Message in a bottle escrita por Rafa


Capítulo 30
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Olá, Pessoas!!

Demorei mas cheguei!!

Estou sem pc por isso a demora, peço desculpas a todos.

Agora, aproveitem este capítulo!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/492055/chapter/30

No avião, Quinn se sentou com a bolsa no colo. Fora uma das últimas pessoas a embarcar, tendo chegado apenas com alguns minutos de antecedência.

Contemplou, pela janela, a chuva cair de lado, soprada pelo vento. Olhou para baixo e viu, na pista, o resto da bagagem ser colocada na aeronave. Os funcionários trabalhavam depressa para que as malas não ficassem encharcadas. Terminaram ao mesmo tempo em que a porta do avião se fechava, e momentos depois a rampa de embarque foi levada de volta ao terminal.

Estava escurecendo, e em alguns minutos a noite já teria caído por completo. As comissárias de bordo fizeram a última inspeção na cabine, certificando-se de que estava tudo bem acomodado, e foram para os seus assentos. As luzes da aeronave piscaram e o avião iniciou seu lento movimento em marcha a ré, afastando-se do terminal e virando na direção da pista.

De repente parou para aguardar instruções, em posição paralela ao terminal. Distraída, Quinn olhou para fora e viu, pelo canto do olho, uma figura solitária parada perto de uma janela do terminal, as mãos pressionadas contra a vidraça.

Estreitou os olhos para ver melhor. Será que é ela?

Não conseguia ter certeza, porque o vidro fumê do terminal, junto com a chuva, obscurecia sua visão. Se a pessoa não estivesse parada tão perto da vidraça, ela não saberia sequer que havia alguém ali.

Com um nó na garganta, Quinn continuou com os olhos fixos na figura.

Fosse quem fosse, não se moveu.

Os motores rugiram, depois silenciaram enquanto o avião começava a avançar. Ela sabia que lhe restavam poucos minutos. O portão de embarque foi ficando cada vez mais distante, enquanto a aeronave ganhava velocidade gradualmente.

Para frente... para a pista de decolagem... para longe de Wilmington...

Ela virou a cabeça, esforçando-se para olhar pela última vez, mas era impossível dizer se a pessoa ainda estava ali.

Enquanto o avião taxiava para tomar posição, Quinn continuou observando o terminal, tentando descobrir se o que vira era real ou um produto de sua imaginação. A aeronave fez uma curva abrupta e ela sentiu o impulso dos motores à medida que a velocidade aumentava cada vez mais. Finalmente, os pneus saíram do chão e avião levantou voo. Estreitando os olhos, ela contemplou, em meio às lágrimas, a vista de Wilmington do alto. Distinguiu as praias... os píeres... a marina...

O avião começou a fazer a curva, virando um pouco de lado e rumando para o norte, a caminho de casa. Pela janela, ela agora conseguia ver apenas o mar, o mesmo oceano que as reunira.

Pouco antes da aeronave adentrar na camada de nuvens que esconderia todas as coisas lá embaixo, ela encostou a mão na vidraça, tocando-a de leve, imaginando mais uma vez a sensação da mão da morena.

– Adeus – sussurrou.

E começou a chorar em silêncio.

@@@@

######

@@@@

No ano seguinte, o inverno chegou cedo. Sentada na praia, perto do lugar onde tinha encontrado a garrafa, Quinn percebeu que a fria brisa do mar tinha ficado mais forte desde que ela chegara, naquela manhã. Sinistras nuvens cinzentas moviam-se no céu e as ondas começavam a se formar e quebrar a intervalos cada vez menores. Ela sabia que a tempestade se aproximava.

Passara a maior parte do dia ali, relembrando o relacionamento delas até o dia em que se despediram, buscando na memória algum sinal de compreensão que pudesse ter passado despercebido até então. Ao longo do ano, a loira fora perseguida pela expressão da morena parada à porta de casa e seu reflexo no retrovisor, correndo atrás do carro enquanto o veículo se afastava. Deixá-la naquele momento fora a coisa mais difícil que já fizera. Muitas vezes sonhava que tinha voltado no tempo e vivido aquele dia mais uma vez.

Finalmente, ela se levantou. Em silêncio, pôs-se a caminhar ao longo da praia, desejando que ela estivesse ao seu lado. Rachel teria gostado de um dia sossegado e nevoento como aquele. Olhando para o horizonte, ela imaginou que a morena caminhava com ela. Parou, hipnotizada pela turbulência do mar. Quando enfim virou a cabeça, constatou que a imagem da morena também a abandonara. Ficou ali parada durante um longo tempo, tentando trazê-la de volta. Como não conseguiu, Quinn entendeu que era hora de ir e recomeçou a andar, embora dessa vez mais devagar, perguntando-se se a morena teria conseguido adivinhar o motivo para ela estar ali.

Sem querer, a mente dela voltou aos dias que se seguiram à última espedida delas. Passamos tanto tempo imaginando as coisas que deixamos de dizer..., pensou. Se pelo menos..., começou pela milésima vez. As imagens daquele dia desfilaram ante seus olhos como uma série de retratos cuja exposição ela não conseguia interromper.

Se pelo menos...

@@@

####

@@@

Ao chegar a Boston, Quinn foi direto ao aeroporto buscar Tommy. O garoto, que passara o dia na casa de um amigo, começou a contar, entusiasmado, sobre o filme que tinha visto, alheio ao fato de que a mãe mal o escutava. Quando chegaram em casa, ela pediu uma pizza, que os dois comeram na sala, assistindo à televisão. Assim que terminaram, Quinn surpreendeu o filho, pedindo-lhe que ficasse com ela um instante, em vez de ir fazer o dever de casa. Ele permaneceu sentado em silêncio a seu lado no sofá, dirigindo-lhe de vez em quando um olhar ansioso. Ela apenas acariciava os cabelos dele e sorria-lhe, distraída, como se estivesse em algum lugar distante.

Mais tarde, depois que Tommy foi se deitar e ela se certificou de que ele adormecera, Quinn vestiu um pijama leve e serviu-se uma taça de vinho. A caminho do quarto, desligou a secretária eletrônica.

Na segunda-feira, almoçou com Santana e contou-lhe tudo o que acontecera. Tentou parecer forte, mas ainda assim Santana segurou sua mão durante todo o tempo, escutando com ar pensativo e falando pouco.

– É melhor assim – declarou Quinn resolutamente quando terminou. - Já aceitei isso.

Santana fitava com atenção, os olhos cheios de compaixão. Mas não disse nada, limitando-se a assentir diante das corajosas declarações de Quinn.

Nos dias que se seguiram, Quinn fez o possível para não pensar em Rachel. Trabalhar em seus artigos era reconfortante. Concentrar-se na pesquisa e transformá-la em palavras requeria toda a energia mental de que ela dispunha. A atmosfera caótica da redação também ajudava, e como a reunião com Dan Mandel tivera o desfecho que Santana previra, Quinn encarou seu trabalho com entusiasmo renovado, preparando duas ou três colunas por dia, mais rápido do que nunca.

À noite, porém, depois que Tommy ia para a cama e ela ficava sozinha, achava difícil manter a imagem de Rachel a distância. Usando como exemplo seus hábitos no trabalho, Quinn tentava concentrar-se em outras tarefas. Fez uma faxina completa ao longo das noites seguintes – esfregou o chão, limpou a geladeira, passou o aspirador, tirou o pó do apartamento, arrumou os armários. Nada ficou intocado. Ela chegou até a vasculhar as gavetas para separar as roupas que não usava mais e doá-las para a caridade. Depois, colocou-as numa caixa, levou-a para o carro e guardou-a na mala. Naquela noite, ficou andando pelo apartamento, procurando alguma coisa – qualquer coisa – que precisasse ser feita. Por fim, consciente de que não havia mais nada a fazer, mas ainda incapaz de dormir, ela ligou a televisão. Começou a zapear e parou quando viu Linda Ronstandt sendo entrevistada no programa Tonight. Quinn sempre adorara o trabalho da cantora, mas caiu em prantos quanto Linda foi ao microfone para cantar uma música romântica. Chorou sem parar durante quase uma hora.

No fim de semana, ela e Tommy foram ver os Patriots da Nova Inglaterra jogarem contra os Bears de Chicago. Tommy vinha insistindo em ir a esse jogo desde que a temporada de futebol terminara e Quinn enfim concordara em levá-lo, embora não entendesse nada do esporte. Sentaram-se na arquibancada e estava tão frio que a respiração deles saía em pequenas neves. Torceram pelo time da casa enquanto bebiam chocolate quente.

Depois, quando foram jantar, Quinn contou a Tommy, com relutância que ela e Rachel não iriam mais se ver.

– Mamãe, aconteceu alguma coisa quando você foi visitar Rachel da última vez? Ela fez algo que deixou você com raiva?

– Não – retrucou ela com delicadeza. Hesitou por um instante e desviou o olhar. – Só não era para ser.

Embora Tommy tivesse ficado claramente perplexo com essa resposta, foi o mais próximo de uma explicação a que Quinn conseguiu chegar.

Na semana seguinte, ela estava trabalhando no computador quando o telefone tocou.

– É Quinn quem está falando?

– Sou eu, sim – disse ela, sem reconhecer a voz.

– Aqui é Leroy Berry, pai de Rachel. Sei que vai achar estranho, mas eu gostaria de falar com você.

– Ah, olá – balbuciou ela. – Bem...tenho alguns minutos livres agora.

Ele hesitou por um instante, depois respondeu:

– Gostaria de conversar com você pessoalmente, se for possível. Não é um assunto fácil de se tratar por telefone.

– Posso perguntar de que se trata?

– É sobre Rachel – retrucou Leroy em voz baixa. – Sei que estou pedindo muito, mas será que poderia vir até aqui? Eu não pediria se não fosse importante.

Após enfim concordar em ir, Quinn saiu do trabalho e foi pegar Tommy mais cedo na escola. Deixou-o com uma amiga de confiança, explicando que deveria passar uns dias fora. Tommy tentou saber mais sobre aquela viagem repentina, mas o comportamento estranho e disperso dela deixou claro que o motivo teria que ser explicado mais tarde.

– Diga que mandei lembranças – pediu ele, dando-lhe um beijo de despedida.

Quinn se limitou a assentir. Em seguida foi pra o aeroporto e pegou o primeiro voo que conseguiu. Assim que chegou em Wilmington, foi direto para a casa de Rachel, onde Leroy a esperava.

CONTINUA...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Galera eu espero que vocês tenham entendido esse capítulo. Podem debater comigo, tá!

Talvez uns três ou quatro capítulos para o fim da fic.

Até logo!