Agehachou escrita por DarkRaven


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

N/A: A música FAZ PARTE da fic. Não é Song fic. Tomoyo está CANTANDO-A.
N/A²: A Música leva o nome da fic.



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Meus olhos estavam fechados, preparada para cantar na frente daquelas pessoas. Primeiro show da minha vida. Era diferente do que eu estava acostumada. Não era uma garota realmente popular na escola, era querida sim, mas não famosa. Eu estava tentando me manter calma, pois sabia que a música era difícil de se cantar. Era conhecida, e eu ainda estava no tempo de cantar covers, não podia cantar músicas minhas enquanto não estivesse pronta.

Aproximei-me do microfone que estava parado no meio do palco, tentando não olhar para todas aquelas pessoas. Quantas tinham? Mil, duas mil? Era um show de uma banda mais ou menos conhecida aqui na cidade e eu havia sido convidada para abrir o show. Minha voz iria falhar? Minha voz iria desafinar? Anos cantando o musical Momiji faria com que eu pudesse cantar essa música?

A música começou, tocando um violino lindo. Era minha vez. Inspirei e na minha cabeça veio sua imagem, me imaginei cantando para você.

Um avião apareceu
Voando velozmente
No meio de uma noite de verão sob a lua
No amarelo que representou a felicidade e o azul que carregou a ansiedade
Suas azas negras a jato similares ao fim do mundo

Perguntei ao viajante quão longe ele iria quando estivesse pronto
O viajante responde que embora pudesse termina-lo, não teria fim.
Faz muito tempo desde que eu disse "Ok, tome cuidado"E o enviei a seu caminho
Ele ainda não voltou
E só agora percebi
Que aquele viajante era eu


Seus cabelos castanhos claros, seus olhos de jade, seu sorriso ingênuo e feliz, faziam com que eu me preocupasse com seu rosto, não com minha cantoria ou com o público que já começava a gritar. Estava cantando diretamente para você, somente para você.

Recordava-me dos anos que estávamos sempre juntas, quando saíamos todos os dias para a torre te Tokyo ou para as lojas de conveniências que abriam todos os dias no centro da cidade e você sempre saltitante pedia para irmos logo no dia de inauguração. Nunca fui muito fã de lugares cheios de pessoas, mas você gostava de movimentação, de muvuca. E, eu gostava de estar com você de vê-la feliz.

Só ter te conhecido foi suficiente
O mundo está cheio de luz
Só conhecer em meus sonhos foi suficiente
Mas eu implorei para ser amada
O mundo mudou sua expressão
O mar e o céu se encontram no fim do mundo


No momento que Shoran apareceu, sabia que existiria concorrência. Quando você gostava de Yukito, achava bonito pois sabia que nunca iria acontecer. No momento que Li apareceu, disposto a não fazer com que você conseguisse as cartas, percebi que você estaria em seus braços um dia.

Forcei meu coração a acreditar que sua felicidade iria ser a minha felicidade e, por fim, foi isso que eu encontrei. Todos os meus desejos foram realizados, sua alegria continuou sendo a mesma. As vezes que você chorou, eu estava lá, ouvindo e acariciando seus cabelos para que você se sentisse segura sem Shoran conosco.

Eu nunca entendi todo o significado que os poetas prendem em uma única palavra
Sim, se fizermos isso juntos então gostarei de te dar isso.

Se isso é uma peça, então é uma história terrível.
Estou só ficando no palco sozinho
Desabilitado a avançar ou voltar

Você me dará seu corpo o tempo todo
Se você me quiser também
Vou te defender das faíscas que chovem em nós
Vou escavar o punhado de amor que resta
E por numa esquina de seu coração


Quando ele se foi, ouvi várias vezes o quanto ele te respondia as cartas, as ligações. Os planos que vocês faziam para o futuro quando se reencontrassem. Percebi que nossa amizade continuava a mesma, mas meu amor por você estava escapando das minhas mãos e não tinha como eu fazer algo para segurá-lo. Só sorrir.

Torcia para que você pudesse ser aquilo que você gostaria de ser. Lutaria com o que fosse preciso para que você estivesse feliz e eu estaria feliz por consequência. Seu sorriso era o que me deixava bem, sua alegria era o que me alegrava, seu amor era o que me contagiava. Pedia a quem quer que seja para que você pudesse ser sempre assim. E eu faria com que você fosse, mesmo que não pudesse te ter em meus braços.

Só ter te conhecido foi suficiente
O mundo está cheio de luz
Só conhecê-lo em meus sonhos foi suficiente
Mas eu implorei para ser amado
O mundo mudou sua expressão
O mar e o céu se encontram no fim do mundo

O avião se distingue da selva
No outro lado do cenário oscilante
E o Oásis não posso alcançar
Me de alguma água gelada
Me ame se puder
Descanse suas azas em meus ombros


A música que estava cantando terminou. Senti que finalmente estava sendo ovacionada por algo que eu mesma havia feito. Sorri e agradeci a plateia. A música que eu escolhi de estreia fez o sucesso que eu esperava. Além de uma música difícil, ela era bonita e eu havia fechado-a com perfeição. Corri para o backstage e fui recebida de braços abertos pelo meu executivo e minhas seguranças:

- Parabéns, senhorita Daidouji! – parabenizou meu executivo, uma pessoa boa demais para estar esperando alguém como eu subir na vida. – Ah, sim! Tem alguém que gostaria de vê-la.

Ele saiu da frente e eu a vi. Sakura Kinomoto. Meus olhos pairaram por todo o rosto de minha amiga, de meu amor. Não podia acreditar que ela estava aqui. Estava há anos morando em Hong Kong com Shoran e não a via faziam anos. Tentei acordar de meu sonho mas percebi que não era uma ilusão, Sakura estava realmente ali.

- Sa-Sakura? – perguntei mais a mim mesma do que à ela. – O que você faz aqui?

- Eu vi em seu blog que você iria fazer essa música, sua primeira apresentação como cantora solo... – Disse aquela voz doce e alegre como todas as vezes que ela fala com qualquer pessoa que ela ame – E você acha que perderia minha cantora favorita em sua primeira apresentação? E alguém também quis ver você cantar.

Sakura tirou Kero do bolso, ainda fingindo ser um ursinho de pelúcia. Sorri para o pequeno leão e peguei-o nos braços e abracei seu pequeno corpo.

- A Sakura estava chorando o mês todo desde que leu que você iria fazer um show. – disse Kerberus – Dê uma braço nela.

- Obrigada. – respondi de olhos fechados, segurando o choro e a emoção.

Entreguei Kero para Sakura e logo, inesperadamente, saltei nos braços de Sakura. Ela, sorrindo, retribuiu o abraço e ficamos assim por um tempo. Fazia tempo que não nos abraçávamos, que não estávamos juntas. Era como se eu tivesse onze anos novamente e todos os dias eu podia vê-la.

Meu coração batia forte e descompassado, minha perfeita respiração de cantora estava adulterada pela presença da grande maga Sakura. A grande Card Captor Sakura. Uma mulher que agora estava casada com seu amigo de infância e cuidava dos negócios da família Clow em Hong Kong. Ela havia dado-se ao trabalho de vir até aqui para me ver cantarumamúsica.

- Obrigada, Sakura. – respondi entre um nó na garganta e outro.

- Amigas para sempre, certo? – Agradecida, soltei-a do abraço e estendi meu dedinho mindinho para que ela retribuísse.

Sem pensar, Sakura estendeu sua mão e entrelaçou seu dedo ao meu. Sorrimos uma para a outra. Sabia que nunca teria seu amor, mas sabia que qualquer momento que eu tivesse, qualquer tristeza que eu sentisse, poderia correr para os mesmos braços que salvaram a cidade há muitos anos atrás. Ela era e sempre seria aquela que poderia me salvar de minha tristeza. Ela seria sempre Sakura Kinomoto, minha melhor amiga. Meu verdadeiro amor.

- Ah. – disse Sakura um pouco assustada.

- O que houve? – respondi com medo.

- Eu esqueci de te falar... – disse Sakura colocando as mãos em sua barriga. Já havia descoberto o que ela iria falar e meu coração quase parou. – Estou grávida. E, o mais engraçado é que sonhei com ela andando por todos os lados e chamando você de “Tia Tomoyo”. Principalmente na praia de Hong Kong.

- Você já sabe que é menina? – perguntei um pouco estupefata.

- Poderes de prever o futuro, lembra? – Ela sorriu. Havia esquecido completamente desse poder que ela dispunha. Sorri de volta. – E, a melhor parte: No sonho, eu estava com Shoran segurando sua mão e ele chamou minha filha pelo nome.

Um silêncio pairou pelo local. Eu esperando ela falar, ela esperando eu perguntar. Por um tempo tive medo de perguntar. Acreditava que seria Nadeshiko, ou algo do tipo.

- Tomoyo? – Sakura me olhou.

- Fale o nome dela. – Eu olhei para ela com um entusiasmo que tentava mostrar, mas era difícil demais para mim. Entusiasmo não era o meu forte.

- Tomoyo.

- Sim? – Já começava a ficar impaciente.

- Esse era o nome dela. – Sorriu Sakura para mim.

Lágrimas caíram de meus olhos.


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