das pessoas que estavam discutindo o futuro de Bella, minha Bella. Eu não conseguia. – Edward – meu pai me chamou. – pedi que não se martirizasse ouvindo os pensamentos de Jacob Black. - Como posso não ouvir Carlisle, ele praticamente grita em seus pensamentos. Estou certo de que quer ser ouvido. - E o que eles estão dizendo – Emmett quis saber. - Bella e Alice contaram para eles que os recém nascidos estão vindo. E eles sugeriram que nos encontremos após a festa. – Eu disse seco, tentando controlar o meu péssimo humor daquele momento. - Ah! Vamos lá maninho, vamos detonar uns lobos. – Emmett sorriu abrindo uma mão e dando um soco nela com a outra. - Isso não é um jogo Emmett! – Rosalie o advertiu. – Se os recém nascidos estão vindo todos nós estamos correndo risco. - Rosalie está certa... Não poderemos arriscar. – Carlisle disse levando a mão ao queixo. – Se eles estão vindo, precisamos nos preparar e a ajuda dos lobos será muito útil. - Arrr – rosnei impulsivamente e alto demais. - já não bastava ter que ouvir os pensamentos insistentes desse lobo idiota agora também terei que suportá-lo lutando ao meu lado para salvarmos Bella – levantei-me abruptamente. - Calma Edward, precisaremos de toda ajuda que pudermos para conseguir ganhar esta guerra. – meu pai disse a ultima palavra com grande dificuldade. Depois de ver os Volturi matar nossa espécie por tanto tempo, e por ser sempre tão pacifico ele ainda sofria muito com tudo o que estava acontecendo. – Nos unir aos lobos será uma vantagem que os recém nascidos não esperam. Edward! – ele chamou. Eu estava concentrado na despedida dos lobos. “te espero na clareira sugador de sangue” Jacob lembrou de se despedir de mim. - Eles foram embora. – disse seco – pelo visto muitos decidiram ir com eles, vou descer. Preciso levar Bella para casa. - Conhecendo a humana baixinha eu duvido que ela queira ficar longe desse encontro... Ela é diabólica... – Emmett gargalhou. O pior é que eu sabia que ele estava certo. – eu até poderia compará-la a minha ursinha. – ele sorriu novamente. - Essa tem que ter sido a festa mais longa da história do mundo! – Bella resmungava enquanto nos preparávamos para ir para sua casa. - Está acabado agora. – Eu falei na esperança de acalmá-la. Minha família estava mais tranquila e esperançosa agora, que uma possível união com os lobos nos daria uma grande chance de vitória na batalha que estava por vir. Eu bem poderia ter gostado de aquele vira latas sarnento não fosse tão irritante. Alice, aflita pelo que Bella poderia fazer, acenou para Jasper para que ele emanasse ondas de paz pelo ambiente, enquanto Esme beijava a cabeça de dela, reconfortando-a. - Não acho justo que somente Bella tenha autorização para confrontar os lobos – Emmett protestou – Eu adoraria dar uma boa surra em alguns deles – todos olharam para ele em reprovação – O que foi? Eu disse algo de errado? Ah! Qual é gente... Deixa pra lá – ele se calou. Na verdade todos estavam em clima de apreensão. Eu notava tristeza nos olhos de Bella. Era como se ela se sentisse culpada por nos envolver numa luta pela sua vida. Mais culpada agora por envolver os lobos, em especial Jacob Black. Ah como eu o odiava, ainda mais agora, que ele dava presentes a ela, quando eu não podia dar. Será que ele pensava mesmo que eu não lutaria pelo amor de dela? Altruísta e sem o menor senso de auto-preservação, eu conseguia ver por suas expressões faciais que, ela, sem sombra de dúvidas, me pediria para estar presente no encontro de logo mais. Eu certamente tentaria dissuadi-la desta idéia, mas sabia, desde o princípio, que não seria uma tarefa fácil. Bella era sempre tão teimosa. - Você vai me levar junto essa noite. – ela afirmou. - Bella, você está exausta. – Tentei convencê-la, em vão. - Você acha que eu poderia dormir? – Fiz uma careta em desaprovação. - Isso é uma experiência. Eu não estou certo de que será possível para nós... Cooperar. Eu não quero você no meio daquilo. – Poderia ser realmente perigoso. Emmett e Paul já aviam se estranhado antes, e se não conseguíssemos manter controle? Como eu a resguardaria? Nessa hora, Alice me mostrou por seus pensamentos que, se eu mesmo não a levasse, ela ligaria para o cachorro sarnento. Como se eu já não soubesse disso. - Se você não me levar, eu vou ligar pra Jacob. - estreitei meus olhos. Isso era golpe baixo, e ela sabia, mas ela não queria ficar. Seguimos para a casa de Charlie. Quando nos aproximamos da casa, eu podia ouvir, a calma em seus pensamentos, sinal de que ele dormia profundamente. Bella, ainda aos sussurros falou comigo. - Te vejo lá em cima. – Ela ainda tinha dúvidas de que seu pai dormira, entretanto, o som audível de seu ronco o denunciaria a qualquer humano normal. Esme, já nos aguardava para que pudesse levar meu carro para casa. Ainda vi quando Bella caminhou na ponta dos pés até a porta da frente. Fui o mais rápido que pude, agora que sabíamos quais eram os planos de Victória, eu não poderia me afastar de dela por muito tempo, isso era uma coisa que abordava o meu ser com uma sensação de impotência que eu desconhecia. Como de costume, escalei sorrateiramente a parede da casa e me instalei em seu quarto. Sentei-me na velha cadeira de balanço e aguardei por sua chegada, de lá eu ouviria toda a movimentação na casa. Bella ajudou Charlie a ir até a sua cama, onde ele desabou e começou a roncar de novo. Isso seria de grande ajuda, assim ele não sentiria sua falta até de manhã. Eu a esperava enquanto ela tinha aquilo que chamava de “momento humano”, mas desta vez, ela não apareceu de pijamas ou coisa assim. Eu a observei melancólico enquanto ela se organizava para partirmos rumo à clareira onde eu e minha família costumávamos jogar baseball. Ela me olhava com amor, um amor que eu queria fazer por onde merecer. Era um amor que fez sentir-me vivo. Eu ainda tinha inúteis esperanças de que ela iria desistir de me acompanhar, tolas esperanças. - Venha aqui, ela chamou, pegando a minha mão e me puxando para a sua cama. Quando sentamos, ela se curvou em meu peito, enrolei-a com um cobertor para que não sentisse a frieza de minha pele e a segurei mais perto. Essa era uma das horas em que eu invejava aquele lobisomem, ele tinha calor para oferecê-la. Cheguei a pensar que ela desistiria de ir ao encontro de logo mais, tamanho era o alarme em seus olhos, mas se assim o fizesse, não seria Bella, esta sim, não permitiria que eu fosse sem ela. - Por favor relaxe. – Ela estava muito tensa. - Claro! – Por que ela não confiava em mim? Daria tudo certo. - Isso vai dar certo, Bella. Eu posso sentir.- Seus dentes travaram, mas eu estava aliviado, embora ela certamente estivesse a ponto de perder o controle. - Me escute, Bella. Isso vai ser fácil. Os recém-nascidos serão pegos completamente de surpresa. Eles nem sequer terão mais certeza de que os lobisomens podiam existir mais do que você tinha. Eu já vi como eles agem em grupos, pelo jeito que Jasper se lembra. Eu realmente acredito que as técnicas de caça dos lobisomens vão funcionar perfeitamente contra eles. - tentei lhe apresentar confiança. - E com eles divididos e confusos, não serão suficientes pra lidar com o resto de nós. Alguém vai ter que ficar descansando. – arrisquei fazer graça de uma situação que, de certo modo, ainda me preocupava. - Uma moleza... – ela ironizou. - Shhhh... – acariciei sua pele macia. Ah Deus, como era quente! - Você vai ver. Não se preocupe agora. – Comecei a cantar baixinho a sua canção de ninar, mas isso não a sossegou. Ela estava, além de preocupada, claramente se sentindo responsável pela batalha iminente. Talvez por isso se mantivesse alerta por todo o tempo. - Você tem certeza que não quer ficar e dormir? – Fiz a pergunta desnecessária. Eu já sabia qual seria sua resposta, mas eu tinha que tentar. Ela me olhou com amargura. E eu sabia que não seria capaz de negar-lhe algo. Então suspirei e a tomei em meus braços antes de saltarmos pela janela de seu quarto. Corremos pela floresta quieta, escura. Eu a carregava em minhas costas, e, durante a corrida eu sentia a minha sublimidade. Confiei que permanecer calmo para lhe transmitir tranquilidade, era o melhor a fazer, como quando éramos só nós, só por diversão, só pra sentir o vento no rosto, sabia que isso a deixaria feliz, embora aquele fosse um momento turbulento. Quando chegamos à clareira, minha família já estava apostos, todos agora com um ânimo renovado, tanto que já se colocavam em posições casuais, como se o encontro que estava prestes a acontecer fosse com amigos de muito tempo, talvez os Denalli. A risada estrondosa de Emmett ecoava no espaço largo vez ou outra. Eu a coloquei no chão, entrelaçando meus dedos nos dela, e caminhamos de mãos dadas em direção aos meus. Bella demorou algum tempo para identificá-los e perceber para onde havíamos nos dirigido. Naquela noite a lua se escondia atrás das espessas nuvens, o que fazia estar escuro demais para os seus inábeis olhos humanos. Aquele era o mesmo lugar onde, há mais de um ano atrás, numa chuvosa tarde na península de Olimpic, um inocente jogo entre familiares havia sido interrompido por um caçador sanguinário e seu grupo. Era estranho estar aqui de novo, como se essa cena não estivesse completa até que James, Laurent e Victoria se juntassem a nós. Mas James e Laurent não iriam voltar nunca mais. O padrão não iria mais se repetir. Talvez todos os padrões estivessem quebrados. Desta vez iríamos garantir que fosse diferente. - Sabe o que eu penso? – ela me perguntou. Parecia escárnio, então eu ri. - Não. – Respondi com ar de inocente, mas a verdade é que eu realmente queria saber. - O que você pensa? – perguntei sem subterfúgios. - Eu acho que está tudo conectado. Não apenas dois, mas todos os três. – Eu não sabia exatamente o que ela queria dizer, mas sabia que se relacionava comigo. - Eu estou perdido. – afirmei de imediato, não sabia qual era o ponto da conversa. - Três coisas ruins aconteceram desde que você voltou - ela as enumerou nos dedos. - Os recém-nascidos em Seattle. O estranho no meu quarto. E, primeiro de tudo, Victoria voltou pra me procurar. – estreitei meus olhos quando pensei no que ela estava me dizendo. Não entendia onde ela queria chegar exatamente. Qual era o propósito de suas idéias? - Porque você acha isso? – Questionei, esperando uma resposta que viria certamente editada. - Porque eu concordo com Jasper, os Volturi amam as regras deles. Provavelmente eles fariam um trabalho melhor, de qualquer jeito. – ela tinha razão e claramente eles já a teriam matado se essa fosse uma vontade do implacável Aro. - Lembra de quando você estava caçando a Victoria no ano passado? - Sim... - Fiz uma carranca, a lembrança de tê-la abandonado me magoava muito, embora eu tivesse feito isso porque acreditava que ela estaria em segurança. Mas o que será que estava acontecendo, ela havia ficado tão perceptiva nas últimas horas. - Eu não fui muito bom nisso. - Me justifiquei. - Alice disse que você estava no Texas. Você a seguiu até lá? - Sim. Hmm... - Certo. Mas onde ela queria chegar? - Veja, ela pode ter tido a idéia lá. Mas ela não sabe o que está fazendo, então os recém-nascidos estão fora de controle. – Perfeito, Bella prestes a solucionar a questão. - Somente Aro sabe como as visões de Alice funcionam. - Interrompi sua linha de raciocínio. - Aro sabia melhor, mas será que Tânia e Irina e o resto dos seus amigos de Denalli não sabiam o suficiente? – Muito bom, deixarei que ela continue. - Laurent viveu com eles durante muito tempo. E ele ainda estava amigado o suficiente com Victoria pra fazer favores pra ela, porque ele também não podia ter dito a ela tudo o que sabia? – Fiquei meio carrancudo, mas em uma coisa eu tinha que concordar, Laurent realmente nutriu Victória das nossas habilidades e até de nossas limitações, afinal ele conviveu muito com os Denalli. Mas ainda assim, não era Victória no quarto de Bella. - Não era Victoria no seu quarto. – Coloquei meus pensamentos em palavras. - Ela não pode fazer amigos novos? Pense nisso, Edward. Se for Victoria fazendo isso em Seattle, ela fez um monte de amigos novos. Ela os criou. - Tentei me concentrar nos objetivos de Victória para considerar as hipóteses de Bella. No fundo eu sabia que ela estava certa. - Hmm... – Era bem provável que seu raciocínio estivesse correto. - É aceitável. Eu ainda acho que é mais plausível que sejam os Volturi... Mas a sua teoria tem alguma coisa aí. A personalidade de Victória. A sua teoria combina perfeitamente com ela. Ela demonstrou um talento extraordinário por auto-preservação desde o início, talvez seja o dom dela. Em qualquer caso, esse plano não a colocaria em perigo com todos nós, se ela se sentasse seguramente nos fundos e deixasse que os recém-nascidos criassem um caos lá. E talvez pouco risco por parte dos Volturi também. Talvez ela esteja contando com que a gente ganhe no final, apesar de que certamente isso não seria possível sem suas casualidades pra nós mesmo. E aí, não haveria sobreviventes em seu pequeno exército pra testemunhar contra ela. - De fato, - continuei a linha de pensamento, - Se houvessem sobreviventes, eu aposto que ela mesma está planejando destruí-los... Hmm. Ainda assim, ela teria que ter pelo menos um amigo com mais maturidade. Nenhum recém-nascido fresco deixaria o seu pai vivo... – Fiquei meio apreensivo, mas por outro lado... Agora saberíamos como trabalhar a situação, fiquei feliz com isso. Eu conseguiria proteger a minha amada, poderia mostrar a ela a importância que ela era em minha vida. - Definitivamente possível. De qualquer maneira, nós temos que estar preparados pra qualquer coisa até termos certeza. Você está muito perceptiva hoje, - eu tinha que elogiá-la. - É impressionante. – Ela suspirou com meu elogio. Ela tinha que saber o quanto eu a achava maravilhosa, minha Bella, meu amor, meu sol. - Talvez eu só esteja reagindo a esse lugar. Ele me faz sentir como se ela estivesse por perto... Como se ela estivesse me vendo agora. – Fiquei um pouco tenso com a idéia, mas, ainda assim, ela tinha toda razão, certamente ela não tinha boas lembranças daquele lugar. - Ela nunca vai tocar você, Bella... - Eu lhe prometi. Entretanto, apesar de minhas palavras, eu passava os olhos cuidadosamente por entre as árvores, vasculhando por algum vestígio de perigo. Tive um lampejo de estar desmembrando Victória, aquilo me fez abrir um enorme sorriso. - Mesmo assim, o que eu não daria para tê-la tão perto, - externei meu sentimento. - Victoria e qualquer outra pessoa que tenha pensado em machucar você. Ter a chance de acabar com isso eu mesmo. Acabar com isso com as minhas próprias mãos dessa vez. – Ela estremeceu e apertou meus dedos, nossas mãos entrelaçadas. Eu não conseguia acreditar no que via. Ela demonstrava reações atípicas. Ela finalmente estava tendo algum senso de preservação. Medo. Ao nos aproximarmos de minha família, Bella ficou ainda mais ansiosa, ela olhava para Alice como se temesse pela segurança de minha irmã, que fazia biquinho para os movimentos de Jasper. Me perguntei o que poderia ser dessa vez. - Há algo errado com Alice? - Bella sussurrou e eu não contive uma gargalhada. Eu tinha de explicar. - Os lobisomens estão a caminho, então ela não pode ver o que vai acontecer agora. Ela fica desconfortável por estar “cega”. - Alice ouviu minha risada e travessa como era me mostrou a língua em ato de revolta pela minha zombaria. - Ei, Edward... - Emmett me chamou acenando. - Ei, Bella. Ele vai deixar você praticar também? – Soltei um rosnado. O que ele pensava? Já não bastavam as idéias que ela tinha sozinha? - Por favor, Emmett, não fique dando idéias a ela. – Implorei. - Quando os nossos convidados irão chegar? - Meu pai me perguntou. Não era difícil descobrir com os pensamentos daquele débil completamente ansioso para encontrar Bella, e os outros lobinhos da sua trupe acreditando verdadeiramente que iríamos lutar como dois machos ferozes tentando conquistar sua fêmea. Ao longe eu escutava todos eles, em especial, Sam Uley, o alfa, que me convocava em pensamento para que eu traduzisse a conversa. Diferente de nós, eles acreditavam que poderíamos ser perigosos e que talvez quebrássemos a trégua. - Um minuto e meio. Mas eu vou ter que traduzir. Eles não confiam em nós o suficiente pra usarem suas formas humanas. - Carlisle balançou a cabeça em concordância. - É difícil pra eles. Eu estou grato por eles estarem todos vindo. – Meu pai justificou. Bella me olhava com os olhos arregalados. Era compreensível, afinal, éramos inimigos naturais. Eu tinha que ter cuidado com as reações dela, o momento era de grande tensão. E mais, se algo acontecesse aos lobisomens ela não se perdoaria e não me perdoaria, o que obviamente era bem pior. Eu deveria manter a calma diante dos pensamentos de Jacob. - Eles vão vir como lobos? - ela perguntou. Balancei a cabeça, indicando afirmação. Bella parecia estar longe, perdida em alguma lembrança. Me aborreci mais uma vez por não poder ler seus pensamentos. A curiosidade sobre eles às vezes me corroia por dentro. Mas agora não era hora para questionamentos pessoais, o futuro de Bella, o meu e de minha família estava em jogo. Os lobos estavam mais próximos, eu teria de me colocar em uma posição imparcial para traduzir a conversa. De imediato me voltei para minha família. - Preparem-se, eles estão esperando por nós. – Informei-lhes. - O que você quer dizer? - Alice quis saber. - Shh... – Eu a preveni, olhando por sobre seus ombros em busca dos lobos. O círculo informal de minha família se abriu de repente, formando uma linha solta, com Jasper e Emmett em cada ponta. Eu inclinava para frente, ao lado de Bella, em posição de defesa. Ela apertava a minha mão e olhava na direção da floresta, sem ver nada. - Droga - Emmett sussurrou. - Ao contrário de Bella, ele conseguia ver que a alcatéia havia aumentado. Seus pensamentos eram de deslumbre em relação ao que via. “hoje nós vamos nos divertir com os lobinhos” ele sorriu em pensamento. - Vocês já viram uma coisa como essas? - Esme e Rosalie trocaram um olhar espantado. - O que é? - Bella sussurrava novamente, prova de sua apreensão. - Eu não consigo ver. – Seus olhos humanos não avistavam a matilha. - O bando cresceu. – Murmurei em seu ouvido. Ela fez cara de que não estava entendendo, mas finalmente alguma coisa brilhou no escuro, os olhos deles. Eram dez pares. - Fascinante... – Murmurei, pra mim mesmo. Então a teoria dos lobos era de fato correta, a presença de indivíduos da minha espécie havia desencadeado a transformação. Meu pai deu um passo lento, deliberadamente para frente. Foi um movimento cuidadoso, designado pra reafirmar que não invadiria a linha. - Bem vindos! - Carlisle saudou aos lobisomens. - Obrigado! – Eu respondi, utilizando-me da imparcialidade que adquiri, a fim de não arremeter aos lobos ironia. Procurei usar o mesmo tom de voz dos pensamentos de Sam. Bella olhava para os olhos brilhando no centro da linha, o mais à frente, o mais alto de todos eles. Era impossível separar o formato do grande lobo negro da escuridão. - Nós vamos observar e escutar, nada mais. Isso é o máximo que vocês podem pedir do nosso auto-controle. – reproduzi os pensamentos de Sam em voz alta. - Isso é mais do que suficiente. - Carlisle respondeu. Os pensamentos dos meus irmãos variavam, principalmente os de Emmett, que agora não se sentia mais tão superior aos lobos. Seria cômico, se não fosse trágico. Ele não acreditava que tantos haviam se transformado em tão pouco tempo. - Meu filho, Jasper - Carlisle fez um gesto pra onde Jasper estava. O pensamento concentrado no combate, preparado para qualquer passo em falso que os lobos dessem, em seus pensamentos, sua principal preocupação era com Alice... - tem experiência nessa área. Ele irá nos ensinar como eles lutam, como eles devem ser derrotados. Eu tenho certeza de que vocês podem continuar com o seu próprio estilo de caça. “Duvido que esses sanguessugas possam nos ensinar como nos proteger Sam, não podemos confiar neles...” Paul pensava. - Eles são diferentes de vocês? - Era o questionamento de Sam. Carlisle balançou a cabeça em negativa, entretanto havia um ponto em que eram diferentes sim. Eles se alimentavam de sangue humano. - Eles são todos muito novos, têm apenas meses nessa vida. Crianças, de certa forma. Eles não terão habilidades e nem estratégia, apenas força bruta. Essa noite o número deles é de vinte. Dez pra nós, dez pra vocês, não deve ser difícil. Os números podem cair. Os novos brigam entre si. – Os lobos se impacientaram com a divisão de Carlisle, afinal eles estavam em maior número, além do fato de se alto intitularem defensores de Forks. Eles queriam ficar com o maior número. - Nós estamos dispostos a ter mais na nossa metade, se for necessário. – respondi ao pensamento de Sam que se perguntava em que porcentagem iriamos dividir os recém nascidos. Carlisle sorriu. - Nós veremos como as coisas vão. - Meu pai não queria expor outros a uma briga que ele mesmo não sabia se seria contra os Volturi ou contra Victória. - Vocês sabem quando e como eles vão chegar? – Sam quis saber. - Eles virão pelas montanhas daqui a quatro dias, tarde da manhã. Enquanto eles se aproximam, Alice nos ajudará a interceptar o caminho deles. - Era um alívio saber que Alice agora podia vê-los, mas e Victória? Onde ela estaria? A única decisão que ela realmente havia tomado é que viria atrás de Bella, mas não sabíamos em qual momento. - Obrigado pela informação. Nós vamos observar. – Eles queriam se reunir para acertarem entre si os detalhes de nossa união, antes de confirmarem qualquer aliança. “Fiquem atentos” Sam solicitava aos demais que analisassem as posições de luta. Eles assentiram. Com um som de suspiro, os olhos dos lobos, em tom de obediência, foram mais pra perto do chão um de cada vez. Tudo ficou em silêncio por poucos instantes, “Então Edward você acha seguro me por de costas para os lobos?” Jasper perguntou mentalmente, fiz um sinal positivo com a cabeça. Ele tinha intuito de iniciar os seus ensinamentos para a guerra que estava por vir, então deu um passo até o espaço vazio entre os vampiros e os lobos. Ele emanava ondas de paz, para que os lobos não avançassem, ele queria que fosse uma batalha justa, queria demonstrar suas técnicas de lutas. Ainda assim ele suspirou, claramente desconfortável, a idéia era ignorar a platéia presente em suas costas. Jasper não era o tipo de pessoa que confiava tão facilmente nos outros, nem mesmo eu, sempre tão concentrado, conseguia entender como ele se concentrava em tantas coisas ao mesmo tempo. - Carlisle está certo - Jasper falou apenas pra nós, mas certamente os lobos ouviram - Eles irão lutar como crianças. As duas coisas mais importantes que vocês precisam lembrar são, primeiro, não deixem eles passaram os braços ao redor de vocês e, segundo, não tentem matá-los de forma óbvia. É somente pra isso que eles estão preparados. Contanto que vocês os peguem pelos lados e continuem se movendo, eles ficaram confusos e responderão efetivamente. Emmett? - Emmett saiu da linha com um enorme sorriso. Jasper foi para a direção norte da abertura entre as duas linhas inimigas. Ele acenou que Emmett viesse pra frente. - Ok, Emmett primeiro. Ele é o melhor exemplo de um ataque de recém-nascido. Os olhos de Emmett brilharam. “Eu vou te mostrar o que é força, velocidade e inteligência maninho...” Emmett era mesmo uma criança grande. Segurei o sorriso diante da afirmação mental de Emmett, se ele ao menos soubesse o que o estava esperando... - Eu vou tentar não quebrar nada - ele murmurou. Jasper riu maliciosamente, tentando não gargalhar da infantilidade de Emmett. - O que eu quis dizer é que Emmett confia em sua força. Ele é muito ansioso em relação ao ataque. Os recém-nascidos também não vão tentar nada súbito. Vá com a forma de morte mais fácil, Emmett. – Jasper deu alguns passos para trás, o corpo dele ficando tenso. - Ok, Emmett, tente me pegar. – Jazz ordenou. Jasper agora era como um vulto enquanto Emmett avançava pra cima dele como um urso, sorrindo enquanto rosnava. Emmett era muito rápido também, mas não como Jasper. Aos olhos humanos, não parecia que Jasper tinha mais substância do que um fantasma. Toda vez que parecia que as mãos de Emmett o haviam agarrado, os dedos de Emmett apertavam nada além de ar. Eu me inclinei pra frente atentamente, os olhos presos na luta, mas sem jamais deixar Bella desprotegida. Nessa hora, Emmett congelou. Jasper o agarrou por trás, com os dentes a apenas alguns centímetros de seu pescoço. Emmett bradou. Houve um rosnado de apreciação entre os lobos que estavam assistindo. Eles gostavam de ver como os recém criados se comportariam no campo de batalha. Eles estavam em êxtase. Já meu irmão Emmett queria com urgência a chance de uma revanche. - De novo - Emmett insistiu, o sorriso dele tinha desaparecido. “vou te mostrar que não perco duas lutas ao mesmo tempo” Jasper estava pronto para aceitar quando me coloquei na fila para ser o próximo. Emmett me olhou em reprovação “ah Edward isso não vale!!” ele protestou em seus pensamentos que gritavam em minha cabeça. - É a minha vez! - protestei e os dedos de Bella ficaram tensos ao redor dos meus. - Em um minuto - Jasper sorriu, dando um passo pra trás. - Primeiro eu quero mostrar uma coisa para Bella. – Meu irmão sentia sua tensão e sabia que em parte era por mim, mas certamente também havia preocupação por Alice. Ela o observou com olhos ansiosos enquanto ele fazia um gesto pra Alice se aproximar. - Eu sei que você se preocupa com ela - ele explicou enquanto Alice se aproximava despreocupadamente na arena. Ela previa cada decisão tomada de ataque e certamente se sairia muito bem durante a luta. - Eu quero te mostrar porque isso não é necessário. - Jasper iria agora fazer uma demonstração de luta com Alice. Isso seria bom ajudaria Bella a relaxar. Mas, apesar de saber que Jasper jamais permitiria que alguma coisa machucasse Alice, ainda assim era difícil para Bella olhar enquanto ele entrava em posição novamente. Alice ficou imóvel, parecendo uma bonequinha, sorrindo. Jasper se moveu pra frente, e aí escorregou pela esquerda dela. Alice fechou os olhos. Era incrível ver pelos olhos da minha irmã baixinha antes mesmo que Jasper pudesse saltar ela previu seus movimentos e saiu da frente antes mesmo que ele pudesse se aproximar, aos olhos humanos de Bella talvez os movimentos tivessem sido rápidos demais, porém para nós eram movimentos perfeitos. O coração de Bella continuava acelerado, enquanto Jasper investia na direção de Alice. Jasper saltou, perceptível apenas aos nossos olhos, meus, de minha família e dos lobos presentes. De repente, ele estava do outro lado de Alice. Era como se ela não tivesse se movido. Jasper se virou e se lançou pra cima dela novamente, só pra cair em um espaço atrás dela como da primeira vez; todo o tempo Alice ficou sorrindo com os olhos fechados. Bella observa Alice mais cuidadosamente agora. Alice se movimentava, só que Bella não alcançava sua oscilação, distraída pelos ataques de Jasper. Ela deu um passo pra frente no exato momento em que o corpo de Jasper passava voando pelo lugar onde ela havia acabado de estar. Ela deu outro passo, enquanto as mãos de Jasper agarravam o ar no lugar onde a cintura dela havia estado. Jasper fechou o espaço, e Alice começou a se mover mais rápido. Ela estava dançando, fazendo espirais e rodopiando e se curvando em sí mesma. Jasper era o seu parceiro, se lançando, alcançando os padrões graciosos dela, sem nunca tocá-la, como se todos os momentos fossem coreografados. Finalmente, Alice riu. Depois da exibição Alice se empoleirou nas costas de Jasper, tocando os lábios no pescoço dele. Bella definitivamente estava mais tranquila quanto à segurança de minha mais irritante irmãzinha... - Te peguei! - Ela disse, e beijou o pescoço dele. Jasper gargalhou, balançando a cabeça. - Você realmente é um monstrinho assustador. – Os lobos debatiam entre si a capacidade de Alice prever os movimentos de Jasper. “uau” Seth pensou transmitindo seus pensamentos aos outros “Se todos forem assim teremos um bom exercício meus irmãos” Sam continuava sério, concentrado. - Isso é bom pra eles aprenderem a ter algum respeito – Isso me deixava feliz, além da minha audição de pensamentos, tínhamos a clarividência de Alice. - Minha vez. – Apertei a mão de Bella antes de soltá-la para lhe transmitir confiança e Alice me tomou o lugar temendo algum imprevisto. Por inúmeras vezes me peguei pensando em maneiras de como matar Jacob, o lobo caramelo, logo ao lado de Sam. “finalmente esse sanguessuga metido a conde Drácula vai deixar Bella sozinha, assim posso me aproximar”. Alice viu o futuro de Bella desaparecer por um instante, me lançou um olhar significativo. Percebendo minha intenção em meu olhar, ela se aproximou de nós se colocando ao lado de Bella para desagrado do vira latas pulguento. “Arrrr” Ele rosnou mentalmente. - Legal, hein? – Alice perguntou presumidamente à Bella. - Muito! - Bella concordou, sem tirar os olhos de mim enquanto eu me movia sorrateiramente em direção a Jasper. - Eu estou de olho em você, Bella... – Alice sussurrou de repente, com ar de reprovação. Ao ouvir aquilo me atentei para os pensamentos de Alice. Ela tentava disfarçar, mas neles eu via Bella se colocando entre mim e os lobos. A partir daí... Nada mais. O futuro de Bella sumia. O olhar de Bella ia de Alice pra mim, enquanto eu procurava me concentrar nos pensamentos de meu irmão, eu iria surpreendê-lo com minha velocidade. - Eu vou avisar ele se os seus planos ficarem mais definidos, ela ameaçou com o mesmo murmúrio baixo. Não vai ajudar em nada se você se colocar em perigo. Você acha que algum deles desistiria se você morresse? Eles ainda iriam lutar, todos nós iríamos. Você não pode mudar nada, então, seja boazinha, tudo bem? – Alice continuou o alerta e Bella fez uma careta, tentando ignorar o aviso. - Eu estou de olho - ela repetiu. Eu havia fechado o espaço de Jasper agora, e essa luta era mais justa do que as outras. Jasper tinha um século de experiência pra guiá-lo, e eu me guiava por meus instintos sempre que podia, mas os pensamentos de Jasper sempre o traíam uma fração de segundo antes que ele agisse. Eu era um pouco mais rápido, mas os movimentos que Jasper usava eram desconhecidos. Nos movimentávamos numa dança rápida. Os olhos afiados dos lobos procuravam captar cada movimento e seus pensamentos eram concentrados em registrar os movimentos. Carlisle limpou sua garganta. “Filho já é o suficiente para hoje, quero ter a minha oportunidade também!” Jasper riu e deu um passo pra trás. Eu o correspondi e me reposicionei. - De volta ao trabalho - Jasper consentiu. - Todos nós vão ter uma chance. – Todos tiveram uma vez, Carlisle, depois Rosalie, Esme, e Emmett de novo. Claro! Emmett tinha nos pensamentos o sentimento de revanche. Bella se encolheu quando Jasper atacou Esme, aí ele diminuiu a velocidade e deu mais instruções. - Vocês vêem o que eu estou fazendo aqui? – Jasper, de algum modo tinha dúvidas em seus pensamentos a respeito da capacidade dos lobos. - Sim, exatamente assim! - Ele tinha ar de superioridade nas palavras. - Se concentrem nos lados. Não se esqueçam de qual será o alvo deles. Continuem se movendo. Edward estava sempre concentrado, observando e também ouvindo o que os outros não podiam ver. Ficou mais difícil de observar quando os meus olhos ficaram mais pesados. De qualquer forma, eu não estive dormindo bem ultimamente, e já estavam se aproximando umas sólidas vinte e quatro horas desde que eu havia dormido pela última vez. Eu me inclinei no lado de Edward, e deixei as minhas pálpebras escorregarem. - Estamos quase acabando, ele sussurrou. Jasper confirmou isso, se virando na direção dos lobos pela primeira vez, com uma expressão desconfortável de novo. - Nós estaremos fazendo isso amanhã. Por favor, sintam-se a vontade de observar de novo. - Sim – reproduzi a resposta monossilábica do lobo alfa. - Nós estaremos aqui.

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