Bom, nada mais eu tinha a desejar para o namoro daqueles dois, além de felicidades. Era melhor a Mônica com o Luca do que com ele.

Magali – DC!
DC – Fala Magá!
Magali – Vamos na praça?
DC – Fazer o quê?
Magali – Nada demais, só vamos pra distrair a mente mesmo...
DC – Ah beleza! Deixa só eu me arrumar...

Entrei em casa, peguei a minha camisa preta favorita, penteei o cabelo e passei gel, e desci.

DC – Demorei?
Magali – Como uma noiva, agora vamos.

Ao longe podíamos ouvir um barulho de moto se aproximando.

Magali – Ai, esse garoto de novo!
DC – O que houve?
Magali – Esse da moto, eu não vou com a cara dele!
DC – O que ele te fez?
Magali – Nasceu!
DC – Credo! Hahahaha

Daqui a pouco iam começar a pensar besteira entre eu e a Magali, de tanto que a gente anda junto pra cima e pra baixo.

Magali – Ai que vontade de comer pipoca.
DC – E por que não come?
Magali – Tô sem dinheiro...
DC – Não seja por isso.

Tomei do bolso R$3,50 que tinha e comprei uma pipoca, da maior que tinha, na tia que costuma ficar na praça todo final de semana. E dividi com ela, porque eu também amo pipoca.

Magali – Ah não precisava!
DC – Por que não? Eu também amo pipoca! Não teve problema nenhum pra mim...
Magali – Se você diz né?

Na nossa frente passou um garoto loiro, de olhos claros, era o Fabinho.

Magali – Ai, outro escroto!
DC – Fala mais alto, acho que ele ainda não ouviu.

Ele virou de costas, deu uma olhada pra gente, e continuou a andar...

Magali – Olha lá, já deve estar rindo da nossa cara!
DC – Meu Deus, Magali, o que ele te fez?
Magali – Não vou com a cara dele, só isso.
DC – E isso é motivo pra odiar o cara.
Magali – Ah não? Olha a cara de debochado dele quando olha pra gente!
DC – Ele é ridículo, deixa!

Realmente, era uma expressão odiável.

DC – Ah, deixa ele pra lá Magá...

Magali – Deixo, claro. E olha, eu vou indo pra casa, você ainda vai ficar aí?
DC – Uhum, depois eu vou pra casa...
Magali – Então, tudo bem, beijo.

Eu vi que aquilo não podia continuar daquele jeito. Continuar julgando alguém sem conhecer direito não fazia o mínimo sentido...

DC – Oi.
Fabinho – Oooi!
DC – Nossa haha! Tudo bem?
Fabinho – Tudo ótimo! Você tá namorando a Magali?
DC – Oi? Não! Hahahaha Eu tenho namorada, e sou cara de uma mulher só...
Fabinho – Ah tá! Hahahaha
DC – Por quê?
Fabinho – Por nada, sempre vejo vocês dois juntos...

Eu sabia que uma hora ou outra alguém ia continuar pensando isso.

Me sentando no banco ao lado, eu disse...

DC – Sabe? A gente achava você muito metido.
Fabinho – Metido? Eu? Que nada! Pelo contrário, até odeio quando pensam isso de mim.
DC – Odeia?
Fabinho – É. As pessoas me julgam sem me conhecer,
DC – Poxa, desculpa. Mas é que você tem muita cara de metido.
Fabinho – Mas eu não sou, cara! Hahaha
DC – Ah, menos mal então!
Fabinho – Você tem o mesmo gosto musical da Magali?
DC – Como assim?

Eu não sei se eu tinha entendido certo, mas vindo dele, só poderia ser zoação por ela gostar de cantores do tipo Justin Bieber e Austin Mahone...

DC – Não, eu não gosto de Justin não...
Fabinho – Pois deveria.

.. oi?

DC – Oi?
Fabinho – Ah cara, Justin Bieber é legal!
DC – Cara... se eu te falar você não acredita, mas eu jamais imaginaria que você era assim.
Fabinho – Assim como?
DC – Legal.
Fabinho – Nossa! Hahahahaha. É o que eu falo, muitas pessoas julgam as outras sem conhecer antes... Fica aí a lição de hoje.
DC – Ah, que isso!
Fabinho – A Magali também não gosta de mim?
DC – Não gostava. Mas eu vou falar pra ela que você é legal, e da próxima vez a gente vai e fala com você quando você passar.
Fabinho – Beleza, eu também vou falar com vocês da próxima vez! Hahaha
DC – Eu vou indo nessa cara, tenho que ir dormir que amanhã tem aula! Falou!
Fabinho – Valeu, cara! Até amanhã!

Pois é, como eu me engano com as pessoas. E me engano feio. Eu não devia ser assim. A vida passa e ninguém vê. As pessoas boas de verdade estão bem abaixo do nosso nariz e não enxergamos, pois estamos preocupados com aquelas que temos certeza e colocamos a mão no fogo de que são essenciais na nossa vida.